segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014


Por Bàbá Erick Óbokún



No último dia 30 de janeiro foi um marco na história da cultura Afro-brasileira e Afro-Gaúcha, nesta data a Família Nagô Kóbi iniciou um ilustre Bàbáláwo nos segredos do Batuque Afro-Gaúcho, o sacerdote Ifádámiláre Agbole Obemo,  iniciado pelo Bàbá Jimi, esta iniciação uniu dois pontos importantíssimo da religião, ou seja, recebemos para a nossa família um sacerdote de Ifá, agregando ao seu conhecimento e ancestralidade o nosso culto à òrìsà segundo os costumes brasileiros.  Isso tudo decorreu, sem que ele abandonasse a sua raiz e fundamentos de Ifá (Ilé-Ifá), afinal é assim que Ifá ensina, que devemos agregar e jamais abandonar o que carregamos.

É por isso que damos as boas vindas para o Bàbáláwo Ifádámiláre na nossa família e ancestralidade, para que ele possa nos ensinar a humildade e o bom pensamento, e ao mesmo tempo que poderemos ensinar os segredos do culto à òrìsà segundo a cultura Afro-gaúcha.

E eu como um sacerdote de òrìsà, me sinto honrado de poder ter passado o àse da família Nagô Kóbi para este sacerdote e filho do Bàbá Jimi, ao qual respeito muito, este que tem nos ajudado muito oferecendo gotas do saber (cultura). 

Que os nossos ancestrais possam se orgulhar da nossa família.



Àdimó

Abandonar ou não o sincretismo?

Por Bàbá Erick Óbokún



Caros amigos da cultura afro-brasileira, eu tenho acompanhado o sofrimento de muitos, e, claro que ao mesmo tempo vivenciado de perto o problema da discriminação religiosa e social, através dos crimes cometidos por parte de religiosos em cima dos templos de amigos e iniciados... E tenho pensado muito sobre as questões e problemas que assolam a comunidade afro-religiosa, e imagino que para que sejamos reconhecidos precisamos mostrar quem somos, mostrar a nossa cultura e mostrar a nossa raça, sem fantasias e ou misturas do sincretismo, se por algum momento foi necessário o sincretismo para disfarçar esconder e proteger o que fazíamos, hoje em dia precisamos fazer o inverso, ou seja, mostrar quem realmente somos, mostrar o que fazemos e qual é a nossa raça.... Não precisamos ter vergonha, nem mesmo precisamos nos disfarçar para que sejamos respeitados.... Vamos adotar a nossa raça e ter orgulho da nossa ancestralidade..... 


Grato

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

A verdade de cada um

Por Erick Wolff
09/01/14


Atualmente eu tenho visto várias postagens na internet insatisfeitas com a adaptação do Acarajé de Jesus, as pessoas desconhecem que a culinária sagrada já é utilizada até mesmo na alta gastronomia, como o chef Luis Baena, chef do Hotel Tivoli, Lisboa, durante o Mesa SP no Senac Santo Amaro, que demostrou uma versão contemporânea do Acarajé, sem citar que é de Iansã, ou Oyá se preferir. veja a foto;



Diante da exploração e importação da culinária sagrada, eu não vejo ninguém incomodado com o chef, e, ou qualquer outro que usa o sagrado comercialmente, sem ao menos ser iniciado na religião de matriz africana.

Por outro lado, o Acarajé de Jesus, tem feito mais inimigos do que podemos imaginar, sem que haja qualquer vinculo religioso, comercializam o Acarajé e ainda chamam de "O pão da vida", risos, mas o Acarajé é um bolinho, o que seria o pão da vida então? Veja a foto;


Existe a remota possibilidade de nem ser a mesma receita, apesar que hoje em dia é possível pegar qualquer receita, reza ou fundamento na net ou loja de artigos religiosos, produzida pelos próprios iniciados que querem vender e comercializar seu conhecimento, na tentativa de dar um passo para  "a  fama".


Por ambas as partes noto que há intolerância, os adeptos da cultura Afro-brasileira que não querem que o Acarajé seja comercializado e os evangélicos que querem comercializar algo que não faz parte da sua cultura e para que? Afinal para eles a cultura de matriz africana não segue os padrões religiosos/culturais de sua fé, então para que comercializar o Acarajé Cristão, o que ganham com isso?

TIKTOK ERICK WOLFF