sábado, 27 de setembro de 2008

A variedade de divindades não pode caracterizar o monoteísmo

Ao observar os negros com sua visão religiosa, cada aldeia existe um Deus, como Togo – oyá, Oyo – Sango, Ilé-ifé – ifá, assim vamos entender quem são para eles não existe irunmale, não como aqui cultuamos. Um iniciado na terra de Oyá será de Oyá e cultuara Oya em seu conceito religioso... Sabemos sobre a historia da vinda dos negros e não precisamos citar novamente, pois todos estão cansados de saber... Porem acredito que a maioria deve ter notado que existe uma diferença entre o culto na áfrica e no Brasil e também de nação para nação.

Onde algumas nações deixaram de lado os segredos das folhas, a própria língua ancestre e nativa do culto (resumindo apenas ao itans, orikins ou NKORIN), comidas, vestimentas, tradições e produziram suas próprias tradições, o que até mesmo entre a mesma nação entre as vertentes (lados) que existem dentro da nação existe uma larga diferença.

Tudo isso para que entendam que para os africanos que cultuam um único “Deus” dentro da sua aldeia ele se considera monoteísta pelo fato que não existir uma ramificação cultural como a nossa com tantos irunmales. Pensar como os africanos seriam fáceis se o culto afro-brasileiro cultuasse um deus único sem deidades ou divindades, onde querer ser ou ser está distante entre a realidade que praticamos...

Um homem moderno que vive na era digital e tem acesso á culturas antigas e modernas deve entender a sua religião como um todo, analisar com clareza e absorver o que vê a não o que os outros lhe impõem... por isso que anos atrás eu fui pesquisar com sacerdotes africanos, sacerdotes brasileiros sobre a concepção religiosa, tive conversando com um príncipe nigeriano babaláwo-ifá (sacerdote de ifá), justamente para compor uma concepção dentro da religião, pois um grande telefone sem fio foi feito dentro da cultura afro-brasileira, e todos sabemos que distanciou demais as culturas e nações da sua matriz... claro que esta diferença dá espaço para a rica diversidade, mas quebra elos que hoje vejo muitos sacerdotes tentando resgatar...

Mesmo assim sabendo que para muitos a concepção de monoteísmo ou politeísmo se baseia na visão cristã que aqui no Brasil existe. Eu sei que uma religião seja ela qual for que possui Deuses, divindade, deidades ou divinos elementos estão em constate conflito com o monoteísmo por si só. Claro que cada um pode levar sua bandeira e deixar em seu templo a portas abertas paras leis que lhe é cabíveis, contudo independente de existir uma hierarquia ou dentro de uma religião onde exista um maior e menores, por si já deixa claro que existe a pluralidade e diversidade de divindades, e o que são divindades?

São deuses, estes Deuses que tomam espaço no irunmale e Iyara-bo (quarto sagrados de cada um), por isso, caros amigos eu não posso ser monoteísta pois eu tenho um orisá que foi sento e está no Iyara-bo acima dos demais... Sei da existência de Olowo e sei que ele deu a ordem de criar o universo e Ododúwa foi quem criou ao lado de Obatala, espero que quanto a isso não exista duvida, porem como os gregos, egípcios e mais alguns, nos Sacerdotes das religiões afro-brasileiras somos muito parecidos com eles. Como fatumbi mesmo escreveu no seu livro Deuses da áfrica.


Espero que não se ofendam com a minha concepção, afinal eu que estou contra a maioria estou argumentando sobre estudos e conceitos que fui buscar na fonte, com os africanos para entender a minha cultura religiosa... e acredito que todos devem ficar confortados com a sua concepção afinal quando se tem a verdade para si não precisa travar guerras. Mesmo porque ninguém aqui comprou o direito de ser mono ou poli, mas gostaria de ter mais referencia dos crentes no monoteísmo sobre algum culto ou ritual praticado para Olowo (deus maior) dentro ou fora do Brasil, pois não basta crer precisamos praticar o que somos.
Grato
Baba Erick de Osala

Mo júbà Omorisá
Àwa pàdé l’ònòn ipòrùn, ipòrùn
Asé pupo

sábado, 6 de setembro de 2008

Oxalá ou Obatala



Òrìsànlá ou Obàtálá na África, "O Grande Òrìsà" ou "O Rei do Pano Branco" para os Yorubás, criador do mundo, dos homens, animais e plantas. Foi o primeiro Òrìṣà criado por Olodumare e é considerado o maior de todos os Òrìṣà.

É o mais velho dos Òrìsás, o rei de vestes brancas, raiz de todos os outros Òòsààlà. Ele não é feito, faz-se Ayrà ou Òsun Oparà. É o pai de Osàlúfón, que por sua vez é o pai de Osoguian, tão grande e poderoso é Obàtálá que não se manifesta, sua palavra transforma-se, imediatamente, em realidade.

Representa a massa de ar, as águas frias e imóveis do começo do mundo, controla a formação de novos seres, é o senhor dos vivos e dos mortos, preside o nascimento, a iniciação e a morte. É o responsável pelos defeitos físicos, ele é corcunda porque se recusou a fazer uma oferenda de sal numa cabaça e Èṣù castigou-o pregando a cabaça nas costas, razão pela qual não come sal, comer sal para ele constitui-se num ato de alto canibalismo. Ele deu a palavra ao homem e durante suas festas não se fala durante três semanas tudo é silêncio, pois a palavra é dele.

África
Obàtálá é o filho direto de Olórum o criador do universo. Depois de criado o universo e a terra em específico; depois de milhares de anos resolveu dar vida a terra e enviou seu filho direto " Obàtálá" para esse fim á terra que até então era composta de água. Vindo com o saco da criação Obàtálá trouxe consigo uma galinha d'angola que foi responsável por espalhar a terra sobre as águas, dando desta maneira forma á terra até então composta de água, depois de criado os montes etc... Obàtálá criou os vegetais, animais e por ultimo da própria criação "terra" com ajuda de Nanã moldou o ser humano como barro e com seu sopro deu vida ao ser humano. Por isso se você tem um grande problema de saúde é a este Òrìṣà que se pode recorrer; claro que dependendo do tipo de saúde que seja, podemos recorrer também a outros Òrìṣàs... Obàtálá é quem rege tudo o que é branco sobre a terra em todos os sentidos da palavra; pureza... Obàtálá - Oba (rei) alá (branco)

Òsàlá - Palavra de origem árabe, mais precisamente de inshalla, com o significado de "se Deus quiser, se Deus o permitir".

Òrìṣà-Nla, Òrìṣàla ou (Orixalá e Oṣalá em português) é o primeiro Òrìṣà Funfun nascido diretamente de Olórun (DEUS) (tudo desses Òrìṣàs é de cor branca).

O Reverendo Samuel Johnson, no livro The History of the Yorubas, Lagos, 1937, escreve:

"Òrìṣàlá é encarregado do poder criador e é considerado um co-trabalhador de Olórun. Supõe-se que o homem tenha sido feito por Deus e modelado por Òrìṣàla. Seus adeptos se distinguem pelo uso de colares de contas brancas e pelas roupas brancas. Não podem beber vinho de palmeira. Os sacrifícios por eles oferecidos não podem conter sal. Os albinos, os anões, os estropiados e os corcundas são considerados sagrados por esse Òrìṣà.

Òrìṣàla é o nome comum, conhecido e adorado em diversas cidades e sob diversos nomes: Òrìṣà Oluofin em Iwofin, Òrìṣàko em Oko, Òrìṣàkire em Ikire, Òrìṣàgiyan em Ejigbo, Òrìṣàeguin em Owu, Òrìṣàjaye em Ijaye, Obatala em Oba."

Oṣalá é o Òrìṣà associado à criação do mundo e da espécie humana. Apresenta-se de duas maneiras: moço – chamado Oṣaguian, e velho – chamado Oṣalufan.

Os símbolos do primeiro é uma idá (espada), "mão de pilão" e escudo. O do segundo é uma espécie de cajado em metal, chamado ôpá ṣôrô.

A cor de Oṣaguiam é o branco levemente mesclado com azul, a de Oṣalufam é somente branco. O dia consagrado para ambos é a sexta-feira.

Sua saudação é ÈPA BÀBÁ ! Oṣalá é considerado e cultuado como o maior e mais respeitado de todos os Òrìṣàs do panteão africano.

Simboliza a paz é o pai maior nas nações das religiões de tradição africana. É calmo, sereno, pacificador, é o criador, portanto respeitado por todos os Òrìṣàs e todas as nações. A Oṣalá pertence os olhos que vêem tudo.


Saudação: Epaô Baba!

Dia da Semana:
Domingo

Número:
08 e seus múltiplos

Cor:
Branco para todos com exceção de Branco com preto para Oṣalá de Orumiláia ou cinza bem claro para Obokun
Guia: toda branca fora 01 branca, 01 preta, 01 branca para Oṣalá de Orumiláia

Oferenda: canjica branca e merengue e coco ralado

Qualidade:

Òrìṣà Obokun = O rei de Ijesá, conhecido entre os Nago como Òṣàlá porem foi um guerreiro, filho de mais novo de Oduduwá (branco rajado de cinza claro ou cinza muito clarinho).
Òrìṣà Olokun - senhor do oceano para os Yorubás, pai de Yemonjá. (branco com cristal 1x1)
Òrìṣà Dakùn ou Olofon – O fiador de algodão (branco).
Òrìṣà Jobocum – que traz as águas. (branco)
Orinṣáálá /Obàtálá - é casado com Yemowo, suas imagens são colocadas uma do lado da outra e cobertas com traços e pontos desenhados com efum, no ilésin, local de adoração, dizem que Yemowo foi a única mulher de Òrìṣàlá - Obàtálá um caso excepcional de monogamia entre Òrìṣàs e eboras (branco com cristal 1 x 1)
Òrìṣà de Orumiláia = importantíssimo para o culto Yorubá, pois com ele recebemos nosso àṣe de búzios (branco com preto 1 x 1)
Òrìṣà Oduduwá = O Òrìṣà funfun mais antigo, responsável pela criação do universo. (branco)


Ferramentas: jóias em prata, caramujo, sol, cajado, pomba de prata, moedas e búzios, para Oṣalá de Orumiláia acrescentamos olhos de prata Ave: Galinha branca com exceção de galinha branca mais galinha preta para Oṣalá de Orumiláia

Quatro pé:
cabrita branca e cabrita branca com pequenas manchas pretas para Oṣalá de Orumiláia.


Oduduwa, foneticamente escrito como Odùduwà, e às vezes contraído como Odudua, Oòdua, geralmente é mantido entre os Yorubas por ser o ancestral dos reis Yorubas coroados.

Brasil
É um Òrìṣà, Odùduà - Oduduwa - Odùduwà , foi um rei que teria vindo do leste, no momento das correntes migratórias causadas por uma invasão berbere no Egito.

Segundo Pierre Verger, esse fato provocou deslocamentos de populações inteiras, expulsando-se progressivamente umas às outras, em direção ao oeste, para terminar em Borgu, também chamada região dos Baribas.

O rei Oduduwa ou Oduwa, era o pai de Oranian o fundador de Òyó.




Lendas

Oṣalá é preso injustamente


Oṣalá Jobocum era um rei muito idoso que andava com dificuldade, apoiado em seu cajado (opaṣorô).

Um dia, sentindo saudades do filho Ṣàngó, resolveu visitá-lo. Mas, um babalaô recomendou que não viajasse, no entanto Oṣalá estava determinado e foi aconselhado a levar três roupas brancas e limo da costa e fazer tudo o que lhe pedissem.

Sua viagem teve início e no meio do caminho, encontrou Eṣú Elepô, dono do azeite-de-dendê, sentado à beira do caminho, com um pote ao lado, este solicitou a ajuda do ancião para colocar o pote no ombro. E Oṣalá assim o fez, lembrando-se das palavras do babalaô, mas, Eṣú derramou o dendê sobre Oṣalá. O Òrìṣà manteve a calma, limpou-se no rio e vestiu outra roupa para prosseguir a viagem.

Mais adiante encontrou Eṣú Onidu, dono do carvão, e Eṣú Aladi, dono do óleo do caroço do dendê. Por duas vezes mais foi vítima dos brincalhões, mas limpou-se e trocou de roupa e prossegui viagem até o reino de Ṣàngó.

Ao chegar aos domínios do filho, avistou um cavalo perdido que outrora foi dado como presente a Ṣàngó e o amarrou para levar de volta ao seu dono. Os soldados do palácio o julgaram um ladrão. E o espaçaram até quebrar os ossos e o colocaram no calabouço.

Usando seus poderes, Oṣalá fez com que não chovesse mais desse dia em diante, as colheitas foram prejudicadas e as mulheres ficaram estéreis. Preocupado com isso, Ṣàngó consultou seu babalaô e este afirmou que os problemas se relacionavam a uma injustiça cometida sete anos antes, pois um dos presos foi acusado de roubo indevidamente.

O Òrìṣà dirigiu-se á prisão e reconheceu o pai. Envergonhado, ordenou que trouxessem água para limpa-lo e, a partir desse dia, exigiu que todos no reino se vestissem de branco em sinal de respeito ao pai. Pai de todos os Òrìṣà e mortais, Oṣalá é o maior e mais respeitado Òrìṣà nas Nações africanas, a paz e a harmonia espiritual são as características deste que é o Criador e Administrador do Universo.

Quando moço, se manifesta em seu Cavalo-de-Santo dançando como os outros Òrìṣà, quando se apresenta em suas passagens velhas, chega se arrastando caminhando com dificuldade, muitas vezes fica parado no lugar esperando o auxílio de algum Òrìṣà moço.

Pertence a Oṣalá de Orumiláia a visão espiritual, como consequência o jogo de Búzios


Oaguiã manda libertar o amigo preso injustamente



O filho de Oṣalá tornou-se um guerreiro forte e decidiu um dia conquistar um reino para si. Partiu em companhia de seu amigo Auoledjê, conquistou Ejigbô, tornando-se seu rei, o Elejigbô.


O rei tinha uma grande paixão, comer inhame pilado, e comia com gula, tanto que o chamavam Oaguiã, que quer dizer " Oṣalá Comedor de Inhame Pilado".


Um dia Auoledjê, que era grande babalaô, precisou partir de Ejigbô, antes disso, aconselhou Oaguiã que fizesse oferendas, que tornariam o reino próspero.


Assim, como previa Auoledjê, Ejigbô tornou-se uma grande cidade, rica e bem guardada pelos bravos soldados de Oaguiã. O rei Elejigbô vivia em fausto entre seus súditos, por quem era chamado de "Kabiyesi", que é o mesmo que Sua Majestade.


Na intimidade os amigos o chamavam de "Comedor de Inhame Pilado", mas em público isso era uma heresia. Anos mais tarde, Auoledjê retornou a Ejigbô. Ao adentrar a cidade, procurou logo por Oaguiã, "Onde está o Comedor de Inhame Pilado?", perguntaram, os soldados, que não o conheciam, ficaram furiosos com tamanha insolência. Isso era jeito de se referir ao rei?


Prenderam e maltrataram o desconhecido amigo de Kabiyesi, Auoledjê ressentiu-se da humilhação, com seus poderes mágicos, vingou-se. Durante sete anos todas as catástrofes conhecidas, e não faltando a seca, assolaram o reino de Oaguiã.


Oaguiã, desesperado, procurou os adivinhos, e pelo oráculo eles viram a prisão de Auoledjê, um amigo de rei estava preso injustamente. Oaguiã correu para prisão para libertar o velho amigo. Oaguiã libertou-o, mas ainda ressentido, escondeu-se na mata.


Elejigbô buscou o velho amigo, suplicando seu perdão, Auoledjê cedeu com uma condição: que nuca aquele povo se esquecesse dessa injustiça, Todos os anos o povo deveria flagelar-se, em memória do funesto acontecido.


Assim, todos os anos, o rei deveria mandar pessoas à floresta cortar varetas. Os súditos, divididos em dois grupos, tomariam as varas, simulariam golpes uns nos outros, sem parar, até que as varetas se quebrassem, para que nunca se esquecessem daquela injustiça praticada contra o amigo de Oaguiã.


Assim foi feito e o reino de Oaguiã voltou à tranqüilidade e Oaguiã foi o maior dos reis de Ejigbô. Quando ele foi para o Òrum, transformado em oriá, seu culto não se esqueceu do velho amigo babalaô, coma as varetas de Oaguiã, com atoris, seus adeptos renovam sempre a memória da injustiça, para que ela não volte a acontecer.


Oaguiã inventa o pilão


Oalá, rei de Ejigbô, vivia em guerra, ele tinha muitos nomes, uns o chamavam de Elemoxó, outros de Ajagunã, ou ainda Aquinjolê, filho de Oguiriniã. Gostava de guerrear e de comer, gostava muito de uma mesa farta, comia caracóis, canjica, pombos brancos, mas gostava mais de inhame amassado, jamais se sentava para comer se faltasse inhame.


Seus jantares se estavam sempre atrasados, pois era muito demorado preparar o inhame, Elejigbô, o rei de Ejibô, estava assim sempre faminto, sempre castigando as cozinheiras, sempre chegando tarde para fazer a guerra.


Oalá então consultou os babalaôs, fez oferendas a Exu e trouxe para humanidade uma nova invenção. O rei de Ejigbô inventou o pilão e com o pilão ficou mais fácil preparar o inhame e Elejigbô pôde se fartar e fazer todas as suas guerras.


Tão famoso ficou o rei por seu apetite pelo inhame que todos agora o chamam de "Oriá Comedor de Inhame Pilado", o mesmo que Oaguiã na língua do lugar.


Oalá cria a galinha d'angola e espanta a Morte



Há muito tempo, a Morte instalou-se numa cidade e dali não quis mais ir embora. A mortandade que ela provocava era sem tamanho e todas as pessoas do lugar estavam apavoradas, a cada instante tombava mais um morto.


Para a Morte não fazia diferença alguma se o defunto fosse homem ou mulher, se o falecido fosse velho, adulto ou criança. A população, desesperada e impotente, recorreu a Oalá, rogando-lhe que ajudasse o povo daquela infeliz cidade.


Oalá, então, mandou que fizessem oferendas, que ofertassem uma galinha preta e o pó de giz efum, fizeram tudo como ordenava Oalá. Com o efum pintaram as pontas das penas da galinha preta e em seguida a soltaram no mercado.


Quando a Morte viu aquele estranho bicho, assustou-se e imediatamente foi-se embora, deixando em paz o povo daquela cidade. Foi assim que Oalá fez surgir a galinha d'angola. Desde então, as iaôs, sacerdotisas dos Òrìsás, são pintadas como ela para que todos se lembrem da sabedoria de Oalá e da sua compaixão


Orialá ganha o mel de Odé


Orialá vivia com Odé debaixo do pé de algodão, Odé ia para a caça e levava sempre Oalá,, eles eram grandes companheiros, mas Odé reclamava sempre de Orialá, que era muito lento e andava devagar, estava muito velho o orixá do pano branco, e Orialá reclamava de Odé (Òṣòssi), que era muito rápido e sempre andava bem depressa, era muito jovem o caçador, então os dois resolveram se separar, mas Odé estava muito triste, porque fora criado por Orialá, e Orialá estava muito triste, porque fora ele quem criara Odé.


Odé disse então a Orialá que todo o mel que ele colhesse seria sempre dado a Orialá e que ele mesmo nunca mais provaria uma gota, reservando tudo o que coletasse ao velho orixá, e que Orialá sempre dele se lembrasse, quando comesse seu arroz com mel do caçador.


Nunca mais Odé comeu do mel, nunca mais Orialá de Odé se esqueceu.

TIKTOK ERICK WOLFF