sábado, 13 de janeiro de 2018

O COSTUME DO BELO: OS NOVOS ELEMENTOS ADICIONADOS AO BATUQUE

Alexandre Custódio


 Janeiro de 2018


RESUMO

Neste artigo falaremos sobre a pratica que vem sendo adotada por muitos sacerdotes do Batuque, qual seja, a introdução de elementos estranhos pertencentes a outras tradições. Referidos sacerdotes, ora inserindo, ora substituindo, acabam por descaracterizar a nossa tradição e também permite, aos praticantes de outras tradições, tecerem comentários sobre os nossos costumes, pois estão adicionando paramentos e instrumentos que apenas possuem significados dentro contexto litúrgico ou cultural das suas respectivas tradições.


PALAVRAS CHAVES: Batuque, orixás, instrumentos africanos, paramentos africanos, indumentárias africanas.

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quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

O BABALORISA A IYALORISA E A FAMILIA ESPIRITUAL

POR ERICK WOLFF DE OSAALA



Constantemente ouço falarem sobre caráter, ética e responsabilidade espiritual por parte do sacerdotes da cultura Afro-religiosa, o que acho muito válido e necessário, quando sabemos da importância de cuidar da vida espiritual de alguém e, de poder ajudar a um individuo a encontrar bons caminhos a responsabilidade aumenta.

O sacerdote pode estudar muito, porem não existe uma escolha ou faculdade que lhe ensine os segredos do seu sacerdócio, por que lhe é ensinado pelos seus mais velhos ou por quem lhe iniciou, e não esquecendo as próprias divindades que orientam e dão apoio à sua jornada, por isso a importância de uma família e uma tradição.

São tantos os caminhos, as decepções e as alegrias, que fazem parte da vida de um sacerdote diante a sua jornada espiritual, que preencheriam uma enciclopédia para contar a sua historia, e bem feitorias.

Todos sabemos que muitos jovens são ignorados pela sua família, outros sofrem abandono sentimental, ou até mesmo sofrem violência passiva de falta de amor, quando não sofrem violências físicas ou piores. Assim também encontramos idosos que são mau tratados pela família, mesmo sendo  pessoas amáveis, responsáveis e compreensíveis, algumas pessoas que nascem em famílias desajustadas.

O sacerdote Afro-religioso com o tempo vai agregando experiencia e sabedoria, junto com o Àse que carrega do orisa, e se torna um verdadeiro pai ou mãe, como se adotassem seus iniciados como filhos,  estando ao seu lado quando precisam, fazendo o máximo que podem para dar bons conselhos, estarem presentes nas suas vidas quando necessário e claro que dar amor e confiança.

Não seria difícil entender o por que, chamam de Pai ou Mãe os sacerdotes os sacerdotes, basta olhar que na sua maioria os jovens ou idosos que procuram os templos, encontram não só caminhos espirituais, mas também acalanto no coração. Por isso, cabe ao sacerdote apaziguar a cabeça e o ori de cada iniciado seu, não esperando jamais reconhecimento ou agradecimentos, apenas fazendo o seu papel de amar incondicionalmente.

O sacerdote não precisa esbanjar riqueza ou luxuria para que seja um bom sacerdote, basta ele cumprir o seu papel de honestidade, bondade e responsabilidade com aquele individuo, não pensar que um filho é mais uma cabeça como gado, saber que este sacerdote estará ajudando e um dia poderá receber ou não em troca tudo o que fez em vida, sem esperar nada em troca.

Por isso uma familia espiritual é importante, talvez igual a sua família biológica, nesta família não existe pureza de uma raça por que agregara qualquer individuo de qualquer raça, nesta família agregara todos os gêneros sem discriminar os sexos, poderão fazer parte ricos ou pobres, basta ter bom coração e bons sentimentos. 

Boa noite à todos, assim é a nossa família. 



quarta-feira, 29 de novembro de 2017

PEQUENA HISTÓRIA DE OYA

Dra Paula Gomes
Postado em 29/11/2017
Revisado e atualizado em 13/06/2021

Sango (Alaafin Tella-Oko) em uma de suas jornadas queria caçar um búfalo que se transformou em uma mulher linda, em quem ele se apaixonou. Ele levou-a para casa e suas esposas deram-lhe o nome de Oya, porque não esperavam que seu marido voltasse de repente.

Oya era a amada esposa de Sango. Ela era a única esposa que o acompanhava em sua luta com Tapa (Nupe), sua casa materna.

Quando seu marido entrou pelo chão e desapareceu, ela agarrou coragem para seguir o exemplo de seu marido e escondeu-se entre um rebanho de ovelhas, ajudando-a a não ser encontrada e a desaparecer. Devido ao apoio dado a ela pelas ovelhas, seus seguidores estão proibidos de comer carne de ovelha (ovelha adulta).

Ninguém a via "órá" (não vi), que deu origem ao nome Ira (não vi). Ela entrou pelo chão em um lugar chamado Igbo-Oya em Ira. Este lugar foi fundado por um caçador de Oyo chamado Laage. Era a necessidade de se aproximar do bosque de Oya que o fez encontrar o local atual de Ira. Lugar nunca antes habitado.

Oya tornou-se um rio chamado ODO OYA ou River Niger, que é nomeado com seu nome. 

Assim como o trovão e o relâmpago são atribuídos de Sango, o tornado e trovões violentos são atribuídos a Oya.

Oya é também conhecida como Iya Sán (Mèsán), mãe de 9 filhos. Ela era conhecida por estar sempre cercada por crianças, mas ela nunca teve filhos biológicos. No entanto os nomes filhos de Oyá é o rio k se divide em 9 braços. (o grifo é nosso)

Duas espadas e os chifres de búfalo (Efòn) são as imagens representativas de Oya. Os seguidores se distinguem por um tipo particular de contas avermelhadas que sempre estão amarradas ao pescoço.

"Oya wole ni ile Ira
Sango wole ni Koso "
(Oya desapareceu na cidade de Ira 
Sango desapareceu em Koso)


Fonte oral do povo de Sango segundo alguns versos do eerindilogun.

Fonte oral do povo de Sango segundo alguns versos do eerindilogun.


TIKTOK ERICK WOLFF