quarta-feira, 29 de novembro de 2017

PEQUENA HISTÓRIA DE OYA

Dra Paula Gomes
Postado em 29/11/2017
Revisado e atualizado em 13/06/2021

Sango (Alaafin Tella-Oko) em uma de suas jornadas queria caçar um búfalo que se transformou em uma mulher linda, em quem ele se apaixonou. Ele levou-a para casa e suas esposas deram-lhe o nome de Oya, porque não esperavam que seu marido voltasse de repente.

Oya era a amada esposa de Sango. Ela era a única esposa que o acompanhava em sua luta com Tapa (Nupe), sua casa materna.

Quando seu marido entrou pelo chão e desapareceu, ela agarrou coragem para seguir o exemplo de seu marido e escondeu-se entre um rebanho de ovelhas, ajudando-a a não ser encontrada e a desaparecer. Devido ao apoio dado a ela pelas ovelhas, seus seguidores estão proibidos de comer carne de ovelha (ovelha adulta).

Ninguém a via "órá" (não vi), que deu origem ao nome Ira (não vi). Ela entrou pelo chão em um lugar chamado Igbo-Oya em Ira. Este lugar foi fundado por um caçador de Oyo chamado Laage. Era a necessidade de se aproximar do bosque de Oya que o fez encontrar o local atual de Ira. Lugar nunca antes habitado.

Oya tornou-se um rio chamado ODO OYA ou River Niger, que é nomeado com seu nome. 

Assim como o trovão e o relâmpago são atribuídos de Sango, o tornado e trovões violentos são atribuídos a Oya.

Oya é também conhecida como Iya Sán (Mèsán), mãe de 9 filhos. Ela era conhecida por estar sempre cercada por crianças, mas ela nunca teve filhos biológicos. No entanto os nomes filhos de Oyá é o rio k se divide em 9 braços. (o grifo é nosso)

Duas espadas e os chifres de búfalo (Efòn) são as imagens representativas de Oya. Os seguidores se distinguem por um tipo particular de contas avermelhadas que sempre estão amarradas ao pescoço.

"Oya wole ni ile Ira
Sango wole ni Koso "
(Oya desapareceu na cidade de Ira 
Sango desapareceu em Koso)


Fonte oral do povo de Sango segundo alguns versos do eerindilogun.

Fonte oral do povo de Sango segundo alguns versos do eerindilogun.


segunda-feira, 27 de novembro de 2017

KAMBINA - UMA ETIMOLOGIA POSSÍVEL.

Por Erick Wolff de Oxalá
26/11/2017

Uma possibilidade etimológica para Kambina, por minha conta e risco:

Kam = káà = àgbàlá = significando “lugar de”.
Bina = Bínín = Benin
(R.C. Abraham, Dictionary of Modern Yoruba, 1962)

Resultando possivelmente em: káà + bíní

Assim, possivelmente a Cambina seria uma corruptela referindo-se aos iorubas cultuadores de Orixás radicados no Benin (Dahomey), do outro lado da fronteira criada pelos europeus, onde a religião continua sendo iorubá, com características próprias, adaptada à situação social local, lembrando que Oyo, em seu apogeu, dominou o Dahomey  (Benin) por muitas décadas.

Outra possibilidade que não podemos desconsiderar é o grupo étnico Benin-Edo, na Nigéria, que cultuam algumas divindades como Exú, Ogum, Olokum, conforme encontramos no Batuque.


Observem as guias das cores onde informam os domínios dos Iorubá.
   


Sobre o termo "Kaa", apresento esta imagem tomada do livro 
"Yoruba Palaces, de G.J.A. Ojo, 1966".

Vemos uma tomada do palácio do Alaafin, onde cada local específico é chamado de "kaa".



Uma curiosidade é o iten 26, que mostra o kaa aganju, largo quintal local destinado ao povo, quando da aparição do Alaafin em público, talvez esta seja a origem de "Xango do Povo".









Ainda o antropólogo Norton Correa, no livro " O Batuque do Rio Grande do Sul", registrou a palavra Cambini ou Cambina, pois assim os iniciados deste segmento se referiam à sua tradição.


Na década de 80 tive o primeiro contato com a palavra Cambina ou Cambini, na época eu pertencia à família do baba Cleon de Oxalá, situado na Rua Mariano de Matos, Bairro Santa Tereza, Porto Alegre. 

Em 1985, dona Maria do Jobokum, filha de Oxala, 90 anos de idade aproximada, pronunciava Cambina ou Cambini (residia na casa de religião, o Reino de Oxalá, filha do Baba Cleon de Oxalá, situado na Rua Mariano de Matos, Bairro Santa Tereza, Porto Alegre).

Geni do Lode, filha do Cleon de Oxalá, também pronunciava Cambina ou Cambini. (informação coletada em setembro de 1999, no Reino de Oxalá, filha do Baba Cleon de Oxalá, supra citado).

Baba Luiz Carlos Dutra, Luiz de Oxum, falecido em 1995, na década de 80 também pronunciava Cambina. Era filho do Cleon de Oxalá (acima citado), 32 anos de feitura. Luiz foi diretor do Reino de Oxum, na época situado na rua Arnaldo Magnicaro, bairro Campo Grande, São Paulo.
Antigo endereço do Templo Reino de Oxum, 
Rua Arnaldo Magnicaro, Campo Grande, São Paulo.

Notem que a palavra Cambini ou Cambina era a forma pronunciada entre os iniciados desta tradição.

Em 1983, o autor Paulo Tadeu Barbosa Ferreira lançou o livro "Fundamentos Religiosos da Nação dos Orixás", que trouxe um grande prejuízo à raiz Cambina (Cambini), pois, sem nenhum embasamento ou estudo, apenas por similaridade, ligou a palavra Cambina, como era usual falar, para encaixar à Cabinda, província de Angola, criando toda a confusão entre os nomes, na tentativa de implantar a ideia completamente equivocada que a Cambina, um culto nagô para os Orixas, que ele passou a chamar de Cabinda, seria uma raiz bantu, o que não procede, cujo equívoco é facilmente percebido aos primeiros estudos sobre conceito de nação.

Assim, é imperioso que os mais novos estudem o conceito de nação afro-brasileira, para que não se deixem enganar por este livro.

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

ADO-AWAYE

Portugues / English


PORTUGUES

ADO-AWAYE
A colina dos 16 santuários / Ifa & Alaafin / Iyake o lago suspenso


“A colina em ADO foi descoberta em torno de 1500 DC por um Príncipe de Oyo chamado Obakoyi.


Ado-Awaye é uma das cidades antigas da província de Ekun Otun, no antigo Império Oyo.

A colina de Ado é única devido ao lago suspenso que é o único na África. Este lago pendurado é conhecido como 'Iyake' e há 16 santuários naturais na colina em Ado sendo cultuada por várias pessoas.


Os 16 santuários naturais são conhecidos como ISAGE, IYALARO, IYAKE, ESEKAIKU, IYA MARE, IGBORO, OBANYIRA, ODUA, IGBO IFA, IGBODU, OBALUFON, ISHATA, ABAA, IHOLADEBO, IGBO SANGO, IHO EGBE.

No século 16, o rei Alado de Ado-Awaye chamado Oba Obakoyi introduziu Ifa ao Alaafin Ofiran, filho do falecido Alaafin Onigbogi.


Alaafin Onigbogi era um dos filhos do Oba Oluaso e de uma mulher de Otta, que aconselhou seu filho a reconhecer oficialmente a nova arte de adivinhação chamada Ifa no Império Oyo, mas ele rejeitou porque não queriam adorar nozes de palmeira.

Os seguidores de Ifa desiludidos voltaram para Otta, atravessando Ado e relataram toda a história sobre a decisão de Oyo para Alado, que aceitou ser iniciado em Ifa, e que mais tarde introduziu ao novo Alaafin Ofiran que reconheceu oficialmente esta nova arte de adivinhação no Império Oyo.

Esta nova arte de adivinhação foi introduzida durante a invasão muçulmana por um homem chamado Setilu conhecido como Agbo-niregun, nativo de Nupe, que era cego. Setilu saiu de sua cidade e atravessou o rio Níger e foi a Benin para um lugar chamado Owo, migrando de cidade para cidade, iniciando vários de seus seguidores nos novos mistérios e arte de adivinhação até que esta foi oficialmente aceite e reconhecida pelo Alaafin entre os Orisas na terra.”



Pelo novo Alado de Ado-Awaye, Alayeluwa Oba Ademola Olugbile Folakanmi, coroado em 21 de julho de 2017 pelo The Alaafin of Oyo.

ADO-AWAYE 

The 16 shrines Hill / Ifa & Alaafin / Iyake the suspended Lake

“ADO hill was founded around 1500 AD by an Oyo Prince named Obakoyi. Ado-Awaye is one of the ancient towns in Ekun Otun Province of the old Oyo Empire.

The Ado Hill is unique for having the only suspended lake in Africa. This hanging lake is known as ‘Iyake’ and there are 16 natural shrines at Ado Hill being worship by various people. 

The 16 shrines are called ISAGE, IYALARO, IYAKE, ESEKAIKU, IYA MARE, IGBORO, OBANYIRA, ODUA, IGBO IFA, IGBODU, OBALUFON, ISHATA, ABAA, IHOLADEBO, IGBO SANGO, IHO EGBE.

In the 16 century, The king Alado of Ado-Awaye called Oba Obakoyi introduced Ifa to the Alaafin Ofiran, son of the late Alaafin Onigbogi.

Alaafin Onigbogi was a son of the late Oluaso and of a woman from Otta, who advised his son to introduce officially the new divination art called Ifa into the Oyo Empire, but it was rejected because they didn’t want to worship palm nuts. The followers of Ifa disappointed and on their way back to Otta, they crossed through Ado and reported the all story about Oyo decision to Alado, who accepted to be initiated into Ifa and later introduced it to the new Alaafin Ofiran who officially recognized this new divination art in the Oyo Empire. 

This new divination art was introduced during the Mohammedan invasion by a man called Setilu known as Agbo-niregun, native of Nupe, who was blind. Setilu left his town and crossed the river Niger and went to Benin to a place called Owo, migrating from town to town, initiating several of his followers in the new mysteries and art of divination until it became officially accepted and recognized by the Alaafin among the Orisas in the land. “

By the new Alado of Ado-Awaye Alayeluwa Oba Ademola Olugbile Folakanmi, crowned on the21st July 2017 by The Alaafin of Oyo.




Fonte - Àsà Òrìsà Aláàfin Òyó (https://www.facebook.com/asaorisa/posts/1842690172688789)



TIKTOK ERICK WOLFF