domingo, 31 de janeiro de 2021

ORIXÁ NÃO TEM MEDO DA LUZ DO SOL

Por Erick Wolff de Oxalá

Em 31/01/2021



Me recordo que nos anos 80, ainda fazíamos as festas de Batuque com muita discrição, os toques eram feitos à noite e as portas e janelas fechadas, procuravam não incomodar os vizinhos, era tudo muito sutil e contavam sempre com a compressão do orixá. Havia casos de colcarem um maço de algodão no tambor suavizar a repercussão, a fim de realmente não incomodar os vizinhos.

Quando os orixás chegavam e partiam, abria-se uma pequena fresta da porta, justamente para eles saudarem a rua e rapidamente fechavam... A partir daí que imagino que surgiu o mito do orixá só vir a noite. Mas não faz sentido, por que o orixá pode chegar a qualquer hora do dia, sem medo do sol. 

Porem o que não faz sentido, é afirmarem que orixá não chega de dia, sendo que atualmente os toques começam altas horas da madrugada e se estendem até umas 9 ou 10 horas da manhã, com o sol pelas janelas e portas abertas fritando as pessoas e os orixás... Principalmente os orixás Oxum, Iemanjá e Oxalá, que tomam conta do final do Batuque. 

Neste vídeo mostra que Xapanã percorre as ruas de Oyo em pleno sol, sem medo ou qualquer tabu.  



Ainda me recordo de um evento na casa do falecido Silvio de Xapanã (SP), lá por volta de 1983, ele resolveu chamar o orixá de um filho de santo que não aparecia a muito tempo. Foi até o assentamento do orixá e tocou a sineta o chamando, e disse ele vai vir, ficamos esperando mais ou menos umas duas horas, quando de repente lá na porta o orixá deu seu hun be, o mesmo veio a pé com o sol estalando mamona e mesmo que estivesse chovendo torrencialmente, ele teria vindo...  Uma divindade não tem medo do sol, chuva, raio ou vento.



* Nota - Percebam que todos saúdam Xapanã no mundo com Kabiesile, a mesma saudação de Xangô. 


DIA 2 DE FEVEREIRO

Por Erick Wolff
31/01/202

“Jangadeiro em 2 de fevereiro, pega o Salgueiro e se atira ao mar...”

Todos os anos devotos de Yemanja praticavam livremente a sua fé, mas nos anos anteriores  não existia pandemia, nem o perigo das aglomerações... O mundo mudou, a situação exige mais responsabilidade, muita gente está morrendo, e tantos outros sendo internados por conta de uma doença cruel e assassina o covid-19.

Pensem e evitem comemorações públicas, onde haverá aglomerações, não sabemos quem estará saudável ou doente, evitem levar para seus familiares até está doença que ainda, não há controle, e muito menos sabemos se a vacina poderá lhe proteger.

E neste 2, de fevereiro, comemore na sua casa, templo ou pequeno quarto sagrado, sabemos que yemanja está em todos os lugares onde houver água. Yemanja está presente até mesmo numa bacia com água na frente do seu okuta.

Omi odo, Yemanja, abençoe à todos onde estiverem

 

sábado, 30 de janeiro de 2021

O JOGO DO BATUQUE NÃO É IFÁ

Por Erick Wolff de Oxalá

Em 30/01/2021



No Batuque, usualmente, a palavra Ifá sempre foi utilizada pelos mais velhos para se referir ao jogo do Batuque, que tradicionalmente utiliza oito búzios.

Apesar da nome que utilizavam, não havia nenhum paralelo com o sistema de ikin e opele, do culto de Ifá-Orunmila, tal qual se conhece hoje na internet.

Já fizemos referencia (aqui) à confusão que está ocorrendo entre uma qualidade de Oxala no Batuque chamada Oxala Oromilaia, ligada ao jogo de búzios, com Orunmila, orixá do oráculo que utiliza ikin e opele.

O jogo de búzios do Batuque também não deve ser chamado de eerindinlogun, palavra ioruba que significa dezesseis, uma vez que utiliza tradicionalmente oito búzios.

Portanto, que fique claro que nunca o batuque possuiu, ou possui nenhum jogo ligado ao culto de Orunmila, ou, que tenha origem no culto de Ifa-Orunmila (ikin ou opele), como querem alguns oportunistas acadafros.

Com a vinda do culto de Ifa-Orunmila para o Brasil nos anos 80/90 houve um choque cultural, que geraram equívocos, alguns provocados por falta de ética de alguns sacerdotes também acadêmicos. 

Sabemos que o sistema oracular de Ifá se baseia em odu, e não usa búzios, o que, para os ifaístas chega a ser um problema a confusão que alguns batuqueiros estão fazendo, do jogo do Batuque, com o sistema deles. 

Não somos, nem precisamos, ser iniciados em Ifa.

O oráculo do Batuque não precisa de odu, que é a base do oraculo de Ifá-Orunmila.

Se no passado a palavra Ifa foi utilizada no Batuque para se referir ao jogo de búzios sem ter nenhuma ligação com o culto de Ifa-Orunmila (ikin e opele), hoje, precisamos parar de utiliza-la, para não criarmos equívocos na mente dos mais novos.


Salomon fala sobre sacerdotes de Oxalá que usam um oráculo de 8 búzios:


 Tradução online:

 

"Solomon Omojie-mgbejume Jeff Gonzalez verdade. Você se lembra de dez kolanut lançando quando egbe estava sendo feito ib ilaro?

Em algumas áreas em Ekiti, sacerdotes Oxalá usam 8 búzios também. "





sábado, 23 de janeiro de 2021

20 PONTOS SOBRE NÀNÁ BÙKÚÙ

Por sacerdotes de Obalúayé em Oyo

Postado em 23/01/2021






Asa Orisa Alaafin Oyo
Oloye Obitunji Yosese
Jagun Obaluye priests in Oyo Alaafin
1. Mítica Nàná Bùkúù (Òrìsà) veio de Ìkòlé Òrun durante o tempo de Ìgbà Ìwásè (Início do Mundo) na Era de Odaye.
2. Mítica Nàná Bùkúù (Òrìsà) em Ìkòlé Òrun é um amigo próximo de Sànpànná, Obàtálá, Òsun e Ògún.
3. Mítica Nàná Bùkúù (Òrìsà) em Ìkòlé Òrun deu a Obàtálá o Òjé e a Ògún o Ferro.
4. Durante o tempo de Ìgbà Ìwásè (Início do Mundo) na Era de Odaye Nàná Bùkúù não se juntou no primeiro grupo de Òrìsà.
5. Elédùmarè deu a Nàná Bùkúù o poder de controlar Ìgbóná (febre).
6. Elédùmarè deu nàná Bùkúùthe èrò (medicina para pequenos vasos).
7. Nàná Bùkúù e adoração de Sànpànná é muito semelhante.
8. Tanto Nàná Bùkúù como Sànpànná estão encarregados de Ìgbóná (febre).
9. Nàná Bùkúù e Sànpànná têm a mesma função para afastar Ìgbóná (febre).
10. Nàná Bùkúù não usa faca.
11. Nàná Bùkúù não usa qualquer tipo de ferro
12. Nàná Bùkúù usa Pépé (Bambu) em vez de faca.
13. Nàná Bùkúù é muito gentil
14. Nàná Bùkúù símbolo é um símbolo de Bàbà (cobre).
15. Nàná Bùkúù é consultado com orógbó (cola amarga)
16. Nàná Bùkúù não gosta de àdí
17. Nàná Bùkúù come èkuru (bolo de feijão sem óleo de palma)
18.Nàná Bùkúù come ègo (milho branco cozido)
19. Nàná Bùkúù come èyan àgbàdo (pipocas)
20. Nàná Bùkúù come èko Fonte - Facebook

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

ISAPA UMA DAS COMIDAS FAVORITAS DA ORIXÁ OYA

Postado por Oyo Alaafin Brasil 
Em 21/03/2019


Isapa * refogado com cebolas, azeite de dendê e molho de tomate apimentado.

*Uma espécie de Hibiscus Sabdariffa, conhecido popularmente como caruru-azedo, azedinha, quiabo-azedo, quiabo-róseo, quiabo-roxo, rosélia e vinagreira.
Para o preparo apenas a espécie da planta da cor verde é utilizada, não usam a roxa.
Foto: Isapa na cidade de Oyo.

YAN - INHAME PILADO

Postado por Oyo Alaafin Brasil 
23/03/2019



Muitos Orixás gostam de inhame pilado, especialmente Obatala - Oxalá que é sua comida preferida.

Uma curiosidade : è que a maioria dos pratos servidos aos Orixá em terras iorubanas fazem também parte da alimentação diária da população : das casas a restaurantes locais.

IMPÉRIO DE OYO

Em 25/03/2019



Região onde hoje está Nigéria , Benin , Togo :

Visão da area no século 18 , oficialmente o império acaba apenas no século 19.
Livro Ogun in Africa - Old World and New - Sandra T. Barnes

Fonte - (1) Facebook 

OBALUAYE

Por Yemojagbemi Omitanmole Arike

10/4/2019


Atrás da cortina um ojubo Obaluaye, parece pouco comum a nós brasileiros, mas está é como a sala de estar de um dos sacerdotes de Obaluaye de Oyo.
Tem algumas coisas curiosas, muitas vezes dentro dos cultos familiares possuem dois locais de culto de um mesmo Orisa, um no interior da casa, e outro em um quarto ou fora da casa.
Em alguns casos fica em outra parte os elementos que levam o Orisa, pode ser também de um Orisa que pertence a família toda, enquanto o de dentro mais próximo é apenas do sacerdote da casa ou da família mais próxima. Fonte Renata Barcelos

50 PONTOS SOBRE EGÚNGÚN

Por Asa Orisa Alaafin Oyo



1. A palavra Egúngún não tem tradução para outra língua.
2. Egúngún não é um máscarado.
3. Egúngún é uma representação sagrada dos antepassados
yoruba.
4. O culto de Egúngún é dedicado às pessoas que viveram na terra e morreram "Ara Orun".
5. O culto de Egúngún faz parte da Religião Tradicional de Yoruba.
6. Egúngún não é um Òrìsà.
7. Egúngún representa formas humanas de falecidos.
8. Egúngún é coberto da cabeça aos pés com pano semelhante ao do falecido.
9. A roupa de Egúngún é composto por panos de várias cores.
10. A roupa de Egúngún também pode ser feita com penas de diferentes tipos de aves.
11. Peles e ossos de diferentes animais também podem ser usados para a roupa do Egúngún.
12. O tecido utilizado para a roupa do Egúngún chama-se Eku.
13. Os sapatos Egúngún são feitos de pano Iyamoje.
14. Egúngún fala com um tom de voz pouco natural.
15. Os tambores utilizados para Egúngún são Bata, Gangan, Agere, Dundun, Adamo, etc
16. Os mistérios de Egúngún são considerados sagrados.
17. Os mistérios de Egúngún não são conhecidos pelas mulheres.
18. Ato é um nome dado a uma criança fêmea, que pertence a Egúngún desde que nasceu.
19. Ato nasceu com um véu cobrindo a cara da recém-nascida.
20. Ato tem acesso aos mistérios de Egúngún desde tenra idade.
21.Iya Gan é um título dado a uma idosa.
22. Iya Gan pode ter acesso aos mistérios de Egúngún.
23. O sumo sacerdote de Egúngún chama-se Alagba.
24. Numa cidade grande cada quarteirão tem a sua própria Alagba.
25. A seguir ao Alagba em Egúngún está Alaran.
26. Depois do Alaran está Esorun.
27. Depois do Esorun está Akere.
28. Akere é quem carrega os paus Atori.
29. O mais alto cargo do culto de Egúngún é o Alapinni.
30. Alapinni é um dos sete nobres homens de Oyo Mesi.
31. Alapinni é um líder político.
32. Egúngún é cultuado com bolo de feijão e óleo de palma (olele).
33. Kolanut (obi) é usado para consultar com Egúngún.
34. O Festival Egúngún normalmente é entre maio e julho.
35. O Festival de Egúngún simboliza a reaparição dos antepassados.
36. O Festival Egúngún normalmente demora 17 a 21 dias.
37. Todas as comunidades Yoruba estão envolvidas na celebração de Egúngún.
38. Egúngún é dividido em 4 categorias.
39. Egúngún Babalago representa o culto dos antepassados.
40. Egúngún Apidon, Orebe, Paka, Eleru, Alagangan têm a função de entreter mostrando o seu poder. Não representa os antepassados.
41. Egúngún Alagbo tem a função de proteger a comunidade. Nos velhos tempos lideravam a guerra. Não representa os antepassados.
42. Egúngún Layewu pertence aos Ode (caçadores) para cantar Ijala. Não representa os antepassados.
43. Egúngún Alapinni chama-se Jenju.
44. Egúngún Ologbojo é o Baba Egúngún.
45. Egúngún Alaafin chama-se Mohuru.
46. os canticos de Egúngún chamam-se Esa.
47. O sacerdote de Egúngún chama-se Oje.
48. O santuário de Egúngún no mato chama-se Igbale.
49. O santuário de Egúngún na casa chama-se Ilesanyin.
50. A iniciação de Egúngún é feita nos pés. Fonte - (2) Facebook

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

ỌYA ÒÒÒ

Por Hérick Lechinski Em 27/12/2020



Ọya Gbálẹ̀, vamos entender um pouco mais sobre Ela?

Antes de adentrar no assunto Ọya, vou expor algumas palavras em iorubá para vocês entenderem.
- Baálé é o líder (homem) de uma casa ou família.
- Baálẹ̀ é o líder (homem) de uma comunidade, de uma aldeia.
- Gbá é o verbo varrer, limpar em iorubá.
- Gbálé significa varrer/limpar a casa (ilé).
- Gbálẹ̀ significa varrer/limpar o chão (ilẹ̀).
- Gbalẹ̀/Gbilẹ̀ significa espalhar, estender ao redor.
- Ìgbálẹ̀ significa vassoura em iorubá.
- Ìgbàlẹ̀ é denominação dada ao local onde ficam e se cultuam os Egúngún (Ancestrais veneráveis).
Prestem a atenção na diferença da escrita, e consequentemente no tom e significado das palavras.
Quando falamos Ọya Gbálẹ̀, estamos falando "Ọya varre o chão", em referência ao vento (um dos atributos e poderes de Ọya) que limpa, que varre o chão e a atmosfera.
Embora Ọya possui ligações fortes com Egúngún (Ancestrais veneráveis), com o Egúngún Ológbojò por exemplo, que chega a sair com Ọya no festival anual de Ọya em Ọ̀yọ́. Esta ligação não chega a ser como é falada e ensinada no Brasil, que Ọya veste branco, que deu a luz a nove Egúngún, que Ọya Gbálẹ̀ mora no cemitério. Gentem, os iorubás tradicionais não possuem cemitérios, eles enterram seus mortos em suas casas ou quintais.
Entre os iorubás não existe esta coisa de nove Ọya, Ọya é uma só.
Pode ser que Ọya seja cultuada e até "assentada" em algum Ìgbàlẹ̀ (local de culto a Egúngún), pode ser, ainda não tive o prazer de adentrar em um Ìgbàlẹ̀ iorubá. Mas isso não faz dela se vestir de branco e ser cultuada de forma diferente.
Ọya é Ọya, uma só.
Onírá é Ọya, uma só.
Então, não caiam nesta loucura que vemos na Internet, de 500 Ọya, uma faz assim, a outra faz assado, como já dizia meu querido e adorado padre Quevedo, ISSO NO ECXISTE!!!
ỌYA Á GBÈ WA ÒÒÒ.





📸
Fotos do Festival Anual de Ọya em Ọ̀yọ́, em 2019. Fonte - Orisa University | Facebook

IYALODE: É UM TITULO FEMININO.

Por Erick Wolff de Oxalá
Em 20/01/2021




O nosso intuito neste post, é trazer informações aos adeptos do Batuque,  para não cantarem orin (cantigas) de outras tradições, mal adaptadas, e com conceitos equivocados, evitando assim, que estas orins sejam  usadas em assentamentos ou feituras de integrantes do Batuque.

Em algum momento, não sabemos como nem o por que, introduziram duas orin (cantiga) de Nanã do Candomblé, no Batuque, onde, equivocadamente, cantam trocando: 

"SALUBA Ê" por "Lalupa ê Lanã"; 

"NANA QUE JÁ OSI IYALODE" para "Lanâ que ia oci a Lodê", 

Como se não bastasse, trocam constantemente: "Nana" para "Lanã". 

Ouçam o vídeo.  


Cantigas de candomblé introduzidas no batuque:





A imagem a seguir ilustra a nova Iyalode Agbekoya, intitulada pelo Alaafin de Oyo, em janeiro de 2021:




Fotos - Paula Gomes

https://www.facebook.com/asaorisaalaafinoyo/posts/1162371250887987 


ÌYÁLÓDE - DAMA DA SOCIEDADE (pag. 413), Dicionário Ioruba, José Beniste

sábado, 16 de janeiro de 2021

OMIERO XAPANA

Postado por Dra Paula Gomes Em 16/01/2021 atualizado em 23/12/2021 às 13:50



Hoje Jagun Obaluaye sai as ruas de Oyo e espalha Omiero em todas as comunidades para prevenção de febres.



sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

OS DEUSES POR HÉRICK LECHINSKI

Por Hérick Lechinski

Publicado em 06/01/2021



Não acredito em energias Universais que só mudam de roupagem cultural.
Acredito em grupos de seres divinos (Deuses/Divindades) que habitam lugares distintos do nosso MULTIVERSO e que se apresentaram para determinadas culturas, ajudando na evolução das mesmas e ensinando aos homens como cultuá-los.
Sim, acredito que alguns Deuses possuem similaridades, mas possuí-las não significa dizer que são as mesmas Divindades apenas com roupagens culturais diferentes.
Èṣù tem similaridade com Pambu Njila, Mavambu, Hermes, Mercúrio, Priapo, Yinepu (Anúbis), Thot, Ganesha, Shiva, etc., mas são para mim todos Deuses distintos.
É diferente quando falamos de Èṣù e Lẹ́gbàá (Vòdún), por exemplo, que é a mesma Divindade, mais que foi absorvida por outra cultura e ganhou um novo culto, este sim recebeu uma nova roupagem cultural, temos alguns outros exemplo iguais em algumas culturas, mas não podemos generalizar.
Respeito quem acredita e e pensa de maneira diferente da minha...
✒️
Hérick Lechinski
📷
Divindades Èṣù, Hermes e Yinepu (Anúbis)

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

ORI POR EDUCA YORUBA

postado em 14/01/2021


Pẹ̀lẹ́ oò, abòrìṣà gbogbo! Ṣe dáadáa ni?

Ọlọ́run bùsí fún yín àti ẹbí gbogbo rẹ! Jẹ́ká láti kọ́ èdè Yorùbá pẹ̀lú mi, olùkọ́ Vander?
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Hoje, iremos falar de Orí, mas não no que concerne ao seu significado primário: cabeça. Irei além, pois é importante haver uma visão macro das palavras yorubanas e este conceito estará presente no curso Oríkì àti Àdúrà (Breve!).
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Fato notório é saber que orí significa cabeça; que há o orí inú e que há o orí òde. Cabeça espiritual e cabeça física, respectivamente. Mas, orí entra na composição de muitas outras palavras e saber disso, compreender esta visão além de "cabeça", dá a você um grande pulo no desenvolvimento do aprendizado do Yorùbá, posto que é um idioma onde a interpretação de frases, sintetização do que é dito/ escrito se faz necessário o tempo todo.
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Orí como preposição:
Aqui a palavra funciona como preposição e indica algo que está acima, sobre, em cima, para cima. Dependendo somente de sua prefixação:
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Lórí (Ní + orí)= em cima, sobre.
Fìlà mi ni lórí àga = Meu chapéu está em cima da cadeira;
Bàbálórìṣà mi jáde lórí agogo = Meu sacerdote de òrìṣà saiu em cima da hora.
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Sórí (Sí + orí) = pra cima, em direção a algo no alto:
Gbogbo lọ sórí òkè = Todos foram ao alto da montanha;
Ajá mi máa sáre sórí ìbùsùn = Meu cachorro tem costume de correr pra cima da cama;
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Orí entra também com a ideia de liderança, aquele que encabeça, está à frente:
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Olórí (Oní + orí) = mais de um sentido. Senhor da cabeça, líder, pessoa destacada, proeminente.
Ọkọ mi ní olórí ni ẹ̀gbẹ́ = Meu marido é líder na sociedade/ Meu marido é uma pessoa destacada na sociedade;
Mo jẹ́ olórí níbí = Eu sou o chefe aqui! (Quem manda nesta P#@% sou eu. Hahaha!);
Kíni òrìṣà olórí rẹ? Qual é o òrìṣà dono de sua cabeça? (Expressão candomblecista, haja vista que não há dono de Orí. Orí é independente!).
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Forma a ideia de algo crucial, decisório, como uma encruzilhada:
Oríta = Orí + ẹ̀ta (Ẹ̀ta perde a entonação baixa pela prevalência da entonação alta de Orí).
Um lugar onde você possui três caminhos, três decisões.
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O dábọ̀!!!

MOGBA KOSO

Postada por Dra. Paula Gomes
Em 13/01/2021



Esta entrevista é feita ao Baba Oyedele Oyedemi, o membro mais velho da família de Mogba Koso.

A família do Mogba Koso em Oyo é a única família que possui o conhecimento tradicional e o poder para coroar os Alaafin.
A família Mogba Koso é a única família que tem o poder de entrar no santuário principal de Sango em Koso-Oyo.
Bàbá Oyedele não sabe a sua idade, mas coroou 4 Alaafins e acredita-se que tenha mais de 130 anos.
Esteve presente na coroação do Alaafin Lawani Ladigbolu I em 1905, depois do Alaafin Adeniran Adeyemi II, depois do Ladigbolu II e do presente Alaafin Adeyemi III.
Ele explica que um novo Alaafin antes de ser coroado é sempre levado primeiro para Èsù em Koso, depois Mogba Koso o leva para dentro do santuário de Sango em
Koso, onde todos os rituais são realizados.
Mogba Koso realiza sozinho todos os rituais de coroação.
Oyomesi e todo o público ficam do lado de fora esperando o novo Alaafin coroado.
3 cabaças diferentes seladas serão apresentadas ao Alaafin por Mogba Koso e apenas 1 será escolhida. A escolhida definirá o tipo de reinado que Alaafin alcançará durante sua vida.
Mogba Koso é a primeira pessoa a chamar Kabiesi para Alaafin.
Koso é poderoso, o conhecimento tradicional ainda está lá guardado até ao dia de hoje.
Asa Orisa Alaafin Oyo

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

OYÈ ALÁÀFIN (TITULO ALÁÀFIN)

Por Paula Gomes Publicado em 13/01/2021


O título Alaafin é um título antigo... Alaafin é um rei poderoso...
Os ritos para este título são muitos e são realizados durante 3 meses....

A seleção de um candidato para o trono do Alaafin será escolhido entre os membros da parte masculina da família real.

Antigamente, o filho mais velho "Aremo" sucedia ao pai, que costumava ter a sua própria residência oficial perto do palácio, mas em 1958 o Alaafin Atiba arriscou a lei colocando o Aremo a passar ou a ser rejeitado por eleições.

O candidato deve alinhar-se legalmente com os termos da declaração da autoridade do Alaafin. Não havia culto em Oyo-Ile, mas devido às exigências foi necessário no Novo Oyo, Oba Atiba introduziu o novo sistema de Obaship.

Três principescos membros da família real, o Ona-Isokun, o Ona-Aka, e o Omo-Ola, tios ou primos do rei, intitulados "os pais do rei" submetem os seus candidatos ao Baba Iyaji que os examina pela pureza do seu DNA como príncipes e depois passa-os para Oyo Mesi liderado por Basorun.

Oyo Mesi, os Criadores de Reis são liderados por Basorun, são a voz primordial para aceitar ou rejeitar os candidatos.

Nos tempos antigos, juntava-se ao decreto do oraculo IDAASA ou pela Ifa , que foi mais tarde introduzido, o Oyo Mesi emprega uma maioria simples para obter o sucessor Oba.

O novo candidato selecionado é conduzido para a corte exterior (Ipadi) do palácio, onde permanece por 3 meses até à data da coroação. Durante este período passa por diferentes ritos e cerimónias.

Uma abertura privada é feita na parede exterior do palácio para o candidato selecionado entrar e sair, porque o portão principal do palácio está fechado.

O Oro em Koso é o rito mais importado para a coroação, onde o candidato selecionado será coroado com a coroa ADE IYUN OBA.

O novo candidato selecionado é levado para o Esu em Koso, onde Mogba Koso sozinho o levará para o santuário principal de Sango em Koso.

Os ritos serão realizados dentro do santuário de Sango em Koso sozinho por Mogba Koso, que é o único chefe que pode fazer o Oro e coroar o Alaafin.

Dentro do santuário de Sango o candidato escolherá uma entre as 3 cabaças que lhe foram apresentadas para saber como vai ser o seu reinado. Finalmente Mogba Koso coroa-o com a ADE IYUN OBA de Sango, o que lhe dá autoridade para ser o Alaafin.
Depois da Coroação, o Alaafin dança no palácio.
Kabiesi Kabiesi Kabiesi
Por
Chefe Ogunmola

TIKTOK ERICK WOLFF