segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

O carnaval e a cultura afro-brasileira

Por Erick Wolff8
07/01/2013





Até quando o sacerdote afro-brasileiro irá tolerar que usem o sagrado durante o carnaval, o abuso e o excesso durante a data agride a nossa cultura e ao mesmo tempo expõe o que temos de sagrado.
Afoxé Iyá Ominibu abriu noite desta sexta-feira no Sambódromo do Anhembi,
Zona Norte de São Paulo (Foto: Cláudia Silveira/G1)


O carnaval nunca trouxe nada de positivo para a nossa cultura, que na verdade mistura muita gente pelada e bagunça, além de vinculam bebida e farra com o nosso culto.
Representação de Deuses Pagãos Africanos
na Comissão de Frente da Mangueira (Marquês da Sapucaí (RJ), 2012)


Há anos sofremos intolerância e nada muda, ninguém faz nada a favor da comunidade, além do abuso da população que passa dias bebendo e fazendo sexo vinculando nossas divindades e sagrado, sem que haja algum retorno para a comunidade que se queixa de crimes contra a raça e religião...


Enquanto o povo vai às ruas para se divertir, os terreiros são derrubados, os paramentos são quebrados e destruídos e o sagrados é estuprado nas passarelas do samba e nas ruas brasileiras...


Enquanto o sacerdote admite que usem o seu axé, o país o ignora como individuo e não reconhece a sua vocação e dedicação.

Se querem mesmo admitir que o seu sagrado seja usado desta forma, então cobrem dos que usam algo que realmente possa ser útil para a nossa comunidade, ou que ao menos ao usar o nosso  sagrado que revertam para  a comunidade religiosa parte do ganho, para que possamos usar em projetos e ou um museu de verdade que se dedique a nossa comunidade e exponha a nossa cultura.



domingo, 30 de dezembro de 2012

Feliz 2013

Por Bàbá Erick Òòsàálá
30/12/2012


O Ilê Axé Nagô Kobí, anuncia a abertura do ano com a presença e axé de todos os Orixás, sabemos que um ano não é regido por apenas uma divindade, e precisamos de todo o irunmole (divindades cultuadas por uma nação), para que possamos ter um ano prospero, feliz e com muita saúde. 

Pertencemos a cultura Òrìsàista, seguindo a tradição Yorùbá e suas divindades, por isso, é costume da nossa família anunciar quem irá abrir o ano que estás prestes a nascer.

Contudo é importante dizer que, não devemos criar expectativas e muito menos falsas previsões, pois uma nação não depende de um único ser ou divindade para reger, seria um erro abrir um oráculo para prever qualquer momento da história deste ano, basando-se num jogo vinculando o destino de uma nação, sem levar  em consideração a existência do destino de cada indivíduo, família, e,  ou descendência.

O poder de um sacerdote jamais poderá ser subestimado, pois nas mão dele pode haver o destino de um presidente, ou governador, parte destes sacerdote ter capacidade e sabedoria de lidar com as energias e divindades para chegar ao centro do problema e poder trazer luz e força para aquele indivíduo que está diante dele, isso somente os bons sacerdotes podem exercer com poder total do axé do orixá.


Como jamais o governo deveria ter ignorado a fé e o sacerdócio dos Bàbá e Iyá da nossa cultura, pois são grandes avatares que trouxeram na raça o culto e a tradição e é graças a eles que hoje lutamos pela nossa cultura e tradição.

E que Jakuta e Timboá traga à todos prosperidade, saúde, fartura e muito axé, esta é a previsão para o ano coletivo de 2013.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Nago kobi

O Nagô Kobí, Nàgó'kọ́bi, Nàgó Kọ́bì,' que refere-se a uma das raízes (Kànbínà) da Nação Nàgó Afrosul, conhecida por Batuque, que nada mais é que um oríkì (homenagem) a esta Nação.


O Nagô Kobí
Os Nàgó são todos os povos que falam a língua Yorùbá e cultuam suas divindades, ou seja, o Ketu é Nàgó, mas o Nàgó não é Ketu, o Batuque Afrosul pode e deve ser chamado Nàgó, porem o Nàgó não é o Batuque Afrosul, para facilitar criou-se um termo para o Batuque Afrosul de chamá-lo de Nàgó Afrosul, caracterizando desta forma o culto Batuque Afrosul que nos demais estados brasileiros possui problemas de identificar o nome ao culto, pois para alguns estados Batuque refere-se a musica ou dança, veja em Batuque (desambiguação).


Etimologia
A palavra "Kobí" se originou da palavra "Akọ́bi", um termo Yorùbá, subs primogênito. "Aremo", ex.: "Akobi je nã Aremo ti Ile"- o primogênito é o primeiro da casa.



Nàgó'kọ́bi - refere-se ao primeiro Aláàfìn Òyó a ser cultuado na cultura Afrosul, conhecido por Baru, ou Kamuka, uma divindade Yorùbá a qual deu origem ao segmento chamado Kànbínà.



Nàgó Kọ́bì - refere-se a construção no palácio do rei ou do chefe; cidadela. É uma pequena construção, ou seja, uma pequena casa que fica do lado de fora do templo, que guarda os fundamentos do Ṣàngó Baru, conhecido por Kamuka na cultura Afrosul.


História
O Nagô Kobí — Por muitos anos foi considerada uma raiz Banto, um pequeno erro cultural criado pela palavra Kànbínà, que por muitos anos foi considerada Canbinda, de origem Banto, esta assimilação foi feita por Norton Correia e Paulo Tadeu, que desconsideraram as divindades cultuadas, língua, rituais e conceitos Yorùbá, criando desta forma um grande problema cultural e religioso para os adeptos que sem perceber, estavam negando as suas origens.



Kànbínà — Waldemar Antônio dos Santos de Xangô Kamuka, considerado o ancestral mais antigo cultuado na raiz, no entanto, não é possível afirmar que realmente ele tenha sido feito para Kanuka.

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Divindades
Kànbínà cultua divindades Yorùbá como; Bara, Ògún, Oyá, Ṣàngó, Odé, Otim, Obá, Xapanã, Ọ̀ṣún, Yemonjá, Òòṣàálá.



Podendo ainda haver mais algumas divindades como Legba e Zina, de origem Djedje, cultuada entre os Yorùbá, assumindo o culto e seus rituais.



Xapanã - Apesar de ser um ancestral vodun (djedje), ele já veio incorporado no culto Yorùbá segundo JOHSON, Samuel. The History of de Yoruba, Routledge & Kegan paul Ltda, London, 1973 [1921].



Completando divindades como Yewá e Nanã são aglutinadas entre Yemonjá, Oduduwa aglutinado entre Òòṣàálá e Orumiláia que é cultuado mas não é sento na cabeça do povo na África algumas famílias chegam a iniciar filhos para ele, mas no templo Ilê Axé Nagô Kobí, não iniciamos ninguém para esta divindades, apenas o cultuamos como Ojúbo (assentamento coletivo do templo)


Curiosidades
A 'Kànbínà ou seja o Nagô Kobí é a única raiz da cultura Afrosul que possui rituais que ao deparar com um Lailẹ̀mí (morto), ou seja, falecimento de um dos integrantes da comunidade religiosa, durante rituais religiosos, não chega tem que encerrar os rituais e despachar, seguindo rituais próprios o Nagô Kobí dá segmento a cerimonia fúnebre sem ter que interromper os rituais que antecedem.



O que liga ainda mais ao ritual de Egungun encontrado em território Yorùbá, onde os Banto em momento algum cultuam, na verdade as divindades Banto se retiram do recinto quando há presença de um Egungun, diferente da maioria das divindades Yorùbá que presenciam e não precisam serem retiradas.



Tanto que o grande Aláàfìn Òyó é entronado seguindo rituais aos ancestrais (Egungun). (fonte Erick Wolff - A Entronação do Aláààfin e sua conservação: a nação Kambina no Batuque Nàgó do R.S.
Em todas as religiões de matriz africana, Ṣàngó come amalá feito com quiabo, apenas na cultura Afrosul que é servido um amalá para Ṣàngó com folhas deaoro ou mostarda.
Waldemar foi iniciado Kun Lulu, africano escravo vindo do porto de Cabinda, que não quer dizer que ele seja Banto, pois os Bantos não cultuam Ṣàngó. (fonte Bàbàláwo Ifágbaíyin Agboolà, Sango Kámu ká)
O Batuque afrosul já era tratado como Nàgó anterior aos anos 80, conforme afirma esta página com um disco gravado em 1978, Este e o Nago do Rio Grande do Sul com "Abelardo Pereira e coro"-Vol.1-Lp-ARTES DISCOS-1978, sendo assim o Batuque Afrosul, já era considerado Nàgó muito anotes do aculturamento africano que teve inicio ao final dos anos 90. Por isso, que é muito comum o Batuque ser tratado como Nàgó afrosul, baseado na língua Yorùbáe sua cultura.


Nota
Bàbá Erick Òòṣàálá Diretor do templo Ilê Axé Nagô Kobí é uma entidade Espiritualista, Òrìṣàteísta, Apolítica sem fins comerciais. O Templo Ilê Axé Nagô Kobí situa-se na zona sul da grande São Paulo, pertence à cultura Afro-brasileira, Axé Nagô Kobí, sob comando do dirigente espiritual Bàbá Erick de Òòṣàálá, que pertence à família do Ilé Xapanã - Bàbá Agnaldo de Xapanã (Porto Seguro), filho de Julia de Xapanã (falecida), iniciada por Neuza de Yemojá (falecida).



Saiba mais sobre o Bàbá Erick Òòṣàálá Em 1979 frequentou a Umbanda no Templo Aldeia de Oxosse, em 1980 Templo Guaracy. Iniciado em Janeiro de 1982 na Nação Angola, ficou praticamente até o final de 1982, quando migrou para o Nagô Kobí, culto à Òrìṣà, recebendo seu Oyè abrindo em 05 de Julho de 1989 o Templo Ilê Axé Nagô Kobí.

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