Por Erick Wolff de Oxalá
23/12/2017
Este artigo tem por finalidade de levar ao público uma divergência de conceitos, abordado no debate na minha pagina do Facebook, no seguinte tópico: "Você Afro-religioso, quer estudar para justificar o que faz, ou para rever os conceitos e a sua tradição?", Durante a conversa nos foi pontuado a questão de não poder mudar a tradição e seguir o que lhe foi ensinado.
Link da postagem - https://www.facebook.com/erickwolfftamelini/posts/10215617646660016?notif_id=1514034666200834¬if_t=feedback_reaction_generic
Mediante a questão eu pontuei o tema de um trabalho sobre a tradição da Kambina, do Batuque do RS, onde o antropólogo Norton Correia registrou em seu Livro a fala dos mais antigos, valido documento que faz parte do livro O BATUQUE DO RIO GRANDE DO SUL, que denomina a Kambina ou Kambini, conforme as imagens seguintes;
Esta era a forma que os antigos falavam, foi nos anos 80, que o autor Paulo Tadeu em seu livro Os Fundamentos Religiosos da Nação dos Orixás, com depoimento e assinatura deu alguns mais velhos, começou a criar o conceito da Kambina, ser a Cabinda Banto, para que fiquem sabendo o autor não trouxe nenhum estudo ou pesquisa adequa para embasar a sua tese, simplesmente forneceu informações de que era errado falarem Kambina e ou Cambinda, incrustando na mente das pessoas mais simples e que não possuíam-se acesso às informações o novo conceito.
Realmente não foi difícil confundir os mais velhos e convencer os mais novos, que na época ansiavam informações de suas origens, que eles estavam usando termos inadequados, e deveriam assim os mais antigos e a nova geração substituir os conceitos para a nova "Nação Banto" e divulgarem, e foi o que decorreu, obvio que infelizmente houve conflito culturais, onde os Bantos não cultuam orisa, não dão Bori nem Xangô é cultuado, por isso, podem ir em qualquer terra Banto, que jamais irão encontrar orixá. Por isso dizer que os orixás estão extintos é um equivoco, pois poderemos encontrar o seu culto vivo e divulgado na Nigeria e região.
Considerações
Os participantes se pronunciam entre seguir a tradição para manter o que lhes foi ensinado, mesmo que tenham acesso ao conhecimento, e outros que informam por em pratica o que aprendem, conseguindo manter a tradição, mas atualizando-a com as informações.
A geração contemporânea para o que? Irão continuar a dizer que são banto seguindo a sua tradição atual, mas entendemos que para completar o axé, poderiam começar a cultuar as divindades Banto, falar no idioma Banto e seguir os rituais Banto, abandonando assim as divindades Ioruba e seus costumes, já que não são Ioruba.
Ou voltarão para a sua origem, aquela que o fundador Waldemar de Xangô batizou como Kambini ou Kambina, com tradição ritos e divindades Ioruba?
Afinal Waldemar era de Xangô e o quem reina na Kanbina é Xangô de Kamuka, não existe outro rei.
Bibliografia
TADEU, Paulo Ferreira, Os Fundamentos Religiosos da Nação dos Orixás, 1994, 2 edição, Editora Toqui.
CORRÊA, Norton F., O Batuque do Rio Grande do Sul, 2 edição.