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terça-feira, 2 de agosto de 2022

OXALÁ NA TRADIÇÃO DO BATUQUE DO RIO GRANDE DO SUL

Por Erick Wolff de Oxalá 

Postado em 02/08/2022






O conhecimento sobre o que cultuamos é primordial, por isso, hoje, terça feira 02 de agosto falaremos sobre Oxalá na tradição do Batuque do RS.

Já sabemos que Oxalá come canjica branca.

 

Também sabemos que Oxalá é dono do Ala, da sabedoria, da paz, da pureza e da brancura...


OXALÁ NA TRADIÇÃO DO BATUQUE DO RIO GRANDE DO SUL


Nos anos 80, na época eu observava as vasilhas dos orixás, e hoje falaremos sobre o que via.


Oxalá Dakun

Víamos algumas vasilhas de Oxalá, onde o okuta ficava sobre algodão, durante os estudos do idioma Ioruba, o meu professor informou que Dakun quer dizer o FIADOR ou VENDEDOR de Algodão, esta possível ligação preservada no Batuque.


Oxalá Olokun 

A semelhança entre os igbas de Oxalá que possuíam conchas marítima, com isso, pensávamos que somente Iemanjá seria uma divindade marítima, e que conchas no Oxalá estaria misturando fundamentos, com o tempo percebi que existem mais divindades marítimas e que possivelmente Oxalá Olokun seja uma divindade associada ao mar. 

Vale lembrar que Olokun também é uma divindade marítima ioruba, seu nome significa: Olo - senhor; Kun - mar.


Oxalá Obokun

Oxalá Obokun, ou Bokun como alguns o chamam, é considerado bem novo, o mais moço dos Oxalás. 

Entre os Ioruba existe um ancestral, chamado Obokun, o fundador de Ijesa, filho mais novo do conquistador Oduduwa.


Oxalá Oromilaia

Um Oxalá muito velho, algumas famílias não entregavam cabeça para ele, por que consideravam que seria velho demais e cego, sendo assim, dificultaria para reger uma casa... já outras famílias do Batuque entregam cabeça para ele, e em caso de ocupação, é um orixá que fica sentado no Banquinho, no entanto, o levantam quando o filho abre casa, para que seja mais fácil de reger uma casa e até mesmo durante rituais. Desta forma quem decidi é o orixá.

A grande polêmica desta divindade, está com a semelhança do nome com Orunmila, no entanto, não há possibilidade de haver ligação entre eles.

Orunmila esta ligado a um oráculo ikin-ifá, já Oxalá Oromilaia está ligado ao jogo de búzios do Batuque.  


Oxalá Jobokun

Esta divindade ainda não possuímos muitas informações e reservaremos para uma próxima publicação. 


Sobre Oxalá Velho 

Encontrávamos um bastão em algumas vasilhas de Oxalá velho, tipo um cajado, possivelmente seja uma representação do Opa de Obatala, semelhante a imagem:

Opa de Obatala é o menor que está na mão direita do sacerdote. 





Considerações 

Por conta e risco, não há informação sobre os nomes destes orixás, o máximo que podemos fazer é especular em cima dos dicionários e estudar sobre as possibilidades

Até o momento, segundo nossas pesquisas todos os lados do Batuque cultuam estes Oxalás. 

Referente a iemanjá, conforme citado pensávamos ser uma divindade marítima, hoje sabemos que é uma divindade de água doce, porem nada impede que o seu culto seja feito onde houver água, inclusive no mar. 

Link da imagem de Obatala - https://iledeobokum.blogspot.com/2020/04/o-opasoro-de-oosaala.html


quinta-feira, 12 de junho de 2008

Lendas de Obokun

Lenda de Obokun
Publicado em 12/06/2008
Revisado e aumentado em 09/11/2020



Contam alguns antigos que, quando da criação do mundo, invejosas da perfeição da obra, as entidades malévolas resolveram semear a discórdia entre Obatalá e Ododua. Por isso, difundiram a seguinte versão para o primeiro ato da vida no Universo:
No principio dos tempos, as divindades viviam no Orum, abaixo do qual apenas a imensidão das águas, Olofim, que é também Olodumaré e Olorum – o senhor do Orum, o Céu -, deu a Obatalá, o senhor das vestes brancas, uma corrente, uma porção de terra numa casca de caracol e uma espécie de galinha de cinco dedos, ordenando-lhe que descesse e criasse a Terra.

Entretanto, ao se aproximar do portal do Orum, Obatalá viu que alguma divindades faziam uma festa e parou para cumprimentá-las. Elas ofereceram-lhe vinho de palmeira, mas ele bebeu demais e, embriagado, adormeceu. Ododua, seu irmão mais novo, por acaso ouviu as instruções dadas por Olorum e, ao ver que Obatalá dormia, pegou os apetrechos e foi para a beira do Orum, acompanhado de um camaleão. Naquele local, jogou a corrente, pela qual então desceram. Desceram lá embaixo. Ododua lançou a porção de terra na água e colocou a galinha de cinco dedos em cima dela.

A Galinha começou a ciscar a terra, espalhando-a em todas as direções, para muito longe, até o fim do mundo. Depois, Ododua mandou o camaleão verificar se o solo era firme. Então, Ododua pisou no chão de Idio, local onde se fez sua morada e onde hoje se localiza, em Ifé, seu bosque sagrado.

Quando Obatalá despertou da embriaguez e descobriu que o trabalho já havia sido concluído, percebeu o quanto o vinho de palmeira era perigoso. Assim, proibiu que seus filhos o bebessem por todo o sempre. Em seguida, Obatalá desceu à terra e a reclamou como sua, porque havia sido enviado por Olodumarê para criá-la e reinar sobre ela por direito, uma vez que era mais velho que o seu irmão Ododua – a quem acusou de lhe ter roubado o saco da criação.

Ododua insistia em ser o verdadeiro dono da terra, uma vez que a criara. Os dois irmãos começaram a brigar.

E as divindades que os acompanharam até a terra dividiram-se em dois grupos, cada um tomando um partido deles. Do lado de Ododua, ficaram Obokun (também conhecido por Ajacá).

Oraniã, Obameri, Essidalê, Ossãin (o medico de Ododua), Aguemã e Obalufã. Tomaram o partido de Obatalá Orixaquirê, Alaxé, Tecô e Ijubé. Entre as duas facções ficou Aranfé, o senhor do trovão em Ifé. Foi no alto do oquê Orá (o monte Orá), a poucos quilômetros a nordeste de Ifé, que Ododua e seus companheiros tiveram a primeira morada na terra. Dali sairia para dar combate aos seus parentes Ibos, liderados por Obatalá e Oreluerê.

Quando Olorum soube da disputa, chamou Obatalá e Ododua de volta ao Orum para que cada qual contasse sua versão do acontecido e terminassem com aquela disputa. Depois de ouvir as duas partes, Olorum conferiu a Ododua, criador da terra, o direito de possuí-la e de reinar sobre ela; e ele se tornou o primeiro rei de Ifé.

A Obatalá deu o titulo especial de orixalá, o grande orixá, e o poder de moldar os corpos humanos; e ele se tornou o criador da humanidade.

Olorum então o enviou de volta à terra acompanhados de Oramfé, para manter a paz entre eles; além de Ifá, o senhor do destino; e de Elexijé, o senhor da saúde.


Cegueira e morte de Ododua

A divergência entre Ododua e Obatalá não passa de invencionice das entidade malévolas. O que é certo e verdadeiro, segundo os mais velhos dos mais velhos, é que, um dia, já bem idoso Ododua ficou cego.

Então, mandou que cada um de seus 16 filhos, e um de cada vez, fosse até o oceano buscar água salgada, conforme lhe fora prescrito como remédio.

Cada um que retornava chegava sem sucesso; até que Obokum, o mais novo, finalmente obteve êxito. Ododua lavou os olhos com água salgada e recuperou a visão.

Entre os filhos de Ododua, que tinha a pele mais clara que a de seus conterrâneos e por isso era visto como “Branco”, estão; Ocambi, ogum, Obameri, Euí, Essidalê, Obalufã, Alaimorê, Oni e Obokun, o mais novo. O primogênito foi Ocambi, que, por sua vez, teve sete filhos, de ambos os sexos; estes reinaram, respectivamente, em Ilexá Owu, Sabé, Popô, Ilá, Ibinin e Queto.

Quando ficou cego, Ododua quis indicar Ogum como regente de Ifé. Obameri e Essidalê não concordaram com a idéia para evitar a disputa, Ododua entregou a ogum o governo de Irê.

Com o objetivo de desestimular qualquer tipo de divergência, Ododua dividiu igualmente todo o país e esqueceu-se justamente de Obokun, que estava ausente, pois foi buscar água do mar para curar a cegueira do pai.

Exatamente nesse momento, Ododua tomou conhecimento de que todos os seus outros filhos, exceto Obokun e Oni, haviam roubado suas propriedades e suas coroas deixando apenas a que ele usava no dia-a-dia.

Assim, quando Obokun voltou com a água que devolveu a visão ao seu pai, foi o primeiro legitimamente contemplado – recebeu a espada cerimonial, símbolo de sua autoridade como OUA Ilexá, o rei do país dos Ijexás.

Durante uma das muitas guerras em que se empenhou.

Ogum capturou uma bela mulher chamada Lacanjê e a tornou sua concubina.

Bibliografia Consultada
LOPES, Nei, Kitábu, Senac Rio, 2005

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