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domingo, 18 de setembro de 2022

CABINDA, KANBINA, KANBINI, CAMBINDA

Nado de Oxalá


28/02/2022


Cabinda, kanbina, kanbini, cambinda ... O nome importante, mas o amor, a união e a fé importa.


Sobre os últimos acontecimentos da Cabinda no RS.

Na minha opinião de leigo sobre os assuntos teóricos do nome religioso da nossa nação, pois não conhecedor, nem historiador e estudo pouco sobre a origem e yoruba (gostaria de um dia estudar mais profundamente) e sou muito grato a todos grandes estudiosos e pesquisadores, prefiro não me rotular ou erguer a bandeira de um movimento ao ver que nenhum dos lados tem a plena ou total comprovação, e sim todas com suas razões baseadas em fatos e documentações.

Então “prefiro ser uma metamorfose ambulante” e poder aprender a cada dia com todos grandes pesquisadores “do que aquela velha opinião formada sobre tudo”...

Ao não me rotular e defender politicamente um lado eu posso ganhar mais em cultura e sim, alguns aspectos dos estudos que não parecem confiáveis eu não preciso agregar, já se eu defender apenas um dos lados, teria que defender todas as teses, indiferente se me fizesse sentido ou não.

Enquanto um ataca o outro, chamando de inventor de uma nova religião e que se faz muito arrogante e soberbo, penso que esse lado também não se coloca aberto a uma discussão aberta de paz, vejo os dois lados defendendo suas teorias fantásticas, de muitas pesquisas e inteligentes, mas cada um defendendo como se nada pode haver, se outra realidade não fosse possível a não ser a sua.

Sendo que nossa religião se manteve em grandes aculturações de etnias, tempos,etc… Então ninguém me perguntou nada, mas acredito que isso é novamente mais uma grande oportunidade que os Orixas estão oferecendo para que nós seus seguidores pudéssemos nos unir em nome do sagrado, em nome da memória de um grande Ancestral e em nomes dos Orixás.

Como seria se todos conseguissem sentar e debater, unir suas ideias e estudos e unificar o culto???

Sinceramente, quando adolescente ouvia falar em Cambinda, depois em Cabinda( todos devem ter ouvido falar nesses termos) mas não importa a nomenclatura pois não vai mudar o fundamento que praticamos nem muda nossa fé, ja a oportunidade que os historiadores estão tendo em se unir e unificar algo, isso sim, pode mudar a história e trazer grandes mudanças em nome de nossa religião, não ao fundamento que cada um pratica mas sim na beleza de permitir que o Amor seja o fluxo e meio de comunicação do nosso povo.

Ouvi Sacerdotes falando "esse tal de” ou “ tenho nojo do fulano” isso sim é ir contra o sacerdócio de Orixá, isso sim é causar discórdia em nosso meio e propagar a desunião, lembrando que unir não é convencer que o outro tem que ser ou pensar igual a mim e sim unir dois pensamentos, duas ideias em uma só, e aí está o maior desafio de todos, o Ser Humano engolir seu Ego e permitir que o Sacerdote expanda….  

Parabéns a todos historiadores e pesquisadores Afros religiosos, na esperança de um mundo religioso menos egoigo e mais amoroso e unido"

_______________________________


   Imagem comprobatória:



Publicado em Facebook:

https://www.facebook.com/Babalorixanado/photos/a.164195241713204/530431965089528/

Acessado em 18/09/2022


terça-feira, 8 de março de 2022

KANBINA / CABINDA

Por Erick Wolff 

Postado em 08/03/2022 revisado e aumentado em 01/05/2022



Este post tem a finalidade de registrar que os mais antigos chamam por Cambina, a nação fundada pelo Pai Waldemar Camuca. 

Nos anos 80, o escritor Paulo Tadeu, por sua conta e risco, e sem nenhuma prova, mudou o nome para Cabinda. 

Norton Corrêa

Norton registra Cambina e Cambini, em seu livro O Batuque do Rio Grande do Sul, editora Cultura & Arte, 2 edição, 1992, pág. 50... Nesta mesma citação associa a Cabinda, província de Angola... entretanto sem explicação de como foi que ele chegou a esta conclusão. 


Professor e Babalorixá Denis de Odé

Denis de Odé afirma que a "Cabinda é nago", contestando a fala do professor Norton, na Live: "Aulinha de Domingo: Cambinda/Cabinda X Kabini/Kabina", que foi ao ar (link abaixo) no dia 27, fevereiro, 2022, pelo canal no Facebook: Heranças Afro.




33:29 min, professor Denis fala a Cabinda é nagô.

[...]
Então esta questão aí, é complexa, i o pessoal que está propondo também o nome Cambini, ele esta dizendo, ahhh então vocês provem que a Cabinda, ahhhh, é Banto, só um pouquinho, o nome não tem nada a ver com o culto, tá, o Waldemar, o Pai Waldemar, pode ter se iniciado com o Gululu e ter outras relações depois de um certo tempo ter mudado, a gente não sabe também se o Gululu não cultuada orixá direto, entendeu, então, não tem disso aí, ahhh, por que vocês são Banto, você tem que cultuar nKissi, uma coisa, é uma coisa, outra coisa, é outra coisa, o nome, não tem anda a ver com o culto, isso é que deixa claro, é que o nosso culto não cultua nKissi, então cultua orixá, vocês são Nagô, não, a CABINDA É NAGÔ, a gente não sabe o nome de Cabinda, não foi uma homenagem a algum ancestral, a gente não sabe nem se o Gululu, também não fez isso a uma homenagem a um ancestral, entendeu [...]

Acessado em 11/03/2022 às 11:10hrs

Link:https://fb.watch/bDb9J4WvBR/


Assim, este post, sem querer converter ninguém, pretende mostrar aos mais novos, como os antigos chamam e conhecem a nação fundada pelo Pai Waldemar:


Pai Leandro dos Santos

Imagem 01: coletada em 12/11/2021


Luiz L. Marins

Imagem 02: coletada em 05/09/2021


Marco de Oxalá 

Imagem 03: coletada em 05/03/2022
https://www.facebook.com/babalorisa.marcodeoxala.9


Roberto de Xangô Aganjú

Imagem 04: recebida em 19/02/2022


Leonardo Martins

Imagem 05: coletada em 08/03/2022

Está Sra da foto, chamava-se Nelça. Dona Nelça de Ogun Itabojã

Ela veio para o nosso Axé em 1998 Antes disso ela era de outra família, filha do Bàbá Nelson da Oxum (PoA)... E quando qualquer pessoa perguntava para ela de qual "lado" era antes de vir para nossa casa ela dizia... "Eu era de Kanbina!"

Eu, me lembro de uma vez, tentar "corrigir" ela, dizendo que era "Cambinda"... Prontamente me disse "Não, Leozinho, é Kanbina!"... Então eu conheci gente QUE SIM, chamavam de KANBINA. (apud Leonardo Martins)

Fonte - https://www.facebook.com/leonardodeaganju/posts/4944527922293679 


Adilson Piedras

Imagem 06: coletada em 15/07/2021

 
Pai Jairo D'Adiolá

Imagem 07:coletada em 15/07/2021


Pai Elias de Oxalá

Imagem 08: coletada em 15/03/2022



Estudioso e pesquisador Luciano de Xangô, informação pessoal, coletada em 27/03/2022 às 11:53, através de conversa do WhatsApp:
Imagem 09: informação pessoal pelo whastaap



Mãe Nara de Bara



Transcrevemos agora a fala da mãe Nara de Bara, da Live "Aulinha de Domingo: Cambinda/Cabinda X Kabini/Kabina" , que foi ao ar (link abaixo) no dia 27, fevereiro, 2022, pelo canal no Facebook: Heranças Afro.

Mãe Nara de Bara, minuto 23:50

[....]

Eu concordo com Dênis que a função de Cabini, Cabinda, Cambinda, que antigamente era Cambinda, eu me criei escutando, os antigos falarem Cambinda, né, e aí, de uns tempo para cá Cabinda, acredito que seja... ah... acredito sim que seja uma questão de oralidade, né...[...]

Acessado em 08/03/2022, às 12:00hrs

Link:https://fb.watch/bDb9J4WvBR/


Informações recentes atualizam:




Imagem 10: Diário de Notícias


Imagem 11: Diário de Notícias


Imagem 12: Diário de Notícias




Entretanto, neste vídeo, Borel (Walter Calisto), muda de opinião, e, não sabemos por qual motivo ele passou a usar o termo Cabinda, para a qual em 1959 se referia a Cambina. 


O vídeo completo pode ser



O prof. Norton Correa, no artigo "Mãe Moça de Oxum", 2002, registra claramente o nome "Cambina":

Imagem 14


No mesmo trabalho, Norton fornece um dado interessante, que Gululu seria praticante do Cambina:

Imagem 15



Em nota,  o professor Norton informa que conservou a pronuncia de certas palavras, que foram "alteradas" com o passar do tempo:

Imagem 16


Aulinha de Domingo, Heranças Afro, Conversando com os professores, 01/05/2022

Neste extrato o Professor Norton Corrêa, informa que nos anos 70 se falava Cambina/Cambini.



Link vídeo completo: 
https://www.facebook.com/HerancasAfroOficial/videos/577213326813571

Pai Nado do Oxalá contribui com mais informações sobre a Cambina:


“Ivete de Xapanã, filha de Mãe Lurdes de Ogum
Mãe Lurdes deOgum
Dona Helena de
Ontem foi um dia maravilhoso, cheio de história, enciclopédias vivas nobatuque. Mãe Lurdes e dona Helena são filhasde ventre da grande Mãe Maria Antônia de Bara ( Ijexá) foram filhas do Pai Paulino de Oxalá e depois feitas pelo Pai Romário de Oxalá, possivelmente as primeiras filhas de Pai Romário, conheceram grandes Babalaos e Babaloas. Momento único em minha vida e que Oxalá e os orixás me possibilitem a mais momentos como esse. Dona Helena, um ser humano de memória magnífica, perguntei a ela, somos casinha ou cambinda? E na mesmo hora ela disse, sempre fomos cambinda meu filho.
Muitas especulação que não podemos apenas querer ter certeza, é preciso ainda estudar muito pra um dia pode chegar mais próximo da legitimidade. Religião não é política nem futebol que cada um toma pra si um lado e o defende com unhas e dentes, religião é religação é construir, é pegar o conhecimento de todos para juntos fazemos algo melhor.... Vamos seguir estudando”

Fonte- postado em 17/09/2022 acessado em 11:47, imagem comprobatória:




 


Referências:

Biblioteca digital Brasil, Diário de Notícias, 05, julho de 1959, acessado em 18/04/2022 às 22:45
(imagens 10 a 13)

CORREA, Norton F. "Mãe Moça de Oxum: um cotidiano e sociabilidade no Batuque gaúcho", pág 236-265, em Caminhos da alma, Coleção Memória Afro-brasileira. Vol I, São Paulo. Summus/Selo Negro, 2002 (1a edição).
E disponível em: 
CORREA, Norton F. "Mãe Moça de Oxum: um cotidiano e sociabilidade no Batuque gaúcho"
(imagens 14 a 16)


Sobre vídeos publicações, vídeos e postagens: Lei 9610/98 art. 46, I a/a
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10625543/artigo-46-da-lei-n-9610-de-19-de-fevereiro-de-1998 

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

NOTA DE ESCLARECIMENTO PARA O RECENTE ARTIGO “ALGUNS DADOS SOBRE CABINDA”

Erick Wolff
16/02/2022  

Imagem 1
Imagem 2 

A Revista Olorun, número 89, fevereiro de 2022 publicou o artigo “Alguns dados sobre fundação da Cabinda” (província africana de Angola) que despertou elevada a discussão devido à questão da transtemporalidade apresentada.

A palavra transtemporalidade vem de transtemporal:

“Que transcende seu tempo ou que vai além do temporal.      

Dicionário Michaelis,

https://michaelis.uol.com.br/palavra/EZxo7/transtemporal/

 

“Que está além ou fora do tempo; que está para lá do tempo e, por isso, é relativo a todos os tempos; que transcende o que é temporal. 

https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/transtemporal


No artigo “Alguns dados sobre fundação da Cabinda”, não estamos querendo dizer que não vieram negros de Mafuka M`binda, mas que o atual nome Cabinda, não era de conhecimento da época entre os nativos.

Sabemos que há registros nacionais da palavra Cabinda que datam do século 19 e anteriores, entretanto, muito possivelmente, trata-se de uma temporalidade dos autores ao utilizarem uma palavra recente, para um histórico ou lugar antigo.

Um exemplo disso ocorre com a palavra Brasil, ao dizermos que Cabral o descobriu em 1.500. Ora, como pode Cabral ter descoberto um Brasil que ainda não existia, e nem ele sabia por qual nome os nativos chamavam estas terras?

Portanto, quando um livro de história do Brasil diz que Cabral descobriu o Brasil em 1.500, está fazendo uma transtemporalidade de um nome que só veio a existir depois.

Devido a esse mal-entendido (ou mal-explicado talvez) a partir da publicação desta nota, usaremos a palavra “Mafuka” para referimos a este território quando do início século 19 e anteriores, e Cabinda para o momento histórico contemporâneo, século 20.

Conforme informações da prefeitura de Cabinda:

[...]

O nome Cabinda tem a sua origem na junção de dois nomes “Mbinda” e “Nfuka”, ficando “Mafukambinda”. Estes foram os primeiros indivíduos com que os navegadores europeus estabeleceram contactos quando chegaram ao reino de Ngoio.

[...] Cabinda teve a sua elevação a cidade no dia 28 de Maio de 1956. [...] (PMC, pp. 13)

Assim sendo Mafukambinda passou a ser chamada Cabinda, por influência dos portugueses:

[...]

De tanto ouvir falar de Mafuka Binda, os colonizadores portugueses, que tinham dificuldades em pronunciar nomes locais, omitindo por vezes certos guturais (sons mais fortes da garganta), começaram a juntar a última sílaba de mafuka com binda (Mafu Kabinda), dando assim origem ao topónimo Kabinda. E foi assim que os europeus acabaram por atribuir a esta terra, incluindo aos seus habitantes, o nome de Cabinda [...] (AAP, pp. 05)

Referencias

ANGOP Agência Angola Press. Internet. Saneamento básico impulsiona nova imagem a cidade de Tchiowa, maio 2021. Acesso em 16/02/2022. Disponível em: https://www.angop.ao/noticias/sociedade/cabinda-saneamento-basico-impulsiona-nova-imagem-a-cidade-de-tchiwoa/

WOLFF, Erick. Alguns dados sobre fundação da Cabinda, Revista Olorun, Internet. Acesso em 16/02/2022. Disponível em: https://olorun.com.br/site1/component/html5flippingbook/publication/revista-olorun-n-89-fevereiro-2022/93/component.html

PMC, Perfil do Município de Cabinda. Internet. Biblioteca Terra, Angolanet. Julho 2007. Acesso em 16/02/2022. Disponível em:

http://bibliotecaterra.angonet.org/sites/default/files/perfil_cabinda_municipal_-_nov_2007.pdf

 
Créditos das imagens

Imagem 1 - 17th-century map of the Kingdom of Congo. This map was published as an inset labelled Congi regni in Africa Christiani nova descriptio. alongside a larger map Abissinorum sive Pretiosi Joannis imperium. It was published as an update to Mercator's Atlas sive cosmographicae meditationes de fabrica mundi et fabricati figura of 1595 (in spite of the filename, this is not a map made by Mercator himself!).

Imagem 2 - http://ultimatehistoryproject.com/uploads/3/5/0/1/35012707/2692801.jpg?409




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