domingo, 11 de junho de 2017

3 SACERDOTES DE IFÁ FORAM PRESOS POR VENDA DE FALSOS TITULOS À EXTRANGEIROS.

Por Erick Wolff de Oxalá

Este artigo foi coletado do site Naijagists.com, ele demonstra como as vitimas são selecionadas pela internet, envolvidas pela ganância e desejo de poder, e acabam caindo em ciladas, sem checar se os mesmo são pessoas honestas e possuem autorização para o que são fazendo. 

Assim compram títulos e cargos ilegais, porem desta vez os criminosos não se deram bem, e foi através da própria internet foram localizados e presos, confira.


Preso um sacerdote de Oyo, em Iyaganku, Ibadan, juntamente com seus cúmplices, na última sexta feira, dia 08 de Junho de 2017, acusado de fraude ao representar o Alaafin de Oyo, Oba Lamidi Adeyemi, e por conceder títulos ilegais aos estrangeiros.


Os réus, Ikusanu Faleye, Fasola Olaniyan e Olaniyan Awoyemi, foram acusados de quatro acusações de conspiração para cometer delito, representação, falsificação e conduta susceptíveis de causar violação da paz pública, por representar o Alaafin de Oyo, Oba Lamidi Adeyemi e por conferir ilegalmente títulos de cúmplices a alguns estrangeiros.

Os acusados ​​foram acusados ​​de dar o título de chefe de "Oba Ifa Adimula da América do Sul" a alguns estrangeiros.

Eles também foram acusados ​​de forjar certificados de título de chefe e apresentá-lo a Franciva Leoa Nobres, a quem eles batizaram 'Ifatowo Adebayo', Dasiel Guerra, batizado como 'Awotunde Ajisola', e José Lara, batizado com o nome 'Ifakayode Falade' sem o consentimento Do monarca.

As infracções foram punidas nos termos das secções 517, 484, 467 e 249 (d) Código Penal Cap 38, Vol II, leis do Oyo State of Nigeria, 2000.

Quando apresentado antes do Magistrado A.A. Adebisi, os acusados ​​disseram que não eram culpados das ofensas.

Uma fonte do palácio disse ao nosso correspondente que as pessoas acusadas pertenciam ao Templo Ijo Ifa Adimula, Bara, Oyo.

Ele disse: "Eles atraíram suas vítimas através da Internet e colecionaram uma quantidade não especificada de dinheiro em moeda estrangeira com a promessa de que o Alaafin lhe confira títulos de chefe. Sua sorte (acusada) acabou depois que algumas das vítimas publicaram as fotos da coroação on-line, pensando que obtiveram títulos autênticos do Alaafin “.

Imagem da prova-

fonte - http://naijagists.com/photos-3-ifa-priests-turned-yahoo-boys-arrested-selling-fake-yoruba-chieftaincy-americans/

quarta-feira, 17 de maio de 2017

ÈSÙ CONHECE O SEGREDO DAS ÌYÁMI

Por Luiz L. Marins

Maio de 2016 acessado em 26/11/2017 ás 10:15

Revisto em maio de 2019


https://luizlmarins.wordpress.com  


Com o crescente interesse pelo culto de Ìyámi Òsòròngà convém lembrar que a literatura afro-brasileira apresenta informações importantes sobre a ligação delas, com Èsù. 

Pierre Verger registra um ese (verso) do odù ogbè ògúndá, signo divinatório do oráculo de Ifá, o qual revela que Èsù não só conhece o segredo das Ìyámi, como também ensina o ebo correto à Òrúnmìlà, para, por seu intermédio, apaziguá-las. 

 

OGBÈ ÒGÚNDÁ 

 

[...] 

Nijó ti nwon mu omi meje ti nwon kókó mu, Nijó ti nwon bèrè si mu ú, isejú Èsù ni nijó náà.  

Nijo nwon nse ipadé, ìsejú Èsù ni.  

[...] 

No dia que elas beberam das sete águas,

No dia que elas começaram a beber, foi na presença de Èsù  No dia que elas fizeram a reunião, foi na presença de Èsù. 

[...] 

 

 

Juana Elbein no livro Os Nàgó e a Morte faz algumas considerações conceituais sobre Èsù, onde demonstra que Èsù é o òrìsà que recebeu um àse especial de Olódùmarè para resolver todas as situações, inclusive no trato com as Ìyámi:

“Em virtude da maneira como Èsù foi criado por Olódùmarè, ele deve resolver tudo o que possa aparecer e isso faz parte de seu trabalho e de suas obrigações [...] Olódùmarè fez Èsù como se fosse um medicamento de poder sobrenatural. ”  

Olórun delegou este poder a Èsù ao entregar-lhe o àdó-iràn, uma cabaça de longo pescoço apontando para o alto que Èsù carrega em sua mão. Èsù só precisa apontar seu àdó para transmitir a força inesgotável que tem. ”  

“Èsù é o princípio reparador do sistema nàgó. [...] por isso, os quatrocentos irúnmalè deram um pedaço de suas próprias bocas à Èsù, quando ele foi representa-los aos pés de Olórun. Èsù uniu estes pedações em sua própria boca e, desde então, fala por todos eles. [...] apenas por seu intermédio é possível adorar as Ìyámi. ”  

Assim, convém que os religiosos afro-brasileiros reflitam sobre a busca desenfreada e desesperada por um culto apenas para satisfazer o ego e a vaidade, quando temos dentro nossas casas um òrìsà com poder para resolver todas as questões: Èsù! 

 

REFERENCIAS: 

 

Pierre Verger. Grandeza e decadência do culto de Ìyámi Òsòròngà. Ed. Corrupio, Artigos Tomo I. São Paulo, 1992, pg. 50. 

Juana Elbein. Os Nàgó e a Morte. Ed. Vozes. Petrópolis, R. J., 1976, pgs. 131; 134; 163  

 

terça-feira, 9 de maio de 2017

O “AXÊRO”

Por Baba Erick Wolff de Oxalá
09/05/2017


Este artigo pretende falar sobre o “axêro” do Batuque do RS, considerando informações sobre a tradição e informação de pessoas antigas nesta religião.

O “axêro” está presente durante as iniciações, toques de orixá, levantações e rituais diversos do Batuque do RS.

Em todos os momentos o “axêro” possui a função de ajudar nos afazeres dos terreiros, até auxiliando os sacerdotes durante os rituais.

A função do “axêro” é, segundo os mais velhos, auxiliar nas tarefas em dias de obrigação ou festas, após o orixá ficar montado no filho, de 3 até 7 horas ou mais, dançando ou participando de rituais. Algumas vezes o orixá dança e participa de rituais que envolvem fogo, mel ou dendê fervendo que são ingeridos pela divindade, sem que prejudique a matéria do iniciado, e o Axêro durante o período ao qual está manifestado ele pode e participa de alguns rituais semelhantes ao do orixá passou. 

Mas quem é o “axêro”?

Existe quem o diga que são os próprios orixás, numa manifestação imitando crianças; outros já consideram que seja uma entidade diferente da divindade que se manifesta após a manifestação do orixá.

Interessante notar que, sempre que perguntamos ao Axêro sobre ele ser o próprio orixá, a resposta é sempre dada na terceira pessoa, ou seja, mostra de forma cristalina que é distinto do orixá.

Para o Batuque do RS, o “axêro” se porta como criança, fala invertido, assim como crianças em suas brincadeiras, por exemplo:

Preto = Branco; 
Comer = Botar para fora; 
Fechar = Abrir. 

Outras vezes usam um vocabulário engraçado como: 

Piçanacola = Pepsi-Cola
Bicho de Bicheira = Arroz  
Neguinho de gravatinha = Feijão preto
Zóio = Ovo 
Bucha = Pão  
Buchacha = Bolacha
Etc.

Sabe-se que o “axêro” não possui permissão de manifestar sem que o orixá queira; assim sendo, ele não vem antes do orixá, e quando ele vai embora o orixá manifesta novamente para dar o seu axé (responde novamente emitindo o som caracterizo da chegada do orixá), e vai embora. 

Lembrando que o orixá poderá ir embora, sem acontecer a chegada do próprio “axêro”.

Não existe assentamento para o “axêro”, já que não possui iniciação para ele, e todos os eleguns que os orixás se manifestam possuem um “axêro” que não recebem nomes, mas são chamados assim:

"axêro” de Bara = Seu menino
“axêro” de Ogun = Ferreiro
“axêro” de Oyá = Ventania
“axêro” de Xangô = Fogueiro
“axêro” de Odé = Caçador
“axêro” de Otim = Caçadora
“axêro” de Obá = Senhora da navalha
“axêro” de Ossanhe = Perneta
“axêro” de Xapana = Seu vassoura
“axêro” de Oxum = Senhora mãe
“axêro” de Yemanja = Maizela
“axêro” de Osala = Babão

O nome “axêro” não está associado ao “ere” do Candomblé, nem mesmo existe uma tradução.

Entretanto, baseado nos depoimentos dos antigos que diziam que o “axêro” era para descansar ou acalmar o Elegun, podemos sugerir uma interpretação (imagens do Dicionário Ioruba-Portugues, 2011, de José Beniste):

1) “axêro” – A (prefixo) + Se (fazer, agir) + Èrò (acalmar)



2) Axêro - A (prefixo) + Seré (Brincar)


Verger registrou fato semelhante no livro Orixás, p. 139:


3) Asiwèrè (Dicionário Yoruba Ingles, CSM)


tolo; louco; ignorante; idiota; débil mental.

Neste último exemplo, poderíamos simplesmente associar o estado infantil ao qual o iniciado se encontra, considerando que a palavra “axêro”, poderia um dia ter sido “asiwèrè”.

Outra informação colhida dos próprios “axeros” ou “axeres”, é que, como no batuque o iniciado não pode saber que foi possuído pelo orixá, a função do “axero” é “tirar da cabeça do filho” qualquer traço ou vestígio que ele possa ter sido tomado pelo orixá.

Não sabemos explicar como isto ocorre mecanicamente, mas é o que, na sua simplicidade, informam os “axeros”.

Mas de qualquer forma vale lembrar que, o orixá poderá manifestar e ir embora sem deixar vestígios da sua manifestação, mesmo que o axêro não manifeste.

TIKTOK ERICK WOLFF