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quinta-feira, 27 de abril de 2023

CULTURA BANTÚ (NKISI)

 Por Baba Osvaldo Omotobatala 

Postado em 24 de fevereiro de 2017 acessado em 27/04/2023


Coletamos este artigo da página do Baba Osvaldo, que foi escrito no idioma nativo do autor, para que o afro brasileiro possa ler com maior facilidade, disponibilizamos o  texto em português, usando tradução online.

  acess

A seguir:

CULTURA BANTÚ (Nkisi)

TEXTO IDIOMA ORIGINAL

Reflexiones:
1 - Los cultos candomblé Angola /Congo en Brasil que seguramente comenzaron con cierta pureza en sus rituales y costumbres, con el tiempo fueron adquiriendo costumbres inherentes a los cultos de vodun (djeji de ex-Dahomey) y de orisa (yoruba), tal vez debido a la discriminación que hubo hacia los grupos de culto a Nkisi en Brasil, donde fueron muy criticados sus preceptos originales, tan diferentes en un principio de los de vodun u orisa.
2 - No he constatado que se rape la cabeza a los que se inician para Nkisi en tierra bantú (Africa), esa es una costumbre que las casas de candomblé de culto Nkisi introdujeron en Brasil, tal vez bajo la óptica de que la creencia popular en la mayoría de las casas de candomblé brasileñas de matriz vodun u orisa, creen que si no se afeita la cabeza no hay iniciación.
3 - No existe en los cultos a Nkisi en la tierra africana el uso de búzios (caracoles) para hacer adivinación. La adivinación la hace directamente el Nkisi manifestado en su "cavalo" o es hecha a través del "ngombo" por sacerdotes especializados. Tampoco se usa obi, coco u orogbo para adivinar. Lo que lleva a suponer que el uso de búzios, obi, orogbo o coco en los candomblé de culto Nkisi en Brasil, es una influencia de las casas de culto a orisa o vodun.
4 - En el culto Nkisi en Africa no existen los "orisa" ni los "vodun", tampoco hay un sincretismo o asociación donde se divulguen historias o mitos de Orisa relacionándolos con algún Nkisi. Ni se usan nombres de orisa o vodun que sean intercambiables con los de los Nkisi.
5 - En el culto de Nkisi en Africa, al igual que en los candomblés de Angola y/o Congo de Brasil, existen tabúes para los iniciados y cada Nkisi tiene sus tabúes.
6 - Tanto en el culto a Nkisi de Brasil como en Africa, no se usan huesos de personas muertas para la preparación del Nkisi.
7 - En la iniciación para Nkisi en Africa, se hacen cortes pequeños (kuras) en el homóplato de los novicios y se les pone "medicina", esta costumbre que también se practica en el candomble de Nkisi brasileño, lo que deja claro que no es influencia yoruba ni djeji.
8 - En el culto Nkisi de tierra africana, si bien el Nkisi es una fuerza de la naturaleza, se cree que algunos héroes y heroínas al morir, pueden pasar a formar parte de la energía espiritual de Nkisi, por lo que estos ancestros entran en una categoría casi de Nkisi, teniendo un estatus diferente con respecto al de los Ancestros en general (bakulu).
9 - No existe "Esu", "Exu", "Eshu", "Echu", "Lucero", "Elegguá", "Elegba", "Legba" en el culto tradicional a Nkisi en tierra bantú, tampoco existen asentamientos que sean parecidos al Legba o Esu de tierra vodun u orisa, esto es, una imagen de barro (o cemento) cuyos "ojos, nariz y boca" han sido hechos con cowries (búzios). Esa idea, en ciertos cultos de América al Nkisi, claramente fue tomada de los cultos de Vodun u Orisa.

TEXTO TRADUZIDO PARA O PORTUGUÊS

CULTURA BANTU (Nkisi)
Reflexões:
1 - Os cultos candomblé Angola /Congo no Brasil que certamente começaram com alguma pureza nos seus rituais e costumes, com o tempo foram adquirindo costumes inerentes aos cultos de vodun (djeji de ex-Dahomey) e de orisa (yoruba), talvez devido a discriminação que houve em relação aos grupos de culto a Nkisi no Brasil, onde seus preceitos originais foram muito criticados, tão diferentes no princípio dos de vodun ou orisa.
2 - Eu não constatei que raspei a cabeça dos que estão começando para Nkisi em terra bantu (África), esse é um costume que as casas de candomblé de culto Nkisi introduziram no Brasil, talvez sob a ótica de que a crença popular na maioria das casas de candomblé brasileiras de matriz vodun ou orisa, acreditam que se não raspar a cabeça não tem iniciação.
3 - Não existe nos cultos de Nkisi na terra africana o uso de búzios (caracóis) para fazer adivinhação. A adivinhação é feita diretamente pelo Nkisi manifestado no seu "cavalo" ou é feita através do "ngombo" por sacerdotes especializados. Também não se usa obi, coco ou orogbo para adivinhar. O que leva a supor que o uso de búzios, obi, orogbo ou coco nos candomblé de culto Nkisi no Brasil é uma influência das casas de culto de orisa ou vodun.
4 - No culto Nkisi na África não existem "orisa" nem "vodun", nem um sincretismo ou associação onde se divulguem histórias ou mitos de Orisa relacionando-os a algum Nkisi. Nem se usa nomes de orisa ou vodun que sejam intercambiáveis com os Nkisi.
5 - No culto de Nkisi na África, tal como nos candomblés de Angola e/ou Congo do Brasil, existem tabus para os iniciados e cada Nkisi tem seus tabus.
6 - Tanto no culto de Nkisi do Brasil como na África, não se usa ossos de pessoas mortas para a preparação do Nkisi.
7 - Na iniciação para Nkisi na África, fazem-se pequenos cortes (kuras) no homóplato dos noviços e colocam-lhes "medicina", costume este que também é praticado no candomble de Nkisi brasileiro, o que deixa claro que não é influência yoruba nem djeji.
8 - No culto Nkisi de terra africana, embora o Nkisi seja uma força da natureza, acredita-se que alguns heróis e heroínas ao morrer podem se tornar parte da energia espiritual de Nkisi, então esses antepassados entram em uma categoria quase de Nkisi, tendo um status diferente em relação ao dos Antepassados em geral (bakulu).
9 - Não existe "Esu", "Exu", "Eshu", "Echu", "Lucero", "Elegguá", "Elegba", "Legba" no culto tradicional a Nkisi em terra bantu, também não existem assentamentos que sejam semelhantes ao Legba ou Esu de terra vodun ou orisa, isto é, uma imagem de lama (ou cimento) cujos "olhos, nariz e boca" têm foram feitos com cowries (búzios). Essa ideia, em certos cultos da América al Nkisi, claramente foi tirada dos cultos de Vodun ou Orisa.





sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

MARIA GENOVEVA DO BOMFIM - TWENDA KWA NZAAMBI

A postagem publicada pelo candomblecista Ozéias, informa que Maria Genoveva do Bonfim era gaúcha, e foi para o nordeste do país se iniciar no Candomblé Bahiano.

Postado por Ozéias Santos



Em 14/09/2022

"Maria Genoveva do Bonfim - Maria Neném (Twenda Kwa Nzaambi).

(1865 - 1945).

Segundo relatos e estudos, Maria Neném era gaúcha, corretora de imóveis, possuía um temperamento enérgico e semblante fechado, riso difícil, mas de caráter irrepreensível e de bom coração. Contam os mais antigos que ela adotou 17 crianças, outros narram 21 filhos adotivos que criou até a fase adulta. No entanto, o que mais importa ao Munzenza é que a partir dela o candomblé bantu gerou muitos frutos.

 

A Nzo Tumbensi foi fundada em 1850, aproximadamente, considerado o primeiro terreiro de candomblé Angola no Brasil. Como fundador, o senhor Roberto Barros Reis, angolano escravizado pela família que lhe emprestara o sobrenome. Barros Reis como sacerdote era conhecido pela dijina (nome espiritual que todo iniciado recebe) Tata Kimbanda Kinunga.

 

Tata Kinunga foi o líder da Nzo (casa) Ntoombesi, terreiro cujos ritos têm a predominância linguística da linhagem Muxikongo. Em 1909, quando faleceu, Kinunga deixa a tradição religiosa para Maria Neném, cujo nome religioso (dijina) é Twenda Kwa Nzaambi, na tradução literal: protegida por Deus!

 

Maria Neném foi alçada ao posto de “mãe do candomblé angola na Bahia”. Até os dias atuais é considerada a matriarca desta tradição na religiosidade brasileira. A nengwa (mãe) era iniciada ao Nkisi/Mukixi Kavungo.
Fonte: Argumento de Pesquisa - Munzenza: O brado do tempo."

Fonte acessada: https://www.facebook.com/photo?fbid=2126376954221369&set=pcb.2126378904221174

____________________ /// ____________________ 

Por Alcides Dos Santos Barreto Obánilè

Alcides dos Santos (2009), em seu trabalho de conclusão apresentado na Universidade Internacional da Integração da Lusofonia Afro-Brasileira-Unilab, presta mais informações, sobre Maria Neném.


A Gaúcha Maria Genoveva do Bonfim, nasce no Rio Grande do Sul, no entanto, não informam quando ela chegou na Bahia, ou se iniciou lá no Candomblé, e com o tempo Maria assume a casa de Candomblé tradição Banto, onde foi iniciada.


[...] Maria Genoveva do Bonfim (MARIA Neném), Mameto Tuenda Dia Nzambi – nascida em 1865, no Rio Grande do Sul (RS) e faleceu em 1945, na Bahia (BA). Conforme registro no Blog do Nzó Tumbensi o pesquisador e professor Paulo Sergio Adolfo diz que ela foi iniciada no Terreiro Tumbensi [  1º Terreiro da nação Congo Angola da Bahia.], por Roberto Barros Reis (Tata Kinunga), passou a comandar esta casa a partir de 1909, após o falecimento do seu Tata Kimbanda Kinunga. Como disse acima, Maria Neném, Nengwa Twenda Kwa Nzaambii Nome Sacerdotal após a iniciação ou dijina, espécie de apelido que a comunidade tradicional reconhece como nome do recém iniciado], era gaúcha e nasceu no dia 20 de janeiro de 1865 e faleceu no dia 01 de abril de 1945. Seu Terreiro se localizava no antigo Bairro do Beiru na rua Melo Morais Filho, com o Nome de TUMBENSI. Atualmente o Terreiro continua na mesma rua, sendo o Bairro conhecido hoje como Tancredo Neves, e tem á frente a Senhora Geurena Passos Santos, tendo como nome sagrado Nengwa Kwa Nkisi Lembamuxi. [...]

 Fonte

https://repositorio.unilab.edu.br/jspui/bitstream/123456789/1767/1/2019_mono_alcidesobanile.pdf

terça-feira, 23 de agosto de 2022

ASSENTAMENTO DE NKISSI

Por Luiz Claudio

Postado em 22/08/2022 acessado em 23/08/2022 às 17:15

Esta postagem pertence ao Luiz Claudio e foi compartilhada pelo Chico Neto, na comunidade Nação Cabinda do RS, replicaremos algumas informações de relevância ao tema, segue: 



"Um nKissi não é enterrado, por que o seu fundamento é feito na natureza, ou, em sopeiras que ficam sobre quartilhões, chamados de porrão... para que sejam vestidos.... algumas vezes alguns fundamentos ficam dentro destes quartilhões."
(Tata Matamoride Ijoba Angola)


Transcrição de algumas respostas que completam a explicação do nKissi. 

Erick Wolff

Para quem não está familiarizado com o termo PORRÃO, se refere aos quartilhoes que são usados para confecção de um nKissi… estes quartilho és podem ser de barro ou louça variando conforme a origem do nKissi.

Erick Wolff
exemplo dos quartilhões, alguns chegam a quase um metro:

Erick Wolff

 Ilê Asé Igbomina o culto de nkissi não é semelhante ao culto de orixá, conforme o Matamoride informa que o nKissi é feito na terrina, e fica sobre o quartilhão (porrão), algumas vezes ficam alguns fundamentos dentro deste quartilhão, não tem nada a ver com as seguranças de orixá que são feitas no Batuque. 

Não podemos tomar como base a nossa cultura para entender a cultura dos outros.



Link - https://www.facebook.com/groups/1444295859135612   
Imagem comprobatória



domingo, 12 de junho de 2022

KITEMBU O REI DO CANDOMBLÉ DE ANGOLA

Por Erick Wolff de Oxalá
Postado em 12/06/2022


crédito da imagem: ignorado, à (saber).

Este texto esclarece sobre a bandeira branca içada para Kitembu, numa casa de Candomblé Banto, segundo informação pessoal do Tata Matamoride Ijoba Angola.  

KITEMBU O REI DO CANDOMBLÉ ANGOLA

Kitembu é um nkissi ligado ao ar, e ao tempo que regula as estações do ano, orientando a época do plantio e das colheitas, influenciando no dia-a-dia do seu povo. Por isso também está ligado ao tempo cronológico da existência humana.

Kitembu guia o seu povo nômade através da sua bandeira branca. A bandeira branca içada em uma vara de bambu é a que mais se destaca, e deve estar sempre no ponto mais alto de uma casa de Angola, templos Bantus. Assim todos, que a aviste, a qualquer distância esta bandeira branca tremulando em mastro de Bambu, encontrará o seu Rei e líder, jamais os deixando perdidos ou sem pátria. 


Esta bandeira está ligada ao tempo que os povos bantus eram nômades. Quando precisavam migrar, içavam a bandeira do seu Rei, e a direção que o vento indicasse através desta bandeira, o seu povo deveria seguir.  


Esta bandeira branca estiada numa casa Banto, anuncia que aquela casa possui um único rei, neste caso o nKissi Kitembu, chamada de bandeira de Kitembu, por disfunção linguística a chamam de bandeira do tempo. 


terça-feira, 8 de março de 2022

KANBINA / CABINDA

Por Erick Wolff 

Postado em 08/03/2022 revisado e aumentado em 01/05/2022



Este post tem a finalidade de registrar que os mais antigos chamam por Cambina, a nação fundada pelo Pai Waldemar Camuca. 

Nos anos 80, o escritor Paulo Tadeu, por sua conta e risco, e sem nenhuma prova, mudou o nome para Cabinda. 

Norton Corrêa

Norton registra Cambina e Cambini, em seu livro O Batuque do Rio Grande do Sul, editora Cultura & Arte, 2 edição, 1992, pág. 50... Nesta mesma citação associa a Cabinda, província de Angola... entretanto sem explicação de como foi que ele chegou a esta conclusão. 


Professor e Babalorixá Denis de Odé

Denis de Odé afirma que a "Cabinda é nago", contestando a fala do professor Norton, na Live: "Aulinha de Domingo: Cambinda/Cabinda X Kabini/Kabina" , que foi ao ar (link abaixo) no dia 27, fevereiro, 2022, pelo canal no Facebook: Heranças Afro.




33:29 min, professor Denis fala a Cabinda é nagô.

[...]
Então esta questão aí, é complexa, i o pessoal que está propondo também o nome Cambini, ele esta dizendo, ahhh então vocês provem que a Cabinda, ahhhh, é Banto, só um pouquinho, o nome não tem nada a ver com o culto, tá, o Waldemar, o Pai Waldemar, pode ter se iniciado com o Gululu e ter outras relações depois de um certo tempo ter mudado, a gente não sabe também se o Gululu não cultuada orixá direto, entendeu, então, não tem disso aí, ahhh, por que vocês são Banto, você tem que cultuar nKissi, uma coisa, é uma coisa, outra coisa, é outra coisa, o nome, não tem anda a ver com o culto, isso é que deixa claro, é que o nosso culto não cultua nKissi, então cultua orixá, vocês são Nagô, não, a CABINDA É NAGÔ, a gente não sabe o nome de Cabinda, não foi uma homenagem a algum ancestral, a gente não sabe nem se o Gululu, também não fez isso a uma homenagem a um ancestral, entendeu [...]

Acessado em 11/03/2022 às 11:10hrs

Link:https://fb.watch/bDb9J4WvBR/


Assim, este post, sem querer converter ninguém, pretende mostrar aos mais novos, como os antigos chamam e conhecem a nação fundada pelo Pai Waldemar:


Pai Leandro dos Santos

Imagem 01: coletada em 12/11/2021


Luiz L. Marins

Imagem 02: coletada em 05/09/2021


Marco de Oxalá 

Imagem 03: coletada em 05/03/2022
https://www.facebook.com/babalorisa.marcodeoxala.9


Roberto de Xangô Aganjú

Imagem 04: recebida em 19/02/2022


Leonardo Martins

Imagem 05: coletada em 08/03/2022

Está Sra da foto, chamava-se Nelça. Dona Nelça de Ogun Itabojã

Ela veio para o nosso Axé em 1998 Antes disso ela era de outra família, filha do Bàbá Nelson da Oxum (PoA)... E quando qualquer pessoa perguntava para ela de qual "lado" era antes de vir para nossa casa ela dizia... "Eu era de Kanbina!"

Eu, me lembro de uma vez, tentar "corrigir" ela, dizendo que era "Cambinda"... Prontamente me disse "Não, Leozinho, é Kanbina!"... Então eu conheci gente QUE SIM, chamavam de KANBINA. (apud Leonardo Martins)

Fonte - https://www.facebook.com/leonardodeaganju/posts/4944527922293679 


Adilson Piedras

Imagem 06: coletada em 15/07/2021

 
Pai Jairo D'Adiolá

Imagem 07:coletada em 15/07/2021


Pai Elias de Oxalá

Imagem 08: coletada em 15/03/2022



Estudioso e pesquisador Luciano de Xangô, informação pessoal, coletada em 27/03/2022 às 11:53, através de conversa do WhatsApp:
Imagem 09: informação pessoal pelo whastaap



Mãe Nara de Bara



Transcrevemos agora a fala da mãe Nara de Bara, da Live "Aulinha de Domingo: Cambinda/Cabinda X Kabini/Kabina" , que foi ao ar (link abaixo) no dia 27, fevereiro, 2022, pelo canal no Facebook: Heranças Afro.

Mãe Nara de Bara, minuto 23:50

[....]

Eu concordo com Dênis que a função de Cabini, Cabinda, Cambinda, que antigamente era Cambinda, eu me criei escutando, os antigos falarem Cambinda, né, e aí, de uns tempo para cá Cabinda, acredito que seja... ah... acredito sim que seja uma questão de oralidade, né...[...]

Acessado em 08/03/2022, às 12:00hrs

Link:https://fb.watch/bDb9J4WvBR/


Informações recentes atualizam:




Imagem 10: Diário de Notícias


Imagem 11: Diário de Notícias


Imagem 12: Diário de Notícias




Entretanto, neste vídeo, Borel (Walter Calisto), muda de opinião, e, não sabemos por qual motivo ele passou a usar o termo Cabinda, para a qual em 1959 se referia a Cambina. 


O vídeo completo pode ser



O prof. Norton Correa, no artigo "Mãe Moça de Oxum", 2002, registra claramente o nome "Cambina":

Imagem 14


No mesmo trabalho, Norton fornece um dado interessante, que Gululu seria praticante do Cambina:

Imagem 15



Em nota,  o professor Norton informa que conservou a pronuncia de certas palavras, que foram "alteradas" com o passar do tempo:

Imagem 16


Aulinha de Domingo, Heranças Afro, Conversando com os professores, 01/05/2022

Neste extrato o Professor Norton Corrêa, informa que nos anos 70 se falava Cambina/Cambini.



Link vídeo completo: 
https://www.facebook.com/HerancasAfroOficial/videos/577213326813571

Pai Nado do Oxalá contribui com mais informações sobre a Cambina:


“Ivete de Xapanã, filha de Mãe Lurdes de Ogum
Mãe Lurdes deOgum
Dona Helena de
Ontem foi um dia maravilhoso, cheio de história, enciclopédias vivas nobatuque. Mãe Lurdes e dona Helena são filhasde ventre da grande Mãe Maria Antônia de Bara ( Ijexá) foram filhas do Pai Paulino de Oxalá e depois feitas pelo Pai Romário de Oxalá, possivelmente as primeiras filhas de Pai Romário, conheceram grandes Babalaos e Babaloas. Momento único em minha vida e que Oxalá e os orixás me possibilitem a mais momentos como esse. Dona Helena, um ser humano de memória magnífica, perguntei a ela, somos casinha ou cambinda? E na mesmo hora ela disse, sempre fomos cambinda meu filho.
Muitas especulação que não podemos apenas querer ter certeza, é preciso ainda estudar muito pra um dia pode chegar mais próximo da legitimidade. Religião não é política nem futebol que cada um toma pra si um lado e o defende com unhas e dentes, religião é religação é construir, é pegar o conhecimento de todos para juntos fazemos algo melhor.... Vamos seguir estudando”

Fonte- postado em 17/09/2022 acessado em 11:47, imagem comprobatória:




 


Referências:

Biblioteca digital Brasil, Diário de Notícias, 05, julho de 1959, acessado em 18/04/2022 às 22:45
(imagens 10 a 13)

CORREA, Norton F. "Mãe Moça de Oxum: um cotidiano e sociabilidade no Batuque gaúcho", pág 236-265, em Caminhos da alma, Coleção Memória Afro-brasileira. Vol I, São Paulo. Summus/Selo Negro, 2002 (1a edição).
E disponível em: 
CORREA, Norton F. "Mãe Moça de Oxum: um cotidiano e sociabilidade no Batuque gaúcho"
(imagens 14 a 16)


Sobre vídeos publicações, vídeos e postagens: Lei 9610/98 art. 46, I a/a
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10625543/artigo-46-da-lei-n-9610-de-19-de-fevereiro-de-1998 

domingo, 27 de fevereiro de 2022

RESPOSTA À NOTA DE REPUDIO DA CIPOT/RS

Em resposta à nota de repúdio da CITOP/RS publicada recentemente (ver imagens abaixo) queremos esclarecer vários pontos. 



Diz a citada nota que: 


1) "Nossa Ancestralidade está sendo atacada por nossos iguais"

A nossa ancestralidade não está sendo atacada, como quer fazer parecer tal nota, equivocadamente, ao contrário, está sendo preservada com a verdade dos estudos e pesquisas que apresentamos. 

Sabemos que o fundador da Kanbina, pai Waldemar fundou uma religião de culto a orixá, de cultura e religião Iorubá, como é público e notório pelos irmãos. 

A Kambina nunca cultuou nKisses para que seja declarada como uma nação banto, e a única semelhança com a província de Cabinda, é o nome, nada mais.

Convido os irmãos a estudarem o "Conceito de Nação" antes de se autodeclararem bantos.


2) "Entre tantos atos de intolerância que sofremos diariamente"

Diferenças de pensamento e resultados de pesquisa em direção oposta não são atos de intolerância, ao contrário, alicerçam a liberdade democrática. Sempre apresentamos o resultado de nossos estudos respeitando a todos.

 

3) "um conjunto de ações coordenadas que visam distorcer e deturpar a Ancestralidade, Memória, Cultura, Tradição e Identidade do povo de batuque, mais especificamente o povo da Nação Cabinda."

As nossas pesquisas e estudos não visam deturpar, ao contrário, visam esclarecer e apresentar conteúdo para a nossa religião, com embasamento, referencias e fontes. 


4) "há um movimento em curso, liderado por um grupo minoritário"

O único movimento que há é o do estudo e pesquisa séria, embasada, fundamentada, com apresentação das devidas referências abertas a qualquer pessoa que queira estudar o tema. 

Para afirmar que trata-se de um movimento minoritário, é preciso que tenha havido um senso que conseguisse registrar a quantidade de pessoas que tem o mesmo pensamento, ou não. Sem isso, é apenas suposição do editor da citada nota. 


5) "A Fundamentação dos irmãos é pautada no argumento que a data de fundação da cidade de Cabinda na Angola, datada de 28 de maio de 1956, invalidaria a Nação Cabinda de ser formada e batizada pelo seu fundador, citado anteriormente neste texto, visto que seu retorno para a massa de origem foi em 1935."

Não, a fundamentação não é pautada pelo argumento da prefeitura de Cabinda, este é apenas mais um dado. 

A fundamentação está no conceito de nação, na prática, nos usos e costumes, nos dialetos, nas divindades, e principalmente, na oralidade dos mais velhos que sempre falaram kambina, e não Cabinda, que só surgiu nos anos 80 com o livro do escritor Paulo Tadeu, e que assim resolveu chamar, sem apresentar nenhuma fundamentação. 


6) "ignora diversos fatos e registros históricos além do próprio conhecimento tácito, que ao não ser explicito, documental, se transforma em cada conto para cada ouvinte, bem como a oralidade, forma a qual os conhecimentos e fatos são repassados dos mais velhos para os adeptos desde que o Batuque/RS foi estruturado aqui no Rio Grande do Sul.

Na mesma medida, proporção e peso, usamos o mesmo argumento para aqueles que, ao invés de Kambina como falavam os mais velhos, defendem o nome Cabinda, baseados apenas no livro do escritor Paulo Tadeu, que nada fundamenta exceto a semelhança gráfica da palavra

Segundo a própria prefeitura local, a região que hoje é chamada Cabinda possuía outros nomes, e mais tarde foi apelidada pelos portugueses de Cabinda, por que tinham dificuldade de falar "Mafuka M`binda", e somente mais tarde que os nativos adotaram o nome Cabinda, por influência estrangeira.

 

7) "É possível citar diversos dados e registros, que são contrários a tal iniciativa dos irmãos que tentam fomentar o uso do termo Kanbina em substituição ao termo Cabinda, o qual é a identidade dos adeptos desta Nação."

Em momento algum ignoramos os documentos, no entanto, eles não vinculam a Cabinda ao Batuque, separado por conceitos filosóficos e até mesmo religiosos. 

Não queremos substituir, mas preservar Kanbina, como era costume se ouvir e falar antes do livro do Paulo Tadeu.

Portanto, foi este autor, que sem ter nenhum conhecimento do que é "Conceito de Nação" substituiu Kambina por Cabinda, na busca desesperada de encontrar uma identidade no território africano.

Os mais novos assim aprenderam, e pensam que somos nós que queremos substituir o nome, quando na verdade, e os ancestrais sabem disso, queremos preservar o nome original: kambina.


8) "Entre eles estão os documentos oficiais do Governo do Estado do RS que comprovam de forma explicita a existência de trabalhadores escravizados, identificados como "Cabindas" oriundos de terras Africanas. Estes registros estão documentados nas Cartas de Alforria no Estado do Rio Grande do Sul, documento público e disponível no site da APERGS [http://antigo.apers.rs.gov.br/.../1169142561.Cat_Sel...]"

Temos conhecimento dos documentos, porem, neste ponto não podemos ignorar a transtemporalidade (ver link) da palavra Cabinda em livros contemporâneos, quando relatam fatos de séculos anteriores. Temos conhecimento e acesso a estes registros.


9) "Podemos citar também que a da localidade de Cabinda foi elevada à categoria de Cidade em 1956, porém sua fundação é datada de 1490, de acordo com os registros disponíveis [https://pt.wikipedia.org/wiki/Cabinda_(munic%C3%ADpio)]."

Anterior a data de 1956, a Cabinda possuía outros nomes, informados pelos nativos e pela própria prefeitura: (veja documento) novamente encontraremos a transtemporalidade no texto, para  a internet atual. Os nativos que explicam, que não era Cabinda.

 

10) "Outro registro importante, está documentado no Livro Cabindas Histórias - Crenças - Usos e Costumes, Joaquim Martins, 1972, onde é registrado um mapa de Angola informando que a região já era chamada de Cabinda em 1784."

Novamente a possível transtemporalidade pode ter ocorrido por Padre Joaquim, por ser estrangeiro e católico, ele escreveu livro publicado em 1972, desconsiderando as nomeações anteriores.


11) "É possível também, através de registros em obras de pesquisadores como Prof. Norton Correa e Prof. Krebs (1957) identificar o uso dos termos Cabinda e Cambinda entre os adeptos do Batuque/RS. Em relação ao registro do Prof. Norton Correa, em seu livro, é destacado um parágrafo, onde o próprio, entre parênteses, cita a correção de Cambini ou Cambina para Cabinda (Norton Correa, O Batuque do Rio Grande do Sul, Antropologia de uma Religião Afro-Rio-Grandense, página 50, 5. Os “lados” e a história oral). Estamos falando de registros de conhecimentos tácito, com os métodos de pesquisa, mas sem registros formais documentados."

Norton Correa não citou Cambina apenas porque quis fazer, por conta e risco. Se citou, é porque assim ouviu. Se também citou Cabinda, é porque assim também ouviu, lembrando que seu livro foi lançado após o livro do Paulo Tadeu... (veja aqui)

No entanto, não há nenhuma referencia de como ele chegou a esta conclusão. Que fundamento antropológico de Conceito de Nação está baseada tal conclusão? 

Não poderemos esquecer que faltam mais dados sobre a imagem a qual não se tem acesso para checar se é verídica, que circula no internet sobre a suposta afirmação da Mãe Apolinária seria Cabinda, já refutado pelo própria família da mãe Apolinária.  

Vale ressaltar que até o momento não possuímos nenhum outro registro do Krebs sobre a Cabinda. Será que o Krebs faria um único registro informal sem apresentar mais nada sobre o tema?

Existe ainda (caso seja verdadeira tal imagem)  a possibilidade de Krebs ter ouvido Cambina, e ter escrito Cambinda, por conta própria. 

Podemos perguntar: de quem teria ouvido?


12) "Como já informado anteriormente neste texto, podemos afirmar também, através do Documento da APERGS, público: [http://antigo.apers.rs.gov.br/.../1169142561.Cat_Sel...],  que sim, existiam trabalhadores escravizados oriundos da região e/ou povos denominados “Cabinda” no Estado do Rio Grande do Sul em 1854, ou seja, 102 anos antes da fundação da Província Política da Cidade de Cabinda na Angola em 1956."

Já esclarecemos em nota que não se trata na negação de um povo Cabinda no Brasil, pois sabemos que há registros, mas que a denominação da Kanbina é de influencia Ioruba e não banto, como também os povos Kamuka, que ficavam ao lado do antigo Oyo. Sobre os kamuka no Congo trata-se de uma migração recente.


13) "Posto os argumentos acima descritos, podemos também informar que historicamente, o Batuque/RS, em suas nações, foi criado em nosso estado e há sim similaridades com a matriz e outras diásporas, mas no tocante as divindades, a estruturação do batuque, tem na sua formação a predominância nas divindades Yorubas e alguns Voduns assimilados e agrupados, oriundos do panteão FON. " (o grifo é nosso)

Queremos destacar esta pinça: "O Batuque/RS em suas nações tem na sua formação a predominância nas divindades Yorubas e alguns Voduns Fons"

"Em suas nações" inclui a Kambina. 

Estamos de pleno acordo com a afirmação de quem a origem do culto é Ioruba, e, isso vai de encontro com os nossos estudos e pesquisas.  

 

14) "Outro ponto a ser ressaltado, é que a denominação Cabinda que batiza a Nação de mesmo nome no Batuque/RS, não está ligada, ao menos não encontramos registros nos últimos 70 anos, ao culto de divindades do Panteão Banto (Inkices), de forma que, o culto das divindades e sua estruturação é predominantemente Yoruba." ( o grifo é nosso)

Novamente concordamos com os estudos, pois seguem os mesmos pensamentos aos quais pontuamos, sem divergência quanto ao culto e divindades cultuadas

A Kambina, para que fosse Cabinda e banto, precisaria cultuar Nkissi e falar uma língua banto.

A afirmação que vemos em vários sites na internet que "a Nação Cabinda adotou o panteão Ioruba" é completamente falsa e sem nenhuma fundamentação, porém copiada pelos papagaios e replicada nos sites como se verdade fosse.


15) "Cabe lembrar também que o Batuque/RS foi estruturado com repasse de conhecimento baseado no conhecimento tácito, conhecimento ancestral, temporal e na oralidade, o que pode gerar variações nas interpretações das expressões usadas. Um exemplo disto é Cabinda x Cambinda, outro exemplo Jexa x Ijexa, ou ainda Jejo x Jeijo. "

Seguindo o exemplo por eles citados, o inverso também pode ser verdadeiro. Kanbina pode ter sido transliterada para Cabinda, até mesmo por letrados na boa fé.


16) "Diante do exposto, a CIPOT/RS repudia o uso do termo Kanbina como denominação identitária para a Nação Cabinda, que atualmente é a Nação com maior número de adeptos e casas abertas (conhecimento tácito), no estado do Rio Grande do Sul, com raízes fortes e consistentes, com grandes baluartes que já regressaram a massa de origem, bem como Baluartes vivos, que viveram e vivem nossa cultura e tradição zelando pela memória ancestral e pelos fundamentos de nossa Nação. "

Perante todas as evidencias que apresentamos nestes 10 anos de estudos e pesquisas, incluindo depoimentos dos antigos falando Kanbina, em nome destes mais velhos, repudiamos o uso da palavra Cabinda, palavra de origem banto, para nomear uma nação de culto de Orixás Iorubas.

 

17) "A CIPOT/RS, através de seus integrantes, apresentou os registros e documentos necessários para o grupo em questão, com o intuito de gerar a discussão e também de demove-los de tal objetivo, porém fomos ignorados e o grupo em questão insiste em não os considerar os documentos e fatos apresentados, bem como não apresenta dados que fundamente o uso da expressão KANBINA, de forma que não reconhecemos que este nome represente esta Nação. "

Os documentos apresentados por nos também foram ignorados, mesmo com depoimentos e registros devidamente apresentados, fontes ainda vivas, que afirmam que Kanbina era como antigamente falavam, e que após a morte dos mais velhos que sabiam o idioma, os mais novos, sem nenhuma fundamentação foram mudando as palavras e até cantigas, mudando Kanbina, para Cabinda.

Assinado por:
Erick Wolff
Alexandre Custódio
Luiz Cláudio
Chico neto


Publicação original 

CIPOT/RS 

Coletivo Independente dos Povos Tradicionais, postado em 26/02/2022- Batuque RS, acesso
https://www.facebook.com/groups/695348501636175/permalink/698097158027976

Imagens comprobatórios 








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