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domingo, 18 de setembro de 2022

CABINDA, KANBINA, KANBINI, CAMBINDA

Nado de Oxalá


28/02/2022


Cabinda, kanbina, kanbini, cambinda ... O nome importante, mas o amor, a união e a fé importa.


Sobre os últimos acontecimentos da Cabinda no RS.

Na minha opinião de leigo sobre os assuntos teóricos do nome religioso da nossa nação, pois não conhecedor, nem historiador e estudo pouco sobre a origem e yoruba (gostaria de um dia estudar mais profundamente) e sou muito grato a todos grandes estudiosos e pesquisadores, prefiro não me rotular ou erguer a bandeira de um movimento ao ver que nenhum dos lados tem a plena ou total comprovação, e sim todas com suas razões baseadas em fatos e documentações.

Então “prefiro ser uma metamorfose ambulante” e poder aprender a cada dia com todos grandes pesquisadores “do que aquela velha opinião formada sobre tudo”...

Ao não me rotular e defender politicamente um lado eu posso ganhar mais em cultura e sim, alguns aspectos dos estudos que não parecem confiáveis eu não preciso agregar, já se eu defender apenas um dos lados, teria que defender todas as teses, indiferente se me fizesse sentido ou não.

Enquanto um ataca o outro, chamando de inventor de uma nova religião e que se faz muito arrogante e soberbo, penso que esse lado também não se coloca aberto a uma discussão aberta de paz, vejo os dois lados defendendo suas teorias fantásticas, de muitas pesquisas e inteligentes, mas cada um defendendo como se nada pode haver, se outra realidade não fosse possível a não ser a sua.

Sendo que nossa religião se manteve em grandes aculturações de etnias, tempos,etc… Então ninguém me perguntou nada, mas acredito que isso é novamente mais uma grande oportunidade que os Orixas estão oferecendo para que nós seus seguidores pudéssemos nos unir em nome do sagrado, em nome da memória de um grande Ancestral e em nomes dos Orixás.

Como seria se todos conseguissem sentar e debater, unir suas ideias e estudos e unificar o culto???

Sinceramente, quando adolescente ouvia falar em Cambinda, depois em Cabinda( todos devem ter ouvido falar nesses termos) mas não importa a nomenclatura pois não vai mudar o fundamento que praticamos nem muda nossa fé, ja a oportunidade que os historiadores estão tendo em se unir e unificar algo, isso sim, pode mudar a história e trazer grandes mudanças em nome de nossa religião, não ao fundamento que cada um pratica mas sim na beleza de permitir que o Amor seja o fluxo e meio de comunicação do nosso povo.

Ouvi Sacerdotes falando "esse tal de” ou “ tenho nojo do fulano” isso sim é ir contra o sacerdócio de Orixá, isso sim é causar discórdia em nosso meio e propagar a desunião, lembrando que unir não é convencer que o outro tem que ser ou pensar igual a mim e sim unir dois pensamentos, duas ideias em uma só, e aí está o maior desafio de todos, o Ser Humano engolir seu Ego e permitir que o Sacerdote expanda….  

Parabéns a todos historiadores e pesquisadores Afros religiosos, na esperança de um mundo religioso menos egoigo e mais amoroso e unido"

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   Imagem comprobatória:



Publicado em Facebook:

https://www.facebook.com/Babalorixanado/photos/a.164195241713204/530431965089528/

Acessado em 18/09/2022


domingo, 27 de fevereiro de 2022

RESPOSTA À NOTA DE REPUDIO DA CIPOT/RS

Em resposta à nota de repúdio da CITOP/RS publicada recentemente (ver imagens abaixo) queremos esclarecer vários pontos. 



Diz a citada nota que: 


1) "Nossa Ancestralidade está sendo atacada por nossos iguais"

A nossa ancestralidade não está sendo atacada, como quer fazer parecer tal nota, equivocadamente, ao contrário, está sendo preservada com a verdade dos estudos e pesquisas que apresentamos. 

Sabemos que o fundador da Kanbina, pai Waldemar fundou uma religião de culto a orixá, de cultura e religião Iorubá, como é público e notório pelos irmãos. 

A Kambina nunca cultuou nKisses para que seja declarada como uma nação banto, e a única semelhança com a província de Cabinda, é o nome, nada mais.

Convido os irmãos a estudarem o "Conceito de Nação" antes de se autodeclararem bantos.


2) "Entre tantos atos de intolerância que sofremos diariamente"

Diferenças de pensamento e resultados de pesquisa em direção oposta não são atos de intolerância, ao contrário, alicerçam a liberdade democrática. Sempre apresentamos o resultado de nossos estudos respeitando a todos.

 

3) "um conjunto de ações coordenadas que visam distorcer e deturpar a Ancestralidade, Memória, Cultura, Tradição e Identidade do povo de batuque, mais especificamente o povo da Nação Cabinda."

As nossas pesquisas e estudos não visam deturpar, ao contrário, visam esclarecer e apresentar conteúdo para a nossa religião, com embasamento, referencias e fontes. 


4) "há um movimento em curso, liderado por um grupo minoritário"

O único movimento que há é o do estudo e pesquisa séria, embasada, fundamentada, com apresentação das devidas referências abertas a qualquer pessoa que queira estudar o tema. 

Para afirmar que trata-se de um movimento minoritário, é preciso que tenha havido um senso que conseguisse registrar a quantidade de pessoas que tem o mesmo pensamento, ou não. Sem isso, é apenas suposição do editor da citada nota. 


5) "A Fundamentação dos irmãos é pautada no argumento que a data de fundação da cidade de Cabinda na Angola, datada de 28 de maio de 1956, invalidaria a Nação Cabinda de ser formada e batizada pelo seu fundador, citado anteriormente neste texto, visto que seu retorno para a massa de origem foi em 1935."

Não, a fundamentação não é pautada pelo argumento da prefeitura de Cabinda, este é apenas mais um dado. 

A fundamentação está no conceito de nação, na prática, nos usos e costumes, nos dialetos, nas divindades, e principalmente, na oralidade dos mais velhos que sempre falaram kambina, e não Cabinda, que só surgiu nos anos 80 com o livro do escritor Paulo Tadeu, e que assim resolveu chamar, sem apresentar nenhuma fundamentação. 


6) "ignora diversos fatos e registros históricos além do próprio conhecimento tácito, que ao não ser explicito, documental, se transforma em cada conto para cada ouvinte, bem como a oralidade, forma a qual os conhecimentos e fatos são repassados dos mais velhos para os adeptos desde que o Batuque/RS foi estruturado aqui no Rio Grande do Sul.

Na mesma medida, proporção e peso, usamos o mesmo argumento para aqueles que, ao invés de Kambina como falavam os mais velhos, defendem o nome Cabinda, baseados apenas no livro do escritor Paulo Tadeu, que nada fundamenta exceto a semelhança gráfica da palavra

Segundo a própria prefeitura local, a região que hoje é chamada Cabinda possuía outros nomes, e mais tarde foi apelidada pelos portugueses de Cabinda, por que tinham dificuldade de falar "Mafuka M`binda", e somente mais tarde que os nativos adotaram o nome Cabinda, por influência estrangeira.

 

7) "É possível citar diversos dados e registros, que são contrários a tal iniciativa dos irmãos que tentam fomentar o uso do termo Kanbina em substituição ao termo Cabinda, o qual é a identidade dos adeptos desta Nação."

Em momento algum ignoramos os documentos, no entanto, eles não vinculam a Cabinda ao Batuque, separado por conceitos filosóficos e até mesmo religiosos. 

Não queremos substituir, mas preservar Kanbina, como era costume se ouvir e falar antes do livro do Paulo Tadeu.

Portanto, foi este autor, que sem ter nenhum conhecimento do que é "Conceito de Nação" substituiu Kambina por Cabinda, na busca desesperada de encontrar uma identidade no território africano.

Os mais novos assim aprenderam, e pensam que somos nós que queremos substituir o nome, quando na verdade, e os ancestrais sabem disso, queremos preservar o nome original: kambina.


8) "Entre eles estão os documentos oficiais do Governo do Estado do RS que comprovam de forma explicita a existência de trabalhadores escravizados, identificados como "Cabindas" oriundos de terras Africanas. Estes registros estão documentados nas Cartas de Alforria no Estado do Rio Grande do Sul, documento público e disponível no site da APERGS [http://antigo.apers.rs.gov.br/.../1169142561.Cat_Sel...]"

Temos conhecimento dos documentos, porem, neste ponto não podemos ignorar a transtemporalidade (ver link) da palavra Cabinda em livros contemporâneos, quando relatam fatos de séculos anteriores. Temos conhecimento e acesso a estes registros.


9) "Podemos citar também que a da localidade de Cabinda foi elevada à categoria de Cidade em 1956, porém sua fundação é datada de 1490, de acordo com os registros disponíveis [https://pt.wikipedia.org/wiki/Cabinda_(munic%C3%ADpio)]."

Anterior a data de 1956, a Cabinda possuía outros nomes, informados pelos nativos e pela própria prefeitura: (veja documento) novamente encontraremos a transtemporalidade no texto, para  a internet atual. Os nativos que explicam, que não era Cabinda.

 

10) "Outro registro importante, está documentado no Livro Cabindas Histórias - Crenças - Usos e Costumes, Joaquim Martins, 1972, onde é registrado um mapa de Angola informando que a região já era chamada de Cabinda em 1784."

Novamente a possível transtemporalidade pode ter ocorrido por Padre Joaquim, por ser estrangeiro e católico, ele escreveu livro publicado em 1972, desconsiderando as nomeações anteriores.


11) "É possível também, através de registros em obras de pesquisadores como Prof. Norton Correa e Prof. Krebs (1957) identificar o uso dos termos Cabinda e Cambinda entre os adeptos do Batuque/RS. Em relação ao registro do Prof. Norton Correa, em seu livro, é destacado um parágrafo, onde o próprio, entre parênteses, cita a correção de Cambini ou Cambina para Cabinda (Norton Correa, O Batuque do Rio Grande do Sul, Antropologia de uma Religião Afro-Rio-Grandense, página 50, 5. Os “lados” e a história oral). Estamos falando de registros de conhecimentos tácito, com os métodos de pesquisa, mas sem registros formais documentados."

Norton Correa não citou Cambina apenas porque quis fazer, por conta e risco. Se citou, é porque assim ouviu. Se também citou Cabinda, é porque assim também ouviu, lembrando que seu livro foi lançado após o livro do Paulo Tadeu... (veja aqui)

No entanto, não há nenhuma referencia de como ele chegou a esta conclusão. Que fundamento antropológico de Conceito de Nação está baseada tal conclusão? 

Não poderemos esquecer que faltam mais dados sobre a imagem a qual não se tem acesso para checar se é verídica, que circula no internet sobre a suposta afirmação da Mãe Apolinária seria Cabinda, já refutado pelo própria família da mãe Apolinária.  

Vale ressaltar que até o momento não possuímos nenhum outro registro do Krebs sobre a Cabinda. Será que o Krebs faria um único registro informal sem apresentar mais nada sobre o tema?

Existe ainda (caso seja verdadeira tal imagem)  a possibilidade de Krebs ter ouvido Cambina, e ter escrito Cambinda, por conta própria. 

Podemos perguntar: de quem teria ouvido?


12) "Como já informado anteriormente neste texto, podemos afirmar também, através do Documento da APERGS, público: [http://antigo.apers.rs.gov.br/.../1169142561.Cat_Sel...],  que sim, existiam trabalhadores escravizados oriundos da região e/ou povos denominados “Cabinda” no Estado do Rio Grande do Sul em 1854, ou seja, 102 anos antes da fundação da Província Política da Cidade de Cabinda na Angola em 1956."

Já esclarecemos em nota que não se trata na negação de um povo Cabinda no Brasil, pois sabemos que há registros, mas que a denominação da Kanbina é de influencia Ioruba e não banto, como também os povos Kamuka, que ficavam ao lado do antigo Oyo. Sobre os kamuka no Congo trata-se de uma migração recente.


13) "Posto os argumentos acima descritos, podemos também informar que historicamente, o Batuque/RS, em suas nações, foi criado em nosso estado e há sim similaridades com a matriz e outras diásporas, mas no tocante as divindades, a estruturação do batuque, tem na sua formação a predominância nas divindades Yorubas e alguns Voduns assimilados e agrupados, oriundos do panteão FON. " (o grifo é nosso)

Queremos destacar esta pinça: "O Batuque/RS em suas nações tem na sua formação a predominância nas divindades Yorubas e alguns Voduns Fons"

"Em suas nações" inclui a Kambina. 

Estamos de pleno acordo com a afirmação de quem a origem do culto é Ioruba, e, isso vai de encontro com os nossos estudos e pesquisas.  

 

14) "Outro ponto a ser ressaltado, é que a denominação Cabinda que batiza a Nação de mesmo nome no Batuque/RS, não está ligada, ao menos não encontramos registros nos últimos 70 anos, ao culto de divindades do Panteão Banto (Inkices), de forma que, o culto das divindades e sua estruturação é predominantemente Yoruba." ( o grifo é nosso)

Novamente concordamos com os estudos, pois seguem os mesmos pensamentos aos quais pontuamos, sem divergência quanto ao culto e divindades cultuadas

A Kambina, para que fosse Cabinda e banto, precisaria cultuar Nkissi e falar uma língua banto.

A afirmação que vemos em vários sites na internet que "a Nação Cabinda adotou o panteão Ioruba" é completamente falsa e sem nenhuma fundamentação, porém copiada pelos papagaios e replicada nos sites como se verdade fosse.


15) "Cabe lembrar também que o Batuque/RS foi estruturado com repasse de conhecimento baseado no conhecimento tácito, conhecimento ancestral, temporal e na oralidade, o que pode gerar variações nas interpretações das expressões usadas. Um exemplo disto é Cabinda x Cambinda, outro exemplo Jexa x Ijexa, ou ainda Jejo x Jeijo. "

Seguindo o exemplo por eles citados, o inverso também pode ser verdadeiro. Kanbina pode ter sido transliterada para Cabinda, até mesmo por letrados na boa fé.


16) "Diante do exposto, a CIPOT/RS repudia o uso do termo Kanbina como denominação identitária para a Nação Cabinda, que atualmente é a Nação com maior número de adeptos e casas abertas (conhecimento tácito), no estado do Rio Grande do Sul, com raízes fortes e consistentes, com grandes baluartes que já regressaram a massa de origem, bem como Baluartes vivos, que viveram e vivem nossa cultura e tradição zelando pela memória ancestral e pelos fundamentos de nossa Nação. "

Perante todas as evidencias que apresentamos nestes 10 anos de estudos e pesquisas, incluindo depoimentos dos antigos falando Kanbina, em nome destes mais velhos, repudiamos o uso da palavra Cabinda, palavra de origem banto, para nomear uma nação de culto de Orixás Iorubas.

 

17) "A CIPOT/RS, através de seus integrantes, apresentou os registros e documentos necessários para o grupo em questão, com o intuito de gerar a discussão e também de demove-los de tal objetivo, porém fomos ignorados e o grupo em questão insiste em não os considerar os documentos e fatos apresentados, bem como não apresenta dados que fundamente o uso da expressão KANBINA, de forma que não reconhecemos que este nome represente esta Nação. "

Os documentos apresentados por nos também foram ignorados, mesmo com depoimentos e registros devidamente apresentados, fontes ainda vivas, que afirmam que Kanbina era como antigamente falavam, e que após a morte dos mais velhos que sabiam o idioma, os mais novos, sem nenhuma fundamentação foram mudando as palavras e até cantigas, mudando Kanbina, para Cabinda.

Assinado por:
Erick Wolff
Alexandre Custódio
Luiz Cláudio
Chico neto


Publicação original 

CIPOT/RS 

Coletivo Independente dos Povos Tradicionais, postado em 26/02/2022- Batuque RS, acesso
https://www.facebook.com/groups/695348501636175/permalink/698097158027976

Imagens comprobatórios 








terça-feira, 2 de novembro de 2021

LIVRO - KANBINA: ORIGENS IORUBÁ E CONTINUIDADE NO BATUQUE DO RS - ATUALIZAÇÃO

Por Erick Wolff de Oxalá

Postado em 02/11/2021


Este presente artigo tem por finalidade registrar novos dados sobre as pesquisas do livro Kanbina e a sua origem Iorubá.

Durante os nossos estudos até a publicação do livro KANBINA: ORIGENS IORUBÁ E CONTINUIDADE NO BATUQUE DO RS, em 2019, os dados coletados no site Xangô Sol apontam que pai Antoninho seria filho de mãe Donga [informante Mãe Nélia de ossanhe], e Bolivar nos informa que um dos ícones da nação Oyo seria Antoninho Gululu de Yemanjá, nos levando sempre ao entendimento que Antoninho da Oxum seria a mesma pessoa que o Gululu.



No entanto, dados novos publicados por "Histórias de Batuques e Batuqueiros? Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre" (GOMES & SCHERER & OLIVEIRA, 2021) apresentam a possibilidade ainda não comprovada, que Gululu, seria Antonio Gululu, que os pesquisadores afirmam ter origem no culto Iorubá, sendo um sacerdote de orixá. 

O centro de nossa pesquisa no livro "Kambina..." sempre foi mostrar a sua origem Iorubá.

Os dados sobre Antoninho da Oxum não ser o Gululu, não são relevantes para nossa pesquisa, e não mudam a direção dos estudos que publicamos no livro "Kambina..." pois os recentes dados publicados confirmam ainda mais nossa pesquisa da origem ioruba da Kambina do Batuque do R. S.


VIDEOS

A seguir transcrevemos extratos de um vídeo on-line dos pesquisadores GOMES &  OLIVEIRA, "Seria Pai Antoninho o Antônio Gululu? - ft. Vinícius de Aganjú" (https://www.youtube.com/watch?v=1nyUpRILxqU) que pontuam informações sobre a origem do Gululu, mesmo que não conclusivas e ainda com dados insuficientes, sempre nos impulsionam para o povo Iorubá: 

Neste trecho Vinicius informa que não possui informações sobre origem do Gululu.

A seguir, a informação do Xangô do Povo tem origem no nordeste do país. Mas não esclarece em qual região nordestina, e de qual casa trouxeram.


VINICIUS DE AGANJU - [...] verificar, até por que não se sabe, o nome completo dele, por exemplo, não se sabe o termo gululu, o próprio  termo gululu, nós não sabemos exatamente a que se refere, podemos especular, né, podemos buscar referencias na África, mas ter certeza mesmo não teremos [...] por exemplo pai Sarin, um grande tamboreiro, antigo tamboreiro, filho da mãe Chininha do Oxalá, que por sua vez, foi filha de santo do Antoninho da Oxum [...] ele comenta, né, a mãe Chininha e as antigas comentavam que os dois se conheciam andavam juntos, que isso era sabido e notório, pela comunidade batuqueira, né... iiiii, tem mais o pai Sari comenta em que o Gululu trouxe pronto do norte um Xangô do Povo, né, ele fala do Norte, não sabemos exatamente de onde, Norte, Nordeste, possivelmente o Nordeste. 
 
Sobre o Cujoba, né um pouco mais complicado tem ainda , apenas alguns relatos que chegaram até os dias de hoje, né, não, eu como acho que toda a comunidade toda de pesquisa não crê que sejam a mesma pessoa. 


O professor e pesquisador Denis, ao perguntar qual seria o orixá do Gululu, reforça a questão da origem Iorubá, considerando que os orixás possuem origem entre os iorubá. A seguir professor  Vinicius informa que a sua fonte possui duvidas sobre o orixá do Gululu seria Bara ou Xapanã, no entanto, a informação de que Gululu é feito para orixá, reafirma novamente a origem Iorubá. 





DENIS DE ODÉ - Qual era o orixá do Gululu? 
 
VINICIUS DE AGANJU - Olha... O Gululu, eeeee, temos informação que seria do Xapanã, até alguma memoria o pai Sarin comenta talvez tenha a possibilidade de ter sido do Bara, mas ele mesmo informa que não tem certeza, mas o que temos assim de mais efetivo que seria de Xapanã.


Neste trecho Vinicius apresenta um documento do jornal de Porto Alegre, 1920, assinado por Mob, que informa o Gululu ser negro e ser do orixá Xapanã, destacando a cultura Iorubá. Levantando a possibilidade de ser ex-escravo, mas não confirmado pelos pesquisadores. 

Neste trecho os pesquisadores apresentam o agente (Pai Fiorentino) do documento que faz o inventário para a sua filha (omitida a informação a pedido da família), mas mesmo sem assinatura e sem mais informações sobre a origem da coleta do documento, registra o parentesco religiosos do Gululu com Antoninho da Oxum. 




VINICIUS DE AGANJU - Na década de 70, o Mob Caldas, que é uma figura conhecida principalmente no meio da Umbanda, né, por que ele foi um... inclusive Deputado, que teve esta questão da pauta, né, relativa da Umbanda, nesse documento, neste artigo publicado na década de 70 no jornal de porto alegre, onde ele faz referencia a vários, varias lideranças,  antigas já falecidas do Batuque, ele refere aqui por onde o cursor esta mostrando, né, há uma referencia ao Gululu, né, do Xapanã, preto, morreu com 102 anos a mais de 40 anos, as datas não são precisas, né, então aproximadas, então talvez este falecimento tenha ocorrido ainda anterior a, a projeção feita pelo Mob Caldas.

DENIS DE ODÉ - Um exemplo 1920, por aí? 
 
VINICIUS DE AGANJU - Por aí, aproximadamente, é! 
 
DENIS DE ODÉ - Então a gente já sabe que  era um negro, mais ou menos que habitava o beco do poço, morreu com 102 anos... possivelmente é óbvio, óbvio não, possivelmente ex-escravo... ahhh, outro ponto também, qual a relação do Gululu com Waldemar e Antoninho de Oxum?

VINICIUS DE AGANJU - Então a questão , né, que .... grande anseio da comunidade batuqueira, né, figura do Waldemar que nos ainda estamos, né, correndo atrás. 

 

Então, aqui nos temos a imagem, né, uma foto conhecida do pai Antoninho da Oxum, morreu muito novo, morreu com 40 e poucos anos, 43 não me recordo bem, na década de 30, né, essa foto um pouco anterior.

 

Então aqui temos um documento, que já foi apresentado na nossa publicação, tá disponível lá no canal, nu perfil da, do face moforibale alafiá, esse é um certificado de apronte emitido pelo pai Florentino do Ogum, que era filho do pai Antoninho, e nesse certificado em que nós omitimos o nome da filha de santo.

Neste extrato continua à informação sobre a preservação da fonte,  e os pesquisadores apresentam outro documento da primeira mãe de santo do Antoninho, mas não apresentam nenhum outro documento que foi a única, mãe de santo, e que após ela ele teve apenas o Gululu como sacerdote, esta informação ainda pode ser esclarecida. 

E neste mesmo trecho, o professor Denis solicita ao seu parceiro de trabalho, informações comprovando o vinculo religioso do Waldemar com o Gululu, desta forma criando um paralelo maior entre a Kanbina e o Oyo, que o próprio Vinicius ao confirmar serem irmãos completam que a Cabinda e o Oyo possuem a mesma origem. 



VINICIUS DE AGANJU - [...] a pedido da família religiosa, ele pai Florentino informa, né, que essa sua filha de santo, por ser sua filha consequentemente é, ela era herdeira direta, né, neta de Antonio da Cruz Ferrari, e bisneta de Antonio Gululu, ambos já falecidos, documento datado do ano de  1950, do berço do Oyó, um dos berços do Oyó, em Porto Alegre, que é região do Montserrat, a casa do pai Florentino, ele viveu na Eudoro Benir, que possivelmente ele tinha residência... na região baixa ali do Petrópolis, rua Alegretes se não me engano, né...  

 

Temos aqui então já falando de Antoninho da Oxum, a sua primeira mãe de santo, temos uma referencia oral, né, qui, o pai Antoninho seria filho da mãe Donga, mas isso, nos conseguimos identificar uma narrativa e nós conseguimos avançar, até eu mostro para vocês um registro feito, isso também na década de 50, no verso desta foto no acervo do prof Carlos Galvão Krebs, onde ele anota, Chininha de Xangô primeira mãe de santo de Antonio da Cruz Ferrari, linha de Oyó. 

DENIS DE ODÉ - Vou te fazer mais uma pergunta, que agora estilo do professor Krebs. 

 

Eu não entendi muito bem pode explicar de novo o Antoninho era irmão de santo do Waldemar? 

VINICIUS DE AGANJU - Então... Antonio da Cruz Ferrari, sendo filho de Antonio Gululu era irmão de santo do Waldemar , do pai Waldemar, né, então interessante esta relação entre o Oyó e a Cabinda, está ainda por desvendar, mas existe que pelo menos uma ancestralidade comum, isso já acho um ponto importante pra, para pensarmos, principalmente para a comunidade, né, da nação Cabinda, né, para guiarmos ai um pouco....


Procuramos o Baba Márcio de Oxalá*, tradição Oyó, parente religioso do Antoninho da Oxum, que buscou na casa do tio de orixá dele, pai Sarin de Xangô, para maiores informações sobre o pai Gululu, pai Antoninho da oxum e Pai Valdemar.  Seguem as informações coletadas:

O pai Antoninho da Oxum é Antonio Cruz, não se recorda do restante do nome, diz que existem duas vertentes sobre o pai Antoninho, uma ele era filho da mãe Donga e outra que ele era filho de orixá de alguém de Pernambuco, que radicou e, Rio Grande e depois veio para Porto Alegre. Onde nasce o culto de Aganju do povo. 

 

O Gululu seria de Batuque vindo de Pernambuco. O nome Gululu era dado para filhos de Ogum, no entanto, o feitor de pai Antoninho seria de Oxalá, desconhece quem seja mãe Deolinda. Inclusive cita o babalorixá Máximo de Odé pai de santo da esposa do Antoninho da Oxum. [Sarin de Xangô, apudi Marcio de oxalá]


Revisado e aumentado em 03/04/2023

Pai Sarin, retornou aos ancestrais nesta segunda feira 02/03/2023

O professor Denis de Odé, assim homenageou o ilustre pai Sarin:

  

Passo aqui hoje para prestar uma singela homenagem ao Pai Sarinha , "que os Orixás te recebam no orun" .Pai Sarinha foi o único na contemporaneidade a revelar  informações corretas , sobre o Batuque , entre essas informações registra-se o ultimo Baba de Pai Antoninho de Oxum ,  que foi Antonio Gululu  ,conhecido também  como Gululu de Xapanã .“ 

 

Interessante observamos que o professor Dênis informa que, pai Sarin foi o único na contemporaneidade a revelar  informações corretas.

CONSIDERAÇOES FINAIS 

Diante das recentes informações, eticamente citamos cada fonte e cada informante. Ressaltamos que o norte da nossa pesquisa e estudos sempre foi a origem iorubá e a sua continuidade no Batuque do R.S., que destes diante fatos, hoje poderemos dar continuidade aos nossos estudos neste segmento. 

E as recentes informações nos levam a possibilidade de que o pai Waldemar era irmão de pai Antoninho da Oxum, dando a mesma origem entre os dois, através do mesmo sacerdote, que apesar das divergências com a pessoa Gululu, sempre realça que ele era de orixá, tradição de origem Iorubá, e que, pelo Waldemar e o Antoninho terem o mesmo sacerdote criam uma origem comum ambos no mesmo segmento religioso.

Sobre o nome Gululu, possivelmente foi muito popular, apesar das divergências existentes entre os dados envolvendo a pessoa do pai Waldemar, pai Antoninho da Oxum e pai Gululu, nota-se que vários informantes e documentos registram o Gululu de Yemanjá, o Gululu de Xapanã, possivelmente o Gululu de Bara, e que Gululu era um nome comum para filhos de Ogum. 


REFERÊNCIAS

TITA DE XANGÔ. site XangôSol, internet, www.xangosol.com.br, acessado em 02/11/2021, às 2:40  

GOMES & SCHERER & OLIVEIRA. Histórias de Batuques e Batuqueiro, Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre, Dos autores, 2021.

WOLLF, Erick, KANBINA: ORIGENS IORUBÁ E CONTINUIDADE NO BATUQUE DO RS, edição do autor, 2019 (https://iledeobokum.blogspot.com/2019/12/kanbina-origens-ioruba-e-continuidade.html)


Professor Dênis publicou homenagem ao pai Sarinha, em 02/03/2023, acessar em: https://www.facebook.com/100004777351528/posts/pfbid02UAvJEffSQu5g5BcKNJP7QfS8EKMJDutHrUFydQEmyfch7buH8qA896wtaJJUqxEwl/?mibextid=cr9u03


INFORMANTE

* Marcio Goulart dos Santos, BOLAJI, Marcio de Oxalá, iniciado em 8/12/1995, por Dora de Oxalá, neta de Antoninho da Oxum. Herdeiro do templo Ilé Àse Òrìsà Omi, Batuque do RS, raiz Oyó, reside em Gravataí, Porto Alegre. 





Revisado e aumentado em 24/05/2023

Produzimos este extrato para o Tiktok e mídias sociais do Ilê Axé Nagô Kóbi, para ilustrar e convidar o internauta a participar dos nossos estudos, vejamos:


Link - https://www.tiktok.com/@erick_wolff8/video/7236698383883193605?is_from_webapp=1&sender_device=pc&web_id=7205200879410071046

domingo, 4 de outubro de 2020

KAMUKA NA NIGÉRIA

Por Erick Wolff8

04/10/2020

KAMUKA NA NIGÉRIA


RESUMO

Este texto tem por finalidade revelar as recentes informações sobre o tema Kamuka nas atuais terras nigerianas. O trabalho apresenta o CEP da região Kamuka, informações sobre a etnia Kamuka, além de registros de famílias e, até mesmo, o parque nacional Kamuka, devidamente localizado em terras nigerianas.

PALAVRAS-chave: Kamuka, Nigéria, Iorubá,


Link >>>> KAMUKA NA NIGÉRIA 

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CONCEITO DE NAÇÃO
Muitos debates atualmente envolvem temas sobre Nações Afro-brasileiras e as Nações Africanas. Neste artigo abordamos este assunto, esclarecendo ao leitor as dúvidas e conceitos que envolvem os debates.




Link >>>>>   NAÇÕES RELIGIOSAS AFRO-BRASILEIRAS NÃO SÃO NAÇÕES POLÍTICAS AFRICANAS 


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KANBINI, KANBINA OU CABINDA?

O
 livro KANBINA: ORIGENS IORUBÁ E CONTINUIDADE NO BATUQUE DO RS. 

Um trabalho de 10 anos recolhendo informações e dados para seguir os rigores acadêmicos, este livro conta a história da Kanbina (tradição do Batuque do Rio Grande do Sul) e a sua origem, fazendo um paralelo com o Ioruba e seus costumes.

Link >>>>> 
KANBINA: ORIGENS IORUBÁ E CONTINUIDADE NO BATUQUE DO RS 

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Pronuncia Kamuka

KAMUKA NA NIGÉRIA 

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

KANBINA: ORIGENS IORUBÁ E CONTINUIDADE NO BATUQUE DO RS

Revisado e aumentado em 05/05/2022 às 09:21

A partir dos anos 80 aproximadamente, a Kanbina ou Kanbini, começou a ser chamada de Cabinda (KANBINA / CABINDA) gerando um equivoco com a província de Angola. O livro KANBINA: ORIGENS IORUBÁ E CONTINUIDADE NO BATUQUE DO RS, um trabalho que soma mais de 10 anos recolhendo informações e dados para seguir os rigores acadêmicos, este livro conta a história da Kanbina (tradição do Batuque do Rio Grande do Sul) e a sua origem, fazendo um paralelo com o Ioruba (Nagô) e seus costumes. 

O Livro aborda e fornece registros sobre a Kanbina, que até então estavam soltos e não foram devidamente pontuados, com este livro será possível uma reflexão sobre a origem Ioruba (Nagô) e não Banto conforme pensavam, e os costumes de uma época a qual as tradições da Kanbina se formavam.



Livro Edição colorida
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A versão Preto e Branco e a Colorida,  podem ser adquiridos no templo Ilê Axé Nagô Kóbi, em Porto Alegre, com desconto da taxa de envio do correio.  

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