quinta-feira, 21 de julho de 2011

Orixás do Orun ao Ayê

Bábá Erick
22 /07/2011



Acabei de ler o livro, Orixás do Orun ao Ayê, da
editora Marco Zero, considero um livro perigoso para a familia tradicional afro-brasileira, com muitos erros de informação, deixando uma margem de duvida, será que quem leu o livro na editora para aprovar, entende do assunto?
O livro visualmente está lindo, parabéns para  a editora pelo belo trabalho e pela qualidade da obra, apesar da entonação sensual, é possível imaginar que foi mais jogo de marketing do que falta de conhecimento.

Porem são muitos itens que contradizem a cultura Yorùbá, não consegui entender de onde retiraram tantos absurdos e o que pensavam as fontes referenciadas para oferecer tais conceitos para o livro? Claro que o autor deve conhecer muito pouco sobre a cultura Yorùbá, entre tantos absurdos registrados por escritores, este livro deve ser um dos piores, sabemos que o único a fornecer o sopro da vida é Ọlọ́run, sem ele não seriamos nada, além de terra e água, segundo os Ìtàn da cultura Yorùbá. Veja os pontos mais críticos desta obra;
  1. E proporcionou ao novo ser o dom de dar a vida a qualquer coisa.(Pg. 12)


Isso nunca ocorreu, não sei de onde retiraram isso!!!!

  1. Feliz com que havia criado e por não estar mais sozinho, Olorun decide criar os orixás.
    a todos Oxalá dava a vida com seu sopro.(pg. 13)

  1. Moldados pelo Deus supremo Olorun e trazidos à vida pelo primeiro orixá, oxalá.(pg. 14)

Outro conceito errado, não é verdade que ocorreu isso!

 
  1. Quem poderia imaginar? Terra firme sobre a água.
    Eu fiz isso.
    Eu criei a terra!
    (pg. 36)


Odùdùwà não criou o Ayê, ele simplesmente manipulou os elementos.
  1. Nanã diz – è terra molhada do fundo do rio, mas pode chamar de  barro.
    Oxalá diz – Mas por que você desenterrou essa porcaria, Nanã?
    (pg. 46)


É um absurdo esta frase.

  1. Olorun diz à Oxalá – Dê a vida também aos defeituosos.(pg. 54)

Jamais Oxalá deu a vida  a ser algum, todos passamos por
Ọlọ́run para receber o sopro da vida.

São tantos  erros gravíssimos que encontrei no livro, todos citados acima, levando em conta a responsabilidade e seriedade do mesmo, eu fico preocupado com o que foi publicado...

Mas o mais importante, mesmo, é que jamais foi dado o poder a Obàtálá de dar a vida a ser algum, sendo que este conceito é erradíssimo, pois cabe apenas  a Olódúmarè, reconhecido por toda  a cultura Yorùbá, como o senhor do universo, que jamais concedeu o poder de dar vida  a ser algum nem do Òrun ou do Àiyé, pois o sopro da vida vem direto de Ọlọ́run. E nem uma divindade tem o poder  de animar um ser  vivo ou qualquer divindade, quanto mais criar divindades.

Segundo o comentário do escritor Luiz L. Marins, estudiosos da cultura Yorùbá.

“O conceito está todo errado...
O ayê é a vida no mundo físico, não o mundo físico propriamente dito.
O mundo físico, sem vida, não é ayê, é apenas ilé.
Por isso é que eu afirmo que mesmo no mito de Oduduwa, ele nunca criou o ayê, ele apenas trouxe o ilè.”

Outro fator importante é que na pagina cinco (5), o autor mistura culturas como Bantu, Congo e Angola generalizando com as Yorùbá e Djedje, isso não existe, afinal no Brasil são culturas distintas, no máximo uma Angola que chega a cultua Orixás (Yorùbá), mas  isso está sendo corrigido entre os sacerdotes que estão definindo corretamente o que cultuam em suas casas.

As fontes do escritor foram muito controversas e este livro possui erros gravíssimos, que deveriam ser reconstruídos, antecipando que os brasileiros irão aprender errados os assuntos que foram maus colocados nesta obra.

Note – Òrìsànlá ou Obàtálá foi o primeiro ser criado, assim conta os Ìtàn Yorùbá, sendo que Ọlọ́run, apesar  de o chamarem de Olódúmarè ou Olodumarê, desconheço chamarem de Olodunmaré (sendo que a letra é não seria correto na língua Yorùbá), e Olodun deve ser um grupo de afoxé, que não teria  origem nesta divindade...

Orixás do Orun ao Ayê
Autor: Alex Mir, Caio Majdo, Omar Viñole
Editora: Marco Zero
N. de páginas:978-85-213-1675-6
ISBN:78

terça-feira, 19 de julho de 2011

A voz dos Òrìsà Afrosul

Erick Wolff8
19/07/2011


Hoje eu adquiri um CD, enviado por Silver dono da Web Rádio Atabaques, responsável pela distribuição e divulgação da obra do Mestre Borel, acredito que seja um dos Alagbè de maior destaque na cultura Afrosul, hoje eu percebi o por que... Afinal ele se preocupou de aproximar ao máximo a entonação das letras e palavras do Yorùbá, num Nação Afro-brasileira onde o dialeto usado é um Yorùbá arcaico e deformado, dado pelos anos e adulteração natural da falta do domínio da língua pelos brasileiros.

Devo frisar que, ao ouvi-lo foi fácil entender quando ele deseja expressar uma palavra ou outra, já que o Yorùbá possui várias entonações de uma mesma palavra, onde gera significados diferentes e muda totalmente o conceito da palavra, claro que depois de mais de cem anos de uma cultura fundada no Brasil sem a ajuda linguística dos Africanos, muito se perdeu fazendo com que muitos Orin (cantigas) perdessem seu sentido e ou significado, restando muito pouco do original e tornando-se impossível traduzir, uma perda cultura sem igual infelizmente.

Pena que não posso postar trechos do CD, mas posso afirmar que foi um dos melhores que já ouvi entre os
Alagbè do Sul, e entendo hoje o porque o Itaú Cultural gravou a sua voz eternizando o seu trabalho para o Brasil, infelizmente demorou tanto para chegar às minhas mãos, pois seria muito interessante poder conhece-lo.

No entanto fica aqui a minha homenagem ao
Alagbè Mestre Borel e a sua voz.  
Web Rádio Atabaques – www.radioatabaques.com.br (qualquer interessado poderá encontrar o CD Sirè de Oyò e Ijesá - Atabaque's Records - para comprar neste site).

Mestre Borel, morreu no dia 04 de julho de 2011, em Porto Alegre, aos 85 anos, Ele foi um destacado
Alagbè OmoSàngó iniciado na Nação Batuque Afrosul.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Mãe África: Três Rodas de Resistência Negra

A União de Negros pela Igualdade – UNEGRO, entidade do Movimento Negro Brasileiro, suprapartidária, pluriracial e plurireligiosa, busca estabelecer parcerias estratégicas com organizações civis e governamentais comprometidas com a luta contra o racismo, preconceito, discriminação e intolerâncias correlatas.

Convida à todos para o evento “Mãe África: Três Rodas de Resistência Negra”, que ira ocorrer no dia 17 de julho de 2011 das 9h00 às 16h00, na Quadra  G.R.C.S.E.S. UNIDOS DO PERUCHE Av. Ordem e Progresso, 1.061 - Próximo a Ponte do Limão - São Paulo/SP.
A atividade tem como meta o encontro das rodas de capoeira, das religiões de matriz africana e afrobrasileira, e das rodas de samba, tendo assim uma amostra da contribuição da população negra na cultura nacional e na formação da brasilidade. Para este 4º. Encontro, “As Três Rodas de Resistência Negra” se coloca como um veículo contra a desinformação, preconceito e discriminação que pesam sobre as manifestações culturais de origem africana.

Certo de poder contar com a valiosa presença, renovamos os nossos protestos estima e consideração.

COORDENAÇÃO SÃO PAULO
União de Negros pela Igualdade - UNEGRO

TIKTOK ERICK WOLFF