Paula
Cristina Gomes
Oloye
do Alaafin Oyo
Texto
publicado no Facebook
Grupo
Orisa University
Debate
Erindinlogun x Meji
14/03/2018
Bom
dia a todos, o tema deste debate é interessante e gostaria também
de participar com a seguinte informação de que segundo pesquisas
feitas por membros da Unesco o sistema de adivinhação do
eerindilogun é um sistema de CONTAGEM primordial. Este sistema não
é geomântico, nem binário, isto quer dizer que este sistema nunca
pode ser meji, e a contagem da caída nunca pode ser interpretada
como figuras geomânticas.
Os
dois sistemas de adivinhação são diferentes e distintos, no
momento em que se tentam unir ou interlaçar se perde a sua
metodologia original e se perde o patrimonio.
O sistema de adivinhação do eerindilogun baseia-se em apenas numa única caída, o que faz deste sistema ser bastante complexo, pois o sacerdote além de ter que ser bastante dotado e ter anos de pratica, conhecimento e uma diversidade de itans num único Odu para poder dar a solução ao problema apresentado. Enquanto que num sistema geomântico e binário como o de ifá o sacerdote tem o apoio de 2 pernas, 2 odu que formam o meji para arranjar solução.
O sistema do eerindilogun é dividido em dezesseis categorias numéricas antigas conhecidas em ioruba como Ònkà àgbà. Cada uma acumula inúmeros versos e histórias ainda não oficialmente registradas, como formas narrativas orais de histórias de famílias, de cidades e de um povo, entre outros conceitos culturais, que são registrados nesses versos formando um compêndio histórico, cultural e mitológico iorubá.
De acordo com relatos orais, antes dos búzios serem introduzidos como um instrumento, os pedaços de marfim, nozes e sementes eram usados para adivinhação e não adoração. Por este motivo, o novo sistema geomântico de Ifá quando introduzido ao povo ioruba foi primeiramente rejeitado, pois os iorubas não adoravam sementes como é o caso de ifá, em que as sementes são adorados como Orunmila. Somente a partir do sec. XVI este novo sistema foi oficialmente reconhecido entre o povo ioruba e adicionado ao panteão dos orisas.
A contagem antiga do eerindilogun é também conhecida como Ònkà àgbà e segue esta ordem que pode variar um pouco por zona, sendo as últimas quatro 13, 14, 15, 16 categorias não cantadas, devido à sua antiguidade.
1.
àgbà Èkín-ní Òkànràn,
2.
àgbà Èkejì Èjì Òkò,
3.
àgbà Èketa Ògúndá,
4.
àgbà Èkerìn Ìrosùn,
5.
àgbà Èkarùn-un Òsé,
6.
àgbà Èkefà Òbàrà,
7.
àgbà Èkeèje Òdí,
8.
àgbà Èkejo Èjì-Ogbè,
9.
àgbà Èkèsàn-án Òtúá,
10.
àgbà Èkwàá Òfún,
11.
àgbà Èkokànlá Òwónrín,
12.
àgbà Èkejìlá Èjìlá Asébora,
13.
àgbà àgbà Èkín-ní Òkànràn àgbà,
14.
àgbà àgbà Èkejì Èjì Òkò àgbà,
15.
àgbà àgbà Èketà Ògúndá Àgbà,
16.
àgbà àgbà Èkerìn Ìrosùn Àgbà
Onisegun
Outra
questão interessante é a nova geração de curandeiros na terra
ioruba que são conhecidos como Onisegun. Todos o sacerdotes de orisa
são Onisegun, mas nem todos os Onisegun são devotos ou seguidores
da religião ao orisa.
Com
isto quero dizer que com a entrada de novas religiões, como o
cristianismo ou islão, muitos abandonaram a religião ao orisa se
convertendo a outra religião, e levaram consigo a sabedoria da
medicina tradicional como profissão, então estes curandeiros
tradicionais de profissão, usam o eerindilogun misturando tudo, para
poder vender o seu mercado.
Então,
temos os novos oniseguns muçulmanos e cristãos, curandeiros
tradicionais a usarem o eerindilogun com um novo sistema adaptado,
que não tem nada haver com a religião do orisa e sua origem.
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