terça-feira, 18 de outubro de 2016

O PERIGO DO BEIJA-MÃO

Luiz L. Marins

18/10/2016


Por favor, peço que compreendam o que escreverei agora, e não julguem pela emoção sem antes refletir.

Muitas doenças podem ser transmitidas pela saliva, e um simples ato de beija-mão, principalmente quando realizado em FILA, implica em sério risco à saúde. Vejamos aqui uma lista de algumas doenças transmitidas pela saliva: http://w2.fop.unicamp.br/biosseguranca/tops/top2.htm
Nesta lista não está incluso a mais terrível de todas, que é a "hanseníase", popularmente conhecida como "lepra", e uma das formas de contato são as gotículas de saliva, conforme o site: SBD - Sociedade Brasileira de Dermatologia:


"A transmissão do M. leprae se dá por meio de convivência muito próxima e prolongada com o doente da forma transmissora, por contato com gotículas de saliva ou secreções do nariz.

https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/hanseniase/9/ 

Por isso, apesar de todo amor, carinho e respeito com que é feito, ainda que os nossos mais velhos fizessem, expõe a pessoa em contato com saliva ao contágio de doenças como a hanseníase, e outras.

Não se trata aqui de falta de humildade. Este é um ato que precisa ser repensado em nome da saúde.  Podemos tocar a testa (iwájú orí) nas mãos da pessoa que queremos reverenciar. O efeito simbólico é o mesmo, e o axé também.

Por favor, pensem nisso, e não me julguem mal.

Ìlera! (Saúde)

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

O COSTUME DE ENTERRAR OS SEUS PARENTES MORTOS NO PÁTIO DA RESIDENCIA

Por Erick Wolff de Oxalá
17/10/2016

Após quatro anos da morte da mãe de Sola Atanda, ele faz uma simples homenagem na frente dos restos mortais da sua mãe, que está enterrada na frente da sua casa. Notem que os Ioruba não costumam enterrar os seus entes distantes da sua moradia, podendo chamar este local de Iboku, um local sagrado para manter os seus mortos por perto.

Vale observar os tambores Ioruba tocados com varetas, o que para algumas casas do Batuque do R.S., acreditavam que apenas os Jeje tocariam com estas varetas.

veja o vídeo;


quinta-feira, 29 de setembro de 2016

WILLIAM BASCOM E O SEU LEGADO AO POVO DE IFÁ

Por Erick Wolff de Oxalá
29/092016


William Russel Bascom
não foi iniciado nos mistério do segmento Ifá, porém criou algumas obras que são a referencia para o estudiosos e iniciados, até hoje. 

 Biografia
 William Russel Bascom, nasceu Princeton, Illinois, 23 de Maio, 1912 - faleceu 11 de Setembro, 1981) foi um folclorista, antropólogo, e diretor de museu dos Estados Unidos. Morreu 11 de setembro de 1981, San Francisco , Calif.) Antropólogo americano que foi um dos primeiros a fazer uma extensa pesquisa de campo em África Ocidental. Ele serviu como presidente (1956-1957) da antropologia departamento e diretor interino de estudos africanos (1953, 1957) na Northwestern University , Evanston, Ill.
 
 
Depois de completar um período de serviço do governo na África Ocidental durante e imediatamente após a Segunda Guerra Mundial (1943-1946), Bascom tornou-se um estudioso de investigação Fulbright (1950-1951). Em 1957 foi feito a professor e diretor da Robert H. Lowie Museum da Universidade de Califórnia , Berkeley. Um especialista em Africano folclore , Bascom, em seu tratado sobre Ifa Adivinhação: Comunicação entre deuses e homens na África Ocidental (1969), esclareceu a Yoruba adivinhação sistema, que é transmitida oralmente pelos sacerdotes de Ifa para aprendizes. Outros escritos incluem Arte Africana (1967) e O Yoruba do sudoeste da Nigéria (1969).

(fonte - https://www.britannica.com/biography/William-R-Bascom)


Obras mais importantes

    "The Relationship of Yoruba Folklore to Divining," Journal of American Folklore (1943)
    The Sociological Role of the Yoruba Cult-Group (1944)
    Ponape: A Pacific Economy in Transition (1947)
    "Four Functions of Folklore," Journal of American Folklore (1954)
    "Urbanization Among the Yoruba," American Journal of Sociology (1955)
    "Verbal Art," Journal of American Folklore (1955)
    co-editor, with Melville J. Herskovits, Continuity and Change in African Culture (1959)
    "Folklore Research in Africa," Journal of American Folklore (1964)
    "The Forms of Folklore: Prose Narratives," Journal of American Folklore (1965)
    The Yoruba of Southwestern Nigeria (1969)
    Ifa Divination: Communication Between Gods and Men in West Africa (1969, recipient Pitrè International Folklore Prize)
    African Art in Cultural Perspective: An Introduction (1973)
    "Folklore, Verbal Art, and Culture," Journal of American Folklore (1973)
    editor, African Dilemma Tales (1975)
    editor, Frontiers of Folklore (1977)
    Sixteen Cowries: Yoruba Divination from Africa to the New World (1980)

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

RITUAIS DO COTIDIANO E OS BRILHOS DAS FESTAS

Por Bàbá Erick Wolff de Oxalá

No meu entendimento, o ápice de uma iniciação, não está na festa nem no salão cheio de pessoas, ou, nas grandes roupas coloridas, cheias de brilhos, enfeites e joias... Sim, por que nem tudo é festa e pompa. A festa é apenas um detalhe que podemos ou não optar em ter, por que as festas sobrevêm os rituais iniciáticos, e se não foi completo no começo, não será no final que consertará...

Eu entendo que se o àse é movimentado pelas divindades, o ritual e iniciação pertence a estas mesmas divindades, e não é vergonha alguma para um sacerdote pedir orientação para as divindade, seja no jogo ou diretamente para alguma que esteja presente... Por que o òrìsà, detém o àse, e somente ele tem o poder de mudar algo ou intervir em seus rituais, e contamos com o seu apoio. Òrìsà sempre sabe o que faz, não se perde ou se confunde... Òrìsà não erra, nem muda de palavra.

Eu acredito que a magia começa quando acordamos cedo para colher ervas sagradas, alimentamos estas ervas e cantamos para as folhas que iremos trabalhar, momentos mágicos que transportam o DNA das divindades que iremos invocar, não esquecendo que os òrìsà que invocamos, cada um tem o seu àse em folha e devemos louvar cada um, por isso não basta apenas cantar para Ossanhe, mas lembrar de cantar para as divindades de cada folha colhida.

E no decorrer do dia, escolher o milho e por para torrar, assar batatas para os àse, cozinhas canjica, ou usar o pilão para moer feijão para o akaraje de Oya, ou, até mesmo canjica para o akassa de Osala.... E cada comida preparada tem uma finalidade e fundamento, que contamos aos iniciados através de lendas e contos que vamos lembrando e ensinando, conforme vamos trabalhando... Assim funciona uma casa tradicional de àse, por isso, não resumimos apenas numa festa, o que não foi feito durante os dias que antecedem.....

Após estes procedimentos preparatórios, no Yara-òrìsà (quarto de santo) que representa o órun, mundo espiritual dentro de um templo, para invocar as divindades, eu penso que é possível nos ajoelharmos diante dos igba-òrìsà (vasilhas) e falar em Português, Inglês, Japonês, Espanhol, Ioruba, ou qualquer idioma, que seja da sua origem, desde que seja sincero e verdadeiro... Desde que saiba o que está fazendo... Que òrìsà irá prestar atenção nos seus pedidos, suplicas e agradecimentos...

Claro que nada impede de um sacerdote fazer isso no idioma das divindades cultuadas... Desde que tenha um mínimo de introdução ao idioma, e possa ter uma base para tal, sem inventar palavras para impressionar as pessoas leigas, por isso, que eu ao recitar uma pequena frase no Ioruba eu repito em Português para que possam entender e partilhar deste àse.

Lembrando que Adura é uma oração ou reza, mas esta reza não é um Orin que é uma cantiga de roda, que os tamboreiros cantam e louvam durante os toques de òrìsà.

Para quem vivenciou estes momentos sagrados, entende a importância da preparação destes rituais, e seus momentos que antecedem, e que numa iniciação, uma divindade pode intervir e alinhar qualquer ritual que por ventura aconteça algo que não o complete... Somente as divindades possuem o poder de evitar erros ou danos para qualquer iniciado...

Por isso, eu conto sempre com o apoio das divindade em minha casa, e as  deixo tomar a frente, seja na minha defesa, ou na defesa dos meus filhos, afinal, se os rituais são feitos para eles e com eles, não precisamos temer nada.

Referente a "Festa", então no meu entendimento a festa não abrange tudo isso que relatei acima, e encher um salão é lindo e acho maravilhoso... Mas eu sinceramente, prefiro ficar nos rituais secretos pertencentes as divindades, que me sinto bem mais confortável e feliz.

"Òrìsà Aláàse Igbákejì Olódùmarè"
Orixá, o segundo com autoridade após Olôdumare!

TIKTOK ERICK WOLFF

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