quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

AMÉM, EVOÉ, AXÉ!

Com essa estrofe do samba-enredo que encerra a peça teatral “A história de um certo Zé”, composto pelos autores/diretores. Fica no ar a exaltação plena da força das religiões, como princípio ético, moral e de paz, que pode nortear o indivíduo na trilha do amor ao próximo e da solidariedade e o papel que o teatro pode desempenhar no auxílio desse “ser humano”. Se constitui ao longo da apresentação num manifesto contra o preconceito e a discriminação religiosa e de certo modo contra todo preconceito e toda discriminação.

Amém” é uma palavra da língua hebraica, que segundo vários dicionários pesquisados, não tem equivalência exata nas línguas ocidentais. Etimológicamente, deriva do verbo “aman”, que significa “que conste”, “em verdade”. Assim, deve ser entendida como uma confirmação a algo que é considerado firme, estável, imutável. Estendida ao Cristianismo, é usado nos escritos bíblicos para afirmar que algo “tem de ser”, sendo uma das aclamações litúrgicas mais frequentes no encerramento das orações, significando “assim seja”. Dessa forma os fiéis ao pronunciar “amém” têm por verdadeiro, ratificam e concordam com o que foi dito.

Evoé, é uma saudação a Dionísio (Baco) que é mais conhecido como o deus do vinho e da fertilidade, entretanto é também o deus do Teatro e “Evoé é a exaltação a Dionísio”, que expressa intensa alegria.
Axé é um termo da língua Iorubá, portanto utilizado principalmente pelos fiéis das religiões afro-brasileiras e equivale a palavra “amém”, significa o “poder”, a “energia”, a “força de realização”. Frequentemente é utilizada para designar a vida; a força manifestada em todo ser vivo ou existente na natureza. É a energia e a força sagrada advinda dos Orixás, ou ainda o nome dado aos locais onde ocorrem os cultos religiosos afro-brasileiros.
Os negros africanos quando vieram escravizados para o Brasil, trouxeram da África seus cultos, crendices e religiões. Seus Orixás, Inkices e Voduns, o seu vocabulário e as suas superstições. Assim, o conceito de Axé está ligado ao misticismo dos cultos afro-brasileiros, e não só os afrodescendentes, mas todos aqueles que se tornaram fiéis desses cultos religiosos o utilizam.
Dessa forma, ao resolver contar a história do Zé, qualquer Zé, do Catimbó, Jurema, Umbanda ou Candomblé o Diretor Léo Campos possibilitou a todos que assistiram uma reflexão sobre a heterodoxia da fé em suas expressões mais populares. A peça, muito bem escrita, dirigida e encenada enfoca um dos personagens mais enigmáticos das religiões de matriz africana e/ou ameríndia Sêo Zé Pelintra, com todas as suas contradições, dentre elas a principal, de ser um Robin Hood tropicalizado, com a visão clara dos desafios enfrentados pela população mais humilde.
Ambientado primeiro na sua origem incerta no Nordeste do Brasil e depois na sua vida e morte na boemia do Rio de Janeiro. Caracteriza magistralmente a diferença entre “malandro” e “marginal” e o personagem lendário e mitológico em que o Sêo Zé se transformou ao longo do tempo, um advogado dos pobres. Descreve com maestria o seu amor com Maria Navalha, a única mulher a efetivamente possuir o seu coração e os conflitos dessa relação. E por último a sua vocação, após a morte física, de ser Guia de Luz. Tudo isso numa linguagem simples e direta, facilitando o entendimento da “história ou estória” e falando diretamente para corações e mentes da platéia!
Sêo Zé Pelintra retrata alguém que teve uma vida sofrida e que foi negligenciado como ser humano por tudo e por todos – situação em que se encontra um grande contingente de pessoas em nosso país –, mas que não guardou mágoa ou rancor ao desencarnar.
Parafraseando Plinio Marcos: “O teatro só faz sentido quando é uma tribuna livre onde se podem discutir até as últimas consequências os problemas do homem”.
Assim é a peça…A história de um certo Zé.
Amém, Evoé, Axé!
P.S.1: Quem ainda não assistiu terá a última oportunidade do ano, com a apresentação extra na segunda-feira, dia 16/12 ás 20:00 horas na Academia Cena Um.
Maiores informações/ingresso celulares: (41) 99648-4922 e (41) 98877-9020 
Fonte - https://www.fuep.org.br/amem-evoe-axe/ 



domingo, 17 de novembro de 2019

CHEFE SOLAGBADE SIKIRUDEEN POPOOLA




Olhe para este homem chamado Chefe Solagbade Sikirudeen Popoola, uma pessoa que acredita no uso da força para se tornar o Presidente do Conselho Internacional da Religião de Ifa. 


Ele nunca usou contas de Orixá no seu pescoço, este homem não é um modelo. 


Este homem é um mentiroso e um pretendente. 


Ele é um jihadista enviado por muçulmanos para destruir esta religião. 


Eu ouvi falar sobre este homem mau durante muito tempo e todas as suas reuniões secretas com imãs iorubás. 


Se você é realmente adorador de Orixá e é um ancião por que você não pode usar contas de Orixá? 


Eu sei que aqueles que te enviam para destruir esta religião proíbem você de não usar contas de Orixá no seu pescoço. 


Pare de enganar as pessoas com seu falso trabalho de Ifa. 


Você não é Olorixá, você é um muçulmano disfarçado. Eu te encontrei muitas vezes e eu nunca vi você usando contas Orixá no seu pescoço. 


As pessoas que estão seguindo o Chefe Solagbade Buhari Popoola estão seguindo-o cegamente. 


Eu te chamei de Buhari 


Texto original;

Look at this man called Chief Solagbade Sikirudeen Popoola,a person who belief in the use of force to become the president of International Council for Ifa Religion.He has never wear Orisa beads on his neck,this man is not a role model.This man is a liar and a pretender.He is a Jihadist sent by Muslims to destroy this religion.I've heard about this evil man for so long and all his secret meetings with Yoruba imams.If you're truely Orisa worshipper and an elder why can't you wear Orisa beads? I know those who send you to destroy this religion forbid you not to wear Orisa beads on your neck.Stop deceiving people with your fake #Ifawork.You are not Olorisa,you are a Muslim in disguise.I've meet you many times and i've never see you wearing Orisa beads on your neck.Those people who are following Chief Solagbade Buhari Popoola are following him blindly.I called you Buhari because you and Buhari have the same mentality.






Fonte - https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=1615393868681684&id=100006332596363

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

EXISTE BARA DO POVO?

Por André Fernandes Coutinho
30/10/2019



Não! Não Existe!

Existe o Sango do Povo, uma obrigação da Nação Oyó Igbomina, que possui uma série de ritos e preceitos próprios!



Mas é importante salientar que a principal finalidade da Feitura do Sango do Povo é compartilhar a comida entre os pecadores e o Orisá Sango e desta forma compartilhar o Axé! E a Prosperidade!



A vida (Agbo Ato), filhos (Omo), Comida (Ageum) entre outras coisas possuem valores especiais para a Tradição de Matriz Africana!



Para um povo tão sofrido compartilhar a COMIDA! É sem vias de dúvidas uma forma de compartilhar a vida! De demonstrar a boa Fé!



Mas compartilhar a comida com um Orisá! É compartilhar o Sagrado!



É o rito feito de forma coletiva para o coletivo!



Convivi com grandes autoridades religiosas como:
Iyalorisá Aracy do Odé, falecida aos 115 anos de idade! Frontino de Ogum, Aracy do Pó... Todos centenários! Aliás ainda convivo com Iyalorisás e Bàbálorisás que hoje estão com quase 100 anos!



E conversando com eles! Vivendo com eles, me relataram que nunca ouviram o rito sobre o Bara do Povo! Aliás o que é Bará do Povo? Qual seria o fundamento dele? Qual a sua Origem? A que nação pertence?



Os mais antigos das nações africanas do Batuque! Desconhecem essa feitura!



E conversando com amigos de Candomblés Tradicionais de Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro! Todos desconhecem esta feitura!


Bom então! Da onde é que veio este preceito?

Fonte - https://www.facebook.com/andrelfcoutinho/posts/1939390206206222

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

ESTÁGIOS DE INICIAÇÕES EM ÒRÌSÀ (NIGÉRIA).

Solomon Omojie-mgbejume

20/04/2019





   














Exceto por aqueles que herdaram o Òrìsà de seus pais, ou linhagem, este texto pode não ser totalmente adequado a eles, como também, há várias tradições que às vezes diferem em yorubaland, dependendo da região.



Pode-se dizer que o modelo apresentado neste artigo é o modelo frequentemente usado quando uma nova pessoa inicia-se em Òrìsà. Por favor, tenha em mente que existem milhões de yorubas ou nigerianos que não conhecem quase nada sobre a tradição Òrìsà.



1º estágio: Mimo Òrìsà a ni ori (conhecendo o Òrìsà que possui a cabeça).



Isso é feito via rìndínlógún, onde o sacramento de obì, orogbo e Atare são divididos em pedaços e colocados em um prato, enquanto olorisas idosas e a pessoa que está sendo lida se sentam na esteira durante a cerimônia. Um pano branco é aberto e sobre ele. o erindinlogun é lançado para determinar qual Òrìsà controla a cabeça.



Uma vez determinado, em seguida vem um ebo para Èsù, Ògún e prescrito etutu do jogo.



Após estes atos,  a pessoa é aceita e se torna um membro oficial da casa. Por favor note que um aspecto importante deste primeiro passo é a marcar a cabeça da nova pessoa com efun e osun.




2º estágio: Sise Òrìsà (recebendo orixá)



O número de Òrìsà recebidos dependerá do que o rìndínlógún disser e do que dizem os anciãos. Pode-se obter apenas um, ou dois, ou três, ou quatro, ou cinco, dependendo.


Mas geralmente Èsù e Ògún são importantes em algumas casas, enquanto outras dão Èsù apenas. Uma vez que você receba estes Òrìsà, você receberá um ileke de mão e pescoço. Com este nível você começa a realizar mais cerimônias, conhecendo músicas, aprendendo algumas ervas, rituais e como adorar as orisas.




3º estágio: Ikaro (iniciações de nível médio)


Nesta longa iniciação são usados
​​sacrifícios de pombos, galo, galinha, caracol, e outras coisas. O rìndínlógún é lançado novamente e um odu e ewo (proibição) é conhecido, você deve seguir as instruções estritamente. Agora você está autorizado a começar a aprender coisas mais profundas, rituais, etc.




4º estágio: Irari ou idosu (colocando orisa na cabeça)



São 7 dias de iniciação ritual básica, embora algumas casas durem 9 dias ou mais.





Depois que o ebo de 17 dias é feito:


·  3 meses: ebo é feito com o uso obrigatório de kele,



· Você não deve pentear o cabelo e deve se abster de relacionamento sexual por um ano, mas agora muitos fizeram 3 ou 6 meses.



· Você é incentivado a usar branco, mas isso não é rigorosamente respeitado.


·  Com três meses: ebo, o kele é removido.



·  Ebo de 6 meses.



Um ano: ebo que é chamado Irugi (carregando a lenha)


Três anos: ebo, que é ebo-nodado (você mata uma cabra)



Quatro anos: ebo, depois do qual vc pode receber mais orisas.



Cinco anos: ebo



Seis anos: ebo



Sétimo ano: ebo.



É QUANDO VOCÊ SE TORNA UMA OLÓSÀ COMPLETA.




Na iniciação você é chamado iyawo Òrìsà (noiva de Òrìsà) até o terceiro ano, em que novo ebo é feito, e então você se torna Omo-Òrìsà.



Após o sétimo ano de ebo é quando você se torna Olorisa. Seu conhecimento e serviço para a comunidade, será levado em conta após o seu sétimo ano.



Agora você pode ser ter um título ou papel especial em sua casa de Òrìsà ou dentro da comunidade de Òrìsà.





Publicado no Facebook de Solomon Mgbejume em 20/04/2019


Transcrição e adaptação de

Luiz L. Marins em 20/04/2019
https://luizlmarins.wordpress.com

quarta-feira, 31 de julho de 2019

SANGO AYILEGBE-ORUN E SANGO TELLA-OKO

SÀNGÓ AYÍLÉGBÉ-ÒRUN e SÀNGÓ TÈLLÀ-ÒKÒ

De acordo com a sagrada religião indígena Yorùbá conhecida como "Èsìn Òrìsà” e acredita-se que há dois (2) Sàngó.


O 1º Sàngó (Òrìsà) veio do Ìkòlé Òrun durante a época da Ìgbà Ìwásè (começo do mundo) e era conhecido como Ayílégbé-Òrun.

O 2º Sàngó era um devoto do 1º Sàngó. Assim, o 1º Sàngó antecesou o 2º Sàngó, conhecido como Tèllà-òkò, o 3º Alaafin.

No mito Yoruba da criação do universo, "Olódùmarè" é o Criador Supremo, que delegou seus poderes para o "Òrìsà", dando-lhes a autonomia, autoridade e liberdade para agir de acordo com sua vontade de criar a terra e interagir com a humanidade. Com base neste conceito teológico Yorùbá, foi delegado a Sàngó a função de criar as tempestades, trovões e raios, chuva .

Na história Yorùbá do 3º Aláàfin (rei) conhecido como Sàngó Tèllà-òkò, era um forte guerreiro, acreditado ser s encarnação física do Òrìsà Sàngó, devido aos seus poderes míticos utilizados através da energia do trovão e tempestades
 

Tèllà-òkò (Sàngó 2) era filho de Òrànmíyàn com Tòrosí da cidade de Tapa; o fundador do Império de Òyó ; o mais novo dos netos de Odùduwà.

Tèllà-òkò (Sàngó2) era um homem corajoso e poderoso que herdou a maioria de suas habilidades especiais em Nupe, o povo de sua mãe.

Durante o reinado do Aláàfin Àjàká, Òyó estava em constante guerra com o Olówu, primo de Àjàká, que governava o reino de Òwu. Olówu mais tarde enviou seus guerreiros para capturar Aláàfin Àjàká e trazê-lo para Òwu. Numa tentativa de resgatar Aláàfin Àjàká, Oyomesi (Conselho de chefes dO Aláàfin Òyó ), solicitou o regresso de Tèllà-òkò (Sàngó) que estava em Nupe na terra onde ele vivia. Este resgatou Àjàká e é coroado rei enquanto Àjàká é mandado para o exílio.

Tèllà-òkò (Sàngó 2), durante a sua vida, teve cinco esposas, mas três foram muito chegadas a ele, Obà, a primeira esposa e no sentido tradicional e legítimo, Òsun, a segunda e Oya, a terceira, uma concubina (com nenhum direito de casamento ou dote pago por ela), pois era um espírito que tinha o poder de se transformar de humano para animal. Ela também tinha o poder de chamar a chuva. Juntamente com o raio de Sàngó, tiveram vitórias fantásticas em batalha. O ciúme de Obà e Òsun fez Oya ficar mais perto de Sàngó 2, tornando-se sua princesa (Ayó (Alegria)) e ter acesso à pedra de raio (Edùn àrá) de Sàngó. Awa e Gambíolú também eram suas esposas.

Em uma das experiências de Tèllà-òkò (Sàngó 2) tentando reafirmar a potência do seu raio, o trovão que criou atingiu o palácio e queimou-o. Obà e Òsun depois de perder tudo, deixaram o palácio com raiva culpando uma à outra por permitir que Oya tivesse tido tal acesso a Sàngó (2) e uma tornou-se a deusa o rio Obà e a outra a deusa do Rio Òsun. Oya, por sua vez, voltou para a floresta em Nupe onde Sàngó a encontrou e se tornou a deusa do rio-Oya conhecido como o rio Níger.

Por outro lado, Tèllà-òkò (Sàngó 2) deixou a cidade acompanhado pelos seus chefes como o Aládèkún, que o tentou persuadir a não sair. Depois de uma persuasão inabalável, os chefes quando se aproximaram de uma árvore chamada Áyan, a notícia correu que o rei se tinha enforcado, mas não era verdade. Só Aládèkún sabia a verdade que Sàngó(2) tinha desaparecido, entrado pela terra, deixando para trás a pedra de raio -Edùn àrá (òlépo lárá) retirada de seu próprio corpo e deixou-a com Aládèkún. – Daí o popular ditado "Oba kòso" ou "Olú kòso" significando que o rei não se enforcou, o qual foi criado pelo Aládèkún e o lugar onde Sàngó(2) desapareceu tornou-se conhecido como kòso. 

Aládèkún tornou-se o apoio de Òyó sempre que a cidade estava em necessidade, conhecido como “Oní lé ogbà” e foi contraído para Mogbà, o que significa "a casa é cercada por cercas", devido ao lugar cercado onde Sàngó desapareceu.

Aládèkún conhecido como Mogbà Kòso é desde sempre o proprietário da coroa de Sàngó desde tempos imemoriais.
 

Hoje Kòso é um distrito suburbano de Òyó, um dos lugares mais sagrados da cidade, onde o espírito de Sàngó habita o local sagrado há milhares de anos. Não há nenhum Aláàfin em Òyó, que será instalado sem executar todos os ritos de coroação dentro do Templo de Kòso.

Mogbà Kòso desempenha um papel crucial na sucessão real, uma vez que ele é o guardião do antigo santuário de Sàngó Kòso e da coroa ancestral de Sàngó (2), sendo responsável pela coroação do novo rei.

Baálè o chefe de todos os Adósù Sàngó e qualquer Elégún Sàngó é a personificação viva de Sàngó, simbolizando a imortalidade espiritual.

Por
Mogbà Kòso – Oyedemi Oyetunji, Koso
Elegun Sango Koso-Sangodele Ibuowo, Koso
Devotos de Sango em Oyo


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Publicado no Facebook por Paula Cristina Gomes em 31/07/2018, disponível em:
https://www.facebook.com/pgfoundation.oyo/posts/1310882359089176

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