Ẹ kú ọ̀sán, ènìyà féran láti kọ́ èdè Yorùbá!
Lóní, a yíò kọ́ ìtúmọ̀ náà ọ̀rọ̀ ọ̀gá. Fetísílẹ̀, jọ̀wọ́!
No Candomblé, temos a figura do "Ogan" ou "Ogã". Esta figura tem a sua instituição baseada em uma necessidade social há época em que a religião era perseguida. Os primeiros se quer eram "feitos", apenas apontados, vindo a sentar na cadeira para que socialmente fossem reconhecidos.
Os primeiros "ogãs" eram pessoas com forte influência política e policial, geralmente altos cargos dentro da segurança pública. Bem, esta parte histórica é longa e incito-os à pesquisa.
Mas "ogã", agora falando de idioma Yorùbá, é uma palavra distorcida, uma corruptela de ọ̀gá. Essa significa: chefe, líder, alguém importante. Realmente o eram, vide a forma como os antigos vestiam-se quando havia um festejo ou toque!
Pela semântica da palavra, fechamos o raciocínio simples que até mesmo o zelador ou zeladora são ọ̀gá, são líderes. A sua ìyálórìṣà é uma ọ̀gábìnrin, uma líder; o seu bàbálórìṣà é um ọ̀gákúnrin; uma ìyánífá é uma ọ̀gábìnrin, assim como um bàbáláwo é um ọ̀gákúnrin. Todos esses são líderes dentro de sua comunidade religiosa e possuem seus àwọn ọ̀gá também.
Note como pegaram uma palavra indicando importância, liderança e a atribuiriam àqueles que estavam ali defendo o terreiro de ataques da polícia, vide como era a época!
O tempo passou, criam-se fundamentos e mais fundamentos, ìtàn, regras, dogmas e ritos onde a figura do ọ̀gá passou a ser então cultuada, sem mais a antiga função necessária.
"Ogã" é pai! Cuidado com essa afirmação. Um "ogã" ser chamado de bàbá não é por ser pai, isso indica um desconhecimento da ampla semântica da palavra bàbá. Ela também significa mestre, aquele que possui grande conhecimento em algo.
Por fim, cuidado ao corroborar com lendas doidas que tetam justificar a palavra escrita de forma errada "ogan". "Ogan" não é o senhor do gan (O + gan = senhor do gan)! Cuidado!
Atenção: Tudo a cerca deste cargo é criado aqui no Brasil e de acordo com as necessidades aqui impostas. Nada vem fundamentado em odù ou lendas! As atuais atribuições refletem as necessidades atuais dos terreiros: cantar, cortar, alguns àwọn orò e etc.
Entendo que muitos cargos do batuque deveriam de resumir somente a termos no português... Alagbê, Ogã , todos termos são do candomblé...aqui somos.tamboreiros.. Tálvez ninguém seja babalorisà também melhor a denominação Pai de santo...pensemos
ResponderExcluirSaudações amigo Leandro, o Ogã é um cargo inventado para o Candomblé, não existe este cargo na África.
ExcluirO Batuque não tem este cargo e não precisa, pois é um cargo que o Ogã não pode incorporar ou se ocupar... desta forma teria um serio problema com o tabu da ocupação.
No Batuque é possível usar Onilu (dono do tambor, ou tamboreiro)