Por Altair T’Ogun
http://www.altair.togun.nom.br/arquivo/cultura09.htm
Então é à nossa cabeça que devemos reverenciar não aquela tigela com alguns objetos que dizem, ser o Igbá Orí. Digo isso por que acredito assim. E algumas vezes, quando sou questionado por algumas pessoas que por “n” motivos, perguntam o quê fazer com seu “Igbá-Orí”.
Outros, preocupadíssimos porque seus zeladores não querem entregar ou que pior ainda, despacharam seus Igbá-Orí. Então, converso com elas dizendo isso que acredito. Grande parte delas se acalma e acaba concordando comigo. Não que Eu seja o dono da verdade, mas, há lógica em minha teoria. Mas, se não houver, é um bom assunto para ser pensado por todos.
Assim como, não é por ter escolhido um mau Orí que a pessoa tenha que viver na penúria a vida inteira. Ela poderá, através dos ebo reverter esse quadro, se não por completo, mas, em boa parte, pois ela estará resgatando parte da integridade do seu Orí.
Mas, também, não será somente através dos ebo que isso será alcançado. Elas também haverão que se esforçar com muito mais força de vontade ainda para superarem suas barreiras. Podem não alcançar o sucesso total, mas, poderão ter uma vida mais amena com algumas realizações e alegrias.
A iniciação na Religião Yorùbá significa o nascimento do Orí-inú dentro do culto aos Òrìsà. É uma maneira de demonstrar que a partir da iniciação aquela pessoa nasceu para a religião e para o sagrado com a confirmação do seu Orí-inú, que passará a ter representação física no àiyé.
Aí, é que começa a história do Igbá Orí (literalmente, cabaça da cabeça, pois os assentamentos eram feitos em cabaças – igbá, daí o nome ter virado sinônimo de assentamento de Òrìsà) a Cabaça do Orí.
Costuma-se fazer assentamentos com as mais variadas coisas para representar o Orí de uma pessoa. Esta variedade de coisas deve-se a que o Orí seja o que individualiza o ser humano. Como no caso das impressões digitais, ninguém tem Orí igual ao de outra pessoa, cada Orí é único e exclusivo daquela pessoa.
Então, faz-se o assentamento numa cabaça ou tigela, o mais comum entre nós, e esse assentamento é cultuado como Igbá – Orí, ou seja, a representação física do Orí-inú da pessoa. Tudo bem, este comportamento é usual e corrente. Mas, sem querer ser o único certo, longe de mim isso, Eu não concordo com esse tipo de Igbá Orí. Porque Eu penso que a melhor representação do nosso Orí-inú é o nosso Orí físico, ou seja, a nossa própria cabeça.
A nossa cabeça física é a materialização da nossa cabeça interior, acho Eu. Qual o melhor objeto para representar o nosso Orí-inú, que não a nossa própria cabeça? É dentro dela que se instala a outra do òrun, por isso, chamado Orí-inú (cabeça interior), mas interior onde? Da cabeça física que também acho, tem o formato do igbá (cabaça).
Quando fazemos um eborí nós estamos cultuando esta cabeça interior. E onde nós fazemos os preceitos? Diretamente em nossa cabeça, pois é ali que mora o nosso Orí-inú e o nosso òris
Igbá Ori, segundo a Tradição de Orisa, não leva okuta e não deveria existir, pois não há lugar melhor para cultuar Ori Inu que sobre Ori Ode, porém ficou convencionado o uso dele.
Quanto ao Igba-Ori, quer dizer a bandeja onde guardamos o doublé, a representação material do Ori, este contém alguns itens de conhecimento restritos àqueles que tem o seu ori “assentado”.
Posso, porém assegurar que dentre estes itens jamais encontrarás um Okuta (Ota).
Àse para todos!
Altair t’Ògún