domingo, 9 de setembro de 2018

TÍTULO ARABA AGBAYE É RESTRITO A OKE ITASE

Luiz L. Marins

08/09/2018

No dia 07/09/2018, a página do Ooni Ile Ife, no Facebook, informou o nome do novo Araba Agbaye, escolhido pela comunidade de Ifá, de Oke Itase, e aceito pelo Ooni. (link abaixo)

O texto em inglês traz informações sobre o novo Araba Agbaye, e sua tradução em português pode ser lida na página do Orisa Brasil. (link abaixo). Esclarece o post que o título "Araba Agbaye" é um título restrito ao compound de Oke-Itase, apenas.
 
Julgamos necessário este post para desfazer o equívoco que o Araba Agbaye seria o líder mundial sobre todos os cultos de Orixás, não só na Yorubalândia, como na diáspora.

Segue a imagem do extrato da postagem original da página do Ooni Ile Ife:




Publicação original na página do Ooni, aqui:
https://www.facebook.com/babaojaja/posts/718260745208172?__tn__=K-R

Tradução na página Orisa Brasil:
https://www.facebook.com/orisabrasil/posts/1832699356846923




 

terça-feira, 4 de setembro de 2018

ATUPA OLUJUMERINDINLOGUN OSOGBO




31/08/2018

Como descrito por Awoyinfa Elebuibon, e me foi dito por esse Awo, eu queria juntar as duas histórias para que elas pudessem se complementar umas às outras.

Uma é sobre a história da Atupa Olujumerdinlogun, também conhecida como 16 lâmpadas de Osogbo, e outra, como ela chegou a Osogbo, estado de Osun, na Nigéria. Penso que estarei fazendo um elogio.


Foto de OLAWOYIN Edris Busayo Acessado em 03/08/2018


Esta é uma imagem da Atupa Olojumerindinlogun (lâmpada de 16 fases), está situada em Osogbo e é um dos ritos e cultura a serem observados durante o festival anual Osun Osogbo. Anualmente, o Ataoja (rei) dança as batidas de Aran e as canções do Babalawo, ele dançará ao redor da lâmpada três vezes e ele terá pelo menos uma hora de descanso depois de uma rodada, a lâmpada será derrubada e o fogo será completamente queimado. imediatamente após a terceira rodada e enquanto isso, durante as danças, ele deve estar orando por todos e, além disso, todos têm o direito de estar orando também, pois a base e função da lâmpada é para ser orada.

Os ritos da lâmpada começaram assim:

“Quando meu avô Ogunolutimehin (K'Awo rere ojenimore), estava fundando Osogbo, ele encontrou o rio Osun, e encontrou também alguns Iwin (espíritos da floresta) dançando ao redor da lâmpada.  Ele pegou a lâmpada deles e trouxe para Osogbo.

Naquela época Osogbo não tinha nome, e para encurtar a história, Osun deu a Osogbo o nome de Osogbo significando: Oso-Igbo.

Ogunolutimehin, naqueles dias, entrou no rio de Osun para negociar com Iya, para determinar o que deve ser feito pelos habitantes de Osogbo para ganhar a proteção de Iya e conhecer os ritos anuais a serem implementados para a prosperidade e gerenciamento de Osogbo. Assim, o Atupa Olojumerindinlogun tornou-se parte daqueles ritos.”

Então a razão pela qual eu estou compartilhando esta história é para nos alertar sobre a bondade de Osun e para nos esclarecer mais sobre Iya e também para sabermos o que fazer no Ojo Olojumerindinlogun (dia da lâmpada 16) ... que é simplesmente orar por proteção e tudo o que precisarmos de Osun, e também nos alertar de fraudadores e mentirosos que possam dizer que a lâmpada pode ser feita para alguém ou um grupo de pessoas, porque eles querem ter um festival de Osun.

A lâmpada de 16 partes, Atupa Olojumerindinlogun, não pode ser feita pelo humano;  ela é apenas uma). May Osun sempre proteger e estar com todos nós. Ore Yeye Osun O !!!

Durante as festividades realizadas em Osogbo para Osun, orei e fiz oferendas a Osun aqui em minha casa em Nova York. No entanto, senti que não sabia muito sobre a história de Osogbo, a não ser uma breve história das 16 lâmpadas Atupa Olujumerindinlogun, contadas por Awoyinfa Elebuibon, um parente do pai fundador de Osogbo. Ele e eu conversamos no facebook sobre assuntos acadêmicos, etc. no passado, mas já faz algum tempo desde então. Eu estava ansioso para saber mais sobre esse lugar maravilhoso que visitei uma vez. Eu reuni alguma coragem e humildemente pergunto a Awoyinfa Elebuibon se ele poderia compartilhar um breve relato da história. Para minha surpresa, ele disse que sim, e perguntou se eu seria tão gentil em compartilhá-lo. Sinto-me honrado e humilde para compartilhar sua história:


UMA BREVE HISTÓRIA DE OSOGBO
Por: Awoyinfa Elebuibon

“Dois grandes e poderosos caçadores, guerreiros chamados Ogunolutimehin e Olarooye deixaram a antiga cidade de Oyo no curso de fundar sua própria cidade e domínio porque eles são tão poderosos que eles acreditam que podem governar por um reino e defender sua cidade.

Eles deixaram Oyo e chegaram a Ipo Ile, onde se estabeleceram durante anos. Agora chega a um tempo em que há escassez de água em Ipo-Ile e todos continuam procurando água. Ogunolutimehin, que por acaso é um caçador muito ativo, estava em sua temporada de caça (eles podem deixar sua cidade por até 2 anos ou mais) já começaram sua aventura de caça antes que a escassez chegue ao seu momento mais árido,

Durante sua temporada de caça, Ogunolutimehin, encontrou o rio Osun, ainda sem saber que ela é o rio Osun. Ele então passou a morar perto do rio com sua família, e quando ouviu as terríveis notícias sobre a condição de seu amigo e seu povo, ele viajou para Ipo-Ile para convocar seu povo, e eles depois se estabeleceram perto deste rio salva-vidas. Depois de se estabelecerem por alguns anos, sua população começou a aumentar e a área ribeirinha começou a ficar mais povoada e mais densa.

Foi durante esse período que Ogunolutimehin trouxe o Atupa Olujumerindinlogun aka, as 16 lâmpadas, para a vila, ele coletou a lâmpada de algum espírito da floresta, em seguida, realizou alguns rituais para apaziguar os espíritos. Ele recolheu a lâmpada, por causa do seu significado e importância.

Enquanto ele está caçando e se defendendo para a aldeia, seu amigo Larooye governa a aldeia.

As pessoas estão sempre presentes ao longo do rio, elas vão cozinhar, tomar banho e lavar. Uma noite infeliz, devido ao descuido de alguém que estava cozinhando ao lado de uma árvore, em um local que tornou-se costume cozinhar, não apagou o fogo depois de cozinhar, e mais tarde naquela noite, a árvore se queimou, e caiu no rio .... então Osun gritou:

Oso Igbo! Aje Igbo!
Gbogbo Ikoko Aro mi leti danu!

Feiticeiro da floresta! Bruxa da Floresta!
Você derramou todos os meus potes de tintura!

A palavra continua ecoando e ficando mais alta até que todos na vila acordem, e se elas forem para o rio depois, as pessoas se afogam, ou o rio começa a ferver e fica difícil para as pessoas as salvarem.

Todos os atos irregulares acima, do rio, fazem com que Timehin (Ogunolutimehin) entre na água espiritualmente para se comunicar com Osun, e Osun também deu-lhes algumas regras para que permanecessem para ganhar sua proteção.

Algumas das regras são:

  •       que as pessoas da cidade recém-chamada Osogbo (derivada de Oso-Igbo) ficarão a alguma distância do rio (e é isso que leva a criação de Osun Grove)

  •          e alguns rituais devem ser realizados anualmente, incluindo Osun Festival de Osogbo, e todas as outras festividades


Os festivais ainda estão sendo mantidos até hoje na antiga cidade de Osogbo, e têm seus vários significados, e sempre que há problemas dentro da cidade de Osogbo, Osun sempre defende as pessoas que ela chama de “seus filhos”.

Obrigado pela leitura.
Ire o!


Transcrição e adaptação de: Luiz L. Marins -  www.luizlmarins.com.br Acessado em 01/09/2018
Disponível em: INTERNET, Facebook, Página pessoal de Ifatunmise Efunloa Adesanya Awoyade:
Tradução digital Google revisada. Pode conter erros gramaticais.

sábado, 25 de agosto de 2018

DIFERENÇAS ENTRE OS MINKISI (plural de Nkisi) DAS CULTURAS E TRADIÇÕES BANTO E OS ORIXÁS (Orixás) DA CULTURA E TRADIÇÃO NAGÔ YORUBÁ.

Tata Kiretauã
Publicado no site Webnode
2010


Mostrarei as diferenças que existem entre Nkisi e Orisá, além das diferenças comuns, normais como tradições, culturas, costumes, cultos e fundamentos religiosos, línguas e as diferenças geográficas que existem entre as regiões (países) dos povos Banto e Nagô/Yorubá no grande continente Africano.
Além dessas citadas acima, existem também as diferenças diretas entre as Divindades Nkisi e Orixás, que falarei à seguir. Primeiro falarei sobre os Minkisi (Mahamba - Divindades) da cultura e tradição religiosa dos povos banto, pois será a base do tema.

OS POVOS BANTOS
Os povos bantos de uma maneira geral, cultuam suas Divindades (Mahamba) de uma forma mais simples e natural, que se difere de outros povos, pois as Divindades adoradas, louvadas e cultuadas pelos banto são os próprios elementos da natureza, ou seja, a própria Divina Natureza.
As Divindades em seu estado natural, na própria natureza (estado bruto) são chamadas de Hamba (plural Mahamba) até serem, através de rezas (Jingorosi) e fundamentos (Kitungu) trazidas para o nosso meio, para serem iniciadas na cabeça (mutuê) do filho (mona) e no assentamento (kuxikama//kunda), onde a mesma será cultuada e seu filho nascerá novamente para ela, fazendo-se uma concentração e ligação direta de energias entre o filho e o assentamento de sua Hamba (Nkisi ou Inkisi).
No processo de iniciação, essa Hamba passará a ser conhecida e cultuada como Nkisi, pois não está mais em seu estado bruto, natural... já está ligada ao seu filho iniciado para ela (muzenza) e no assentamento onde estará ligada através de todo o processo de fundamento (Kitungu) e obrigação (Mbebe) que foi destinado e elaborado naquele recipiente (assentamento = Kunda), também na cabeça (mutuê) e no corpo (mukutu) do filho (mona ou muana) .
As Divindades Banto não tiveram passagem pela Terra e nem tão pouco forma humana, são a própria natureza com seus elementos como a chuva, o barro, a terra, as folhas, as pedras, a pedra de ferro, a pedra de raio, as raízes das plantas, as plantas, o vento, o fogo, o raio, o ar, as fontes naturais de água, as nascentes de água, as mudanças naturais de temperatura e de clima, a água, o mar, a larva vulcânica, e etc. (o grifo é do transcritor)
As línguas faladas pelos povos banto são muitas, mas no Brasil as que mais tiveram destaque nas Jinzo (casas) religiosas de tradição Kongo Ngola e Ngola são o Kikongo, originária dos povos Bakongo da região do Kongo (Congo) e o Kimbundu, originária dos povos da região de Ngola (Angola), principalmente acima do Rio Kuanza (Cuanza), ao redor de Luanda.
Falarei também das outras línguas e seus respectivos domínios territoriais, como por exemplo: 
Ajaua (Moçambique, Malauí e Zimbábue), 
Bemba (Zâmbia), 
Kuanhama (Sudoeste Africano-Angola, Namíbia), 
Ganguela (Fronteira leste de Angola, oeste de Zâmbia), 
Iaka (Zaire-Kuango, Casai), 
Língala (Congo, antigo Zaire e outras áreas da África central), 
Makua (Moçambique, entre o Rovuma e a Lurio), 
Nhungue (Moçambique), 
Nianja (Moçambique, Malauí, Zimbábue), 
Kioko e Luvate (Chokwe, Leste de Angola), 
Suaíle (Tanzânia, Zanzibar, Moçambique), 
Sutho (África do Sul), 
Tonga (Moçambique, Zimbábue), 
Umbundu (abaixo do rio Kuanza, principalmente na região de Benguela),
Shona (Moçambique, Zimbábue e Botsuana),
Zulu (África do Sul, Botsuana) 
e outras....

AS NAÇÕES CONGO E ANGOLA NO BRASIL

As nações Congo Angola e Angola no Brasil, em termos religiosos, ficaram por muito tempo com a influência do culto Nagô/Yorubá, falo principalmente das casas que não são matrizes ou que não derivam das mesmas. 
Chamamos essas casas que não se ramificam das casas matrizes tradicionais, de "candomblé de beco" sem tradição e sem casa matriz para seguir, praticando em sua grande maioria, um culto alicerçado em muitas misturas, falando línguas diferentes e cultuando Divindades de povos diferentes, uma tremenda "misturéba", gerando dessa forma, um culto superficial, sem identidade, trazendo dúvidas e questionamentos para seus filhos e adeptos.
O berço da religião dos povos bantos no Brasil é a cidade de Salvador-BA, pois foi lá que nasceram, foram fundadas as primeiras três jinzo-(casas) matrizes, de tradição Banto, porém de raízes diferentes!
Falarei apenas da casa ou raiz da qual faço parte, ou seja, a Mansu Bandukenke-Bate Folha, localizada no bairro da mata escura em Salvador, fundada em 1916, pelo sr. Manoel Bernardino da Paixão, Tata Ampumandezu.
Em 04/12/1929, Tata Ampumandezu inicia seu Rianga (primeiro filho), Sr. João Correia de Mello (Lesenge). Em janeiro de 1938, já como Tata, Lesenge migra para o Rio de Janeiro e lá no ano de 1941, funda a grande inzo Kupapa Unsaba. Após seu falecimento no ano de 1970, a grande Ndenji (raiz) Kupapa Unsaba, recebe como matriarca no ano de 1972, Mam'etu Mabeji, que graças a Nzambi, continua firme no comando da grande Ndanji (raiz)!
A Mbutu (nação) Congo Angola ou Angola de origem Banto, têm suas próprias tradições, costumes e culturas. Entre elas, comidas (makuria), instrumentos de culto, língua (dimi), roupagens e vestimentas próprias, tanto para os filhos como para as Divindades.
O adjá, instrumento de chamada através de seu som, pertence à cultura Nagô. O nosso instrumento de chamada através de som é o Kaxixi, chocalho cerimonial feito de coco ou cabaça com sementes e favas dentro, que produz um som menos agudo que o adjá nagô. (o grifo é do transcritor)
Por isso, meus irmãos e irmãs digo que são culturas e tradições muito diferentes e não há possibilidade alguma do culto das duas nações em uma única inzo (casa).
A nação Nagô Yorubá - Ketu, cultua seus Orixás de uma forma mais “humanizada”, pois seus deuses em algum momento de suas existências, tiveram passagem na Terra em forma humana, muitas vezes vistos ou imaginados como heróis, com suas lendas e histórias.
Sua língua é o yorubá, e a maioria dos negros Nagô que chegaram ao Brasil, vinham principalmente de Benin, hoje Daomé.
Seus Orixás se vestem com roupas e paramentos de muita beleza e exuberância, com seus adês, filás, coroas, espelhos, armas e indumentárias de extrema beleza, bem diferente dos Minkisi Banto, pois suas vestimentas são confeccionadas com panos mais simples e menos chamativos, com indumentárias naturais, como favas, cabaças, ervas, chifres de animais e etc.
As armas são feitas de madeira, pois o culto aos Minkisi antecedem a descoberta do ferroe as chapas de latões e alumínios, dispensando o uso de materiais que não sejam de origem natural. Nessa questão, afirmo que, não são todas as jinzo (casas) de tradição, que fazem uso desses elementos naturais. Deixo claro que, algumas situações escritas por mim nesse texto, são praticadas apenas em África banto, e não se tornaram tradição em nosso país.
Kukula mu kiri kia Nzambi!
(Crescer na verdade de Deus!)
Tuasakidila Nzambi!
(Deus seja louvado!


Tata Kiretauã, Internet, Webnode. Acessado em 25/08/2018. Disponível em:

Transcrição e adaptação: Luiz L. Marins –www.luizlmarins.com.br

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