Primeira parte
Pra mim um ancestral que representa a essência mutável e contemporânea brasileira, uma perpetuação dos cultos aos ancestrais, que é característica comum aos povos que formaram nosso país etnicamente. Os grupos étnicos que formaram as religiões afro-ameríndias-brasileiras, eram focos de resistência, cultural, social e religiosa principalmente. Neles os ancestrais dos povos que foram oprimidos eram cultuados, cada um na sua ancestralidade, o negro com seus pretos velhos, baba-eguns, e até nas suas divindades, a ancestralidade nativa do índio no caboclo, sobrando ainda o branco, colonizador e opressor dos citados. Mas ele na sua origem européia e cristã não tinha esse culto, sua ancestralidade no máximo se resumia aos santos, que foram objeto de sincretismo e acabaram contribuindo, mesmo prejudicando mais talvez com o nascimento das religiões no Brasil, aquelas que nasceram aqui, pela diáspora dos negros que nos santos cultuavam seus Jinkisi, Voduns e Orixás secretamente, com seus okutás (pedra ritualistica) dentro dessas imagens, e seus rituais sendo realizados de maneira velada encobertos pelos mesmos ancestrais daqueles que os escravizavam e tentavam destruir suas culturas.
Dessa mescla, no início, ainda na tentativa de escravizar os nativos, os índios, verdadeiros donos da terra, começou a miscigenação e o nascimento de um novo povo, uma nova ancestralidade: A brasileira.
Ainda que os índios constituam a ancestralidade primeira dessa terra, essa ainda não era a Terra Brasilis, que se formou de vários povos nos dando a cara que temos hoje.
Querer atribuir apenas aos índios a ancestralidade nativa do Brasil vejo como erro, forma a base, mas não do Brasil, e sim desse território, mas se for assim, eles teriam vindo da África, berço da humanidade.
Assim, no começo da formação da Terra Brasilis se mesclaram os índios e os africanos de origem Bantu, os primeiros a chegar aqui como escravos, dado o fato dos índios não se mostrarem uma boa mão de obra escrava.
Pelo contato nas atividades agrárias e pela similaridade religiosa e social, índios e negros bantus interagiram e com o passar do tempo mesclaram seu sangue e suas culturas.
Dessa mescla, no início, ainda na tentativa de escravizar os nativos, os índios, verdadeiros donos da terra, começou a miscigenação e o nascimento de um novo povo, uma nova ancestralidade: A brasileira.
Ainda que os índios constituam a ancestralidade primeira dessa terra, essa ainda não era a Terra Brasilis, que se formou de vários povos nos dando a cara que temos hoje.
Querer atribuir apenas aos índios a ancestralidade nativa do Brasil vejo como erro, forma a base, mas não do Brasil, e sim desse território, mas se for assim, eles teriam vindo da África, berço da humanidade.
Assim, no começo da formação da Terra Brasilis se mesclaram os índios e os africanos de origem Bantu, os primeiros a chegar aqui como escravos, dado o fato dos índios não se mostrarem uma boa mão de obra escrava.
Pelo contato nas atividades agrárias e pela similaridade religiosa e social, índios e negros bantus interagiram e com o passar do tempo mesclaram seu sangue e suas culturas.
Começa ai o culto Bantu-ameríndio, matriz que muito depois formaria a Umbanda, ainda que indiretamente. Prova está que o Candomblé Angola tem forte presença de caboclo, e são tratados como ancestrais nativos, mesmo não fazendo parte do culto do Candomblé. E se fazem presente especialmente nessa nação, em proporção muito maior que nas nações Ketu e Djedje, que derivam dos povos nagos e ewe-fons, que chegaram depois dos bantus, já com a presença menos significativa de interação com o índio.
Entre 1850 e 1913 a Nbandla que daria origem a Umbanda, a palavra bantu “`Nbandla” quer dizer em sua acepção principal “a congregação mais antiga”. Esta associação ou congregação mais antiga certamente assumiu este nome público, em outro tipo de sociedade, para separar-se, ou não ser confundida com uma outra associação, esta sim, por certo, “mais nova”.
Isso se deve ao fato de que, quando o Candomblé chegou no Brasil, essa prática que nós conhecemos teve início com três senhoras: Iya Detá, Iya Kala e Iya Naso, que fundaram o primeiro Candomblé de que se tem conhecimento, a atual Casa Branca, que funcionava na Barroquinha.
No início do século XIX, provavelmente em 1830, essas mulheres fundaram, num terreno arrendado nos fundos da Igreja da Barroquinha, onde cultuavam Nossa Senhora, uma casa de candomblé que recebeu o nome de Ìyá Omi Àse Aìrá Intilé. O candomblé da Barroquinha foi resultado da associação de elementos litúrgicos provenientes principalmente dos nàgôs e dos Djèdjè, e serviu de modelo a todos os demais, inclusive aos das outras etnias.
Dai a nagotização, tanto do Candomblé Angola e Djedje quanto da Umbanda, todas as etnias adotaram o culto aos Orixás como padrão, até pelo fato de maioria dos escravos mandados ao serem de cultura Yorubá.
Nesse ponto também as outras culturas africanas estavam perdendo identidade, pelo próprio tempo que já estavam afastadas de sua terra e de sua cultura, e pela maioria nago entre os negros escravos, o que forçava a naturalmente ocorrer uma adaptação cultural, lingüística e religiosa, sendo mantido apenas pelos mais velhos que viviam em núcleos mais afastados de grandes concentrações de outras nações e os últimos a chegarem aqui, que por esses motivos, mantinham ainda sua cultura original preservada.
Bibliografia
África, mitos y leyendas - Alice Webner
Traduzido por Mametu Ndenge Mutarerê
Entre 1850 e 1913 a Nbandla que daria origem a Umbanda, a palavra bantu “`Nbandla” quer dizer em sua acepção principal “a congregação mais antiga”. Esta associação ou congregação mais antiga certamente assumiu este nome público, em outro tipo de sociedade, para separar-se, ou não ser confundida com uma outra associação, esta sim, por certo, “mais nova”.
Isso se deve ao fato de que, quando o Candomblé chegou no Brasil, essa prática que nós conhecemos teve início com três senhoras: Iya Detá, Iya Kala e Iya Naso, que fundaram o primeiro Candomblé de que se tem conhecimento, a atual Casa Branca, que funcionava na Barroquinha.
No início do século XIX, provavelmente em 1830, essas mulheres fundaram, num terreno arrendado nos fundos da Igreja da Barroquinha, onde cultuavam Nossa Senhora, uma casa de candomblé que recebeu o nome de Ìyá Omi Àse Aìrá Intilé. O candomblé da Barroquinha foi resultado da associação de elementos litúrgicos provenientes principalmente dos nàgôs e dos Djèdjè, e serviu de modelo a todos os demais, inclusive aos das outras etnias.
Dai a nagotização, tanto do Candomblé Angola e Djedje quanto da Umbanda, todas as etnias adotaram o culto aos Orixás como padrão, até pelo fato de maioria dos escravos mandados ao serem de cultura Yorubá.
Nesse ponto também as outras culturas africanas estavam perdendo identidade, pelo próprio tempo que já estavam afastadas de sua terra e de sua cultura, e pela maioria nago entre os negros escravos, o que forçava a naturalmente ocorrer uma adaptação cultural, lingüística e religiosa, sendo mantido apenas pelos mais velhos que viviam em núcleos mais afastados de grandes concentrações de outras nações e os últimos a chegarem aqui, que por esses motivos, mantinham ainda sua cultura original preservada.
Bibliografia
África, mitos y leyendas - Alice Webner
Traduzido por Mametu Ndenge Mutarerê