sexta-feira, 22 de julho de 2011

Batuke no Batuke

de Amoy Ribas, é tema do show do dia 24 de julho no Museu da Casa Brasileira

Músicas do álbum de estreia do percussionista compõem o repertório do show do domingo, com entrada gratuita
Após tocar por um longo período com grandes nomes da música brasileira e internacional, Amoy Ribas lança seu primeiro trabalho autoral, o álbum ‘Batuke no Batike’, com onze composições e arranjos próprios. A mistura e diversidade dos instrumentos, aliada à interpretação jazzística dos solos e improvisos, resultou em uma sonoridade vibrante. Canções desse CD solo formam o repertório do show que o músico apresenta no Museu da Casa Brasileira, instituição da Secretaria de Estado da Cultura, no dia 24 de julho, às 11h. A apresentação integra a série Momentos Especiais, organizada pela produtora cultural Carmelita Moraes, dentro da programação da Música no Museu. O projeto está em sua 11ª edição e acontece tradicionalmente aos domingos, com entrada gratuita.

A síntese do novo álbum é a autêntica música brasileira, com pitadas de jazz e fortes raízes mineiras, cariocas, candangas e nordestinas, com influência de ritmos do mundo inteiro. A mistura de técnicas e estilos distintos é marca registrada do músico, que busca extrair todas as possibilidades sonoras dos instrumentos. ‘O cd ‘Batuke no Batike’ aparece na cena musical com altas doses de frescor’, afirma Guinga, famoso compositor de MPB do Rio de Janeiro. Amoy Ribas transcende o conceito da percussão como simples acompanhamento procurando novos sons no universo percussivo, o que torna sua música vibrante e propositiva, integrando-a com igual relevância aos outros instrumentos.

A proposta da música de Amoy é sempre a livre interpretação, e ele segue o mesmo princípio no seu CD de estreia com a formação de um quarteto: sopros, baixo, violão e uma grande variedade de instrumentos de percussão. O músico se apropriou do uso do pandeiro em enorme variedade de sons como congas, zabumba, tabla, derbak, entre outros. Na marimba de vidro – instrumento da família dos barrafones que produz um som cristalino e penetrante - buscou inspiração para compor as baladas: Divagações, Néctar Abençoado e Catedral de Brasília. Nas músicas Boa Viagem, Velho Chico, Fubá com Queijo e Niemeyer nota-se elevada elaboração harmônica e melódica.

Para este lançamento o compositor convidou grandes músicos da cena paulista: Rogério Botter Maio, no baixo acústico, Hercules Gomes, ao piano, e João Paulo Barbosa, no saxofone e flauta.
Sobre Amoy Ribas

O percussionista, marimbista e compositor Amoy Ribas nasceu em Brasília, morou na Índia, Alemanha, Recife, no norte de Minas e no Rio de Janeiro, sempre atento à música desses lugares pelos quais passou. Sua percussão despertou o interesse em grandes nomes da música como Richard Galliano, Hermeto Pascoal, Gilson Peranzzetta, Marco Pereira, Guinga, Jacques Morellenbaum, Hamilton de Holanda, Nailor Proveta, Billy Blanco, Beth Carvalho, Leila Pinheiro, Joyce e Paulinho Moska, entre outros, com os quais o artista fez shows no Brasil e no exterior.

Repertório:
1. Velho Chico
2. Tamboril
3. Fubá com Queijo
4. Nectar Abençoado
5. Catedral de Brasília
6. Dá no Couro
7. Batuke no Batike
8. Boa Viagem
9. Niemeyer
10. Barra do Guaicuí
11. Divagações
Todas as músicas são de autoria de Amoy Ribas
Músicos:
Amoy Ribas – bateria, percussão e marimba
João Paulo Barbosa – saxofones e flauta
Hercules Gomes – piano
Rogerio Botter Maio – baixo acústico
Sobre o Projeto Música no Museu

Um dos projetos mais longevos do calendário do Museu da Casa Brasileira, o Música no Museu traz, há 11 anos, apresentações de qualidade com entrada gratuita num dos locais mais charmosos da cidade: o jardim da instituição. Nesse período, curadores de renome assinaram a programação. Entre eles os maestros Julio Medaglia e João Carlos Martins, assim como os pesquisadores e músicos Benjamin Taubkin, Antônio Nóbrega e Magda Pucci. Mais de 120 mil pessoas conferiram, nas 11 edições do projeto, as apresentações de nomes importantes da música brasileira, como Zimbo Trio, Mawaca, Orchestra Bachiana, Mutrib, entre tantos outros grupos, coletivos, projetos solo e camerísticos da música popular e erudita.
Na temporada de 2011, o projeto, com a coordenação de Carmelita Rodrigues de Moraes, tem como objetivo divulgar a diversidade da música nacional e internacional por meio de diversos estilos: instrumental, erudita, popular, medieval, renascentista, entre outros, e, ao mesmo tempo, oferecer ao público momentos agradáveis e especiais.

Serviço: Música no Museu – Amoy Ribas e quarteto
Apresentação: Dia 24 de julho, domingo, às 11h
Local: Museu da Casa Brasileira
Endereço: Av. Faria Lima, 2705 - Jardim Paulistano Tel. 3032-3727
Ingresso: Grátis
Acesso a portadores de deficiência física.
Visitas orientadas: 3032-2564 agendamento@mcb.org.br
Site: www.mcb.org.br
twitter.com/mcb_org
Oficina de Percussão
Amoy Ribas apresentará instrumentos percussivos, mostrando diferentes técnicas, sons e ritmos. Os participantes poderão explorar estas técnicas e conhecer a importância destes objetos dentro da nossa cultura.
Data: 24 de Julho, às 15h
Local: Museu da Casa Brasileira
Endereço: Av. Faria Lima, 2705 - Jardim Paulistano Tel. 3032-3727
Ingresso: Grátis
Inscrições: (11) 3032-2499

Estacionamento: de terça a sábado até 30 min. grátis, até 2 horas R$ 10,00, demais horas R$ 2,00. Domingo: preço único de R$ 15,00.
Bicicletário com 20 vagas
Apoio: CCR, Cerâmica Atlas e Fritz Dobbert

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Orixás do Orun ao Ayê

Bábá Erick
22 /07/2011



Acabei de ler o livro, Orixás do Orun ao Ayê, da
editora Marco Zero, considero um livro perigoso para a familia tradicional afro-brasileira, com muitos erros de informação, deixando uma margem de duvida, será que quem leu o livro na editora para aprovar, entende do assunto?
O livro visualmente está lindo, parabéns para  a editora pelo belo trabalho e pela qualidade da obra, apesar da entonação sensual, é possível imaginar que foi mais jogo de marketing do que falta de conhecimento.

Porem são muitos itens que contradizem a cultura Yorùbá, não consegui entender de onde retiraram tantos absurdos e o que pensavam as fontes referenciadas para oferecer tais conceitos para o livro? Claro que o autor deve conhecer muito pouco sobre a cultura Yorùbá, entre tantos absurdos registrados por escritores, este livro deve ser um dos piores, sabemos que o único a fornecer o sopro da vida é Ọlọ́run, sem ele não seriamos nada, além de terra e água, segundo os Ìtàn da cultura Yorùbá. Veja os pontos mais críticos desta obra;
  1. E proporcionou ao novo ser o dom de dar a vida a qualquer coisa.(Pg. 12)


Isso nunca ocorreu, não sei de onde retiraram isso!!!!

  1. Feliz com que havia criado e por não estar mais sozinho, Olorun decide criar os orixás.
    a todos Oxalá dava a vida com seu sopro.(pg. 13)

  1. Moldados pelo Deus supremo Olorun e trazidos à vida pelo primeiro orixá, oxalá.(pg. 14)

Outro conceito errado, não é verdade que ocorreu isso!

 
  1. Quem poderia imaginar? Terra firme sobre a água.
    Eu fiz isso.
    Eu criei a terra!
    (pg. 36)


Odùdùwà não criou o Ayê, ele simplesmente manipulou os elementos.
  1. Nanã diz – è terra molhada do fundo do rio, mas pode chamar de  barro.
    Oxalá diz – Mas por que você desenterrou essa porcaria, Nanã?
    (pg. 46)


É um absurdo esta frase.

  1. Olorun diz à Oxalá – Dê a vida também aos defeituosos.(pg. 54)

Jamais Oxalá deu a vida  a ser algum, todos passamos por
Ọlọ́run para receber o sopro da vida.

São tantos  erros gravíssimos que encontrei no livro, todos citados acima, levando em conta a responsabilidade e seriedade do mesmo, eu fico preocupado com o que foi publicado...

Mas o mais importante, mesmo, é que jamais foi dado o poder a Obàtálá de dar a vida a ser algum, sendo que este conceito é erradíssimo, pois cabe apenas  a Olódúmarè, reconhecido por toda  a cultura Yorùbá, como o senhor do universo, que jamais concedeu o poder de dar vida  a ser algum nem do Òrun ou do Àiyé, pois o sopro da vida vem direto de Ọlọ́run. E nem uma divindade tem o poder  de animar um ser  vivo ou qualquer divindade, quanto mais criar divindades.

Segundo o comentário do escritor Luiz L. Marins, estudiosos da cultura Yorùbá.

“O conceito está todo errado...
O ayê é a vida no mundo físico, não o mundo físico propriamente dito.
O mundo físico, sem vida, não é ayê, é apenas ilé.
Por isso é que eu afirmo que mesmo no mito de Oduduwa, ele nunca criou o ayê, ele apenas trouxe o ilè.”

Outro fator importante é que na pagina cinco (5), o autor mistura culturas como Bantu, Congo e Angola generalizando com as Yorùbá e Djedje, isso não existe, afinal no Brasil são culturas distintas, no máximo uma Angola que chega a cultua Orixás (Yorùbá), mas  isso está sendo corrigido entre os sacerdotes que estão definindo corretamente o que cultuam em suas casas.

As fontes do escritor foram muito controversas e este livro possui erros gravíssimos, que deveriam ser reconstruídos, antecipando que os brasileiros irão aprender errados os assuntos que foram maus colocados nesta obra.

Note – Òrìsànlá ou Obàtálá foi o primeiro ser criado, assim conta os Ìtàn Yorùbá, sendo que Ọlọ́run, apesar  de o chamarem de Olódúmarè ou Olodumarê, desconheço chamarem de Olodunmaré (sendo que a letra é não seria correto na língua Yorùbá), e Olodun deve ser um grupo de afoxé, que não teria  origem nesta divindade...

Orixás do Orun ao Ayê
Autor: Alex Mir, Caio Majdo, Omar Viñole
Editora: Marco Zero
N. de páginas:978-85-213-1675-6
ISBN:78

terça-feira, 19 de julho de 2011

A voz dos Òrìsà Afrosul

Erick Wolff8
19/07/2011


Hoje eu adquiri um CD, enviado por Silver dono da Web Rádio Atabaques, responsável pela distribuição e divulgação da obra do Mestre Borel, acredito que seja um dos Alagbè de maior destaque na cultura Afrosul, hoje eu percebi o por que... Afinal ele se preocupou de aproximar ao máximo a entonação das letras e palavras do Yorùbá, num Nação Afro-brasileira onde o dialeto usado é um Yorùbá arcaico e deformado, dado pelos anos e adulteração natural da falta do domínio da língua pelos brasileiros.

Devo frisar que, ao ouvi-lo foi fácil entender quando ele deseja expressar uma palavra ou outra, já que o Yorùbá possui várias entonações de uma mesma palavra, onde gera significados diferentes e muda totalmente o conceito da palavra, claro que depois de mais de cem anos de uma cultura fundada no Brasil sem a ajuda linguística dos Africanos, muito se perdeu fazendo com que muitos Orin (cantigas) perdessem seu sentido e ou significado, restando muito pouco do original e tornando-se impossível traduzir, uma perda cultura sem igual infelizmente.

Pena que não posso postar trechos do CD, mas posso afirmar que foi um dos melhores que já ouvi entre os
Alagbè do Sul, e entendo hoje o porque o Itaú Cultural gravou a sua voz eternizando o seu trabalho para o Brasil, infelizmente demorou tanto para chegar às minhas mãos, pois seria muito interessante poder conhece-lo.

No entanto fica aqui a minha homenagem ao
Alagbè Mestre Borel e a sua voz.  
Web Rádio Atabaques – www.radioatabaques.com.br (qualquer interessado poderá encontrar o CD Sirè de Oyò e Ijesá - Atabaque's Records - para comprar neste site).

Mestre Borel, morreu no dia 04 de julho de 2011, em Porto Alegre, aos 85 anos, Ele foi um destacado
Alagbè OmoSàngó iniciado na Nação Batuque Afrosul.

TIKTOK ERICK WOLFF