segunda-feira, 28 de julho de 2008

Yemonjá



Iemanjá, Yemanjá, Yemaya, Iemoja ou Yemonjá, é um Òrìṣà africano, cujo nome deriva da expressão Iorubá "Yèyé omo ejá" ("Mãe cujos filhos são peixes").

Na Mitologia Yoruba, o dono do mar é Olokun que é o pai de Yemonjá, ambas de origem Egbá.

Yemonjá, que é saudada como Odò (rio) ìyá (mãe) pelo povo Egbá, por sua ligação com Olokun, Òrìṣà do mar (masculino (em Benin) ou feminino (em Ifé), muitas vezes é referida como sendo a rainha do mar em outros países. Cultuada no rio Ògùn em Abeokuta

História
Pierre Verger no livro Dieux D'Afrique registrou: "Iemanjá, é o Òrìṣà dos Egbá, uma nação Yorubá estabelecida outrora na região entre Ifé e Ibadan, onde existe ainda o rio Yemonjá. Com as guerras entre nações Yorubás levaram os Egbá a emigrar na direção oeste, para Abeokuta, no início do século XIX. Não lhes foi possível levar o rio, mas, transportaram consigo os objetos sagrados, suportes do àse da divindade, e o rio Ògùn, que atravessa a região, tornou-se, a partir de então, a nova morada de Iemonjá. Este rio Ògùn não deve, entretanto, ser confundido com Ògún, o Òrìṣà do ferro e dos ferreiros."

Saudação: Omim odò!

Dia da Semana:
Sexta - feira

Número:
08 e seus múltiplos

Cor:
azul claro, azul forte ou incolor, dependendo da característica da Mãe
Guia: toda da mesma cor, o tom do azul claro ou se for incolor varia com a característica da Mãe

Oferenda:
canjica branca, canjica branca temperada com cheiro verde e cocada branca

Alguns Oriṣás Yemonja que pesquisamos:

Yemoja Bomí ou Soba = fiandeira de algodão, foi esposa de Orunmilá (azul claro)

Yemoja Bocí
 = voluntariosa e respeitável, mensageira de Olokun (azul claro, podendo acrescentar o cristal 1 x 1)

Iya Masemale/Iamasse = mãe de ṣangò (azul claro leitoso)

Olobomi ou Awoyó/Iemowo
= a mais velha de todas, esposa de Òṣàlá (azul claro, podendo usar azul claro com cristal transparente, 4 azul clara e 1 transparente)

Nanã Burukun - esta divindade é considerada muito velha, e na cultura Nàgó’Kọbi é cultuada entre as Yemonjas, mesmo não sendo uma yemonjá, ela foi agregada em determinado momento da estruturação da cultura, veja algumas Nanã cultuadas:



Obáíyá
= é um Òrisà ligado a água, a lama e aos pântanos.

Ajàosi
= é uma Nàná guerreira e agressiva que veio de Ifé, e confunde-se às vezes com Obá. É uma divindade das águas doces, e que se veste de azul com vermelho.


Yewá é outra divindade aglutinada  entre as Yemonjá.


Yemoja Tuman/Aynu/Iewa = sobre o mar a névoa das águas (azul claro e branco 1 x 1)

Ferramentas: todos os adornos femininos em prata, peixe, leque, caramujos, barco, âncora, leme, conchas, lua, moedas e búzios

Ave:
Galinha branca

Quatro pé:
ovelha


Lendas

Yemonjá joga búzios na ausência de Òrùnmílá
Yemonjá e Òrùnmílá eram casados. Òrùnmílá era um grande adivinho, com seus dotes sabia interpretar os segredos dos búzios. Certa vez Òrùnmílá viajou e demorou para voltar e Yemonjá viu-se sem dinheiro em casa, Então, usando o oráculo do marido ausente, passou a atender uma grande clientela e fez muito dinheiro.
No caminho de volta para casa, Òrùnmílá ficou sabendo que havia em sua aldeia uma mulher de grande sabedoria e poder de cura, que com a perfeição de um babaláwo jogava búzios. Ficou desconfiado, quando voltou, não se apresentou a Yemonjá, preferindo vigiar, escondido, o movimento em sua casa.
Não demorou a constatar que era mesmo a sua mulher a autora daqueles feitos, Òrùnmílá repreendeu duramente Yemonjá, ela disse que fez aquilo para não morrer de fome, mas o marido contrariado a levou perante Olofim-Olodumarè.
Olofim reiterou que Òrùnmílá era e continuaria sendo o único dono do jogo oracular que permite a leitura do destino, Ele era o legítimo conhecedor pleno das histórias que forma a ciência dos dezesseis Odu. Só o sábio Òrùnmílá pode ler a complexidade e as minúcias do destino, mas reconheceu que Yemonjá tinha um pendor para aquela arte, pois em pouco tempo angariara grande freguesia.
Deu a ela então autoridade para interpretar as situações mais simples, que não envolvessem o saber completo dos dezesseis Odu, assim as mulheres ganharam uma atribuição antes totalmente masculina.


Olokun isola-se no fundo do oceano

Olokun vivia na água e vivia na terra, a natureza de Olokun era anfíbia, Olokun tinha vergonha de sua natureza, pois ela não era nem uma coisa nem outra.
Ela se sentia muito atraída por Òrìsà Ocô, mas não queria ter relações com ele, pois temia ser objeto de ridículo. Olokun, então, pediu conselho a Olofim, que lhe assegurou que Òrìsà Ocô era um homem sério e reservado.
Olokun criou coragem e foi viver com o Òrìsà lavrador, mas este descobriu a particularidade que existia na natureza de Olokun e contou a todos. Todos ficaram sabendo da ambígua natureza de Olokun, a vergonha fez com que Olokun se escondesse no fundo do oceano, onde tudo é desconhecido e aonde ninguém nunca pode chegar.
Olokun nunca mais deixou o mar e agora só esse é o seu domínio, outros dizem que Olokun se transformou numa sereia, ou uma serpente marinha que habita os oceanos, mas isso ninguém jamais pôde provar.

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