Bábá Erick
22 /07/2011
22 /07/2011
Acabei de ler o livro, Orixás do Orun ao Ayê, da editora Marco Zero, considero um livro perigoso para a familia tradicional afro-brasileira, com muitos erros de informação, deixando uma margem de duvida, será que quem leu o livro na editora para aprovar, entende do assunto?
O livro visualmente está lindo, parabéns para a editora pelo belo trabalho e pela qualidade da obra, apesar da entonação sensual, é possível imaginar que foi mais jogo de marketing do que falta de conhecimento.
Porem são muitos itens que contradizem a cultura Yorùbá, não consegui entender de onde retiraram tantos absurdos e o que pensavam as fontes referenciadas para oferecer tais conceitos para o livro? Claro que o autor deve conhecer muito pouco sobre a cultura Yorùbá, entre tantos absurdos registrados por escritores, este livro deve ser um dos piores, sabemos que o único a fornecer o sopro da vida é Ọlọ́run, sem ele não seriamos nada, além de terra e água, segundo os Ìtàn da cultura Yorùbá. Veja os pontos mais críticos desta obra;
- E proporcionou ao novo ser o dom de dar a vida a qualquer coisa.(Pg. 12)
Isso nunca ocorreu, não sei de onde retiraram isso!!!!
- Feliz com que havia criado e por não estar mais sozinho, Olorun decide criar os orixás.
a todos Oxalá dava a vida com seu sopro.(pg. 13)
- Moldados pelo Deus supremo Olorun e trazidos à vida pelo primeiro orixá, oxalá.(pg. 14)
Outro conceito errado, não é verdade que ocorreu isso!
- Quem poderia imaginar? Terra firme sobre a água.
Eu fiz isso.
Eu criei a terra!(pg. 36)
Odùdùwà não criou o Ayê, ele simplesmente manipulou os elementos.
- Nanã diz – è terra molhada do fundo do rio, mas pode chamar de barro.
Oxalá diz – Mas por que você desenterrou essa porcaria, Nanã?
(pg. 46)
É um absurdo esta frase.
- Olorun diz à Oxalá – Dê a vida também aos defeituosos.(pg. 54)
Jamais Oxalá deu a vida a ser algum, todos passamos por Ọlọ́run para receber o sopro da vida.
São tantos erros gravíssimos que encontrei no livro, todos citados acima, levando em conta a responsabilidade e seriedade do mesmo, eu fico preocupado com o que foi publicado...
Mas o mais importante, mesmo, é que jamais foi dado o poder a Obàtálá de dar a vida a ser algum, sendo que este conceito é erradíssimo, pois cabe apenas a Olódúmarè, reconhecido por toda a cultura Yorùbá, como o senhor do universo, que jamais concedeu o poder de dar vida a ser algum nem do Òrun ou do Àiyé, pois o sopro da vida vem direto de Ọlọ́run. E nem uma divindade tem o poder de animar um ser vivo ou qualquer divindade, quanto mais criar divindades.
Segundo o comentário do escritor Luiz L. Marins, estudiosos da cultura Yorùbá.
“O conceito está todo errado...
O ayê é a vida no mundo físico, não o mundo físico propriamente dito.
O mundo físico, sem vida, não é ayê, é apenas ilé.
Por isso é que eu afirmo que mesmo no mito de Oduduwa, ele nunca criou o ayê, ele apenas trouxe o ilè.”
Outro fator importante é que na pagina cinco (5), o autor mistura culturas como Bantu, Congo e Angola generalizando com as Yorùbá e Djedje, isso não existe, afinal no Brasil são culturas distintas, no máximo uma Angola que chega a cultua Orixás (Yorùbá), mas isso está sendo corrigido entre os sacerdotes que estão definindo corretamente o que cultuam em suas casas.
As fontes do escritor foram muito controversas e este livro possui erros gravíssimos, que deveriam ser reconstruídos, antecipando que os brasileiros irão aprender errados os assuntos que foram maus colocados nesta obra.
Note – Òrìsànlá ou Obàtálá foi o primeiro ser criado, assim conta os Ìtàn Yorùbá, sendo que Ọlọ́run, apesar de o chamarem de Olódúmarè ou Olodumarê, desconheço chamarem de Olodunmaré (sendo que a letra é não seria correto na língua Yorùbá), e Olodun deve ser um grupo de afoxé, que não teria origem nesta divindade...
Orixás do Orun ao Ayê
Autor: Alex Mir, Caio Majdo, Omar Viñole
Editora: Marco Zero
N. de páginas:978-85-213-1675-6
ISBN:78
Orixás do Orun ao Ayê
Autor: Alex Mir, Caio Majdo, Omar Viñole
Editora: Marco Zero
N. de páginas:978-85-213-1675-6
ISBN:78