Por Alexandre Custódio
Em 06/02/2020
O Batuque enquanto religião é povoado por pessoas que se alinham a
esquerda dentro do nosso senário político, esse fato faz com que muitos queiram
construir uma imagem socialista/comunista para o mesmo. Temos vários irmãos que
são filiados a partidos políticos de esquerda ou adeptos dessa ideologia política.
Mas essa imagem que não se sustenta, e para essa tentativa vemos que tentam
colocar a África e o negro como sendo uma só massa, um só povo, e muitas
pessoas acabam engolindo isso tanto é assim que sacerdotes em suas viagens
foram buscar o culto de Orisa na Angola, região da África onde o culto não
existiu e voltaram de lá com a afirmação de que o culto de orixá estava morto
na África sendo que foram a Angola. Seria o mesmo que ir procurar por um CTG no
Rio Grande do Norte. Mas não precisa ser um gênio para notarmos que isso não
tem consistência. Se olharmos para os refugiados e imigrantes que chegaram da
África nos últimos anos temos entre eles haitianos, angolanos, nigerianos e se
formos ver em sua grande maioria são cristãos e muçulmanos, e talvez várias
etnias pois se formos olhar entre os nigerianos podemos citar Haussás, Fulani e Iorubá, mas ainda existem outras
com menor representação, quando chegam
aqui no Brasil perdem sua identidade étnica e passam a ser apenas negros,
simplificando tudo o que deveriam valorizar, para poder levantar as bandeiras
da:
·
Música negra
·
Religião negra
·
Tradição e
costumes negros
·
Pensamento negro
Mas me pergunto de qual etnia de qual povo? O espectro é amplo nas
dimensões do continente e nem todos são negros no continente africano. Com essa
falsa premissa criam lugar de fala que muitas das vezes são ocupados por
pessoas que não tem a mínima qualificação intelectual para falar sobre o tema
tão complexo e variado. Se formos falar em escravidão isso se torna ainda mais
complexo não vou entrar no tema aqui vai ser objeto de um novo artigo.
Voltando então esses refugiados imigrantes cooptados que muitas vezes viram
massa de manobra por partidos e movimentos sociais redutos ideológicos de
esquerda, que querem fincar suas bandeiras agora dentro dos nossos templos, nem
que para isso precisem jogar irmão contra irmão separando-os em grupos como já
fazem no meio social agora tentam no meio religioso, para angariar capital
político que sirva de moeda de troca, indo contra o exemplo deixado por nossos
ancestrais de união, tolerância as diferenças e convivência pacífica entorno de
nossos Orixás. Como os nossos religiosos adeptos do esquerdismo explicam isso.
A África não una e sim plural, com centenas de etnias e em sua maioria regimes
totalitários alinhados à esquerda responsáveis por propagar a fome e a miséria
naquela região. Bom desde We Are The World (USA For Africa) - Michael Jackson
que foi a primeira vez que ouvi falar da situação da África de uma forma
centralizada, e provavelmente ali foi o nascimento das Ongs, mas posso estar
errado. Mesmo assim vemos que a comoção tem pouco ou nenhum resultado prático.
Todos os anos milhares de crianças ainda continuam morrendo lá nos mesmos
países vítimas da fome, doenças e abuso praticados, sob o julgo desses regimes
totalitários existentes na África. O apartheid na África do sul até hoje é
falado, uma chaga de um regime de direita, mas as milhares de mortes dos
regimes de esquerda na África parecem que não são contabilizadas. Assim como
falam do genocídio nazista e esquecem dos genocídios comunistas.
"A maioria dos 55 países do continente possuem governos
"democraticamente" eleitos. As únicas exceções neste momento são a
Somália, que não tem sequer um estado organizado e o Saara Ocidental, ocupado
por Marrocos. Por essa razão, Marrocos não faz parte da União Africana. No
entanto, é frequente que as eleições sejam consideradas sujas por fraude
eleitoral, tanto internamente, como pela comunidade internacional. Por outro
lado, ainda subsistem situações em que o presidente ou o partido governamental
se encontram no poder há dezenas de anos, como são os casos de Angola e de
Zimbabwe. Em geral, os governos africanos são repúblicas presidencialistas, com
exceção de três monarquias existentes no continente: Marrocos, Lesoto e
Suazilândia. O número de países com democracia parlamentarista, como Cabo Verde
e Maurícia, tende a aumentar."
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADtica_da_%C3%81frica
Ou como pode também ser visto também nesse artigo abaixo:
https://www.dw.com/pt-002/como-lidar-com-regimes-autorit%C3%A1rios-em-%C3%A1frica/a-35955150
Transporte isso para o que vemos acontecer aqui perto em países como
Venezuela e Bolívia e veremos muitos pontos semelhantes. Um povo que não tem como
se defender vítima de um governo repressor, corrupto e populista. Esses regimes
não se sustentariam se não tivessem entre o povo apoiadores.
Voltando ao Batuque o que vemos é que muitos de nossos irmãos formadores
de opinião gostam de divulgar o contato com pessoas integrantes desta ideologia
sendo políticos escrevendo resenhas que visam exaltar tais figuras adicionando
a elas contornos religiosos e ligações que as mesmas não possuem com o nosso
culto, na tentativa de conseguir apoio dentro de nossa linhas para essas
figuras, não satisfeitos ainda querem pautar quem pode e quem não pode ser do
Batuque é assim que começa. A sempre partindo da premissa que a esquerda é a
fiel mantenedora dos ideais e da nobreza de caráter, surgem frases como:
"Como você pode cultuar Orixá e ser de direita?",
"Como você pode ser batuqueiro e ser de direita?",
"Como você pode ser negro e ser de direita?"
"Como você pode ser pobre e ser de direita?"
"Como você pode ser xxxxx e ser de direita?"
Como se a esquerda o regime que mais matou, e mata no mundo fosse o
repositório da moral e dos bons costumes e dos ideais da humanidade. Com base
nessa ideologia vemos surgir no Batuque que não é, nunca foi, e nunca será
socialista, já que o regime origem do culto é uma monarquia aos moldes
africanos e não europeus. Tentativa de importação de filosofias como ubuntu, não
pertencente a nossa origem Iorubá. Já que o batuqueiro em sua maioria carece de
conceitos, pois grande parte não se preocupa em passa-los ou adquiri-los. Veja
que quanto acabam os argumentos desses nossos irmãos que tem o coração repleto
de amor, ideais e consciência social, o modus operandi é atacar o interlocutor
pela cor, classe social, ou qualquer outro artificio que o exclua do grupo de fala
ao qual ele está inserido. Tomando para eles a defesa e representação do grupo
quando não possuem e muitas vezes apenas exploram como capital político. Desde
We Are The World (USA For Africa) - Michael Jackson, após anos de lutas,
movimentos sociais e empoderamento as coisas continuam iguais.
Fonte de referencia;
https://iledeobokum.blogspot.com/2020/02/como-lidar-com-regimes-autoritarios-em.html