sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Homenagem ao Ilê Axé Opô Afonjá

Foto: Carla Rogado/FCP
Políticos às vésperas eleitorais homenageiam todas as vertentes religiosas, há alguns dias atrás houve uma homenagem em São Paulo aos sacerdotes na Câmera Municipal. E agora no último dia 24, segunda feira, o Parlamento homenageia um dos mais antigos e famosos templos de candomblé do Brasil o  Ilê Axé Opô Afonjá. Fundado em 1910, por Eugênia Ana dos Santos - a Mãe Aninha, atualmente sob o cargo da Mãe Stella de Oxóssi.

Esta Iyalorixá ficou famosa não somente pela regência deste templo, mas pela sua luta contra a miscigenação da cultura Afrobrasileira e o fim do sincretismo mortal que fere a nossa tradição. Porem contraditoriamente nós somos obrigados a ver um órgão público que se diz pertencer a um “País Laico”, carregar um crucifixo acima da mesa dos Parlamentares, se o País realmente é “Laico”, o que é que aquele crucifixo está fazendo em cima da cabeça das pessoas? Cadê a Imagem do Buda, Shiva, onde estão nossos Búzios e ferramentas penduradas nas paredes do Parlamento?

Onde um órgão público jamais deveria carregar um símbolo religiosa, seja cristão ou afrodescende, ele jamais  deveria ter um crucifixo para lembrar que as pessoas  estão submissas a uma única fé, não pertencemos  a religião crista e não precisamos nos ajoelhar perante os símbolos do cristianismo.



Por Erick Wolff8

terça-feira, 17 de agosto de 2010

O MITO DA FEIJOADA NA COZINHA DOS ESCRAVOS

A riqueza da religião afro sofre com a ignorância cultural brasileira, para muitos o culto teve inicio dentro das senzalas, porem como seria possível manter um ritual com recolhimento, banhos sagrados e até mesmo sacrifícios enclausurado numa senzala em condições sub-humanas... Além da situação degradante do negro que mal possuía a roupa do corpo, onde levaria a sua navalha e Ọ̀be (faca de corte para sacrifícios animais)? E como corrigir esta falta de conhecimentos se até nas escolas passam informação errada. Veja por que;

A feijoada típica brasileira, confundida com comida dos escravos, gera um erro fatal para a culinária e uma amputação histórica. Convencionou-se que a feijoada era servida nas senzalas, contam nas escolas e nos grandes restaurantes que os escravos cozinhavam  o único grão destinado a eles, o feijão preto, unindo resto de animais que não eram servidos na mesa dos senhores. Após abolição este prato ficou conhecido e atualmente é apreciado pelos brasileiros e turistas, que comem pensando que os escravos daquela época eram muito bem tratados, numa suculenta e bela “Feijoada”...

Para conhecimento geral o "feijão-preto", aquele que encontramos na tradicional feijoada, é de origem sul-americana. A partir de meados do século XVI, o comércio introduziu uma variedades de feijão na colônia, alguns grãos africanos, mas também um feijão consumido em Portugal, conhecido como feijão-fradinho, aquele usado para o tradicional Àkàrà (Acarajé como é conhecido). E segundo a opinião do português Gabriel Soares de Souza, expressa em 1587: o feijão do Brasil, o preto, era o mais saboroso, caindo no gosto dos portugueses, que logo começaram a tornar famoso o grão pretinho da feijoada.
O tradicional Àkàrà

Segundo dados da época, até mesmo os povos indígena apreciavam o feijão preto, que somava a importância do grão para toda a população brasileira já no inicio do século XIX. Qualquer um que chegasse ao Brasil apreçaria iguarias compostas por feijão-preto, como o feijão cozido com polpa de coco, que foi servido para o príncipe Maximiliano de Wied-Neuwied na Bahia, em 1816, e adorou. Em meados de 1845 comentaristas da época afirmavam que o feijão fazia parte da mesa dos baianos inclusive escravos, seguido de toucinho e uma variedade de carnes.

A realeza instalada no Brasil comprou em um açougue de Petrópolis, no dia 30 de abril de 1889, carne verde (fresca), carne de porco, lingüiça, lingüiça de sangue, rins, língua, coração, pulmões, tripas, entre outras carnes. Baseado no reflexo da nossa própria cultura religiosa que usa na atualidade vestes baseadas na corte como saias rodadas, bombacha, coroa, apetrechos da realeza e mais algumas jóias. A comida também reflete o luxo daquela época, e a feijoada como uma iguaria da corte virou o prato principal do Òrìṣà Ógún, este mesmo grão pode ser encontrado até mesmo em algumas comidas servidas para o Òrìṣà Xapanã.

O livro "O cozinheiro imperial", de 1840, assinado por R. C. M., traz receitas para cabeça e pé de porco, além de outras carnes – com a indicação de que sejam servidas a “altas personalidades”. Deixando claro para o público atual que a famosa feijoada não era uma comida destinada aos escravos, ao contrario disso era apreciada por nobres da  corte brasileira e visitantes estrangeiros.
Fonte - http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/historia-da-feijoada/historia-da-feijoada.php

Por Erick Wolff8

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Quem somos?

Logo alguém baterá à sua porta e fará muitas perguntas, mas o que será que a população irá responder? Chegou o momento do brasileiro não ter vergonha da sua fé!

As religiões de Matriz Africana, não são consideradas bruxaria ou seita de baixa luz, o estereótipo errado e infundido sobre qualquer  vertente desta cultura, deve ser apagado dos registros, os sacerdotes devem ser reconhecidos e devem se impor perante a população, saindo do anonimato e vislumbrando seu devido lugar.

Já sem tempo à perder, está na hora dos membros de cada “Templo” levar o nome  do seu sacerdote para o “Censo” que irá ajudar, a saber, quem é e o que fazem nesta terra escolhida pelas divindades  africanas. Não tenham medo de sair  da obscuridade e ilegalidade, todos usufruirão mais com a devida documentação do que na clandestinidade.

Por isso é chagada a hora de se apresentarem sem medo e sem dúvidas.

Fale quem realmente cada um é perante o seu Irúnmole.

TIKTOK ERICK WOLFF