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domingo, 22 de junho de 2008

Oyá - Iansã

Na Mitologia Yoùbá, o nome Oyá provém do rio de mesmo nome na Nigéria, país que faz parte da Iorubalândia, atualmente chamado de rio Níger. No entanto, não se trata de uma divindade das águas, mas da Senhora dos ventos, raios e tempestades, elemento fogo, seu metal é o cobre. Também chamada de Oyá-Yánsàn.

O seu culto está associado à morte e aos ancestrais, por saber lidar com os Eguns, é ela que os encaminha, manifesta-se nos rituais de Àsèsè ou Axexê em português.

Foi esposa de Ògún e posteriormente uma das três mulheres de Ṣàngó.

Oyá é aquela que divide com Ṣàngó o àṣe de soltar fogo pela boca e o acompanha nas batalhas, tendo alcançado ao seu lado grandes vitórias.


Iansã ou Oyá
Rainha dos raios, ventos e tempestades, Iansã é um Orixá feminino, enérgico, sensual e autoritário. Na mitologia dos Òrìṣà Oyá primeiramente foi casa com Ògún, traindo-o mais tarde com Ṣàngó, não abandonando as relações com seu primeiro casamento. Em outra passagem mitológica, Oyá é presenteada por Xapanã, que a concede o poder sobre os Eguns - espíritos maléficos, tornando-se conhecida também por a Rainha dos Eguns.

Saudação: Epaiêio
Dia da Semana:
Terça-feira

Número:
07 e seus múltiplos

Cor:
Marron escuro ou em alguns casos Vermelho e Branco

Guia:
Marrom (todas) ou 07 marrom com 01 vermelho (Timboá), 01 conta vermelha, 07 contas brancas (para Dirà), em alguns casas poderá ver a Oyá branca e vermelha 1 x 1.

Oferenda:
Pipoca, 07 rodelas de batata doce frita no azeite doce, Iapeté de batata doce (batata doce amassada com as mãos misturado o azeite de dendê), Acarajé.

Alguns Oriṣás que pesquisamos:

Oyá Timboá = Ligada aos desapegado, sem rumo, ligada aos que moram na rua, fundamento com o Bará Lodè, onde tiver beco, casas abandonadas, lixeiras e andarilhos, ela reina entre os espíritos que ali moram. (7 marrons e 1 vermelha)

Oyá Dirã
= ligada aos Eguns, muito semelhante a Oyà Gbale ou Igbale, dona da rua e caminho, ligada à terra. (7 marrons e 1 vermelha).

Iyá-Mesan ou Yansã
= mais velha das Oyá, conhecida mesmo como Yansã.

Oyà Onìrá
= guerreira e agressiva, companheira de ọ̀sún, dona das estradas, principalmente com nas encruzilhadas, tem quizila com Ògún. (marrom)

Oyà Gbale ou Igbale
= (aquela que retorna a terra) divide o igbá com  9 Egun - idem a Dirà (7 marrons e 1 vermelha)

Oyà Fúnka
= senhora das tempestades, que espalha ao redor (marrom)

Oyà Lariwo
= como trovão (7 marrom e 1 branca)


Oferendas: àkàrà ou acarajé, ekuru e abará.

Ekuru é uma comida ritual. A massa é preparada da mesma forma que a massa do acarajé, feijão fradinho sem casca triturado, envolto em folhas de bananeira como o acaçá e cozido no vapor.

Abará é um dos pratos da culinária baiana e como o acarajé também faz parte da comida ritual do candomblé.
O abará tem a mesma massa que o acarajé: a única diferença é que o abará é cozido, enquanto o acarajé é frito.
O preparo da massa é feito com feijão fradinho, que deve ser quebrado em um moinho em pedaços grandes e colocado de molho na água para soltar a casca. Após retirada toda a casca, passa-se novamente no moinho, desta vez deverá ficar uma massa bem fina. A essa massa acrescentam-se cebola ralada, um pouco de sal, duas colheres de dendê.
Quando for comida de ritual, coloca-se um pouco de pó de camarão, e, quando fizer parte da culinária baiana, colocam-se camarões secos previamente escaldados para tirar o sal, que podem ser moído junto com o feijão, além de alguns inteiros.
Essa massa deve ser envolvida em pequenos pedaços de folha de bananeira, semelhante ao processo usado para fazer o acaçá, e deve ser cozido no vapor em banho-maria. É servido na própria folha.

Ferramentas: espada, par de alianças, cálice, moedas, búzios, raio, entre outros

Ave:
Galinha vermelha arrepiada para Oyá Timboá ou carijó, galinha vermelha para as demais ou carijó

Quatro pé:
Cabrita Malhada escura

O - Ado ado a sè máa ado sè dé l'Oya
R - Ado ado a sè máa ado sè dé l'Oya

Lenda
Ògún foi caçar na floresta, como fazia todos os dias. De repente, um búfalo veio em sua direção rápido como um relâmpago; notando algo de diferente no animal, Ògún tratou de segui-lo. O búfalo parou em cima de um formigueiro, baixou a cabeça e despiu sua pele, transformando-se numa linda mulher. Era Oyá, coberta de belos panos coloridos e braceletes de cobre. Oyá escondeu a pele e os chifres dentro do formigueiro, partindo em direção ao mercado, sem perceber que Ògún tinha visto tudo. Assim que ela se foi, Ògún se apoderou dos pertences de Oyá. Depois foi à cidade, e passou a seguir a mulher até que criou coragem e começou a cortejá-la. Mas, ela recusou a corte. Ao anoitecer, ela voltou à floresta, e não encontrou a sua pele, nem os seus chifres. Voltou à cidade e encontrou Ògún, que lhe disse estar com ele o que procura. Em troca de seu segredo, Oyá foi obrigada a se casar com ele; apesar disso, conseguiu estabelecer certas regras de conduta, dentre as quais proibirem-no de comentar o assunto com qualquer pessoa. Chegando a casa, Ògún explicou a suas outras esposas que Oyá iria morar com ele e que em hipótese alguma deveriam insultá-la. Desse casamento nasceu nove crianças, o que despertou ciúmes das outras esposas, que eram estéreis. Uma delas, para vingar-se conseguiu embriagar Ògún e ele acabou relatando o mistério que envolvia Oyá. Depois que Ògún dormiu, as mulheres foram insultá-la, dizendo que ela era um animal e revelando que suas coisas estavam escondidas no celeiro. Oyá encontrou então sua pele e seus chifres. Assumiu a forma de búfalo e partiu para cima de todos, poupando apenas seus filhos. Decidiu voltar para a floresta, mas não permitiu que os filhos a acompanhassem, porque era um lugar perigoso. Deixou com eles seus chifres e orientou-os para, em caso de perigo, bater as duas pontas; com esse sinal ela viria socorrê-los imediatamente. É por esse motivo que os chifres estão presentes nos assentamentos de Oyá.
Oyá é dividida em nove partes
Antes de tornar-se esposa de Ṣàngó, Oyá vivia com Ògún. Ela vivia com o ferreiro e ajudava-o em seu ofício, principalmente manejando o fole para ativar o fogo na forja. Certa vez Ògún presenteou Oyá com uma varinha de ferro, que deveria ser usada num momento de guerra. A varinha tinha o poder de dividir em sete partes os homens e em nove partes as mulheres. Ògún dividiu esse poder com a mulher.
Na mesma aldeia morava Ṣàngó, ele sempre ia à oficina de Ògún apreciar seu trabalho e em várias oportunidades arriscava olhar para sua bela mulher. Ṣàngó impressionava Oyá por sua majestade e elegância. Um dia os dois fugiram para longe de Ògún, que saiu enciumado e furioso em busca dos fugitivos. Quando Ògún os encontrou, houve uma luta de gigantes. Depois de lutar com Ṣàngó, Ògún aproximou-se de Oyá e a tocou com sua varinha, e nesse mesmo tempo Oyá tocou Ògún também, foi quando o encanto aconteceu: Ògún dividiu-se em sete partes, recebendo o nome de Ògún Mejê, e Oyá foi dividida em nove partes, sendo conhecida como Oyá, “Iyámesan”, a mãe transformou-se em nove.
Oyá transforma-se num búfalo
Ògún caçava na floresta quando avistou um búfalo, ficou na espreita, pronto para abater a fera, qual foi sua surpresa ao ver que, de repente, de sob a pele do búfalo saiu uma mulher linda, era Oyá. E não se deu conta de estar sendo observada.
Ela escondeu a pele de búfalo e caminhou para o mercado da cidade. Tendo visto tudo, Ògún aproveitou e roubou a pele, então escondeu a pele de Oyá num quarto de sua casa, depois foi ao mercado ao encontro da bela mulher. Estonteado por sua beleza, Ògún cortejou Oyá.
Pediu-a em casamento, ela não respondeu e seguiu para floresta, mas lá chegando não encontrou a pele, voltou ao mercado e encontrou Ògún, ele esperava por ela, mas fingiu nada saber.
Negou haver roubado o que quer que fosse de Oyá, de novo, apaixonado, pediu Oyá em casamento, Oyá, astuta, concordou em se casar e foi viver com Ògún em sua casa, mas fez as suas exigências: ninguém na casa poderia referir-se a ela fazendo qualquer alusão a seu lado animal. Nem se poderia usar a casca do dendê para fazer o fogo, nem rolar o pilão pelo chão da casa.
Ògún ouviu seus apelos e expôs aos familiares as condições para todos conviverem em paz com sua nova esposa. A vida no lar entrou na rotina. Oyá teve nove filhos e por isso era chamada Oyá, a mãe dos nove.
Mas nunca deixou de procurar a pele de búfalo, as outras mulheres de Ògún cada vez mais se sentiam enciumadas, quando Ògún saía para caçar e cultivar o campo, elas planejavam uma forma de descobrir o segredo da origem de Oyá.
Assim, uma delas embriagou Ògún e este revelou o mistério, e na ausência de Ògún, as mulheres passam a cantarolar coisas, coisas que sugeriam o esconderijo da pele de Oyá e coisas que aludiam ao seu lado animal.
Um dia, estando sozinha em casa, Oyá procurou em cada quarto, até que encontrou sua pele, ela vestiu a pele e esperou que as mulheres retornassem. E então saiu bufando, dando chifradas em todas, abrindo-lhes a barriga.
Somente seus nove filhos foram poupados, e eles, desesperados, clamavam por sua benevolência. O búfalo acalmou-se, os consolou e depois partiu. Antes, porém, deixou com os filhos o seu par de chifres.
Num momento de perigo ou de necessidade, seus filhos deveriam esfregar um dos chifres no outro, e Oyá, estivesse onde estivesse, viria rápida como um raio em seu socorro.
Oyá é traída pelo Carneiro
Um dia Ọ̀ṣún e outro alguém queriam fazer mal a Oyá, Colocaram o feitiço num bracelete de Ọ̀ṣún e o puseram dentro de uma caixa para que fosse entregue a Oyá.
Agbò, então, foi chamado para levá-lo a Oyá, Agbò era o dono dos carneiros, dono dos agbò. Tudo o que ocorria no palácio era espalhado por meio da língua de Agbò, o Carneiro, mas Oyá, com sua arguta intuição, pressentiu o que lhe vinha por meio de Agbò.
Ela, então, foi ao encontro do Carneiro e na forma de um vento abriu a caixa e trocou o bracelete por um pequeno pássaro. Agbò foi um instrumento contra Oyá, mas Oyá sentiu-se traída por ele.
Desde então Oyá odeia carneiros e não aceita nem se quer comê-los.
Oyá dá à luz Egungum
Oyá não podia ter filhos, procurou o conselho de um babaláwo, ele revelou-lhe que somente teria filhos quando fosse possuída por um homem com violência.
Um dia Ṣàngó a possuiu assim e dessa relação Oyá teve nove filhos, desses filhos, oito nasceram mudos. Oyá procurou novamente o babaláwo, ele recomendou que ela fizesse oferendas.
Tempos depois nasceu um filho que não era mudo, mas tinha uma voz estranha, rouca, profunda, cavernosa. Esse filho foi Egungum, o antepassado que fundou cada família. Foi Egungum, o ancestral que fundou a cidade.
Hoje, quando Egungum volta para dançar entre seus descendentes, usando suas ricas máscaras e roupas coloridas, somente diante de uma mulher ele se curva. Somente diante de Oyá se curva Egungum.
Oyá inventa o rito funerário do aeè
Vivia em terras de keto um caçador chamado Odulesè, era o líder de todos os caçadores, ele tomou por sua filha uma menina nascida em Irá, que por seus modos espertos e ligeiros era conhecida por Oyá.
Oyá tornou-se logo a predileta do velho caçador, conquistando um lugar de destaque naquele povo. Mas um dia a morte levou Odulesè, deixando Oyá muito triste.
A jovem pensou numa forma de homenagear o seu pai adotivo, reuniu todos os instrumentos de caça de Odulesè e enrolou-os num pano. Também preparou todas as iguarias que ele tanto gostava de saborear. Dançou e cantou por sete dias, espalhando por toda parte, com seu vento, o seu canto, fazendo com que se reunissem no local todos os caçadores da terra.
Oyá embrenhou-se mata adentro e depositou ao pé de uma árvore sagrada os pertences de Odulesè. Ọlọrun, que tudo via, emocionou-se com o gesto de Oyá e deu-lhe o poder de ser a guia dos mortos no caminho do Ọ̀run.
Transformou Odulesè em Òrìsà e Oyá na Mãe dos espaços dos espíritos. Desde então todo aquele que morre tem seu espírito levado ao Ọ̀run por Oyá. Antes, porém, deve ser homenageado por seus entes queridos, numa festa com comidas, canto e danças. Nasceu assim o funerário ritual do aeè.
Oyá recebe o nome de Oyá, mãe dos nove filhos
Oyá desejava ter filhos, mas não podia conceber Oyá foi consultar um babaláwo e ele mandou que ela fizesse um Ẹbọ.
Ela deveria oferecer um carneiro, um agutà, muitos búzios e muitas roupas coloridas.
Oyá fez o sacrifício e teve nove filhos. Quando ela passava, indo em direção ao mercado, o povo dizia:
"Lá vai Oyá".
Lá ia Oyá, que quer dizer mãe nove vezes.
E lá ia ela toda orgulhosa ao mercado vender azeite-de-dendê. Oyá não podia ter filhos, mas teve nove, depois de sacrificar um carneiro. E em sinal de respeito por seu pedido atendido
Oyá, a mãe de nove filhos, nunca mais comeu carneiro.
Oyá ganha de Obaluayè o reino dos mortos
Certa vez houve uma festa com todas as divindades presentes. Omulu- Obaluayè chegou vestindo seu capucho de palha. Ninguém o podia reconhecer sob o disfarce e nenhuma mulher quis dançar com ele. Só Oyá, corajosa, atirou-se na dança com o Senhor da Terra.
Tanto girava Oyá na sua dança que provocava vento. E o vento de Oyá levantou as palhas e descobriu o corpo de Obaluayè. Para surpresa geral, era um belo homem.
O povo o aclamou por sua beleza. Obaluayè ficou mais do que contente com a festa, ficou grato. E, em recompensa, dividiu com ela o seu reino. Fez de Oyá a rainha dos espíritos dos mortos.
Rainha que é Oyá Igbalè, a condutora dos Egun. Oyá então dançou e dançou de alegria. Para mostrar a todos seu poder sobre os mortos, quando ela dançava agora, agitava no ar o Iruquerè, o espanta-mosca com que afasta os Egun para o outro mundo.
Rainha Oyá Igbalè, a condutora dos espíritos. Rainha que foi sempre a grande paixão de Omulu.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Ògún

Ògún (em português: Ogum) é, na mitologia Yorùbá, o Òrìṣà ferreiro, senhor dos metais. O próprio Ògún forjava suas ferramentas, tanto para a caça, como para a agricultura, e para a guerra. Na África seu culto é restrito aos homens, e existiam templos em Ondo, Ekiti e Oyó. Era o filho mais velho de Odùduwà, o fundador de Ifé, identificado no jogo do merindilogun pelos Odù EtaOgundá, Odí e Ogundá.

É também chamado por Ògún, Ogoun, Gu, Ogou, Ogun e Oggún. Sua primeira aparição na mitologia foi como um caçador chamado Tobe Ode. É considerado o Òrìṣà ferreiro, Senhor dos metais, responsável por forjar suas próprias ferramentas, tanto para a caça como para a agricultura e para a guerra. Na África seu culto é restrito aos homens, existiam templos os estados de
Ondo, Ekiti e Oyo.

É filho de Odùduwà e Yembo, irmão de Ṣangô, Òṣòssi, Òsun e Eleggua. Ògún é o filho mais velho de Odùduwà, o herói civilizador que fundou a cidade de Ifé. Quando Odudua esteve temporariamente cego, Ògún tornou-se seu regente em Ifé.

Ògún é um Òrìṣà importantíssimo na África e no Brasil. Sua origem, de acordo com a história, data de eras remotas. Ògún é o último imolé.

Os Igba-Imolé eram os duzentos deuses da direita que foram destruídos por Olodumaré após terem agido mal. A Ògún, o único Igba Imolé que restou, coube conduzir os Irun Imole, os outros quatrocentos deuses da esquerda.

Foi Ògún quem ensinou aos homens como forjar o ferro e o aço. Ele tem um molho de sete instrumentos de ferro: alavanca, machado, pá, enxada, picareta, espada e faca, com as quais ajuda o homem a vencer a natureza.

O guerreiro

Era um guerreiro que brigava sem cessar contra os reinos vizinhos. Dessas expedições, ele trazia sempre um rico espólio e numerosos escravos. Guerreou contra a cidade de Ará e a destruiu. Saqueou e devastou muitos outros estados e apossou-se da cidade de Irê, matou o rei, aí instalou seu próprio filho no trono e regressou glorioso, usando ele mesmo o título de Oníìré, "Rei de Irê". Tem semelhança com o vodum Gu.

Ògún era o filho predileto de Odùduwà; essa preferência devia-se à sua abnegação, pois, quando estava construindo o mundo, esparramando terra com sua espada de cristal para formar os continentes, a mesma partiu-se; mas ele não desanimou e voltou para continuar o trabalho com sua espada de ferro. Essa afinidade fica evidente quando Odùduwà vem ao mundo e é amparado e escoltado por Ògún nas festas grandes nos terreiros. A primeira cidade que Ògún construiu foi Irê, deixando seu filho na chefia do governo, em seguida partiu para fundar ou conquistar outras cidades. Muito tempo depois, ele retornou, mas teve a impressão de que ninguém o reconheceu e ficou colérico. Naquele dia, por fatal coincidência, acontecia uma cerimônia onde não era permitido falar, o que teria causado a Ogum a Impressão de que o estavam desprezando. Outra lenda afirma que ele não teria reconhecido a cidade que fundara, tratando a população como inimiga. Enfurecido Ògún foi dizimando a todos. Mais, tarde, quando seu filho pôde falar com ele, então percebeu o erro, mas já era tarde demais. O guerreiro ficou tão arrependido que preferiu morrer. Assim, ele baixou sua espada em direção ao chão e, da mesma maneira que a utilizara para destruir seus inimigos, com um gesto violento abriu um grande buraco no chão e afundou terra adentro. Esta emoção, somada à força do guerreiro, transformou Ògún num Orixá. Ògún é o Òrìṣà guerreiro da Nação Nàgó, defende as leis e a ordem, representa todas as batalhas da vida humana, na luta pelo dia-a-dia, está presente em tudo aquilo em que é preciso lutar para se alcançar a vitória.

Com Ògún os homens aprenderam a manufaturar o ferro e o aço, a Ògún pertence o "obé" - a faca utilizada para os sacrifícios

Alguns Oriṣás que pesquisamos:

Ògún Avagã ou Ògún Olóde = Ligado ao Bara seu assentamento fica do lado de fora do templo, geralmente na frente da casa, é o Ògún  caçador. Uma divindade solitária.

Ògún Meje
= É o mais velho de todos os Ògún, geralmente recebe oferendas em campos como lado de fora de cemitérios ou encruzilhadas.

Ôgúnjá = é um Ògún, como indica seu nome, particularmente combativo.

Ògún Ajàká = É o “Ògún guerreiro”, o sanguinário.


Ògún Lebede
(Alagbede) = É o Ògún ferreiro.


Ògún Oniré ou Onira
= É o título do filho do Ògún que reinou sobre Iré, o dono de Iré, primeiro filho de Odúduwà.

Ògún Adjiolaiá = Ògún que faz juntó com òṣún e algumas vezes com Yemonjá
.

Saudação: Ogunhê
Dia da Semana:
Segunda-feira para Ògún Avagà, Quinta-feira para os demais.
Número:
07 e seus múltiplos

Cor: Azul escuro, podendo acompanhar vermelho ou amarelo dependendo do Ògún, sendo Vermelho x Verde para Avagà.


Guia:
Vermelho e Verde escuro para Ògún Avagà, azul marinho para os demais, ou azul marinho com vermelho para Ògún Onira, azul marinho com azul claro ou amarelo para Ògún Adjiolaiá..

Oferenda:
Costela bovina frita e farofa de farinha de mandioca, dependendo do Ògún a costela pode ser frita no Epo Pupa, algumas famílias oferecem a feijoada, mas preferimos a carne que representa a caça.

Ferramentas: Alicate, espada, faca, bigorna, búzios, moedas, martelo, tenaz, lança, ferradura, entre outros


Ave:
Galo prateado (penas pretas e brancas)

Quatro pé:
Cabrito malhado

Sete folhas mais utilizada para Ogum: Iji opé, Ida orixá, Atoribé, Okiká, Ojusaju, Peregun, Ewurô


Ògún mata seus súditos e é transformado em Òrìsà
Ògún, filho de Oduduwá , sempre guerreava, trazendo o fruto da vitória para o reino de seu pai. Amante da liberdade das aventuras amorosas foi com uma mulher chamada Ojá que Ògún teve seu filho Òṣòssi. Depois amou Oyá, Ọ̀ṣún e Obá, as três mulheres de seu rival, Ṣàngó. Ògún seguiu lutando e tomou para si a coroa de Irê, que na época era composto de sete aldeias. Era conhecido como o Onirê, o rei de Irê, deixando depois o trono para seu próprio filho.
Ògún era rei de Irê, Oni Ire, Ògún Onirê. Ògún usava a coroa sem franjas chamada acorô. Por isso também era chamado de Ògún Alacorô. Conta-se que, tendo partido para a guerra, Ògún retornou a Ire depois de muito tempo. Chegou num dia em que se realizava um ritual sagrado. A cerimônia exigia a guarda do silêncio total. Ninguém podia falar com ninguém. Ninguém podia dirigir o olhar para ninguém.
Ògún sentia sede e fome, mas ninguém o atendia. Ninguém o ouvia ninguém falava com ele. Ògún pensou que não havia sido reconhecido. Ògún sentiu-se desprezado. Depois de ter vencido a guerra, sua cidade não o recebia. Ele, o rei de Ire! Não reconhecido por sua própria gente! Humilhado e enfurecido, Ògún, com sua espada em punho, pôs a destruir tudo e a todos. Cortou a cabeça de seus súditos. Ògún lavou-se com sangue. Ògún estava vingado. Então a cerimônia religiosa terminou e com ela a imposição de silêncio foi suspensa.
Imediatamente o filho de Ògún, acompanhado por um grupo de súditos, ilustres homens salvos da matança, veio à procura do pai. Eles renderam as homenagens devidas ao rei e ao grande guerreiro Ògún. Saciaram sua fome e sua sede. Vestiram Ògún com roupas novas, cantaram e dançaram para ele. Mas Ògún estava inconsolável. Havia matado os habitantes de sua cidade. Não se dera conta das regras de uma cerimônia tão importante para todo o reino. Ògún sentia que já não podia ser o rei. E Ògún estava arrependido de sua intolerância, envergonhado por tamanha precipitação. Ògún fustigou-se dia e noite em autopunição.
Não tinha medida o seu tormento, nem havia possibilidade de auto compaixão. Ògún então enfiou sua espada no chão e num átimo de segundo a terra se abriu e ele foi tragado solo abaixo. Ògún estava no Ọ̀run, o céu dos deuses. Não era mais humano. Tornara-se um Òrìsà.

Ògún cria a forja
Ògún e seus amigos Alaká e Ajero foram consultar Ifá, queriam saber uma forma de se tornarem reis de suas aldeias, após a consulta foram instruídos a fazer Ẹb, e a Ògún foi pedido um cachorro como oferenda.

Tempos depois, os amigos de Ògún tornaram-se reis de suas aldeias, mas a situação de Ògún permanecia a mesma. Preocupado, Ògún foi novamente consultar Ifá, e o adivinho recomendou que refizesse o Ẹb
, ele deveria sacrificar um cão sobre sua cabeça e espalhar o sangue sobre seu corpo, a carne deveria ser cozida e consumida por todo seu Egbé, depois, deveria esperar a próxima chuva e procurar um local onde houvesse ocorrido uma erosão, ali devia apanhar da areia negra e fina e colocá-la no fogo para queimar.

Ansioso pelo sucesso, Ògún fez o Ẹbọ enquanto isso acontecia, Èṣù, travesso que era, e para sua surpresa, ao queimar aquela areia, ela se transformou na quente massa que se solidificou em ferro, o ferro era a mais dura substância que ele conhecia, mas era maleável enquanto estava quente. Ògún passou a modelar a massa quente, Ògún forjou primeiro uma tenaz, um alicate para retirar o ferro quente do fogo, e assim era mais fácil manejar a pasta incandescente.

Ògún então forjou uma faca e um facão, satisfeito, Ògún passou a produzir toda espécie de objetos de ferro, assim como passou a ensinar seu manuseio, veio fartura e abundância para todos.

Dali em diante Ògún Alagbedé, o ferreiro, mudou, muito prosperou e passou a ser saudado como Aquele que Transforma a Terra em Dinheiro.

Ògún
dá aos homens o segredo do ferro
Na Terra criada por Obàtálá, em Ifé, os Òrìsàs e os seres humanos trabalhavam e viviam em igualdade. Todos caçavam e plantavam usando frágeis instrumentos feitos de madeira, pedra ou metal mole, por isso o trabalho exigia grande esforço.

Com o aumento da população de Ifé, a comida andava escassa, era necessário plantar uma área maior. Os Òrìsà então se reuniram para decidir como fariam para remover as árvores do terreno e aumentar a área da lavoura.

Òsanyìn, o Òrìsà da medicina, dispôs-se a ir primeiro e limpar o terreno, mas seu facão era de metal mole e ele não foi bem sucedido. Do mesmo modo que Òsanyìn, todos os outros Òrìsàs tentaram um por um e fracassaram na tarefa de limpar o terreno para o plantio.

Ògún, que conhecia o segredo do ferro, não tinha dito nada até então, quando todos os outros Òrìsàs tinham fracassado, Ògún pegou seu facão, de ferro, foi até a mata e limpou o terreno. Os Òrìsà, admirados, perguntaram a Ògún de que material era feito tão resistente facão, Ògún respondeu que era de ferro, um segredo recebido de Orumiláia.

Os Òrìsàs invejavam Ògún pelos benefícios que o ferro trazia, não só à agricultura, mas como à caça e até mesmo à guerra. Por muito tempo os Òrìsàs importunaram Ògún para saber do segredo do ferro, mas ele mantinha o segredo só para si.

Os Òrìsàs decidiram então oferecer-lhe o reinado em troca de que ele lhes ensinasse tudo sobre aquele metal tão resistente, Ògún aceitou a proposta. Os humanos também vieram a Ògún pedir-lhe o conhecimento do ferro, e Ògún lhes deu o conhecimento da forja, até o dia em que todo caçador e todo guerreiro tiveram suas lanças de ferro.

Mas, apesar de Ògún ter aceitado o comando dos Òrìsàs, antes de mais nada ele era um caçador, certa ocasião, saiu para caçar e passou muitos dias fora numa difícil temporada, quando voltou da mata, estava sujo e maltrapilho. Os Òrìsàs não gostaram de ver seu líder naquele estado, eles o desprezaram e decidiram destituí-lo do reinado.
Ògún se decepcionou com os Òrìsàs, pois, quando precisaram dele para o segredo da forja, eles o fizeram rei e agora dizem que não era digno de governá-los, então Ògún banhou-se, vestiu-se com folhas de palmeira desfiadas, pegou suas armas e partiu, num lugar distante chamado Irê, construiu uma casa embaixo da árvore de acocô e lá permaneceu.
Os humanos que receberam de Ògún o segredo do ferro não o esqueceram. Todo mês de dezembro, celebram a festa de Iudê-Ògún. Caçadores, guerreiros, ferreiros e muitos outros fazem sacrifícios em memória de Ògún.

Ògún
é o senhor do ferro para sempre.

Ògún
torna-se o rei de Irê.
Quando Oduduwá reinava em Ifé, mandou seu filho Ògún guerrear e conquistar os reinos vizinhos. Ògún destruiu muitas cidades e trouxe para Ifé muitos escravos e riquezas, aumentando de maneira fabulosa o império de seu pai. Um dia, Ògún lançou-se contra a cidade de Irê, cujo povo o odiava muito. Ògún destruiu tudo, cortou a cabeça do rei de Irê e a colocou num saco para dá-la a seu pai. Alguns conselheiros de Oduduwá souberam do presente que Ògún trazia para o rei seu pai. Os conselheiros disseram a Oduduwá que Ògún desejava a morte do próprio pai para usurpar-lhe a coroa. Todos sabem que um rei deve ver a cabeça decapitada de outro rei. Ògún não conhecia esse tabu. Oduduwá imediatamente enviou uma delegação para encontrar Ògún fora dos portões da cidade. Após muitas explicações, Ògún concordou em entregara cabeça do rei de Irê aos mensageiros de Oduduwá . O perigo havia acabado. Ògún fora encontrado antes de chegar ao palácio de seu pai. Como Oduduwá queria recompensar o seu filho mais querido, presenteou Ògún com o reino de Irê e todos os prisioneiros e riquezas conquistadas naquela guerra.
Assim Ògún tornou-se o Onirê, o rei de Irê.

Ògún
livra um pobre de seus exploradores.
Um pobre homem peregrinava por toda parte, trabalhando ora numa, ora noutra plantação. Mas os donos da terra sempre o despediam e se apoderava de tudo o que ele construía. Um dia esse homem foi a um Babalawo, que o mandou fazer um Ẹbọ na mata. Ele juntou o material e foi fazer o despacho, mas acabou fazendo tal barulho que Ògún, o dono da mata, foi ver o que ocorria. O homem, então, deu-se conta da presença de Ògún e caiu a seus pés, implorando seu perdão por invadir a mata. Ofereceu-lhe todas as coisas boas que ali estavam. Ògún aceitou e satisfez-se com o Ẹbọ. Depois conversou com o peregrino, que lhe contou por que estava naquele lugar proibido. Falou-lhe de todos os seus infortúnios. Ògún mandou que ele desfiasse folhas de dendezeiro, mariwo, e as colocasse nas portas das casas de seus amigos, marcando assim cada casa a ser respeitada, pois naquela noite Ògún destruiria a cidade de onde vinha o peregrino. Seria destruído até o chão. E assim se fez.
Ògún destruiu tudo, menos as casas protegidas pelo mariwo.

Ògún
chama a Morte para ajudá-lo numa aposta com Ṣàngó.
Ògún e Ṣàngó nunca se reconciliaram. Vez por outra se digladiavam nas mais absurdas querelas. Por pura satisfação do espírito belicoso dos dois. Eram os dois, magníficos guerreiros. Certa vez Ògún propôs a Ṣàngó uma trégua em suas lutas, pelo menos até que a próxima lua chegasse.
Ṣàngó fez alguns gracejos, Ògún revidou, mas decidiram-se por uma aposta, continuando assim sua disputa permanente. Ògún propôs que ambos fossem a praia e recolhessem o maior número de búzios que conseguissem. Quem juntasse mais, ganharia. E quem perdesse daria ao vencedor o fruto da coleta. Puseram-se de acordo.
Ògún deixou Ṣàngó e seguiu para a casa de Oyá, solicitando-lhe que pedisse a Iku que fosse à praia no horário que tinha combinado com Ṣàngó. Oyá aquiesceu, mas exigiu uma quantia em ouro como pagamento, que recebeu prontamente. Na manhã seguinte, Ògún e Ṣàngó apresentaram-se na praia e imediatamente o enfrentamento começou. Cada um ia pegando os búzios que achava. Vez por outra se entreolhavam. Ṣàngó cantarolava sotaques jocosos contra Ògún. Ògún, calado, continuava a coleta. O que Ṣàngó não percebeu foi a aproximação de Iku. Ao erguer os olhos, o guerreiro deparou com a morte, que riu de seu espanto. Ṣàngó soltou o saco da coleta, fugindo amedrontado e escondendo-se de Iku. À noite Ògún procurou Ṣàngó, mostrando seu espólio. Ṣàngó, envergonhado, abaixou a cabeça e entregou ao guerreiro o fruto de sua coleta.



Pai José Bispo dos Santos ou Bobó de Iansã veio de salvador Bahia, se não me engano e se instalou primeiro no rio de janeiro, dono do ilé - Ilê Oyá Mesan Orun.
Mais tarde ele veio para SP, trazendo o Èṣù xorokwé, como era de costume sempre dizia que de osé no igba de Èṣù sorokwé do ògún, e assim foi que nasceu o ògún xorokwé.
(História contada por tata Matâmoride, filho de Kaobakessy.)

Saiba mais sobre o Èṣù (Òrìsà)
Xorokwé foi um guerreiro e feiticeiro, que devo ter lido em algum itãn de ifá, que dizia quem foi, ele se assemelha a Èṣù. Que não é ògún, sendo que Xorokwé começou a ser cultuado como Èṣù entre o povo Jeje Mahi, o Èṣù de ògún, pois ele é extremante esperto, bruto e malvado, ligado a torturas e sem piedade alguma. Difícil de lidar e cuidar, do tipo enquanto ògún é guerreiro e luta com honra, o vodun xorokwé, não tinha isso, ele passaria por cima de todos e tomaria as medidas conforme quisesse sem levar em consideração trazer escravos, mataria a todos da pior forma possível, do tipo sangue nos olhos.
Para ter idéia da sua personalidade, se não lhe agrada o que lhe foi ofertado ele pune seus filhos com desgraças.

Sua cor é azulão com vermelho.


Por isso pouco mexiam com ele, por falta de maior esclarecimento quem sabe ele pulou do Jeje Mahi para a Angola, sendo cultuado como Òrìsà dentro da angola e mais tarde no ketu.Hoje ele é cultuado na Angola e no ketu como todos sabem, um meta - meta, mas sua origem é outra.

TIKTOK ERICK WOLFF