quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

COMO LIDAR COM REGIMES AUTORITÁRIOS EM ÁFRICA

Regimes autocráticos ou autoritários, ditaduras, têm sido uma forma dominante de governação em África há muitos anos. Especialistas apontam que eles podem dificultar o acesso à democracia.

As democracias em África são muitas vezes alvo de críticas. Há quem afirme que muitos países africanos introduzem medidas de fachada no sentido de fortalecimento da democracia, pois são obrigados a isso e porque de outra forma lhes seria cortada a almejada ajuda ao desenvolvimento.
O papel da democracia no continente e a dominação de regimes autoritários e ditaduras em determinados países foram temas debatidos em Bona, na Alemanha, durante uma conferência que reuniu especialistas e peritos internacionais.
Para os participantes da conferência, a África deveria debater de forma séria a democracia e desenvolver estratégias próprias para o reforço da participação das sociedades civis na administração dos países.
Regimes autoritários

Julia Leininger, do Instituto Alemão para o Desenvolvimento
Um dos temas mais polémicos da conferência foi o fato de cada vez mais líderes políticos africanos mostrarem tendências para se perpetuarem no poder, apesar das leis dos países o proibirem. Alguns presidentes tentaram mesmo alterar as Constituições para se poderem recandidatar a mais um ou outro mandato. Foram salientados, nomeadamente, os casos da República Democrática do Congo, do Burundi, do Ruanda ou do Burkina Faso.  

Segundo o professor Emmanuel Gyimah-Boadi, diretor do centro ganês de desenvolvimento democrático "Development", os africanos, de um modo geral, não gostam do que está a acontecer. Pelo contrário: rejeitam líderes que tentam perpetuar-se no poder.

"Os africanos preferem a democracia a todos os outros sistemas de governo. Quando questionados sobre as vantagens e desvantagens de eleições, os africanos normalmente sublinham as vantagens. Oito em 10 africanos manifestam-se a favor de eleições multipartidárias”, afirma o professor.
Reforço da democracia em África
Por outro lado, a perita em política africana do Instituto Alemão para o Desenvoleimento (Deutsches Institut für Entwicklungspolitik), Julia Leininger,  diz que em África existe uma sede de democracia, expressa pela sociedade civil, mesmo fora das grandes cidades.
"Existem muitas áreas rurais, onde as comunidades discutem tudo e mais alguma coisa, antes de tomar decisões. No entanto não podemos negar que – no que diz respeito à democratizaçäo - África tem ainda muitos desafios à sua frente”, acrescenta a perita.

Para a doutora Robtel Neajai Pailey, investigadora na Universidade de Oxford, de origem liberiana, os africanos deveriam definir standards de democracia universalmente aceites, pois existem diferentes níveis de democracia. Muito depende de como se define o conceito de democracia e sobretudo de quem o define, afirma a investigadora.

"Existem exemplos de boa legislação que visam reforçar as democracias no continente africano. O problema é a implementação das referidas Ieis. A idea é atingir um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (PDM), o objetivo número 16, que é o reforço da democracia. Se as leis, por vezes fantásticas, não forem aplicadas, então temo que dentro de 100 anos continuaremos à espera desses mesmos objetivos”, aponta a investigadora.
Como deveria a comunidade internacional reagir a regimes autocráticos? Uma questäo complexa, segundo os participantes na conferência de Bona. Impor sanções económicas e congelar a ajuda ao desenvolvimento – como aconteceu no Zimbabué – pode resultar. Mas sabe a pouco. Exigem-se medidas mais eficazes. A solução poderá e deverá partir da sociedade civil.

Fonte - https://www.dw.com/pt-002/como-lidar-com-regimes-autoritários-em-áfrica/a-35955150?fbclid=IwAR0oSxtbukRveaF7iy0dIKJPNGO80rUZFDPnoxiSwKzsJoWR-0GCELwD7ys



segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

YEMANJA NA TRADIÇÃO DO BATUQUE DO RIO GRANDE DO SUL

Por Erick Wolff de Oxalá
Revisado e aumentado em 05/01/2023 às 16:17h


Yemanja é uma das divindades mais cultuadas em todo o Brasil e talvez exterior.

O culto de Yemanja nasce no rio Ogun.
Cultuamos Yemanja nas águas doces, no entanto nada impede que levem oferendas ao mar, pois Yemanja está onde houver água.
Ofertamos canjica branca, velas, flores e perfumes.
A saudação de Yemanja no Batuque é: Omi (água) Odo (rio) = água do rio.

Fotografia e vídeos coletados na comunidade de Yemanja da iya Renata Barcelos de Yemanja.

As imagens a seguir, são de adeptos ao redor de Yemanja, durante rituais no rio.
Yemanja manifestada, a que está com coroa e pano verde na cintura.


Neste vídeo Yemanja no rio, fala e abençoa a todos.







Mais informações sobre Iemanjá
Yemoja festival em Ejigbo, Agosto 4, 2018.
Video by Ayo Akinwande.

sábado, 25 de janeiro de 2020

OS CAMINHOS QUE ORI PROPORCIONAM.

Por Erick Wolff de Oxalá

O Ori proporciona caminhos aos quais cabe ao próprio individuo escolher e seguir, o sacerdotes não deve impor nem ditar o que devem fazer ou como agir, mas o sacerdote pode orientar nas escolhas dos seus iniciados e lhes dar apoio.

O sacerdote pode e deve ajudar pessoas, assim como existem bons Ori e equilibrados, sabemos que possuem mau Oris que possuem desequilíbrio e sérios problemas, e é sobre este Ori que iremos falar hoje. 

Existem Oris que possuem tendências a suicídio, sociopatia, demências e descontrole, as pessoas que os portam poderão ser iniciadas num templo, pois todos merecem ser tradados com respeito e com carinho. Mas jamais poderão abrir uma casa, ter oraculo ou faca para fazer orixá, que de acordo com a tradição do Batuque do RS, mexer com a vida de outros seres humanos é uma responsabilidade gigante.

O desequilíbrio de um mau Ori pode causar dano à si próprio, assim como para outras pessoas, basta vermos como os indivíduos que carregam um mau Ori agem diante a sociedade e, ou diante comunidades religiosas, atuando com tirania, exasperação e desequilíbrio. 

Por isso, cabe ao sacerdote a responsabilidade de entregar ou não instrumentos sacerdotais a quem ele inicia, nenhuma outra pessoa possui esta reponsabilidade. Pois qualquer outro sacerdotes não estão capacitados, nem possuem a ciência do dano que este mau Ori, poderá proporcionar a uma sociedade ou grupo, caso venha a ter o seu apronte.

Nem todos nascem para o sacerdócio, principalmente pessoas que o Ori possui tendências a se auto destruir, ou danificar a vida das pessoas. A perversidade de um maus Ori, que pratica atos de fúria, e não consegue conviver socialmente, não são equilibrados para caminhar o sacerdócio.  

Cada sacerdote sabe o que, e como cuida dos seus filhos, até quando eles desejarem ficar na sua casa, pois todos são livres para ir e vir, assim como um dia pisaram na sua casa de vontade própria, podem sair por seu desejo.

Não temos como mudar o mundo, mas poderemos usar os segredos da nossa tradição para ajudar as pessoas a terem um Ori melhor, a terem prosperidade, amor e sabedoria, mas não poderemos mudar o interior de uma pessoa.
Àse.

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

DISQUE 100: DADOS DENÚNCIAS CONTRA RELIGIÃO DE MATRIZ AFRICANA _ 2011 A JUNHO DE 2019

Por Erick Wolff de Oxalá
Revisado e aumentado em 03/07/2021

Solicitamos os Dados denuncias contra religiões de Matriz Africana de 2011 a 2019 do Disk Denúncia, e notamos que houve uma mudança notória neste ano, ao qual em 2017, já eram terríveis os números.



Fonte imagem - Disk Denúncia.




sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

OYO DESCONHECE ACORDO COM A CASA DE OSUMARE

Por Erick Wolff de Oxalá


Conforme temos visto na mídia e nas redes sociais, a Casa Oxumare publicou um acordo com o Alaafin de Oyo, através de seus intermediários do Asa Orisa Alaafin Oyo, especialmente a Dra. Paula Gomes na Nigéria, para a construção de uma casa de candomblé naquela cidade.

Entretanto, além de não confirmar, a Dra. Paula Gomes informou extraoficialmente nas redes sociais que Oyo não tem conhecimento de nenhum acordo neste sentido, como podemos ver na imagem abaixo: 


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Na data 13/02/2020
Sua Majestade Oba Lamidi Alayiwola Adeyemi III, O Alaafin de Oyo, torna publica a sua vontade e informações sobre a questão.


Em Português





domingo, 5 de janeiro de 2020

ORISA IBEJI EM ILEBA / ILARO, ENTREVISTAS REALIZADAS COM ARUGBA IBEJI / OLOYE IBEJI.


POR SALOMOM OMOJIE



Grupo Orisa University

Facebook, 

05/12/2020



Os gêmeos também chamados de Ibeji são considerados como Orixás mágicos pelos iorubas. Diz-se que o nascimento de gêmeos traz a saúde e a prosperidade na família e no bairro, enquanto que a morte de um gêmeo atrai desgraças para os pais e para a sociedade.



Por isso, quando um dos Ibeji morre, os pais contratam um artista para fazer uma imagem do falecido em madeira. Esta imagem de madeira é cuidada como se fosse uma pessoa de verdade. Eles também estão vestidos, por isso o valor das roupas mostra o quão rico os pais são.



O primeiro nascido dos gêmeos chama-se Taiwo, enquanto o segundo é Kehinde. No entanto, os iorubas acreditam que Kehinde é o mais velho, já que diz que Kehinde é o que enviou Taiwo para verificar se o mundo é doce e habitável, por isso, a frase: A Aiye wo (Prove o mundo).



Informações recolhidas a partir de Oloye Ibeji em Ileba, (chefe Kehinde Babarinde) e Arugba Ibeji de Ilaro (Taiye) afirmam que Orisa Ibeji é o Orisa da fortuna, da alegria, da diversão.



De acordo com eles, aqueles que tratam bem Ibeji receberão bênçãos e todo tipo de boa sorte, mas aqueles que não os tratam bem, ficam com desgraças e doenças.



Eles disseram que Ibeji representa o Orisa no comando de múltiplos nascimentos, como gêmeos ou trigêmeos etc.



De acordo com o chefe Fasipe, de Ileba, um Itan (história) em Ejioko:



“Há muito tempo, os humanos primeiro deram à luz um único filho, e que foi o macaco chamado edun, que primeiro deu à luz gêmeos e que mais tarde. 



Os humanos oraram a Olodumare para fazê-los dar à luz filhos duplos como edun e mais tarde isso aconteceu e as mulheres deram à luz gêmeos, e por isso foram consideradas mágicas e foram deificados e venerados, então esta é a ligação entre Ibeji e edun, o macaco, pois ambos são considerados mágicos. ”



O chefe Fasipe disse, que nos tempos antigos, as mães de Ibejis eram predestinadas para o comércio de roupas ou óleo de palma ou vender feijão, para tornar-se bem-sucedido na vida.



Eu perguntei-lhe como é que o Orisa Ibeji é adorado? Ele disse que pode ser feito via:



1.  Yiya-Ere (imagem de madeira de Ibeji)

2.  Ojubo (altar de adoração)



Ele disse que uma adivinhação é feita para descobrir qual dos santuários será usado por um Ibeji e para que um santuário em particular será feito.



Então será oferendado com:



1.  Feijão cozido (Ewa)

2.  banana

3.  ekuru

4.  eko

5.  Eyele

6.  akuko / Abo Adie

7.  doces.

8.  oti (bebidas)



Ele também mencionou que são dois tipos de Ibejis: aqueles com uma placenta e aqueles com duas placentas.



Ele também mencionou que, nos velhos tempos, era o lugar de descanso das almas dos Ibejis, e que se a mãe dos Ibejis morresse, era feita uma adivinhação para descobrir se o primeiro será enterrado com a mãe, ou se será dada a um membro da família.



Ele disse também que os Ibejis que tem um cordão preto amarrado em torno da cintura, é para impedir que Abiku entre na família de quem o adora, e que Ibeji tem um link com Sango, e que o ewu Ibeji tipifica tais links, como as roupas que são feitas com búzios presos como o de Elegun Sango com moedas também ligadas.



Taiye (Arugba) (Arugba)



Ela disse que odun Ibeji dura 7 dias em Ilaro, e é meio ambiente e que eles vão a Imeko, ipokia e ijofi (todas as cidades de Egbado) para informar os reis. Então uma adivinhação é feita para escolher a data adequada.



Quando eu perguntei a ela qual era o seu trabalho como Arugba, ela disse, ela impede os antes de serem roubados, e que ela e alguns mais velhos estão a cargo de dar banho, roupa e alimentação, igbin, etc, para os Ibejis, e ela também leva o Igba (cabaça) que contém os Ibejis, com ambas as mãos, em dias de festival. Ela disse que eles não carregam na cabeça.



Perguntada sobre o que eles fazem por 7 dias, ela disse que eles propiciam Esu, Sango e Ibeji e também vão em procissão visitando vários santuários Ibeji dentro da cidade.



Oriki obtido através dela:



Taiye lolu ejire ,

Edun were were gbe Ori igi,

O de ki Ile kun ,

O de odede kun ,

Omo de Ile alakisa ,

O so alakisa di oni Igba aso .



Tradução.



Taiye o duplo chefe,

Pequeno edun (macaco) que vive nas árvores,

Aquele / ela que entra para encher a casa,

As crianças que entram na casa,

E tornam-se donos de 200 roupas.



Canção por chefe Kehinde Babarinde



Ibeji re omo Edun Ibeji re omo Edun  Kerekere Yan.



Este é Ibeji, filho de Edun

Este é Ibeji, filho de Edun





Ambos disseram que não há Idosu para Orisa Ibeji.

Eles também disseram que qualquer um pode propiciar Ibeji.



Orisa Ibeji, agbe de ooo, Ase







Transcrição e adaptação por Luiz L. Marins



TIKTOK ERICK WOLFF

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