O nosso canal preserva a Cultura, História e Memórias do Batuque do RS e da R.M.A.
sexta-feira, 29 de abril de 2022
HOJE É DIA MUNDIAL DA RELIGIÃO E DIA NACIONAL DE COMBATE À INTOLERÂNCIA RELIGIOSA
ORIXÁ DA MÃE RITA CHEGA EM PLENO DIA
Por Erick Wolff de Oxalá
Postado em 29/04/2022, revisado e aumentado em 01/05/2022 às 10:27
Mestre Borel |
O extrato de vídeo abaixo registra um depoimento do Mestre Borel, que relata o orixá da Mãe Rita*, chegando as 13 horas da tarde, em pleno dia, para falar com ele.
O vídeo completo pode ser encontrado aqui - https://youtu.be/ftjdoUEC4b0
Informação da mãe Rita do Aganju: *Mãe Rita do Aganju, filha de Jauri de Oxum Fun Mike, tradição Ijexá Puro.
Imagem comprobatória:
sábado, 23 de abril de 2022
ORIKI RARO DE ALÁÀFIN DE ÒYÓ, OBA LAMIDI ADEYEMI III
Postado por The Alaafin of Oyo
Em 23/04/2022
segunda-feira, 18 de abril de 2022
NO BATUQUE "SÓ SE CULTUA ORIXA E NÃO OS INKISSI NEM OS VODUN".
domingo, 17 de abril de 2022
ÒGÚN: NA TRADIÇÃO DO BATUQUE É O GRANDE GUARDIÃO DO TEMPLO
Saudações amigos, irmãs e família, vamos aproveitar para falar sobre Ògún.
Algumas considerações e informações:
Ogum é como escrevemos em português, Ògún é como poderemos escrever em Ioruba, a etnia e origem desta divindade. De qualquer forma estaremos escrevendo Ogum, para este texto usarei o nome em Ioruba.
Ògún recebe uma oferenda de Frango, tartaruga e Igbin, equivocadamente até pouco tempo no Brasil falávamos que Ògún só recebia cachorro em terras Ioruba, esta postagem desmistifica isso.
Imagem 01: Em 01/05/2020
um babalawo fazendo uma oferenda para Ògún |
Ògún é uma divindade muito importante e temido em terras Ioruba, por isso, é possível encontrar assentamento de Ògún em vários lugares importantes, inclusive na entrada do palácio do Aalaafin.
Imagem 02: Santuário de Ògún dentro do Palácio de Alaafin |
Imagem 03: do santuário de Ògún |
O calendário ioruba é dividido em 4 dias, de uma forma semelhante poderemos observar que algumas famílias a segunda feira é de do Ògún Avagã e a quinta de Ògún.
Imagem 02: santuário de Ògún no Palácio do Alaafin. acessado em 17/04/2022 às 15:26 - acessar link
Imagem 03: santuário de Ògún no Palácio do Alaafin. acessado em 17/04/2022 às 15:30 - acessar link orisa brasil
sexta-feira, 15 de abril de 2022
ORIXÁ: SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS ENTRE A TRADIÇÃO IORUBA E A TRADIÇÃO DO BATUQUE DO R.S.
Por Erick Wolff de Oxalá
Postado em 15/04/2022
RESUMO
Neste artigo, estamos diante
a riqueza de registros do livro Estudos de Batuque, de Carlos Krebs, que
possui raras imagens de orixás manifestados nos rituais do Batuque, que por
tradição e ritualística, no Batuque do RS não fotografa nem filma orixás. Por isso, este trabalho possibilita demostrar a semelhança preservada dos orixás do Batuque quando possuídos em
seus iniciados, com a tradição ioruba.
PALAVRAS CHAVES: Orixá, vestimenta, paramentos, indumentária.
Introdução
Os orixás do Batuque não
permitem serem filmados, ou, fotografados, motivo este que na sua manifestação,
estas divindades praticam rituais e cerimonias que não devem ser comentadas com
os iniciados[1]
destes orixás. Sendo assim, não é permitido filmar, fotografar, e que fotos ou
filmagens que existem, foram feitos à revelia, e somente divulgado após a morte
das pessoas envolvidas. O mesmo ocorre com mencionar que há manifestação do
orixá naquela pessoa. E por motivos de respeitar este tabu, dificulta mais
registros ou estudos sobre a manifestação dos orixás no Batuque.
Mesmo assim, neste artigo
ilustraremos alguns orixás manifestados, paramentados e vestidos, para registro
e estudos dos costumes do culto do orixá afrosul, ao mesmo tempo que
demonstraremos registros de orixás manifestados em terras Iorubas.
MANIFESTAÇÃO DOS ORIXÁS DO
BATUQUE DO RS
Seguem imagens que registram manifestações, vestimentas e comportamento dos orixás da década de 40. Estes que muitas vezes passam horas manifestados e acabam indo embora deixando o seu iniciado sem cansaço ou vestígio decorrente de uma manifestação.
Vejam a seguir imagens do livro Estudos de Batuque
- Imagem 01, crédito Estudos de Batuque, Pai Fiorentino Pereira da Silva, dançando ritualmente com o seu Ogum manifestado. Casa Mãe Apolinária.
- Imagem 02, crédito Estudos de Batuque, Marieta, filha e mãe-de-santo, possuída por seu Oxalá-moço. Está envergando nas vestes rituais do orixá (branco) e portando o seu cajado. Marieta vem referida no texto, em possessão e fazendo cair no santo inúmeras pessoas, apenas apontando-lhe com a mão ou com um simples lírio branco.
- Imagem 03, crédito Estudos de Batuque, A manifestação do orixá.
- Imagem 04, crédito Estudos de Batuque, Ogum, orixá da guerra, manifestado e revestido com seus paramentos rituais. Casa Mãe Apolinária.
- Imagem 05, crédito Estudos de Batuque, No interior do pegi, o rito final para despachar o santo. Casa de Mãe Apolinária.
- Imagem 06, crédito Estudos de Batuque, inicio do estado-de-santo.
- Imagem 07, crédito Estudos de Batuque, Característica expressa facial de um crente em possessão. Casa da Mãe Apolinária.
- Imagem 08, crédito Estudos de Batuque, Oxalá-velho manifestado no seu iniciado. Observe-se o pequeno bastão usado, um dos atributos deste orixá. Casa da Mãe Apolinária.
- Imagem 09, crédito Estudos de Batuque, A Oxum manifestada em Dona Moça, mãe-de-santo, numa cerimônia festiva em sua casa de culto.
- Imagem 10, crédito Estudos de Batuque, Amparado por Mãe Apolinária, um crente começa a entrar no estado-de-santo.
- Imagem 11, crédito Estudos de Batuque, A projeção dos lábios, típica nos crentes em estado-de-santo.
Nas próximas imagens, são de orixás manifestados em terras Iorubas, notem a semelhança entre eles e os orixás do Batuque do RS.
- Imagem 12, crédito Asa Òrìsà, Durante o festival de Xapanã, em Òyó, Nigéria, Xapanã Manifestado, anda pelas ruas abençoando e falando com as pessoas. Observem a capa que envolve as vestes de Xapanã. Não ele carrega uma vassoura, que é o símbolo de Xapanã.
- Imagem 13, crédito Asa Òrìsà, Durante o festival de Xapanã, em Òyó, Nigéria, o orixá para na frente do Palácio do Alaafin para abençoa-lo e a todos que ali estão.
- Imagem 14, crédito Òrìsà Brasil, Renata estava em rituais de iniciação para Yemanjá, quando Oya vem pelas ruas e entra na casa de Yemanja, senta na esteira para passar mensagens e benção, depois Oya levanta e vai embora para a sua casa.
- Imagem 15, crédito Asa Òrìsà, Durante o festival de Xangô, Òyó, Nigéria, Xangô, Oyo, o próprio orixá sentado passando mensagens, ensinamentos e abençoando os devotos.
- Imagem 16, crédito Yemonja Arike, Durante o festival de Xangô, Òyó, Nigéria, Xangô, Oyo em 2019. Xangô come o fogo.
PONTOS SEMELHANTES ENTRE O ORIXÁ DO BATUQUE E O ORIXÁ EM TERRAS IORUBA
A forma que os orixás do
Batuque manifestam, possuem características próprias, que não se assemelha a
qualquer outra religião afro-brasileira, no entanto, podemos notar que os
orixás do Batuque preservaram muito dos orixás em terras Ioruba.
Notamos que as vestimentas e
paramentos também possuem características dos orixás em terras Ioruba, e não se
assemelham a outras religiões afro-brasileiras. Referente as tradicionais
capas, que alguns orixás do Batuque usam, lembram os panos que os orixás usam
na matriz ioruba.
Notem que assim como o orixá
manifestado podem e anda com os olhos abertos, possuem autonomia para ficarem o
tempo que quiserem durante rituais e se portar como desejarem, sendo que muitas
destas manifestações ocorrem conforme vistos nos vídeos e fotos em terras iorubas.
É comum os orixás do Batuque passarem por rituais onde comem buchas de fogo, carvão em brasa, dendê ou mel fervendo, entre outros fundamentos, enquanto manifestados. Semelhante ao que vemos orixás manifestados em terras iorubas.
PONTOS DIVERGENTES ENTRE O
ORIXÁ DO BATUQUE E O ORIXÁ EM TERRAS IORUBA
Importante ressaltar que os
orixás desejam se comunicar com os devotos, por isso, o fazem no idioma nativo
Brasileiro, diferente dos orixás Ioruba que o fazem no idioma de sua origem. Existem registros de que o Xapanã do pai Manoelzinho ensinava as orin (cantiga) e falava o idioma nativo.
Os orixás do Batuque podem
chegar a qualquer momento, e ficam o tempo que desejarem, no entanto, hoje em
dia, poucas casas fazem toques durante o dia, já os festivais de orixá em terras iorubas geralmente ocorrem durante o dia, desta forma, os orixás circulam pela cidade e abençoam a todos que por eles passam.
Em terras Ioruba, o orixá possui vestimentas especiais que as usam quando estão manifestados. Como pudermos ver os registros de orixás do Batuque, usando roupas e paramentos especiais durante as festas, hoje em dia poucas casas mantem os paramentos e vestes. Importante registrar que o orixá quando manifestado, retira relógio, joias, fios de contas e acessórios que o iniciado possa estar usando, para ter mais liberdade para dançar ou ajudar em rituais que esteja participando.
É costume de o Batuque não
comentar que o orixá manifesta em determinado individuo, segundo entendemos que
este estado espiritual é mantido em segredo até mesmo pela divindade, que, não
deixaria vestígios na mente do indivíduo. Jaá em terras Ioruba sabem que irão passar pela manifestação do orixá.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Orixás do Batuque preservaram alguns pontos sua origem ioruba, se considerado as possíveis adaptações em terras brasileiras para preservação do culto, e sem contato com a matriz, existe semelhança que podemos observar.
Orixás do Batuque quando manifestados, mantém o tabu da ocupação, desta forma não é possível gravar ou filma, o que dificulta o registro dos costumes e tradições praticadas pelas divindades.
Apesar da diferença e adaptações nos trajes e paramentos dos orixás do Batuque, ainda assim notamos que não copiava o Candomblé, por isso, a identidade e cultura do Batuque deve ser preservada.
Os orixás do Batuque não são obrigados a se comunicarem no seu idioma, nativo ioruba, pois, desejam facilitar o contato com os seguidores brasileiros. Contudo, nada impende que possamos estudar para que um dia caso estas divindades desejem falar no seu idioma, de origem, possamos nos comunicar com eles.
Fonte internet
Sàngó abençoando e orientando o povo durante o festival
de 2020, acessado em 31/03/2022 às 22:13 link - https://iledeobokum.blogspot.com/2021/12/sango-abencoando-e-orientando-o-povo.html
ARIKE, emojagbemi Omitanmole, Oya visita Emojagbemi
Omitanmole Arike, acessado em 31/03/2022 às 22:13 link - https://iledeobokum.blogspot.com/2021/12/oya-visita-emojagbemi-omitanmole-arike.html
ARIKE, emojagbemi Omitanmole, Sàngó engolindo fogo durante o festival de Sango em Òyó, 2019,
acessado em 02/04/2022 às 18:57 Link – https://www.facebook.com/yemoja.renata/videos/418716928924262
GOMES, Paula, Festival de Obaluaye (Xapanã) em Oyo,
2022, acessado em 31/03/2022 às 22:07 link - https://iledeobokum.blogspot.com/2022/01/festival-de-obaluaye-xapana-em-oyo-2022.html
Bibliografia
KREBS, Carlos Galvão, Estudos de Batuque, 1988, centenário da abolição, Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore.
[1] Momento ao qual o
indivíduo passa pela possessão, que no batuque dá-se o nome de ocupação para o
estado de possessão de uma divindade.