quinta-feira, 20 de maio de 2021

ORIXÁ OXUM, IEMANJÁ E OXALÁ NÃO SÃO TRATADOS COM DENDÊ

Por Erick Wolff de Oxalá 
Sacerdote de orixá desde 1989, na tradição do Batuque do Rio Grande do Sul



17/05/2021

Respeitando o direito de cada um e a liberdade de culto, este ensaio tem por finalidade esclarecer alguns conceitos sobre o culto de Oxum, Iemanjá e Oxalá, nos rituais do Ilê Axé Nagô Kóbi, tradição Batuque do Rio Grande do Sul. 

Entendem-se no Batuque do Rio Grande do Sul, que Oxum, Iemanjá e Oxalá, são divindades do mel, e que o dendê é um tabu para estas divindades, por mais que estes orixás estejam sendo tratadas em casas onde o orixá regente do templo seja de dendê.

As três divindades chamadas de orixá de praia, ou orixás velhos, fazendo menção a Oxalá por ser a divindade mais velha, ou talvez só mencionando as divindades idosas que estejam aglutinadas no culto de Oxum, Iemanjá ou Oxalá, considera-se que o dendê prejudica o seu culto evitando até mesmo uma única gota do azeite vermelho.

Considerando que o dendê é uma interdição, qualquer divindade de praia não poderá ser tratada com ele, pois na levantação, a qual se faz ao termino de uma obrigação, ou ritual, estaria maculando os velhos, causando assim um grande problema e desagrado destas divindades. 

Considerações finais.

Oxum, Iemanjá e Oxalá não são tratados com dendê.

O dendê é um tabu para estas divindades.

Nenhuma divindade ou qualquer material que contenha o azeite de dendê pode ir na levantação dos orixás Oxum, Iemanjá ou Oxalá. 


Mais sobre o Ilê Axé Nagô Kóbi

ILÊ AXÉ NAGÔ KÓBI | Fundado em 1989 (wordpress.com)

CARTA DE AGRADECIMENTO (JOGO DE BUZIOS UNESCO)

Postado por Paula Cristina Gomes

Em 20/05/2021



Sua Majestade Imperial, Iku Baba Yeye, Alase Ekeji Orisa, Oba (Dr.) Lamidi Olayiwola Adeyemi III, JP, CFR, LLD, SAP, D.LITT, DPR, o Alaafin de Oyo, o Presidente Permanente do Conselho do Estado de Oyo de Reis e Chefes e o Guardião Supremo da Cultura e Tradicão iorubá, deseja expressar sua gratidão a todos os seus filhos e filhas envolvidos no processo de IDAASA ERINDILOGUN para se tornar um Patrimônio Imaterial da Humanidade pela UNESCO.

Este é um marco histórico, uma conquista imensurável para o Patrimônio Cultural iorubá e para todos os praticantes de Orisa ao redor do mundo.
Muitos desafios foram enfrentados, mas o reconhecimento das práticas de Orisa diante um organismo internacional como a UNESCO reafirma ainda mais nossa sólida ascendência.
IDAASA ERINDILOGUN é um dos oráculos mais antigos da terra iorubá originada por Obatala; É uma prática antiga usada por muitas comunidades de Orisas. [ o grifo é nosso]
A todas as comunidades de Orisa em Oyo, em terras iorubás e na diáspora, aos membros da Asa Orisa Alaafin Oyo, aos esforços da Embaixadora Cultural Paula Cristina Gomes e a todos os filhos e filhas listados abaixo que apoiaram essa conquista minha gratidão:
Os nossos melhores cumprimentos da realeza



Fonte -
Facebook

quarta-feira, 19 de maio de 2021

ỌYA GBÁLẸ̀, VAMOS ENTENDER UM POUCO MAIS SOBRE ELA?

Por Hérick Lechinski

Postado em 18 de janeiro 

Antes de adentrar no assunto Ọya, vou expor algumas palavras em iorubá para vocês entenderem.


- Baálé é o líder (homem) de uma casa ou família.

- Baálẹ̀ é o líder (homem) de uma comunidade, de uma aldeia.

- Gbá é o verbo varrer, limpar em iorubá.

- Gbálé significa varrer/limpar a casa (ilé).

- Gbálẹ̀ significa varrer/limpar o chão (ilẹ̀).

- Gbalẹ̀/Gbilẹ̀ significa espalhar, estender ao redor. 

- Ìgbálẹ̀ significa vassoura em iorubá.

- Ìgbàlẹ̀ é denominação dada ao local onde ficam e se cultuam os Egúngún (Ancestrais veneráveis).

Prestem a atenção na diferença da escrita, e consequentemente no tom e significado das palavras.


Quando falamos Ọya Gbálẹ̀, estamos falando "Ọya varre o chão", em referência ao vento (um dos atributos e poderes de Ọya) que limpa, que varre o chão e a atmosfera. 


Embora Ọya possui ligações fortes com Egúngún (Ancestrais veneráveis), com o Egúngún Ológbojò por exemplo, que chega a sair com Ọya no festival anual de Ọya em Ọ̀yọ́. Esta ligação não chega a ser como é falada e ensinada no Brasil, que Ọya veste branco, que deu a luz a nove Egúngún, que Ọya Gbálẹ̀ mora no cemitério. Gentem, os iorubás tradicionais não possuem cemitérios, eles enterram seus mortos em suas casas ou quintais.


Entre os iorubás não existe esta coisa de nove Ọya, Ọya é uma só.


Pode ser que Ọya seja cultuada e até "assentada" em algum Ìgbàlẹ̀ (local de culto a Egúngún), pode ser, ainda não tive o prazer de adentrar em um Ìgbàlẹ̀ iorubá. Mas isso não faz dela se vestir de branco e ser cultuada de forma diferente.


Ọya é Ọya, uma só.

Onírá é Ọya, uma só.


Então, não caiam nesta loucura que vemos na Internet, de 500 Ọya, uma faz assim, a outra faz assado, como já dizia meu querido e adorado padre Quevedo, ISSO NO ECXISTE!!!


ỌYA Á GBÈ WA ÒÒÒ.


Texto de: Hérick Lechinski

📸 Fotos do Festival Anual de Ọya em Ọ̀yọ́, em 2019
Link - 
(1) Orisa University : Ọya òòò. ⚡🌪️⚡🌩️🔥🔥🔥 | Facebook

segunda-feira, 17 de maio de 2021

PRECEITOS DE EGUN NUMA CASA DE ORIXÁ

Por Erick Wolff de Oxalá


Sacerdote de orixá desde 1989, na tradição do Batuque do Rio Grande do Sul

17/05/2021

Respeitando o direito de cada um e a liberdade de culto, este ensaio tem por finalidade esclarecer alguns conceitos sobre o culto de Egun e o ritual de Orixá ou Ori, nos rituais do Ilê Axé Nagô Kóbi, tradição Batuque do Rio Grande do Sul. 

No dia 10 de maio, publicamos um ensaio esclarecendo alguns pontos sobre o que seria Iboku, Balé e os rituais dos mortos (O link está disponível no final da  página). No entanto, sabemos que na tradição da Kanbina, antes de rituais de Orixá é costume dar de comer aos ancestrais, para poderem nos orientar e apaziguar os nossos mortos, entre eles louvamos o nosso Olùpilèsè (fundador).

Conforme pontuamos acima, antes de obrigações que envolvam orixá, ou ori, deve alimentar os mortos, o que pode levar um ou três dias, pois é inviável manter a casa em preceito de Egun por 32 dias, sendo que no ano temos apenas 12 meses, o que diminuiria para seis meses livres para rituais e obrigações de Orixá ou Ori, sendo assim impossibilitaria até mesmo da prática de serviços ou jogo de búzios durante estes 32 dias de rituais de Egun. Lembrando que algumas casas ainda possuem rituais de Umbanda ou Exu que necessitariam de ficar em preceito, devendo esperar o termino dos rituais de Egun. 

Outro fator que devemos considerar é sobre o kamuka o rei da Kanbina, que em caso de morte de algum individuo da família religiosa, e, caso o Kamuka esteja comendo, não perderá a obrigação, mas terá restrições, como silenciar o tambor, e finalizar as obrigações, para assim que possível darem o início aos rituais do morto (egun), desta forma sendo a única a não perder as obrigações arriadas. 

O que não fica claro, como é que alimentam o Kamuka durante a obrigação para que não se perca o que está sendo feito, caso não possua a segurança do meio do salão, ou, não tem ele sento.

A segurança do Kamuka que fica no meio do salão, não existe nenhum corte especial ou oferenda em cima que se possa afirmar que esteja comendo, para poder segurar a casa enquanto estiver em rituais.


Considerações finais

Antes das obrigações de orixá ou ori, alimentam os mortos, em rituais de alguns dias.

Fica totalmente inviável manter o terreiro 32 dias em preceito de Egun, antes de qualquer obrigação, pois as suas atividades ficariam limitadas, considerando que o ano possui apenas 12 meses. 

Para que Kamuka segure a obrigação, ele deve estar comendo. 

Referencias 

DIFERENÇAS DOS RITUAIS FUNEBRES PARA OS MORTOS DO BATUQUE


domingo, 16 de maio de 2021

IEMANJÁ NÃO É DONA DE TODAS AS CABEÇAS

Por Erick Wolff

Postado em 16/05/2021


Fragmento da entrevista com o Bàbá Omikunle (sacerdote de Iemanjá), a Dra. Paula Gomes, pergunta se Iemanjá é dona de todas as cabeças, e ele responde que não.



Dra. Paula Gomes entrevista o sacerdote de Iemanjá Bàbá Omikunle, Iyakun Compound, Sepeteri, Oyo State, tradutor Oke Adejare Adisa.

Video completo:
(3) Clarifications about Yemoja, Iyakun Compound, Sepeteri, Oyo. - YouTube

quarta-feira, 12 de maio de 2021

OMOLU NÃO É OMOLOLÚ

Por Sangodiran Ibuowo

Postado em 12/05/2021


Tradução online


Maike Figueiredo Gomes Vi seu post sobre Obalúayé e gostaria de comentar.

Agradeço seu interesse por nossa tradição, mas nossa cultura é muito complexa, especialmente nossa língua Yorùbá.

A história de cada Òrìsà está nas famílias e em seus Oríkì é preciso um trabalho profundo para que não haja erros.

Òrìsà Sànpònná é conhecido como Obalúayé ou Omolú.

Obalúayé é conhecido como Omolú, porque Obalúayé era filho de uma mulher chamada Olú em Tapa, então o chamado Omo Olú que significa filho de Olú, contraído é Omolú.

Òrìsà Omololú é conhecido como Omolú ou Nàná Burúkú em Abeokuta, Estado de Ogun, Nigéria.

Omololú significa Omo ni olú - “a criança é importante” e a palavra contraída também é Omolú.

Assim, chegamos à conclusão de que tanto Òrìsà Obalúayé quanto Nàná Burúkú são conhecidos como Omolú na terra Yorùbá, mas em diferentes localidades

Consideração final:

Omo Olú, filho da mulher Tapa, não é o mesmo Omololú adorado em Abeokuta.

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Versão Original

Maike Figueiredo Gomes I saw your post about Obalúayé and would like to comment.
I appreciate your interest in our tradition, but our culture is very complex, especially our Yorùbá language.
The history of each Òrìsà is in the families and in their Oríkì , there is a need for deep work so that there are no mistakes.
Òrìsà Sànpònná is known as Obalúayé or Omolú.
Obalúayé is known as Omolú, because Obalúayé was the son of a woman named Olú in Tapa, then the so-called Omo Olú which means the son of Olú, contracted is Omolú.
Òrìsà Omololú is known as Omolú or Nàná Burúkú in Abeokuta, Ogun State, Nigeria.
Omololú means Omo ni olú – "the child is important" and the contracted word is also Omolú.
Thus we come to the conclusion that both Òrìsà Obalúayé and Nàná Burúkú are known as Omolú in Yorùbá land, but in different localities
Final consideration:
Omo Olú, son of the Tapa woman is not the same Omololú worshipped in Abeokuta.

Fonte - (4) Facebook

Imagem comprobatória:



TIKTOK ERICK WOLFF