Por Alessandro Oluandeji
Domingo de alegria no Maracatu de 25 anos dos Urucungos Puítas E Quijengues, festa que emanou a tradição Banto e respeito aos ancestrais emanando uma linda energia aos tambores regidos por Alceu José Estevam que fez em suas falas um ato de repúdio ao racismo Institucional, lembrando-se da PM promoveu quando soltou um ofício que seus soldados deveriam abordar negros e pardos no bairro nobre de Campinas – SP
Aquecendo os tambores, impossível não demonstrar meus respeitos a Rainha Ana, a doce e meiga Sinhá que interpretou a dama da Boneca e a Viviane Silva uma linda grávida que mostrou seu amor pelo trabalho com muita leveza e delicadeza, mas elas eram apenas parte de uma família que juntos fizeram com danças e tambores um tributo a nossa ancestralidade.
São vários os nomes a citar, e um trabalho maravilhoso a ser ressaltado, pois como disse Mestre Topete da Escola de Capoeira Angola Resistência:
“Tudo o que fazemos é com amor e alegria e somos a própria resistência dos movimentos pela preservação da identidade negra”
Tenho que citar os parceiros que vieram prestigiar e participar, como Fazenda Roseira, Capoeira Ibeca, Jongo Dito Ribeiro, Ponto de Cultura Ibaô, Grupo de Teatro Savuru, Mandato do Vereador Pedro Tourinho (PT), Militantes do (PT), Militantes do (PSOL), Diretor de Cultura Gabriel Repassi (PCdoB) e um grande número de pessoas do Movimento Negro.
O cortejo com mais de 200 pessoas percorreu algumas ruas do Bairro do Bonfim e em determinado momento passamos na porta do batalhão em que o Capitão Ubiratan chocou o país com o Ofício de que Negros e Pardos devem ser abordados de forma explícita e bizarra, mas ao passar pela PM foi feito um minuto de silêncio e passarmos pelos policiais com olhares de reprovação, voltando a tocar e dar seguimento ao cortejo com eles as nossas costas num ato de protesto que identificou que o silêncio grita pelo fim do Racismo Institucional e deixa o recado que a população Negra e os cidadãos de bem de Campinas não irão tolerar a descriminalização centenária.
Depois do ato, parece que os Deuses milenares nos abençoaram com a chuva quase que imediatamente, nos proporcionando ainda mais energia, rogamos que Nzambi abençoe a todos e que faça deste mundo um lugar melhor para se viver.
Quando o Cortejo voltou à sede dos Urucungos Puítas E Quijengues, tivemos quitutes e a Capoeira de Angola do Mestre Topete, que é mais linda do que havia mencionado meu amigo Leo Lopes que é um militante da cultura afro brasileira.
Eu Oluandeji me orgulhei do movimento cultural e político ali envolvidos nessa linda festa, obrigado Urucungos Puítas E Quijengues pela linda tarde e pelo espetáculo que presenciei.
Para Repercussão, nós somos todos suspeitos!
Fonte - http://religioesafroentrevistas.wordpress.com/2013/02/10/maracatu-dos-urucungos-puitas-e-quijengues-e-ato-de-protesto-a-pm-de-campinas/