domingo, 30 de abril de 2023

A HISTÓRIA DO PRIMEIRO HOMEM BRANCO A SE OCUPAR COM ORIXÁ, DENTRO DO BATUQUE AFRO GAÚCHO

Registramos o programa piloto "O BATUQUE E OS BATUQUEIROS", para estudos e registros sobre a história e tradições da religião Afro Gaúcha Batuque do RS.

Um novo projeto que promete inovar como apresentamos conteúdo para o público online. 

O trabalho nos fornece informações e temas importantes para a atualidade, como Orixaísmo e dados sobre pai Antoninho da Oxum, ícone religioso da tradição Oyo, do Batuque.

Segundo o comentarista Cleber de Ogum, a sua base de pesquisa são os historiadores: @Jovani Scherer e @Vinicius Pereira de Oliveira (o Omorixá Vinícius de Aganjú) e com o Professor de História e Babalorixá @Denis de Odé Ilê De Odé Oxum Denis de Odé. 

No entanto, ainda não foi possível checarmos as fontes dos informantes do comentarista, pois muitas não estão abertas ao público. Assim como:

Pai Antoninho foi feito pela mãe Deolinda, mais tarde passando para a mão do Gululu de Xapanã.

O orixá do Gululu.

Sobre os negros não aceitarem que um orixá alimentado e perpetuado, por uma religião, negra, tradicional, trazida da África.

Os relatos sobre as provas que submeteram a mão oxum são horripilantes e estarrecedores ... todos os relatos se fez pelo ferro e pelo fogo.

E sobre a disputa dos objetos e acervo do pai Antoninho.


Informações sobre o programa: 

A HISTÓRIA DO PRIMEIRO HOMEM BRANCO A SE OCUPAR COM ORIXÁ, DENTRO DO BATUQUE AFRO GAÚCHO




Esse é um Projeto produzido EM PARCERIA com os Historiadores @Jovani Scherer e @Vinicius Pereira de Oliveira (o Omorixá Vinícius de Aganjú) e com o Professor de História e Babalorixá @Denis de Odé Ilê De Odé Oxum Denis de Odé.
Para a realização desse projeto, contamos com a colaboração do Babalorixá Pai Mozart de Iemanjá - CONSULTOR da Página Heranças Afro sobre o Batuque Tradicional.
LEMBRANDO QUE O SABER, NÃO OCUPA ESPAÇO, COMPARTILHE A VONTADE.

Ps.: Fotos acervo do Professor Carlos Galvão Kerbs

quinta-feira, 27 de abril de 2023

CULTURA BANTÚ (NKISI)

 Por Baba Osvaldo Omotobatala 

Postado em 24 de fevereiro de 2017 acessado em 27/04/2023


Coletamos este artigo da página do Baba Osvaldo, que foi escrito no idioma nativo do autor, para que o afro brasileiro possa ler com maior facilidade, disponibilizamos o  texto em português, usando tradução online.

  acess

A seguir:

CULTURA BANTÚ (Nkisi)

TEXTO IDIOMA ORIGINAL

Reflexiones:
1 - Los cultos candomblé Angola /Congo en Brasil que seguramente comenzaron con cierta pureza en sus rituales y costumbres, con el tiempo fueron adquiriendo costumbres inherentes a los cultos de vodun (djeji de ex-Dahomey) y de orisa (yoruba), tal vez debido a la discriminación que hubo hacia los grupos de culto a Nkisi en Brasil, donde fueron muy criticados sus preceptos originales, tan diferentes en un principio de los de vodun u orisa.
2 - No he constatado que se rape la cabeza a los que se inician para Nkisi en tierra bantú (Africa), esa es una costumbre que las casas de candomblé de culto Nkisi introdujeron en Brasil, tal vez bajo la óptica de que la creencia popular en la mayoría de las casas de candomblé brasileñas de matriz vodun u orisa, creen que si no se afeita la cabeza no hay iniciación.
3 - No existe en los cultos a Nkisi en la tierra africana el uso de búzios (caracoles) para hacer adivinación. La adivinación la hace directamente el Nkisi manifestado en su "cavalo" o es hecha a través del "ngombo" por sacerdotes especializados. Tampoco se usa obi, coco u orogbo para adivinar. Lo que lleva a suponer que el uso de búzios, obi, orogbo o coco en los candomblé de culto Nkisi en Brasil, es una influencia de las casas de culto a orisa o vodun.
4 - En el culto Nkisi en Africa no existen los "orisa" ni los "vodun", tampoco hay un sincretismo o asociación donde se divulguen historias o mitos de Orisa relacionándolos con algún Nkisi. Ni se usan nombres de orisa o vodun que sean intercambiables con los de los Nkisi.
5 - En el culto de Nkisi en Africa, al igual que en los candomblés de Angola y/o Congo de Brasil, existen tabúes para los iniciados y cada Nkisi tiene sus tabúes.
6 - Tanto en el culto a Nkisi de Brasil como en Africa, no se usan huesos de personas muertas para la preparación del Nkisi.
7 - En la iniciación para Nkisi en Africa, se hacen cortes pequeños (kuras) en el homóplato de los novicios y se les pone "medicina", esta costumbre que también se practica en el candomble de Nkisi brasileño, lo que deja claro que no es influencia yoruba ni djeji.
8 - En el culto Nkisi de tierra africana, si bien el Nkisi es una fuerza de la naturaleza, se cree que algunos héroes y heroínas al morir, pueden pasar a formar parte de la energía espiritual de Nkisi, por lo que estos ancestros entran en una categoría casi de Nkisi, teniendo un estatus diferente con respecto al de los Ancestros en general (bakulu).
9 - No existe "Esu", "Exu", "Eshu", "Echu", "Lucero", "Elegguá", "Elegba", "Legba" en el culto tradicional a Nkisi en tierra bantú, tampoco existen asentamientos que sean parecidos al Legba o Esu de tierra vodun u orisa, esto es, una imagen de barro (o cemento) cuyos "ojos, nariz y boca" han sido hechos con cowries (búzios). Esa idea, en ciertos cultos de América al Nkisi, claramente fue tomada de los cultos de Vodun u Orisa.

TEXTO TRADUZIDO PARA O PORTUGUÊS

CULTURA BANTU (Nkisi)
Reflexões:
1 - Os cultos candomblé Angola /Congo no Brasil que certamente começaram com alguma pureza nos seus rituais e costumes, com o tempo foram adquirindo costumes inerentes aos cultos de vodun (djeji de ex-Dahomey) e de orisa (yoruba), talvez devido a discriminação que houve em relação aos grupos de culto a Nkisi no Brasil, onde seus preceitos originais foram muito criticados, tão diferentes no princípio dos de vodun ou orisa.
2 - Eu não constatei que raspei a cabeça dos que estão começando para Nkisi em terra bantu (África), esse é um costume que as casas de candomblé de culto Nkisi introduziram no Brasil, talvez sob a ótica de que a crença popular na maioria das casas de candomblé brasileiras de matriz vodun ou orisa, acreditam que se não raspar a cabeça não tem iniciação.
3 - Não existe nos cultos de Nkisi na terra africana o uso de búzios (caracóis) para fazer adivinhação. A adivinhação é feita diretamente pelo Nkisi manifestado no seu "cavalo" ou é feita através do "ngombo" por sacerdotes especializados. Também não se usa obi, coco ou orogbo para adivinhar. O que leva a supor que o uso de búzios, obi, orogbo ou coco nos candomblé de culto Nkisi no Brasil é uma influência das casas de culto de orisa ou vodun.
4 - No culto Nkisi na África não existem "orisa" nem "vodun", nem um sincretismo ou associação onde se divulguem histórias ou mitos de Orisa relacionando-os a algum Nkisi. Nem se usa nomes de orisa ou vodun que sejam intercambiáveis com os Nkisi.
5 - No culto de Nkisi na África, tal como nos candomblés de Angola e/ou Congo do Brasil, existem tabus para os iniciados e cada Nkisi tem seus tabus.
6 - Tanto no culto de Nkisi do Brasil como na África, não se usa ossos de pessoas mortas para a preparação do Nkisi.
7 - Na iniciação para Nkisi na África, fazem-se pequenos cortes (kuras) no homóplato dos noviços e colocam-lhes "medicina", costume este que também é praticado no candomble de Nkisi brasileiro, o que deixa claro que não é influência yoruba nem djeji.
8 - No culto Nkisi de terra africana, embora o Nkisi seja uma força da natureza, acredita-se que alguns heróis e heroínas ao morrer podem se tornar parte da energia espiritual de Nkisi, então esses antepassados entram em uma categoria quase de Nkisi, tendo um status diferente em relação ao dos Antepassados em geral (bakulu).
9 - Não existe "Esu", "Exu", "Eshu", "Echu", "Lucero", "Elegguá", "Elegba", "Legba" no culto tradicional a Nkisi em terra bantu, também não existem assentamentos que sejam semelhantes ao Legba ou Esu de terra vodun ou orisa, isto é, uma imagem de lama (ou cimento) cujos "olhos, nariz e boca" têm foram feitos com cowries (búzios). Essa ideia, em certos cultos da América al Nkisi, claramente foi tirada dos cultos de Vodun ou Orisa.





terça-feira, 25 de abril de 2023

ERINDILOGUN - IFA OLOKUN

Este texto foi publicado na mídia social Facebook, no grupo CONHECENDO KETU, em 25/04/2023

Por Baba Obalufe



ERINDILOGUN - IFA OLOKUN


Oraculo onde o orixa nos direciona a solucionar nossos problemas espirituais.


Orunmila é a primeira pessoa que trouxe conhecimento profundo à raça iorubá sobre sabedoria de consulta espiritual. Ele foi o primeiro orisa que usou o Erindinlogun para simplificar a consulta espiritual.


Mas ele não era o Orisa que trouxe Erindinlogun para a comunidade dos Orisas. Segundo a pesquisa, revelou que Obatala é o pai de Erindinlogun enquanto Orunmila e seus seguidores dominam sabedorias de Ikin e Opele.


Mas está sujeito a discussão se Baba Orunmila ou Obatala foi o primeiro a dar um ensinamento em Erindinlogun. Algumas pessoas acreditam que Obatala coletou um Erindilogun completo de Olokun ou diretamente de Eledumare e entregou e ensinou conhecimento para outras orisas exceto orunmila.


Mas eu tomarei a história de Erindinlogun da perspectiva do ensino de Orunmila que eu gostaria de concordar aqui que isto não é uma verdade completa.


Segundo a narração, a história de Erindinlogun começou com consistentes consulados que Oluweri fez com Orunmila.


Em todas essas consultas, orunmila teve que ir ao fundo do mar para se encontrar com Oluweri. (Oluweri em alguma outra crença iorubá é conhecida como Olokun ou Yemaja. Mas também está em dúvida se isso é verdade, já que alguns outros relatos dizem que Oluweri é o espírito mais poderoso que domina o oceano e, de alguma forma, Rio e oceano. Oluweri, para alguns pesquisadores iorubás, pertence à sociedade Alujonu, (Alujonu são os poderosos espíritos que dominam terrestre e o mundo aquático). Mas o fato é que Oluweri tanto quanto Olokun e Yemaja pertencem ao mar.


O relato oral afirmava que o dependente de Oluweri em Orunmila consumia tanto tempo e energia, porque precisava fazer uma longa jornada até o mar profundo para encontrar-se com Oluweri. Um dia, por curiosidade, Oluweri pediu a Orunmila que lhe ensinasse o sabedoria do IFA.


Mas Orunmila disse que ele não poderia ensinar-lhe o uso de Opele ou o uso de Ikin para que ele encontrasse um meio simples de ajudá-la a ter o conhecimento da consulta espiritual.


Eventualmente, ele planejou um meio ensinando Oluweri sobre como fazer uma consulta espiritual por conta própria, pedindo-lhe para trazer 16 búzios (OWO EYO) com os quais Orunmila começou a ensiná-la sobre a arte da consulta. A razão pela qual Orunmila não podia ensinar Oluweri a sabedoria dos opele e ikin era que as duas artes eram demoradas e seria necessário que Oluweri fosse iniciada na IFA antes que ela pudesse lidar com essas artes. É então imperativo para Orunmila para inventa para ela uma novo jeito de fazer consulta espiritual.


Outro relato oral afirmou que, foi Obatala que e mais velho de todas as orisas foi primeiro usou Erindinlogun e ele realmente foi o quem trouxe o sabedoria de Erindinlogun para o mundo. Ele também disse ter dado o conhecimento de Erindinlogun a todas as orisas, exceto Orunmila.


No entanto, pode-se concluir, com lógica, que ambos os relatos de como o Errindinlogun chegou ao mundo podem estar corretos. A semelhança desta correção é o fato de que os búzios vieram do mar. Assim, quando se afirma que Orunmila ensinou a arte do Erindinlogun a oluweri no mar com buzios, podemos argumentar isso mais adiante. Como uma ensinamento no mundo Oceania chegou ao nosso mundo real?


Novamente, o fato de que Orunmila tem mais sabedoria entre os orixás, não pode ser duvidado. Ele é o mestre filosofa, o reparador de cabeça ruim, profeta e curador. Com sua IFA , Orunmila vê e conhece o mundo e todos os espíritos dentro dele. Ele sabe além. Ele tem a voz e as palavras certas (Ifa cantos e versos) que poderiam conquistar o coração de Eledumare.


Mas o ponto de partida é que, Erindinlogun não é usado na consulta Ifa e Babalawos ou Iyanifas que são iniciados Ifa não usam Erindinlogun. Então, como Orunmila ensinou a Oluweri o que não pertence a ele ou a seus discípulos por identidade?


Nós iríamos mais longe para estabelecer o relato de Obatala de Erindinlogun, que é mais popular entre os devotos de Orisas em todo o mundo. Obatala foi dito ter trazido o Erindinlogun do céu. Eledumare deu-lhe ao lado do Ase para colocar o mundo em ordem e também que incluiu suficientemente o uso de Erindinlogun para ajudar o ser humano. Mas um ponto de partida é se os búzios de Erindinlogun vieram do céu como relacionados a Obatala ou do mar como relacionados a Orunmila e Oluweri.


Porque pode ser evidentemente provado que os buzios são retirados do mar. Os buzios também foram os primeiros materiais a serem usados como dinheiro na sociedade iorubá. Buzios também representa riqueza no simbolismo espiritual e no sociedade do povo yoruba.


Poderíamos no entanto estabelecer que o sistema ou o conhecimento de Erindinlogun foi trazido ao mundo por Obatala, mas ao entrar no mundo, ele usou os buzios para ensinar este conhecimento a outras orisas. (Osun foi dito ter sido o primeiro orisa a obter esse conhecimento de Obatala). Finalmente, também é possível que Obatala tenha vindo com seus 16 buzios exclusivos do céu, através dos quais o conhecimento de Erindinlogun foi espalhado entre as orisas e seus devotos. O fato é que o Obatala é o mais velho entre os orisas e Orunmila é o mais experiente entre todos eles.



Ase





segunda-feira, 24 de abril de 2023

A CRIAÇÃO DO HOMEM

Selecionamos alguns versos sobre a criação do ser Humano, publicados no livro Obàtálá e a Criação do Mundo Ioruba - Luiz L. Marin.

Este fragmento narra a criação do Homem por Obàtálá, onde é importante que nenhuma divindade ou ser espiritual participa, com exceção de Olódùmarè, ao mandar a chuva.



Ejìogbè

ÒRÌSÀ DÍDÁ AYÉ 


[...]

163. Então, Olódùmarè mandou òjò (chuva). 

164. Quando a chuva parou 

165. Obàtálá procurou uma lagoa 

166. Obàtálá viu sua imagem refletida na água 

167. E sua própria imagem que o inspirou 

168. Obàtálá começou a criar os corpos 

169. Obàtálá escolheu vários tipos de amò (barro) 

170. De todos os tipos, de várias cores. 

171. É por isso que ele é chamado alámòrere1 

172. Obàtálá começou a modelar ara (corpo) 

173. Obàtálá fez ara okùnrin (corpo do homem) 

174. Obàtálá fez ara obìnrin (corpo da mulher) 

175. Obàtálá fez orí (cabeça)

176. Obàtálá fez apá (braços) 

177. Obàtálá fez esè (pernas)

178. Obàtálá juntava tudo para formar um corpo 

179. E colocava para secar embaixo do õòrùn

180. Õòrùn´ ìmólè 

181. Era isso que secava os corpos 

182. Depois que os corpos secavam, 

183. Obàtálá os colocava num lugar escuro e fechado

184. Para cada ser humano que ele criava 

185. Obàtálá criava também uma árvore 

186. Obàtálá trabalhou, trabalhou, trabalhou 

187. Até que ele ficou cansado

188. As sementes que ele plantou já haviam nascido 

189. Todas as árvores já haviam crescido 

190. As palmeiras também haviam crescido 

191. Obàtálá estava com sede 

192. Obàtálá pegou o òpá 

193. Obàtálá furou o tronco da palmeira 

194. A seiva da palmeira começou a escorrer 

195. Logo ela transformou-se emu (vinho de palma) 

196. Quando Obàtálá viu isso 

197. Ele começou a beber, 

198. Obàtálá bebeu, bebeu, bebeu, 

199. Até ficar completamente embriagado 

200. Quando ele estava saciado, 

201. Obàtálá voltou para fazer mais corpos 

202. Agora ele não sabia mais o que estava fazendo 

203. Obàtálá fez abuké (corcunda) 

204. Obàtálá fez àfín (albino) 

205. Obàtálá fez corpos deficientes 

206. É por isso que até hoje, 

207. Quando uma mulher está grávida, 

208. As pessoas costumam dizer: 

209. "Ki Òrìsà ya'nà're ko ni o" 

210. (Que Òrìsà faça um bom trabalho de arte)

[...] (p. 35 a  37)

Fonte - https://loja.uiclap.com/?post_type=product&p=169671

sábado, 22 de abril de 2023

ÉPO ( AZEITE DE DENDÊ) NA RELIGIÃO DE MATRIZ AFRICANA SERVE PARA TUDO

Por Erick Wolff 

Postado em 22/04/2023


Este ensaio tem por finalidade pontuar os  conceitos conflitantes entre a diáspora e a matriz Africana publicados que seguem no artigo "ÉPO ( AZEITE DE DENDÊ) NA RELIGIÃO DE MATRIZ AFRICANA SERVE PARA TUDO", do Dr. Adeyinka Olaiya.


As Nações Afro-brasileiras nasceram em solo Brasileiro e não são Nações Africanas, ou seja, não vieram prontas algum local da África. 


Assim, vejamos as falas de alguns professores sobre o tema:

[...] A nação afro-brasileira de kétu refere-se a uma nação afro-religiosa do candomblé, e não à cidade ioruba africana de Kétu, localizada no Dahome.[...] (José Beniste)

 

Também como a nação afro-brasileira Jeje refere-se a uma nação afro-religiosa do candomblé, batuque ou tambor de mina. Segundo o professor Reginaldo Prandi (USP), não existe nenhuma nação política denominada “Jeje” em solo africano. O mesmo vale para a nação religiosa afro-brasileira “nagô”.


Incluímos o conceito de Nação Afro-brasileira do professor Vivaldo:
 


E por último uma sacerdotisa do Opon Afonja, informou que:



[...] As nações afro-religiosas da forma como existem aqui não existem na África, e vice-versa. Que isto fique claro para que não se arvorem prepotentemente sobre falsos conceitos de pureza. Não existe ninguém puro (Mãe Stella). [...]


Entretanto, o Dr. Adeyinka Olaiya, nos apresenta um texto que sugere que o Candomblé veio da África Ocidental, conforme a seguir: 


[...] A religião do Candomblé é uma religião africana tradicional que tem suas raízes na região da África Ocidental, mas que também é praticada em muitas partes do mundo, incluindo o Brasil. [...]


Convidamos o Dr. Olaiya, a fornecer as fontes para estudo e pesquisas. 

Idem na pauta Teísmo.


[...] O Candomblé é uma religião politeísta, o que significa que reconhece e adora múltiplos deuses [...]


Pela praticidade sugerimos o dicionário online.

 

Teísmo

Substantivo masculino, doutrina que afirma a existência pessoal de Deus e sua ação providencial no mundo. (Dicionário Online de Português)


E o professor Aulo Barreti (2012) conceitua a religião Orixaísta:

[....] Portanto, com a premissa descrita e aceita – crio um novo conceito teológico, de nos autointitular, genericamente, de sermos todos pertencentes, de um modo ou outro, a religião dos Òrìsà. Sendo assim, conceituo a nos auto aclamar seguidores da religião do Òrìsàísmo: O conjunto das religiões ou a religião dos que cultuam Òrìsà. Somos, então, Òrìsàístas. Quem cultua Òrìsà é da Religião do ÒRÌSÀÍSMO. Somos ÒRÌSÀÍSTAS. [...] 


E completa:


[...] Tendo sido, portanto, o Òrìsàísmo instituído durante o mito da criação (seja qual for o mito adotado), e tendo a tradição semeada a religião tradicional dos Òrìsà através do mundo, concluímos, que o Òrìsàísmo, religião tradicional dos Òrìsà é uma religião original, universal, possuindo seus próprios conceitos teológicos, no qual dificilmente cabem, sequer por analogias, os conceitos universais existentes.

Que fique registrado que o Òrìsàísmo praticado em qualquer parte do mundo, independentemente do nome regional adotado, respeita, mas não re-conhece a Bíblia, como uma de suas diretrizes sagradas, tampouco o Alcorão ou a Torá. Para os Òrìsàístas trata-se apenas de livros religiosos, assim como tantos outros. [...]  


Confiram o artigo do Dr. Adeyinka Olaiya:


ÉPO ( AZEITE DE DENDÊ) NA RELIGIÃO DE MATRIZ AFRICANA SERVE PARA TUDO

Religião tradicional YORÙBÁ e CANDOMBLÉ 

—————————-


Dr. Adeyinka Olaiya  

Jornalista/ Artista .


A religião do Candomblé é uma religião africana tradicional que tem suas raízes na região da África Ocidental, mas que também é praticada em muitas partes do mundo, incluindo o Brasil. O Candomblé tem um sistema complexo de crenças, deuses e rituais que são centrais para suas práticas. Um dos elementos-chave da religião é o uso de EPO, ou azeite de dendê. O EPO desempenha um papel significativo no Candomblé, e sua importância não pode ser subestimada.


O Candomblé é uma religião politeísta, o que significa que reconhece e adora múltiplos deuses. Esses deuses, conhecidos como Orixás, são acreditados ter o controle sobre vários aspectos da vida, como saúde, riqueza e fertilidade. Cada Orixá tem sua própria personalidade e atributos únicos, e muitas vezes estão associados a diferentes elementos da natureza, como rios, montanhas e árvores.


O EPO é usado no Candomblé para honrar e apaziguar os Orixás. Acredita-se que o EPO seja o alimento dos Orixás, e que oferecê-lo a eles os satisfará e concederá bênçãos aos seus seguidores. O EPO também é usado como símbolo de pureza e divindade, e muitas vezes é usado em rituais de purificação e outras práticas espirituais.


Um dos usos mais importantes do EPO no Candomblé é em rituais de divinação. Adivinhação é a prática de buscar orientação dos Orixás interpretando sinais e presságios. Durante os rituais de adivinhação, o EPO é usado para marcar a bandeja de divinação, que é usada para segurar as ferramentas de divinação. Acredita-se que o EPO ajude o adivinho a se conectar com os Orixás e receber sua orientação.


O EPO também é usado em outros rituais importantes do Candomblé, como a cerimônia de nomeação e a cerimônia de casamento. Na cerimônia de nomeação, o EPO é usado para ungir o recém-nascido e simbolizar a entrada do bebê no mundo. Na cerimônia de casamento, o EPO é usado para simbolizar a união e a fertilidade do casal.


Outro uso importante do EPO no Candomblé é na cura e na medicina. Acredita-se que o EPO tenha propriedades curativas e é usado em várias preparações medicinais. Também é usado em massagem e outras práticas terapêuticas, onde se acredita que promova relaxamento e cura.


Além de seus usos espirituais e medicinais, o EPO também é um símbolo cultural importante no Candomblé. É frequentemente usado em arte e artesanato tradicionais do Candomblé, como trabalho em contas e escultura. O EPO também é um ingrediente importante na culinária tradicional do Candomblé e é usado em muitos pratos, como sopa de Egusi e acarajé.


Uma das formas mais importantes de uso do EPO no Candomblé é para proteger contra ataques espirituais.


Um ataque espiritual é uma tentativa de prejudicar alguém através de meios espirituais. Esses ataques podem assumir várias formas, desde a inveja até a maldição. O objetivo desses ataques é prejudicar a saúde, a felicidade e a prosperidade da pessoa alvo. No Candomblé, acredita-se que os ataques espirituais sejam perpetrados por forças malignas e invejosas que buscam prejudicar aqueles que são abençoados pelos Orixás.


O EPO é uma das maneiras mais eficazes de se proteger contra esses ataques. É usado em um ritual chamado "feitura de santo", que é uma cerimônia em que uma pessoa é iniciada no Candomblé e recebe um Orixá. Durante a feitura de santo, o EPO é usado para proteger a pessoa iniciada e fortalecer seu vínculo com seu Orixá.


Para proteger contra ataques espirituais, o EPO é usado em um ritual chamado "ebó". O ebó é uma oferenda feita aos Orixás para pedir proteção e bênçãos. O EPO é um ingrediente comum em muitos ebós, pois se acredita que tenha propriedades protetoras e purificadoras. Também é usado em banhos rituais, que são tomados para limpar e proteger contra ataques espirituais.


Além disso, o EPO pode ser usado em conjunção com outras práticas espirituais para proteção. Por exemplo, o EPO pode ser usado com ervas medicinais e incensos para criar uma mistura protetora e purificadora. Também pode ser usado em amuletos e talismãs, que são objetos carregados com poder espiritual e usados para proteger contra ataques espirituais.


Outra maneira de usar o EPO para proteção é em práticas de adivinhação. Adivinhação é a prática de buscar orientação espiritual através da interpretação de sinais e presságios. Durante a adivinhação, o EPO pode ser usado para marcar as ferramentas de adivinhação, como a bandeja de divinação. Isso ajuda a fortalecer a conexão com os Orixás e a receber sua orientação e proteção.


Adeyinka Olaiya 

/ jornalista


_______________________________________________


CONSIDERAÇÕES FINAIS


Até o presente momento não há registro de origens de um Candomblé na África que se tenha dado origem ao Candomblé no Brasil. 


E no conceito politeísta, se faz numa crença em vários deuses, autônomos autogerados e independentes, que NÃO é o caso do Candomblé nem da Religião Tradicional Yoruba.


Desta forma convidamos o Dr.  Adeyinka Olaiya  a analisar e reconsiderar a possibilidade de rever os temas abordados neste ensaio.


Fontes Virtuais

NAÇÕES RELIGIOSAS AFRO-BRASILEIRAS NÃO SÃO NAÇÕES POLÍTICAS AFRICANAS, 2016, acesso por - https://luizlmarins.files.wordpress.com/2015/02/nacoes-religiosas-afro-brasileiras-nao-sao-nacoes-politicas-africanas.pdf


ORIXAÍSMO, UM ESTUDO DA RELIGIÃO IORUBA, 2020, acesso por - https://drive.google.com/file/d/16PAKKlplwjAFHHwO32vDGxcEzsFFA50z/view

sexta-feira, 21 de abril de 2023

A FORMA DE PREPARAR AS FOLHAS

Por Julie Osunronke Abebí

Informação coletada em 21/04/2023, 8:28 hrs, mensagem através do msn. 

Durante a sua iniciação e em outra iniciação ao qual presenciou, foi possível ver como lidam com as ervas para o ritual de iniciação.  



Sobre as folhas e os banhos na iniciação Osunronke informa que:

"O modo de preparar ervas é parecido com o batuque , não se evoca ossain" (informação pessoal)

 

E completa:

"não existe sassanha em oyo" (informação pessoal)


quarta-feira, 19 de abril de 2023

A CABINDA E OS CABINDAS NO RIO GRANDE DO SUL

A CABINDA E OS CABINDAS NO RIO GRANDE DO SUL

Por Vinicius de Aganju (Doutor em História/UFRGS)

Nos últimos dias se desenrolou um debate sobre a existência ou não de africanos identificados como “cabindas" no Rio Grande do Sul, pois, segundo afirmação de Erick Wolff (https://olorun.com.br/site1/index.php), a região de Cabinda na África teria sido oficialmente criada, com este designação, apenas no século XX. E dessa forma não poderíamos ter tido africanos “cabindas" por aqui, já que o tráfico escravista para o Brasil findou em 1850 e a citada região inexistiria neste momento.

Escrevo estas linhas com o objetivo de contribuir para o debate a partir da apresentação de algumas poucas referências a documentos históricos do escravismo no estado. Digo poucas referências não porque elas sejam raras, mas justamente por serem abundantes os documentos históricos que registram africanos “cabindas” no Rio Grande do Sul, desde as origens da ocupação portuguesa no século XVIII. Existem dezenas de artigos, livros, teses e dissertações de pesquisadores que se debruçaram sobre documentação nos arquivos históricos. É algo a muito tempo conhecido e consensuado: a formação cultural do Rio Grande do Sul (e de todo o Brasil) contou com a contribuição dos africanos bantos (oriundos da África Central Atlântica, atuais Congo, Angola e entornos) identificados não só como cabindas, mas também como congos, mongombes, monjolos, anjicos, benguelas, angolas, ambacas, cambambe, cassange, etc. Além dos homens e mulheres originários da África Ocidental, berço da cultura dos orixás: os minas, os jejes, os ijexás, os haussás, os nagôs, etc. E aqueles da África Oriental: moçambiques, inhambanes, etc (Russel-Wood, 2001, p.13-14; Moreira e Tassoni, 2007).

Se temos ou não elementos banto no Batuque de Nação do RS é uma discussão mais complexa e em aberto, sobre a qual muito já foi dito, mas foge do foco desta pequena reflexão que proponho por ora. Meu objetivo não é adentrar a questão interna aos fundamentos desta nação, até porque não sou feito nela e não vivenciei suas especificidades. Busco apenas evidenciar a presença dos cabinas enquanto grupo. A ampla produção da Historiografia da Escravidão e da Liberdade no Brasil evidencia que africanos procedentes da região de Cabinda estava por aqui desde nosso período colonial, e assim era reconhecido pelos documentos oficiais do comércio escravista e pelo estado brasileiro.

Quanto ao Rio Grande do Sul, sugiro a leitura da dissertação de mestrado do historiador Gabriel Berute, em que analisa o tráfico de escravizados para o estado nos primórdios da ocupação portuguesa (1790 a 1825). O autor evidencia o destaque numérico dos africanos identificados como cabinas entre os que chegavam para ser vendidos no RS. Em seu texto existem diversas indicações de leituras que embasam o o que afirmo neste e no parágrafo anterior (Berute, 2006, p. 73 - acesso no link: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/10917).

O Arquivo Público do Estado do RS (APERS) disponibilizou gratuitamente, em pdf, diversas publicações com resumos de documentos históricos da escravidão no estado, onde é possível verificar as identificações de origem dos africanos que aqui viviam (documentos de registro de compra e venda de escravos, cartas de alforria, inventários e processos criminais em que aparecem escravizados, testamentos). Estes documentos podem ser acessados nos seguintes links: https://www.apers.rs.gov.br/acervo-judiciario - e - https://www.apers.rs.gov.br/acervo-tabelionatos
Verbetes sobre as cartas de alforria de Porto Alegre encontram-se igualmente publicadas na obra de Moreira e Tassoni (2007).

Entre os trabalhadores escravizados citados nestas obras estão, por exemplo, o cabinda João, que em 1806 tinha cerca de 40 anos e residia em Pelotas, sendo escravizado de Luiz Pereira. E Ventura, que em 1785 vivia em Porto Alegre e tinha cerca de 30 anos, identificado como sendo cabinda (Fonte: APERS. Documentos da escravidão - inventários: o escravo deixado como herança. Porto Alegre: CORAG, 2010. Volume I, p. 24 e 38 - acesso disponível nos links disponibilizados acima).

Como já referi, existem dezenas de publicações que reforçam e embasam o argumento que venho expondo. Não vou citá-los pois a lista é longa. Sugiro a leitura deste guia bibliográfico, com longas listagens de obras que podem ser buscadas e lidas: XAVIER, Regina. C. Lima. História da escravidão e da liberdade no Brasil meridional: guia bibliográfico. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2007. v. 1. 392p .

“Cabinda" é o termo pelo qual passou a ser denominado, pelos dominadores portugueses, um dos tantos grupos étnico-culturais da África Central Atlântica, região de cultura banto que atualmente corresponde às regiões de Angola, Congo e seus entornos. Como o Pai Fabiano de Oxalá já demonstrou em sua página no Facebook (com base no livro de Martins, 1972) o termo cabinda para se referir a uma região na África não é uma denominação surgida no século XIX, muito menos no século XX. Longe, disso, já era utilizada desde o século XVIII (em 1783/4 foi construída a fortaleza portuguesa de Santa Maria de Cabinda, no antigo porto de Tchioua, no Ngoio, conforme pesquisa de Müller, p. 87)

O fato da atual província de Cabinda, em Angola, ter sido formalmente denominada por este nome apenas em 1956 não é suficiente para supor que antes disso o termo não fosse utilizado na África e nas Américas como denominação de um grupo cultural, como uma região na África ou recorte político-cultural. E insistir neste raciocínio, descartando a possibilidade de nossa ancestralidade batuqueira possa ter - ainda que hipoteticamente - de alguma forma bebido da herança da cultura banto (ou do grupo étnico dos cabindas) é, no mínimo, superficial.

Supor ainda que a cultura afro-brasileira teria se formado independentemente da existência dos povos oriundos da região de Cabinda, como afirmado por Erick Wolf no resumo de seu artigo lançado em fevereiro de 2022 (Revista Olorum, n. 89) não encontra embasamento nenhum na historiografia sobre a formação do Brasil, país que recebeu mais de 4 milhões de africanos escravizados, muitos deles chamados de cabindas.
 

Obras consultadas:
BERUTE, Gabriel Santos. Dos escravos que partem para os portos do sul: características do tráfico negreiro do Rio Grande de São Pedro do Sul, c. 1790- c. 1825. Dissertação (Mestrado em História) Porto Alegre: UFRGS, 2006.
MARTINS, Joaquim. Cabindas: histórias, crenças, usos e costumes. Comissão de Turismo da Câmara Municipal de Cabinda. Angola, 1972.
MOREIRA, Paulo R. Staudt; TASSONI, Tatiani de Souza. Que com seu trabalho nos sustenta: as cartas de alforria de Porto Alegre (1748-1888). Porto Alegre: EST Edições, 2007.
MÜLLER, Paulo Ricardo. Historicidade, pós-colonialidade e dinâmicas das tradiCòes: Etnografia e mediações do conhecimento em Cabinda, Angola. Tese (doutorado em Antropologia Social/UFRGS), 2015.
RUSSELL-WOOD, A. J. R. Através de um prisma africano: uma nova abordagem ao estudo da diáspora africana no Brasil colonial. Revista Tempo (UFRJ), vol. 6, n. 12, 2001.

Imagens comprobatórias:




____________________________________________________


COPIR - Coordenadoria de Promoção de Igualdade Racial
Rua Santana esquina Duque de Caxias - Bairro: Centro
Uruguaiana - RS - E-mail: copir@uruguaiana.rs.gov.br
Link http://antigo.uruguaiana.rs.gov.br/copir/evento_2022-02-16_cabinda.php

__________________________________________________________________
******************************************************************

NOTA DE ESCLARECIMENTO PARA O RECENTE ARTIGO “ALGUNS DADOS SOBRE CABINDA”


Erick Wolff
16/02/2022  

Imagem 1
Imagem 2 

A Revista Olorun, número 89, fevereiro de 2022 publicou o artigo “Alguns dados sobre fundação da Cabinda” (província africana de Angola) que despertou elevada a discussão devido à questão da transtemporalidade apresentada.

A palavra transtemporalidade vem de transtemporal:

“Que transcende seu tempo ou que vai além do temporal.      

Dicionário Michaelis,

https://michaelis.uol.com.br/palavra/EZxo7/transtemporal/

 

“Que está além ou fora do tempo; que está para lá do tempo e, por isso, é relativo a todos os tempos; que transcende o que é temporal. 

https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/transtemporal


No artigo “Alguns dados sobre fundação da Cabinda”, não estamos querendo dizer que não vieram negros de Mafuka M`binda, mas que o atual nome Cabinda, não era de conhecimento da época entre os nativos.

Sabemos que há registros nacionais da palavra Cabinda que datam do século 19 e anteriores, entretanto, muito possivelmente, trata-se de uma temporalidade dos autores ao utilizarem uma palavra recente, para um histórico ou lugar antigo.

Um exemplo disso ocorre com a palavra Brasil, ao dizermos que Cabral o descobriu em 1.500. Ora, como pode Cabral ter descoberto um Brasil que ainda não existia, e nem ele sabia por qual nome os nativos chamavam estas terras?

Portanto, quando um livro de história do Brasil diz que Cabral descobriu o Brasil em 1.500, está fazendo uma transtemporalidade de um nome que só veio a existir depois.

Devido a esse mal-entendido (ou mal-explicado talvez) a partir da publicação desta nota, usaremos a palavra “Mafuka” para referimos a este território quando do início século 19 e anteriores, e Cabinda para o momento histórico contemporâneo, século 20.

Conforme informações da prefeitura de Cabinda:

[...]

O nome Cabinda tem a sua origem na junção de dois nomes “Mbinda” e “Nfuka”, ficando “Mafukambinda”. Estes foram os primeiros indivíduos com que os navegadores europeus estabeleceram contactos quando chegaram ao reino de Ngoio.

[...] Cabinda teve a sua elevação a cidade no dia 28 de Maio de 1956. [...] (PMC, pp. 13)

Assim sendo Mafukambinda passou a ser chamada Cabinda, por influência dos portugueses:

[...]

De tanto ouvir falar de Mafuka Binda, os colonizadores portugueses, que tinham dificuldades em pronunciar nomes locais, omitindo por vezes certos guturais (sons mais fortes da garganta), começaram a juntar a última sílaba de mafuka com binda (Mafu Kabinda), dando assim origem ao topónimo Kabinda. E foi assim que os europeus acabaram por atribuir a esta terra, incluindo aos seus habitantes, o nome de Cabinda [...] (AAP, pp. 05)

Referencias

ANGOP Agência Angola Press. Internet. Saneamento básico impulsiona nova imagem a cidade de Tchiowa, maio 2021. Acesso em 16/02/2022. Disponível em: https://www.angop.ao/noticias/sociedade/cabinda-saneamento-basico-impulsiona-nova-imagem-a-cidade-de-tchiwoa/

WOLFF, Erick. Alguns dados sobre fundação da Cabinda, Revista Olorun, Internet. Acesso em 16/02/2022. Disponível em: https://olorun.com.br/site1/component/html5flippingbook/publication/revista-olorun-n-89-fevereiro-2022/93/component.html

PMC, Perfil do Município de Cabinda. Internet. Biblioteca Terra, Angolanet. Julho 2007. Acesso em 16/02/2022. Disponível em:

http://bibliotecaterra.angonet.org/sites/default/files/perfil_cabinda_municipal_-_nov_2007.pdf

 
Créditos das imagens

Imagem 1 - 17th-century map of the Kingdom of Congo. This map was published as an inset labelled Congi regni in Africa Christiani nova descriptio. alongside a larger map Abissinorum sive Pretiosi Joannis imperium. It was published as an update to Mercator's Atlas sive cosmographicae meditationes de fabrica mundi et fabricati figura of 1595 (in spite of the filename, this is not a map made by Mercator himself!).

Imagem 2 - http://ultimatehistoryproject.com/uploads/3/5/0/1/35012707/2692801.jpg?409

Link original - https://iledeobokum.blogspot.com/2022/02/nota-de-esclarecimento-para-o-recente.html



TIKTOK ERICK WOLFF