domingo, 17 de novembro de 2024

OSANYIN: O ESPÍRITO DAS FOLHAS É O DONO DA PANELA DE MEDICINA

Esta postagem coletada no grupo Aşę Omí Odò (21)983555860, do Facebook, postagem em 14/11/2024, acessado em 17/11/2024, de autor desconhecido, tem por finalidade registrar que os adeptos criam, modificam lendas e itan para narrar conceitos para seus seguidores.





"ÒSÁNYÌN
 
– O Espírito das folhas é o dono da panela de medicina.
 
Havia um Babaláwo (adivinho), que vivia na mesma aldeia que um onísègùn(médico herborístico) chamado Òsányìn (Espírito da Medicina).
 
Era Òsányìn quem possuia awo ewé (Mistério da vegetação) e era o Babaláwo quem possuia awo Odù (Mistério da sagrada escritura).
 
As pessoas da aldeia estavam assoladas por àrùn (doença).
 
Se dirigiram a Òsányìn para curar suas doenças. Sua òògùn (medicina) era efetiva, porém ninguém parou para perguntar o que estavam fazendo que àrùn (doença) se propagou.
 
Foi no dia em que as pessoas da aldeia pararam de ir ao Babalàwo para dáfá (adivinhação) que o Babaláwo visitou a casa de Òsányìn. 
 
O Babaláwo pediu a Òsányìn para dividir o trabalho de curar aqueles que estavam doentes.
 
Foi o Babaláwo quem sugeriu que juntos eles podiam curar àrùn (doença) e descobrirsua causa.
 
Òsányìn não tinha nenhum desejo de dividir seu trabalho com o Babaláwo porque sua òògùn (medicina) estava fazendo-o um homem rico.
 
O Babaláwo fez uma oferenda a Esù (Mensageiro Divino), e lhe pediu que interviesse. Foi Esù quem caminhou em frente a casa de Òsányìn no dia em que ela entrou em colapso .
 
Òsányìn surgiu dos escombros com um olho, um braço e uma perna. Desde então o Babaláwo e Òsányìn trabalham juntos para eliminar àrùn (doença) da aldeia.
 
Comentário: 
 
A disciplina Ifá tal como é praticada na África trabalha em estreita associação com a disciplina de Òsányìn, o medicina tradicional herbolística. 
 
Nem todos os sacerdotes Ifá são hábeis na disciplina de Òsányìn, porém na maioria das famílias Ifá têm algum tipo de associação com os sacerdotes que se especializam na preparação da medicina.
 
A história de Osànyìn sugere que a maioria das doenças têm uma causa espiritual. 
 
Esta é uma extensão da crença Ifá de que o viver em alinhamento com o destino traz bênçãos de longa vida, abundância e filhos. A doença é vista geralmente como um sintoma de falta de alinhamento com o destino pessoal.
 
Curar o sintoma sem curar a causa é visto como sem sentido. Este relato também aponta as consequências negativas que vêm quando um trabalho espiritual é feito só com o propósito de ganancia pessoal.
 
É a arrogância de Òsányìn que o conduz ao acidente e tem a desfiguração como resultado. A sugestão aqui é que alguém que trabalhe apenas por motivos de ganho material não é uma pessoa completa."
 
 
 
Imagens documentais:


terça-feira, 12 de novembro de 2024

CABINDA DO PAI CLEON DE OXALÁ

Coletamos esta postagem do sacerdote Agladio, postado no Facebook, onde informa as tradições e costumes da nação "Cabinda do pai Cleon de Oxalá".

"Por Agladio Weber da Costa



Postado em 12/11/2024

OBS: DEIXO AQUI REGISTRADO QUE ESTES FUNDAMENTOS ABAIXO DESCRITOS SÃO EXCLUSIVOS DA BACIA(linhagem) DE PAI CLEON de OXALÁ ELEFÃ e dos filhos q seguem seus ENSINAMENTOS pois, não basta ter axés de Cabinda plantados para defesa da casa para os mesmos serem CABINDAS da nossa linhagem. ESTE TEXTO SE PROPÕE APENAS A ESCLARECER QUESTIONAMENTOS DE CLIENTES,SEGUIDORES E FILHOS e INCLUSIVE IRMÃOS sobre algumas declarações e afirmações feitas em redes sociais.
NAÇÃO CABINDA
“(LÊ-SE :LINHAGEM PAI CLEON DE OXALÁ)”
SOBRE ORIXÁS QUE NÃO PEGAM CABEÇA e AJDUNTÓS
1*— EXU LODÊ (mulheres,mas alguns dirão: mas ELE tinha uma filha deste orixá SIM ! Mas a mesma já veio com 28 anos borida e pronta(LODÊ AÇANÃ)Por pai ROMARIO de OXALÁ após falecimento do mesmo e 25 anos de chegada e com a permissão de pai OXALÁ ELEFÃ foi aceita na casa com aceite de pai LODÊ com feitura feita dentro do ILÉ. Sendo filho deste pai e se não possuir avagã como terceiro santo o babalorixá que assim o fez não pertence a nossa linhagem de Cabinda.
2* — OGUM AVAGÃ não damos cabeça e também não temos adjuntó de Ogum com Yemanja (ou vice-versa)
3* — OYA TIMBOÁ(cultuamos mas não damos cabeça, fazemos sua obrigação na figueira e borimos para uma OYA de dentro de casa. E SIM! Pai CLEON teve várias na casa mas jamais cortou em suas cabeças para Timboá mas nem por isso deixaram de ser de TIMBOÁ apenas cultuavam seu orixá no mato(figueira).
3* — OYA DIRÃ : Não cultuamos na rua pois em nossa LINHAGEM, é uma classe de Oya de dentro. Também não temos adjuntó de Oya com Oxalá
(Ou vice-versa).
4*— XANGÔ KAMUCÁ: não damos cabeça a este orixá nem corpo e nem assentamos,sendo cultuado apenas no BALÉ.
5*— XANGÔ AGANJU: não damos adjuntó com Yemanja(ou vice-versa)nem com BARÁ
6*— IBEJIS: não cultuamos nem assentamos.
7*— OTIM: não damos cabeça para esta orixá
8*— OBÁ: não fazemos adjuntó com XAPANÃ (ou vice-versa) em raríssimos casos colocamos Yemanja como terceiro santo
9*— OSSANHA: não fazemos adjuntó com Oya
10*— XAPANÃ: não fazemos adjuntó com OBÁ:(ou vice-versa)em raríssimos casos colocamos Yemanja como terceiro santo
11*— YEMANJÁ: não cultuamos NANÃ. Não fazemos adjuntó de YEMANJA com OGUM(ou vice-versa),também não fazemos adjuntó de YEMANJA com BARÁ(ou vice-versa)
12*— OXALÁ OBOCUM: não damos cabeça para este Orixá e nem para OXALÁ OROMILAIA.
Não fazemos adjuntó de OXALÁ com OYA:(ou vice-versa).
13*—ORDEM DAS OBRIGAÇÕES QUANDO ARRIAMOS ORIXÁ PARA
COMER:
1*— Corte aos eguns. 2*—Corte aos orixás. 3*—toque aos orixás.
4*— obrigação do peixe. 5*—corte pra terminação. 6*—passeio(manhã)a noite terminação com mesa de IBEJI(se esta ordem não for seguida a casa não pertence a linhagem de PAI CLEON)
14*— PENEIRA: NÃO! não jogamos em peneira!
15*— BOI: NÃO damos pelo motivo de nosso PAI apesar de ter este axé preferia arriar 7 cabritas, motivo pelo qual não damos BOI para nenhum orixá nem entidade nem egum independentemente onde estivermos pois orixá é ONIPRESENTE em nossas vidas.
16*— FURIBALÉ: NÃO! Não temos pois em nossa linhagem de Cabinda e’ proibido.
17*— INJÉ de EXU: NÃO fazemos injé casado(homem com mulher) cada um com seu injé.
18*— ASSENTAMENTOS DE ORIXÁS: NÃO assentamos adjuntós e sim um mínimo de 8 orixás ou todos.
19*— AXÉ de BÚZIOS: sómente fazemos após aliviar o ORÍ do filho.
20*— BALANÇA(cassun) não fazemos sem 4 pés arriados.
21*— OCUTÁS: não damos para
Ogum avagã, ogum onira, ODÉ e OTIM.
22*— ORIXÁS VELHOS(Oxum, Yemanja e Oxalá: quando o filho for cabeça de um dos três o adjuntó precisa ser com o outros dois.
23*— ECÓS: somente para EXU LODÊ, LANÃ E ADAGUI( os destes 2 últimos são iguais. NÃO fazemos ecó para AGELU nem frente com balas de mel ou qualquer outra no dia a dia apenas quando houver corte de 4 pés. O ECÓ do toque não tiramos na noite apenas no outro dia.
24*— ALUJÁ: filhos de Yemanja e oxalá não dançam.
25*— AMALÁ: filhos de BARÁ,YEMANJA e OXALÁ não comem."

Selecionamos alguns comentários. 

Vejamos a seguir:

Yalorixa Camila Oya Dira
Quando a raiz é forte nada detém o crescimento ,cabinda uma linha reta a ser seguida com muito fundamento ,que eu possa sempre elevar nossa raiz através de todos os ensinamentos a nós passados pelo Senhor pai , assim como o senhor segue até hoje fazendo como pai Cleon oxalá elefã te ensinou .

Agladio Weber da Costa
Yalorixa Camila Oya Dira com certeza filha de Dirã herdeira do axé de EXU LODÊ TOROMI

Link da postagem primária: https://www.facebook.com/share/p/15NkEz4t4z/


A seguir, chegamos a um compartilhamento com informações complementares.

A seguir: 

Agladio Weber da Costa
Mãe Vitonella Silva Ramos quanto a mentir não estou a par pois apenas postei nossos fundamentos e não entendo no que isso atingiria a feitura de outras goas pois diz respeito apenas a nossa LINHAGEM pois se somos corretos fazemos apenas os fundamentos de nosso BABALORIXÁ pois pai Cleon sempre dizia: orelha não passa cabeça


Mary Faleiro
Só dele mesmo, nenhum dos pais de santo dele fazia como ele. Pai Romario, Pai Henrique, Mãe Palmira, todos colocaram a mão nele, Henrique foi por mais tempo que todos. Axé.

Chico Neto
Saudações irmãos, com todo o respeito, existem alguns pontos da Cabinda praticada pelo pai Cleon de oxalá e família, que não ficaram claros para mim, seguem:
1 - Não entendi, ao que se refere, pois ficou um pouco confusa esta fala:
"Sendo filho deste pai e se não possuir avagã como terceiro santo o babalorixá que assim o fez não pertence a nossa linhagem de Cabinda."
2 - Tinha várias filhas de Atimbowa, porém, nao eram feitas para ela, mas continuavam a ser filhas dela, também não consegui entender o mecanismo desta conceito:
"não damos cabeça, fazemos sua obrigação na figueira e borimos para uma OYA de dentro de casa. E SIM! Pai CLEON teve várias na casa mas jamais cortou em suas cabeças para Timboá mas nem por isso deixaram de ser de TIMBOÁ apenas cultuavam seu orixá no mato(figueira)."
3 - Então para a sua família, Kamuka seria um Egun, que comeria no igbale, então por que tinham a imagem do9 pai Waldemar no igbale se cultuam o orixá como Egun?
"sendo cultuado apenas no BALÉ."
4 - Ainda baseado na 4 questão, se Kamuka seria um Egun, então todas as casas, feituras e quartos de Orixás seriam abençoados por um Egun?
5 - Aqui afirma que não cultuam, entretanto mais a frente dizem que fazem mesa de Ibeji, ficou meio confuso....
"IBEJIS: não cultuamos"
6 — Há possibilidade de antigamente o pai Cleon em algum momento ter cultuado Nana e ter deixado de cultuar?
"não cultuamos NANÃ"
7 — Seria Foribale (tradução = ato de bater cabeça)
"FURIBALÉ"
8 - Há possibilidade de em algum momento pai Cleon assentar os três orixás ou quatro e mais tarde ter mudado? E ocorrido com o caso do pai Cleon ter mudado de 8 para todos?
"NÃO assentamos adjuntós e sim um mínimo de 8 orixás ou todos"
9 - Por gentileza, há possibilidade do pai Cleon antigamente fazer os ecos de Oxum, Yemanja e Oxalá e ter deixado de fazer com o tempo?
"ECÓS: somente para EXU LODÊ, LANÃ E ADAGUI"


Link - https://www.facebook.com/share/p/14D9bCbebw/ 

Fotos comprobatórias

Postagem primária



Postagem compartilhada



Link https://www.facebook.com/share/p/14D9bCbebw/

CONHEÇA OS DIOLA

Senegal: Região de Casamance e a Etnia Diola, circuito clássico





Conheça a lenda dos Diola
Casamance é um extenso território de selvas de mangais e ilhas fluviais localizado no sul da Gâmbia, mas que “oficialmente” pertence à República do Senegal. 
 
Os seus habitantes autóctones são os “diola”. 
 
São animistas e conservam cuidadosamente as suas tradições e cultura. 
 
Os diola formam uma etnia à parte. Tanto a sua língua, como as suas tradições e origens diferem completamente do resto das etnias do Senegal. 
 
Dedicam se ao cultivo de arroz e à colheita de vinho de palma, têm um profundo conhecimento da fauna e flora, assim como da linguagem das plantas e da agricultura tradicional. 
 
O bosque e os canais do rio Casamance (bolongs) não têm nenhum segredo para eles.

terça-feira, 29 de outubro de 2024

ESTUDO DE CASO: A CANTIGA ALAGBE NO BATUQUE

Neste vídeo, publicado no Tiktok, no perfil do @paiandredeagandju.

Nele o Tamboreiro Alabê Lulú de Aganjú, informa que esta seria uma cantiga para Alagbe (nome ao qual nos tamboreiros atualmente se denominam).


"Série Cantigas esquecidas no batuque - parte 2
Por Babalorixá André de Xangô
Postado em 28/10/2024"


Dos comentários coletamos alguns:


Erick Wolff8
[@PaiJuliodeOxum] por gentileza, sabe a origem desta orin, onde ele foi buscar e quanto ele introduziu a orin no Batuque?

PaiJuliodeOxum
Não está correta a informação! Essa cantiga só era utilizada na família do Antônio Carlos de Xangô por introdução dele

Alabê Pantiovila
O mestre utilzou apenas para uma apresentação no seu dvd, depois dai foi adotado. mas na escola antiga não tivemos esse ensinamento pelo menos nos ultimos 20 anos. Axé a todos🙏

Alabê Lulú de Aganjú
É, uma das rezas que eu aprendi pra este caso foi essa mano veio. Tanto que é utilizada na Goa dele até hoje pelo que sei e já vi. Vou catar um aqui pra compartilhar. Abração 😉

Pai Marcelo do Caveira
boa tarde meu irmão!!
tudo certo?
sabe me dizer qual é a origem desse axé? quem introduziu, ou em qual família ou nação é rezado na entregar de axé de tambor?

Roger Olanyan
nesse eu discordo! o axé de tambor fala em Ìlú Bata awọ 😉

Alabê Lulú de Aganjú
Sim mano, já peguei casas que tocam essa aqui só partilho o que me foi passado também dentro da escola que fui feito, até queria ter respondido alguns comentários mas tô de cama aqui numa gripe fd...

guilherme
Me desculpa descordar de ti, mas o axé do tambor não é e nunca será esse meu irmão. Esse axé em questão é um axé de candomblé e por sinal é um axexé de egum dentro do ketu. Quem trouxe esse axé p batuque foi mestre Antônio Carlos. O verdadeiro axé do ilú é "Ara batá ô, kabiesy unde ô", se tiver dúvida pode perguntar p qualquer tamboreiro mais antigo meu irmão. Um abraço, teu canal está muito bom !!!

babacristian
hola meu irmao desde argentina, ese Axe se canta en Terreros de egungun en el norte de brasil, pesquiça meu irmao sin ofender, voce esta pasando información sin saber su procedencia....

Erick Wolff8
Boa noite, tem alguma fonte e referência

babacristian
Hola padre... sua bençion

babacristian
si eu teño una conversación con un iniciado, amigo do pai Anderson de oxala de una terrerira de egumgum falando de isso...

 

Link https://www.tiktok.com/@paiandredeagandju/video/7430851407810399494?is_from_webapp=1&sender_device=pc&web_id=7423858665667479045
 

Imagens 




O MISTÉRIO DA CAPA DA OXUM DA MÃE PALMIRA

Estudo de caso.

Roda pela internet uma foto de uma capa que seria da Oxum da mãe Palmira, uma das matriarcas do segmento Kambina do Batuque do Rio Grande do Sul.

Conforme observamos, na foto há uma placa informando que esta seria a capa da Oxum da mãe Palmira, filha de pai Waldemar do Xangô. Quer nos parecer, que se trata de um tecido acetinado e bordado com pedrarias.


Entretanto, informações colhidas durante uma entrevista que realizamos (2023), o informante* afirma que a capa da Oxum da mãe Palmira era confeccionada com organza amarela. E completa que a capa era muito simples.

 (Tecido Organza)  
 
Informamos que durante 22 anos pertencendo à família da mãe Palmira, não tivermos acesso da existência desta capa. 

* a pedido o nome do informante foi preservado, no entanto, poderá ser revelado em caso de estudos científicos.

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

MÃE PALMIRA DA OXUM OLOBOMI

Neste ensaio coletamos informações sobre a matriarca do segmento Kambina, filha de pai Waldemar de Xangô, publicada no perfil de Yan Silveira, no facebook.

Nesta postagem, Yan Silveira fornece detalhes sobre a mãe Palmira, vejamos a seguir:




"Yan Silveira

Postado em 23/10/2024

24 de outubro de 1968, numa tarde ensolarada, sentada debaixo de uma parreira em sua cadeira de balanço, na Rua Humberto de Campos, 262, Porto Alegre, Partenon, Mãe Palmira de Oxum fez sua passagem para o Orun.
Jovem, aos 55 anos de idade, Palmira Torres do Santos era uma senhora de negócios e mãe-de-santo, filha de religião de Pai Valdemar de Xangô Kamucá, o percursor da Nação Cabinda.
À 56 anos em 23/24 de outubro sua memória é lembrada e seus ensinamentos praticados."


Os participantes comentaram:

"Erick Wolff

Bom dia, importantes informações para registros da memória da kambina.

Por gentileza, quem é a fonte das informações?


Kivanna D Xangô

[Erick Wolff] Com a licença do meu irmão Yan a fonte é Pai Eduardo de Xapanã de Porto Alegre, filho de pai Cleon de Oxalá, que foi filho de Vó Palmira."

Link - https://www.facebook.com/story.php?story_fbid=pfbid0HN9zYHZPb86Jyu9UbcnaFudu5uBgd2QETt2zVEiTouSEjC3Wm81dK5s2vThgEqstl&id=100052873388857&post_id=100052873388857_pfbid0HN9zYHZPb86Jyu9UbcnaFudu5uBgd2QETt2zVEiTouSEjC3Wm81dK5s2vThgEqstl&comment_id=8574282685981909&reply_comment_id=583940894056444 

Imagens comprovando 




domingo, 6 de outubro de 2024

PAI WALDEMAR O FUNDADOR DA KAMBINA

Publicação da página Batuque do Rio Grande do Sul, no Facebook, postada em 01/10/2024, coletada em 06/10/2024.

Nesta página o autor abre o debate homenageando pai Waldemar e sugerindo que considera que ele seria o Rei da Kambina por ser o percursor deste segmento. Vejamos:





"Batuque do Rio Grande do Sul

01/10/2024

Babalorixá Valdemar de Xangô Agodô.
Considerado o Rei da nação Cabinda por ser percursor do culto aqui no RS.
.
Filho de Kun lulu, nome esse que caracteriza como filho de Xangô. Diante das informações sabemos que foi trazido como escravo do porto de Cabinda.
.

Referente ao orixá do Gululu, o autor não informa a origem desta informação, também não cita a fonte que da possível origem do Gululu.

Sobre o debate, coletamos algumas falas para registro, seguem:


"Victor T'Oxalá

Perguntas e afirmações muito necessárias! Vemos o quanto temos conteúdo, conhecimento e propriedade. O que realmente nos falta e ouvir e absorver o que nos cabe em quanto pertencentes destes cultos de Batuque, como o de Cabinda.


André D'Ogum Avagã

Uma questão que nunca vi ninguém tocar no assunto,é o porque do culto a egungun não ter vindo pro nosso batuque.


Erick Wolff

Por favor Batuque Do Rio Grande do Sul, poderiam fornecer a fonte desta informação:

[...] Diante das informações sabemos que foi trazido como escravo do porto de Cabinda.[...]


Victor T'Oxalá

Erick Wolff Falokun Fatunmbi (oriki Book Orunmila)


Erick Wolff

Continuação



Hendrix Silveira

No livro "Quem é Xangô Kamuká" de Paulo Tadeu Barbosa Ferreira, é dito que ele nasceu em 24 de agosto de 1883, no Brasil. Não consegui encontrar sua data de falecimento. Mas sei que essa foto que ilustra o post foi tirada do próprio jazigo dele.


Leandro Dos Santos

sobre a questão do culto de EGÚNGÚN , eu estive presente no ylê abula, na ilha de Itaparica Salvador BA e consegui entrar assim como consegui uma pessoa para me levar e mostrar o local para fins de pesquisa. E em minha viagem, concluí que temos uma grande diferença sim, mas muitas semelhanças..o que fica a questão aos senhores, tirarem suas conclusões e sem descaracterizar aquilo que acreditam como pesquisador e o que fazem como religiosos.

Fato é que neste culto em especial, segundo informações do Ojé é reverenciado o ancestral da África trazido por escravos libertos e os demais ancestrais da família foram compondo a família.

Ok a afirmação é que é o Bábà ancestral Abulá, porém existe manifestação e neste momento o Bábà é vestido e usa as ferramentas do orixá no caso deste usa o Oxè (Machado de Xangô).

A partir desta viagem e pesquisa como religioso, sigo ensinando o mesmo que me foi passado com mais certeza ainda daquilo que aprendi com meu babalorixa. Em nosso culto a xangô Kamuca são reverenciados os orixás dos nossos antepassados.

Esses orixás são únicos ligados a uma particula do ori do falecido que se separa após a missa.

Mesmo assim, neste quebra cabeça faltam peças pois quem viveu nesta época, já partiu e toda pesquisa será de certa forma um adicional ao que acreditamos.

Aí ficam as considerações finais que cada um acredita o que cada um tem e cultua sua casa? de fato o é ancestral ou seria o ancestral com uma partícula do orixá.

Reforço o que meu babalorixá Antônio Carlos que esplicava "Filho a pessoa se vai... quem fica é o orixá esse que tem poder e esse orixás é só daquele filho"

Xangô Kamuca não é Egum e em seu culto, são reverenciados, também outros orixás, ou seja, Balé de egum eo culto de Xangô Kamuca é diferente assim como o culto de egungum é outro culto

Fonte *Professor: Atalidio (Ojé) residente e morador da ilha de Itaparica Salvador BA


Leandro Dos Santos

Mais um detalhe, neste local ao contrário do que muitos pensam, também tem assentamento de orixás , na entrada tem um Exú (divindade o que alguns chamam de Bará) e assentamento de Oyá. Na foto uma espécie de casa de santo Odè

O que chamamos de Oyá Dirà ou TIMBOWÁ.


Erick Wolff

Contribuindo com o tema, o terreiro que o baba Leandro Dos Santos cita:

O Patrono do terreiro Agboula é Xango ... mas o eegun Agboula não é o Xango que virou eegun.... o eegun continua sendo o MORTO, não o ORIXÁ.


 

Mary Faleiro

Não veio escravizado, desembarcou no Porto do Rio de Janeiro e se estabeleceu no Rio Grande do Sul, ventre livre. Assim aprendi com o neto de santo dele, pai Romario de Oxalá Onifan.


João Carlos Fonseca

[Mary Faleiro] Foi o mesmo que meu avô, pai Romário de oxalá me falou.


Placer Sala

Alguém aqui vivo conheceu o próprio Waldemar vivo para poder contar a história correta ?

Se não tem não adianta fica em debate, simples!


Clovis de Souza

Placer Sala mano, existem registros, atestados de óbito, anotações deixadas pelas pessoas e pelos próximos que comprovam fatos e dados, assim é o estudo de história. Igual Waldemar nem Gululu não vieram de Angola, a Iyá Emília de Oyá não era princesa de nada, era filha de escravizados vindos de Pernambuco. Quando se estuda, pesquisa e investiga, historietas e devaneios são desmentidos e contra fatos, argumentos são nada. Axé meu velho, que Orixá nos abençoe e a luz do conhecimento nos ilumine!


Marcelo Souza

Clovis de Souza Gululu é mito criado, quanto a Princesa realmente era filha de escravizados, que tinha este titulo por herança. Isto também esta nos registros históricos. A oralidade cria muitos mitos e personagens fantásticos.


Clovis de Souza

Marcelo Souza sim meu velho. Mojuba. O "Gululu" seria Antônio filho de Xapanã, segundo as pesquisas do pai Denis PG


Clovis de Souza

[Placer Sala] https://acrobat.adobe.com/id/urn:aaid:sc:VA6C2:f2631462-a16b-46b8-9630-9bca71e97b5d?fbclid=IwY2xjawFv3FJleHRuA2FlbQIxMAABHeTZkwvWfeU_Ble2c9HSJp7qk-c84xibJrTy6efv-NKGm82MN-Fgfvpe6Q_aem_nQvAdX3SiJOe750NUmewVQ


Luiz Fernando Barbosa

Clovis de Souza no minimo sensacional, esse Artigo eu enquanto Batuqueiro Discente de um curso de licenciatura, fiquei apaixonado pela leitura ..axe


Clovis de Souza

Placer Sala sugiro a leitura da obra do pai Denis PG de Odé, historiador especializado na formação do fenômeno batuqueiro em conjunto com o Jovani Scherer e o Vinicius Pereira de Oliveira, ambos Historiadoes com mestrado!


João Carlos Fonseca

Placer Sala Bom dia! Meu avô,pai Romário de oxalá onifã o conheceu,era neto do mesmo e não teria porque me mentir, portanto,eu acredito no meu avô.


Lilly Abreu

Existe um contexto histórico não citado, Rio Grande do Sul é longe, afastado dos “principais portos”, assim como aqui foi o último Estado a parar de ter escravos, foi o último a se organizar no sistema escravagista. De primeiro, os negros iam pros portos principais, quando chegavam aqui já eram parte do PIB do país, os desqueridos daqui iam buscar escravos, e diferente dos demais estados, escolhiam os seus dentro das suas necessidades e não “famílias inteiras” vindas da mesma parte de África! Atentem que estou falando do começo… antes de virem escravos diretos pra cá, dessa forma se aglomeravam sem falar a mesma língua, sem ser da mesma religião, e com matriz africana diferente… daí se cria a diáspora! Porque não tem isso ou aquilo, esse ou aquele outro?!!

Simples, criaram o que tiveram condições, quem chegou depois, se conhecesse Ewá, por exemplo, já se adequou aos que os anteriores estavam fazendo… nisso muito se perdeu, mas se ganhou nossos pilares do batuque!

Espero ter sido clara!!!


Erick Wolff

[Batuque Do Rio Grande do Sul] saudações, sobre o "Gululu", existem divergências sobre o nome, e até a origem dele, seguem algumas:

Professor Hendrix afirma que “Gululu, um nome claramente de origem bantu.", entretanto, não ficou claro como ele chegou a esta conclusão. (p. 50)

Ari Oro

[...] Segundo consta, este culto foi trazido para o Rio Grande do Sul por um africano conhecido por Gululu [...] (p. 145)

Vinicius informa que:

[...]há uma referência ao Gululu, né, do Xapanã (divindade ioruba), preto, morreu com 102 anos a mais de 40 anos [...] (p. 156)

Sarin de Sàngó, informa que:

[...] O Gululu seria de Batuque vindo de Pernambuco. O nome Gululu era dado para filhos de Ogum (divindade ioruba), no entanto, o feitor de pai Antoninho seria de Oxalá (divindade ioruba) [...] (p. 156 a 160)

Segundo os pesquisadores Denis e Vincius, informa que:

Pai Waldemar do Xango (divindade ioruba) da Kambina e pai Antoninho da Oxum (divindade ioruba) do Oyo, foram feitos pelo Gululu.

Fonte WOLFF, Erick, A KAMBINA NAGÔ E O KAMUKA NA NIGÉRIA, 2024, Porto Aelgre https://loja.uiclap.com/titulo/ua49154/


Glenio Costa

Kabinda Porto angola não é Nigéria mas faz culto para orixa xango e citado como rei desta não oyo e origem de xango quem explica isto terá caído uma nação inventada por Valdemar que foi começo de tudo mas eu só sei dizer que tem muito fundamento e mistério é magia


Marcelo Souza

Glenio Costa o Porto de Kabinda era o entreposto Comercial aonde todos os cativos de todas as Nações ficavam cativos até serem transportados para as Américas. 80% de todos os africanos cativos passaram por lá.


Rodrigo Carvalho

Pelo o que se tem de estudo e pesquisa feito por algumas universidades aqui do RS, ele nunca foi escravizado. Provavelmente nasceu num período onde ja regiam as leis do sexagenário e ventre livre (esta pela qual com certeza o livrou do trabalho escravo), fora a lei internacional de proibição ao tráfico humano que a Inglaterra impôs principalmente a Portugal ainda no século XVIII e o fato dele ter nascido pouco antes da Lei Áurea.


Alexsandro Dolzan Vaz

Rodrigo Carvalho nasceu no Rio Grande do Sul como consta os registros


Alexsandro Dolzan Vaz

Rodrigo Carvalho não, tenho o registro de casamento dos pais dele (em Rio Grande) o batistério dele (em Rio Grande) nem seus Pais eram Africanos, seu avô sim, era Africano Liberto já no seculo 19


Erick Wolff

Continuação, explica que o Egun (morto) carrega insígnias, pode cantar e dançar para o orixá ao qual em VIDA, cultuava. A seguir:

"O espaço profano é dividido em dois lados: à esquerda ficam mulheres e crianças e à direita, os homens. Após Babá entrar no salão, ele começa a cantar seus cânticos preferidos, porque cada Egun em vida pertencia a um determinado Orixá. Como diz a religião, toda pessoa tem seu próprio Orixá e esta característica é mantida pelo Egun. Por exemplo: se alguém em vida pertencia a Xangô, quando morto e vindo como Egun, ele terá em suas vestes as características de Xangô, puxando pelas cores vermelha e branca. Portará um oxê (machado de lâmina dupla), que é sua insígnia; pedirá aos alabês que toquem o alujá, que também é o ritmo preferido de Xangô, e dançará ao som dos tambores e das palmas entusiastas e excitantemente marcadas pelos oiê femininos, que também responderão aos cânticos e exigirão a mesma animação das outras pessoas ali presentes."

Fonte Aulo Barreti: https://aulobarretti.wordpress.com/a-revista/o-culto-dos-eguns-no-candomble/


Erick Wolff

Caro irmão Victor T'Oxalá, com todo o respeito, mas Babalawo algum possui legitimidade para falar sobre o culto de Sango, somente o sacerdote de Sango que pode falar sobre o próprio.


Erick Wolff

André D'Ogum Avagã saudações amigo, sobre a sua questão sobre o culto de Egungun:

O CULTO AOS MORTOS NO BATUQUE NÃO É (E NÃO PRECISA SER) UM CULTO DE EGÚNGÚN.

https://luizlmarins.wordpress.com/wp-content/uploads/2020/04/o-culto-aos-mortos-no-batuque-nao-e-um-culto-de-egungun.pdf


João Carlos Fonseca 

Pai VALDEMAR ERA FILHO DE XANGO BARU OLOFINA E NAO DE XANGO GODO.XANGO AGODO E XANGO DE UMBANDA,[CABOCCLO],XANGO GODO E ORIXA."


Link https://www.facebook.com/BATUQUEDORIOGRANDEDOSUL/posts/pfbid02RJuKYwpAUgcJuX53mn6fgQKBaJVFPvLu4utEHdhjpDAFfFsVuX45HSbMKwRk9wwfl

Imagens comprobatórias:











 

sábado, 5 de outubro de 2024

PESQUISA DE CAMPO VIRTUAL: OYA ATIMBOWA E OYA DIRÃ NA KAMBINA

Abrimos uma pesquisa de Campo Virtual, para aprofundarmos o estudo sobre o culto de Oya Atimbowa e Oya Dirã, na comunidade Nação Kambina do RS, no Facebook, em 04/10/2024.

Nesta postagem pedimos informações de quem entrega cabeça para feitura de Oya Atimbowa ou Oya Dirã, a seguir:


"PESQUISA DE CAMPO VIRTUAL

Por Erick Wolff 

Em 04/10/2024 

O intuito desta pesquisa é mapear as famílias que entregam cabeça para Oya Atimbowa ou Oya Dirã.
Não temos interesse em coletar fundamentos de feitura.
Por gentileza, ao responder informe a família."

 

Os participantes contribuíram com as seguintes informações:


Diego da Rosa

Boa tarde! Entregamos cabeça para ambas divindades!


Erick Wolff

Quem não entrega pode comentar também, pois neste mapeamento familiar, desejamos pontuar quem entrega e quem não entrega cabeça para estas divindades.


Cauhan Rodrigo

Eu não sei por que não dar cabeça para essas entidades kkkk


Erick Wolff

[Cauhan Rodrigo] por gentileza, poderia fundamentar o seu pensamento, seria muito importante para os nossos estudos.


Cauhan Rodrigo

[Erick Wolff]

No caso é só uma questão de opinião mesmo, se o Orixá é uma divindade, ele vem pra ajudar o filho e dar um caminho melhor, por que Dirã, Timboa, Lode, Avagan não podem


Erick Wolff

[Cauhan Rodrigo] faz sentido seu pensamento, considerando que o indivíduo é desta divindade desde que nasceu, logo, já pertence a pessoa.


Paulo Damata

Se foi jogado os Búzios e confirmado que o Pai ou Mãe é Orixá de Rua , porque não fazer .... existem alguns momentos que já ouvi filha de timboá e trocar por uma Oyá do quarto de santo, pra que isso?


Rogério Rodrigues

Eu dou cabeça conforme os búzios, quem sou eu pra ir contra os Orixás.


Malony Saint Pierre

[Rogério Rodrigues] por curiosidade, ao dar a cabeça para um orixá de rua, onde virá a ficar o bori e o assentamento do orixá de cabeça da pessoa?


Rogério Rodrigues

[Malony Saint Pierre] , bori junto com os outros bori da casa no quarto de Santo, pois bori é ligado ao Ori


Erick Wolff

[Rogério Rodrigues] massss, se o ori comer, pois, se foi sagralizado para orixá não pertence ao ori, desta forma pode ficar com o orixá, afinal este bori que comeu com o orixá não pertence ao ori.


Rogério Rodrigues

[Erick Wolff], sim daí é consagrado ao Orixá


Malony Saint Pierre

No caso de dar a cabeça para um orixá de rua, o assentamento e o bori passam a ficar dentro do quarto de santo, ou na rua junto com os outros orixás de rua?


Babalorixá João Òsún Olobomi

Malony Saint Pierre na minha casa e família religiosa os Orixás ficam na rua (lógico) e o Obori na prateleira dentro de casa...

 

Erick Wolff

[Malony Saint Pierre] o bori e o orixá sao distintos, no caso do bori pertencer ao ori, fica no local onde os bori do ori ficam.

No caso deste “bori” ser consagrado pelo orixa, deveria ficar com o orixá, pois pertence ao orixá, e não tem ligação com ori.


Erick Wolff

Que por sinal, no caso do bori de orixá do batuque, o indivíduo ficará c dois igba de orixá, já que pertencem ao orixá podem muito bem ficarem juntos.


Erick Wolff

[Malony Saint Pierre] por gentileza, a sua família entrega cabeça para Atimbowa ou Dirã?


Malony Saint Pierre

[Erick Wolff] na minha família não se da cabeça a estes orixás

 

Babalorixá João Òsún Olobomi

Nossa família faz cabeça pra timboà, no ajuntó com lodê e Avagã seja para pessoa do sexo feminino quanto masculino.

Também faz cabeça homem ou de mulher para lodê e ou Avagã.

Basta Orixá pedir no búzio.

Sou Cabinda, feito na casa de lodê (São Leopoldo), que foi feito por a saudosa mãe Carminha de Oxum ( São Leopoldo) que foi feita por Henrique de Oxum que foi feito por sua mãe Adotiva mãe Palmira de Oxum...

 

TÓPICO 1

Já neste extrato de uma live onde o Babalorixá e Tamboreiro Antonio Carlos de Xangô, falecido em 2020, fala sobre a Oya Atimbowa, vejamos:



[...] Atimbowa ela é uma orixá guerreira, de rua, Atimowa, para isso ela é feita la junto lá no Lode, junto com Lode e Avagã, Não é da minha Nação, ela é do Ijexá, do Oyo de outras nação, da Cabinda não [...]

 

TÓPICO 2

Entretanto, neste outro extrato de uma entrevista coletada no tiktok, pai Cleon Fala sobre a Atimbowa, vejamos:


[...] nao cultuamos nem Dirã.... Dirã para nós é uma qualidade de Iansã de dentro do quarto de santo, nós cultuamos a Atimbowa, vamos fazer assim, nós jogamos o búzio, a pessoa é de Atimbowa, nos fazemos a passagem para Iansã de dentro de casa, que que nós fizemos, nós vamos debaixo de uma Figueira,  tratemos a Atimbowa, matemos para ela como se tivesse borindo uam pessoa, mas no axé dela no quatro pé, as aves, os pombo i tudo, dentro de 21 dias ela fica comendo, ela come 21 dias, dentro desses 21 dias, aquela pessoa que é dela, que a gente vai passar para a Iansã para dentro de casa, aquela pessoa tem que fazer uma obrigação, por que se não ela intervem, e a pessoa não tem como se livrar[...]

 

Fonte da postagem inicial - https://www.facebook.com/groups/1444295859135612/posts/3872434669655040

Imagens comprobatórias:








Tópico 1 

Tópico 2

Links que possuem conteúdo semelhante:

PESQUISA DE CAMPO VIRTUAL: A MÃE EVA DO OSSANHE
Ensaio, publicado na comunidade Nação Kambina do RS, em 26/09/2024, acessado em 03/10/2024.

quinta-feira, 3 de outubro de 2024

TOMBAMENTO DO TEMPLO AFRICANO DE OXUM BRILHAM

Na data 19 de setembro de 2024, foi declarado que o Templo Africano de Oxum Brilham, sob a direção do sacerdote Bàbá Pedro de Oxum Brilham, se torna integrante do Patrimônio Histórico e Cultural do Município do Rio Grande.

Uma vitória para o Batuque e seus seguidores.


Fonte Meire Francisca.

O CULTO DOS EGUNS NO CANDOMBLÉ

Este artigo foi publicado no site do Aulo Barret, publicado em março de 1986, acessado em 03/10/2024.

O tema é sobre o culto de Egun no Candomblé.


"O Culto dos Eguns no Candomblé

Sociedades


Os mortos do sexo feminino recebem o nome de Ìyámi Agbá (minha mãe anciã), mas não são cultuados individualmente. Sua energia como ancestral é aglutinada de forma coletiva e representada por Ìyámi Oxorongá chamada também de Ìyá Nlá, a grande mãe. Esta imensa massa energética que representa o poder da ancestralidade coletiva feminina é cultuada pelas “Sociedades Gëlèdé“, compostas exclusivamente por mulheres, e somente elas detêm e manipulam este perigoso poder. O medo da ira de Ìyámi nas comunidades é tão grande que, nos festivais anuais na Nigéria em louvor ao poder feminino ancestral, os homens se vestem de mulher e usam máscaras com características femininas, dançam para acalmar a ira e manter, entre outras coisas, a harmonia entre o poder masculino e o feminino (veja o mito sobre Ìyámi).


Além da Sociedade Gëlèdé, existe também na Nigéria a Sociedade Oro. Este é o nome dado ao culto coletivo dos mortos masculinos quando não individualizados. Oro é uma divindade tal qual Ìyámi Oxorongá, sendo considerado o representante geral dos antepassados masculinos e cultuado somente por homens. Tanto Ìyámi quanto Oro são manifestações de culto aos mortos. São invisíveis e representam a coletividade, mas o poder de Ìyámi é maior e, portanto, mais controlado, inclusive, pela Sociedade Oro.


Outra forma, e mais importante, é culto aos ancestrais masculinos é elaborada pelas “Sociedades Egungun“. Estas têm como finalidade elaborar ritos a homens que foram figuras destacadas em suas sociedades ou comunidades quando vivos, para que eles continuem presentes entre seus descendentes de forma privilegiada, mantendo na morte a sua individualidade. Esses mortos surgem de forma visível mas camuflada, a verdadeira resposta religiosa da vida pós-morte, denominada Egun ou Egungun. Somente os mortos do sexo masculino fazem aparições, pois só os homens possuem ou mantêm a individualidade; às mulheres é negado este privilégio, assim como o de participar diretamente do culto. (veja os mitos de Oyá).


Esses Eguns são cultuados de forma adequada e específica por sua sociedade, em locais e templos com sacerdotes diferentes dos do culto dos Orixás. Embora todos os sistemas de sociedade que conhecemos sejam diferentes, o conjunto forma uma só religião: a iorubana.


No Brasil existem duas dessas sociedades de Egungun , cujo tronco comum remonta ao tempo da escravatura : Ilê Agboulá, a mais antiga, em Ponta de Areia, e uma mais recente e ramificação da primeira, o Ilê Oyá, ambas em Itaparica, Bahia (veja o anexo: Histórico).


Egúngún


O Egun é a morte que volta à terra em forma espiritual e visível aos olhos dos vivos. Ele “nasce” através de ritos que sua comunidade elabora e pelas mãos dos ojé (sacerdotes) munidos de um instrumento invocatório, um bastão chamado ixan, que, quando tocado na terra por três vezes e acompanhado de palavras e gestos rituais, faz com que a “morte se torne vida”, e o Egungun ancestral individualizado está de novo “vivo”.


A aparição dos Eguns é cercada de total mistério, diferente do culto aos Orixás, em que o transe acontece durante as cerimônias públicas, perante olhares profanos, fiéis e iniciados. O Egungun simplesmente surge no salão, causando impacto visual e usando a surpresa como rito. Apresenta-se com uma forma corporal humana totalmente recoberta por uma roupa de tiras multicoloridas, que caem da parte superior da cabeça formando uma grande massa de panos, da qual não se vê nenhum vestígio do que é ou de quem está sob a roupa. Fala com uma voz gutural inumana, rouca, ou às vezes aguda, metálica e estridente — característica de Egun, chamada de séégí ou sé, e que está relacionada com a voz do macaco marrom, chamado ijimerê na Nigéria (veja os mitos de Oyá).



– Bàbá Egun, sob vigilância do Ojé, aconselha um fiel prostrado à sua frente. –

As tradições religiosas dizem que sob a roupa está somente a energia do ancestral; outras correntes já afirmam estar sob os panos algum mariwo (iniciado no culto de Egun) sob transe mediúnico. Mas, contradizendo a lei do culto, os mariwo não podem cair em transe, de qualquer tipo que seja. Pelo sim ou pelo não, Egun está entre os vivos, e não se pode negar sua presença, energética ou mediúnica, pois as roupas ali estão e isto é Egun.


A roupa do Egun — chamada de eku na Nigéria ou opá na Bahia , ou o Egungun propriamente dito, é altamente sacra ou sacrossanta e, por dogma, nenhum humano pode tocá-la. Todos os mariwo usam o ixan para controlar a “morte”, ali representada pelos Eguns. Eles e a assistência não devem tocar-se, pois, como é dito nas falas populares dessas comunidades, a pessoa que for tocada por Egun se tornará um assombrado”, e o perigo a rondará. Ela então deverá passar por vários ritos de purificação para afastar os perigos de doença ou, talvez, a própria morte.


Ora, o Egun é a materialização da morte sob as tiras de pano, e o contato, ainda que um simples esbarrão nessas tiras, é prejudicial. E mesmo os mais qualificados sacerdotes — como os Ojé atokun, que invocam, guiam e zelam por um ou mais Eguns — desempenham todas essas atribuições substituindo as mãos pelo ixan.


Os Egun-Agbá (ancião), também chamados de Babá-Egun (pai), são Eguns que já tiveram os seus ritos completos e permitem, por isso, que suas roupas sejam mais completas e suas vozes sejam liberadas para que eles possam conversar com os vivos. Os Apaaraká são Eguns ,ainda mudos e suas roupas são as mais simples: não têm tiras e parecem um quadro de pano com duas telas, uma na frente e outra atrás. Esses Eguns ainda estão em processo de elaboração para alcançar o status de Babá; são traquinos e imprevisíveis, assustam e causam terror ao povo.


O eku dos Babá são divididos em três partes: o abalá, que é uma armação quadrada ou redonda, como se fosse um chapéu que cobre totalmente a extremidade superior do Babá, e da qual caem várias tiras de pano coloridas, formando uma espécie de largas franjas ao seu redor; o kafô, uma túnica de mangas que acabam em luvas, e pernas que acabam igualmente em sapatos, do qual ,também caem muitas tiras de pano da altura do tórax ; e o banté, que é uma larga tira de pano especial presa ao kafô e individualmente decorada e que identifica o Babá.


O banté, que foi previamente preparado e impregnado de axé (força, poder, energia transmissível e acumulável), é usado pelo Babá quando está falando e abençoando os fiéis. Ele o sacode na direção da pessoa e esta faz gestos com as mãos que simulam o ato de pegar algo, no caso o axé, e incorporá-lo. Ao contrário do toque na roupa, este ato é altamente benéfico. Na Nigéria, os Agbá-Egun portam o mesmo tipo de roupa, mas com alguns apetrechos adicionais: uns usam sobre o alabá máscaras esculpidas em madeira chamadas de erê egungun ; outros, entre os alabá e o kafó, usam peles de animais; alguns Babá carregam na mão o opá iku e, às vezes, o ixan. Nestes casos, a ira dos Babás é representada por esses instrumentos litúrgicos.


Existem várias qualificações de Egun, como Babá e Apaaraká, conforme seus ritos, e entre os Agbá, conforme suas roupas, paramentos e maneira de se comportarem. As classificações, em verdade, são extensas.


O Rito


Nas festas de Egungun, em Itaparica, o salão público não tem janelas, e, logo após os fiéis entrarem, a porta principal é fechada e somente aberta no final da cerimônia, quando o dia já está clareando. Os Eguns entram no salão através de uma porta secundária e exclusiva, único local de união com o mundo externo.


Os ancestrais são invocados e eles rondam os espaços físicos do terreiro. Vários amuixan (iniciados que portam o ixan) funcionam como guardas espalhados pelo terreiro e nos seus limites, para evitar que alguns Babáou os perigosos Apaaraká que escapem aos olhos atentos dos Ojé saiam do espaço delimitado e invadam as redondezas não protegidas.


Os Eguns são invocados numa outra construção sacra, perto mas separada do grande salão, chamada de ilê awo (casa do segredo), na Bahia, e igbo igbalé (bosque da floresta), na Nigéria. O ilê awo é dividido em uma ante-sala, onde somente os Ojé podem entrar, e o lêsànyin ou balé, onde só os Ojé agbá entram (veja o anexo: Oiê masculinos).


Balé é o local onde estão os idi-egungun, os assentamentos – estes são elementos litúrgicos que, associados, individualizam e identificam o Egun ali cultuado -, e o ojubô–babá, que é um buraco feito diretamente na terra, rodeado por vários ixan, os quais, de pé, delimitam o local.


Nos ojubô são colocadas oferendas de alimentos e sacrifícios de animais para o Egun a ser cultuado ou invocado. No ilê awo também está o assentamento da divindade Oyá na qualidade de Igbalé, ou seja, Oyá Igbalé – a única divindade feminina venerada e cultuada, simultaneamente, pelos adeptos e pelos próprios Eguns (veja mitos de Oyá e Egun).


No balé os Ojé atokun vão invocar o Egun escolhido diretamente no seu assentamento, e é neste local que o awo (segredo) – o poder e o axé de Egun — nasce através do conjunto Ojé–ixan / idi-ojubô. A roupa é preenchida e Egun se torna visível aos olhos humanos.

– Ojé e Amuixan, atentos, acompanham Bàbá Egun na sua caminhada. –

Após saírem do ilê awo, os Eguns são conduzidos pelos amuixan até a porta secundária do salão, entrando no local onde os fiéis os esperam, causando espanto e admiração, pois eles ali chegaram levados pelas vozes dos Ojé, pelo som dos amuixan, branindo os ixan pelo chão e aos gritos de saudação e repiques dos tambores dos alabê (tocadores e cantadores de Egun). O clima é realmente perfeito.


O Salão e a Festa 


O espaço físico do salão é dividido entre sacro e profano. O sacro é a parte onde estão os tambores e seus alabês e várias cadeiras especiais previamente preparadas e escolhidas, nas quais os Eguns, após dançarem e cantarem, descansam por alguns momentos na companhia de outros, sentados ou andando, mas sempre unidos, o maior tempo possível, com sua comunidade. Este é o objetivo principal do culto: unir os vivos com os mortos.


Nesta parte sacra, mulheres não podem entrar nem tocar nas cadeiras, pois o culto é totalmente restrito aos homens. Mas existem raras e privilegiadas mulheres que são exceção, como se fossem a própria Oyá; elas são geralmente iniciadas no culto dos Orixás e possuem simultaneamente oiê (posto e cargo hierárquico) no culto de Egun — estas posições de grande relevância causam inveja à comunidade feminina de fiéis. São estas mulheres que zelam pelo culto, fora dos mistérios, confeccionando as roupas, mantendo a ordem no salão, respondendo a todos os cânticos ou puxando alguns especiais, que somente elas têm o direito de cantar para os Babá. Antes de iniciar os rituais para Egun, elas fazem uma roda para dançar e cantar em louvor aos Orixás; após esta saudação elas permanecem sentadas junto com as outras mulheres. Elas funcionam como elo de ligação entre os atokun e os Eguns ao transmitir suas mensagens aos fiéis. Elas conhecem todos os Babá, seu jeito e suas manias, e sabem como agradá-los (veja o anexo: Oiê femininos).


Este espaço sagrado é o mundo do Egun nos momentos de encontro com seus descendentes. A assistência está separada deste mundo pelos ixan que os amuixan colocam estrategicamente no chão, fazendo assim uma divisão simbólica e ritual dos espaços, separando a “morte” da “vida”. É através do ixan que se evita o contato com o Egun: ele respeita totalmente o preceito, é o instrumento que o invoca e o controla. As vezes, os mariwo são obrigados a segurar o Egun com o ixan no seu peito, tal é a volúpia e a tendência natural de ele tentar ir ao encontro dos vivos, sendo preciso, vez ou outra, o próprio atokun ter de intervir rápida e rispidamente, pois é o Ojé que por ele zela e o invoca, pelo qual ele tem grande respeito.


O espaço profano é dividido em dois lados: à esquerda ficam mulheres e crianças e à direita, os homens. Após Babá entrar no salão, ele começa a cantar seus cânticos preferidos, porque cada Egun em vida pertencia a um determinado Orixá. Como diz a religião, toda pessoa tem seu próprio Orixá e esta característica é mantida pelo Egun. Por exemplo: se alguém em vida pertencia a Xangô, quando morto e vindo como Egun, ele terá em suas vestes as características de Xangô, puxando pelas cores vermelha e branca. Portará um oxê (machado de lâmina dupla), que é sua insígnia; pedirá aos alabês que toquem o alujá, que também é o ritmo preferido de Xangô, e dançará ao som dos tambores e das palmas entusiastas e excitantemente marcadas pelos oiê femininos, que também responderão aos cânticos e exigirão a mesma animação das outras pessoas ali presentes.


Babá também dançará e cantará suas próprias músicas, após ter louvado a todos e ser bastante reverenciado. Ele conversará com os fiéis, falará em um possível iorubá arcaico e seu atokun funcionara como tradutor. Babá-Egun começará perguntando pelos seus fiéis mais freqüentes, principalmente pelos oiê femininos; depois, pelos outros e finalmente será apresentado às pessoas que ali chegaram pela primeira vez. Babá estará orientando, abençoando e punindo, se necessário, fazendo o papel de um verdadeiro pai, presente entre seus descendentes para aconselhá-los e protegê-los, mantendo assim a moral e a disciplina comum às suas comunidades, funcionando como verdadeiro mediador dos costumes e das tradições religiosas e laicas.


Finalizando a conversa com os fiéis e já tendo visto seus filhos, Babá-Egun parte, a festa termina e a porta principal é aberta: o dia já amanheceu. Babá partiu, mas continuará protegendo e abençoando os que foram vê-lo.


Esta é uma breve descrição de Egungun, de uma festa e de sua sociedade, não detalhada, mas o suficiente para um primeiro e simples contato com este importante lado da religião. E também para se compreender a morte e a vida através das ancestralidade cultuadas nessas comunidades de Itaparica, como um reflexo da sobrevivência direta, cultural e religiosa dos iorubanos da Nigéria.


Aulo Barretti Filho

Março/1986"


Fonte https://aulobarretti.wordpress.com/a-revista/o-culto-dos-eguns-no-candomble/



 


TIKTOK ERICK WOLFF

https://www.tiktok.com/@erickwolff8?is_from_webapp=1&sender_device=pc