quinta-feira, 28 de setembro de 2023

TRADIÇÃO ORAL NÃO SÃO FOLHAS SECAS SOLTAS AO VENTO

Este ensaio tem por finalidade registrar postagens publicadas sem fontes ou referencias são jogadas na internet, não sabemos se por inocência ou por capciosidade, criam mitos e conceitos que algumas vezes não estariam alinhados com a Matriz Afro religiosa. 

Na página do irmão leigo, houve uma publicação, solicitamos gentilmente as fontes, porem, ele nos informou que se tratava de fontes orais, por isso, resolvemos registrar no nosso canal para que posteriormente sejam checadas as devidas fontes e devidamente fornecidas. 


"LINDOS MITOS DOS IBEJIS (COSEME E DAMIÃO)
Caríssimos.
Compartilho alguns lindos mitos sobre os gêmeos (ou trigêmeos) Ibejis e Doum.
Ibeji são as divindades gêmeas do Candomblé, são os Orixás crianças, que regem a esperança, a alegria, a prosperidade e a sorte.
Um dos mitos africanos conta que:
(…) os Ibejis eram filhos de Xangô com Iansã e que os gêmeos foram abandonados à beira de um rio, logo após o nascimento.
Oxum, que estava a passear por perto, escutou o choro das crianças gêmeas e após procurar de onde viria aquele choro, ela os encontrou.
Conta o mito que os recém-nascidos, ao verem Oxum, logo pararam de chorar e sorriram para Oxum, o que fez o seu coração se derreter de amor pelos pequeninos.
Assim, de uma desesperança à morte, tivemos a esperança da vida, na qual os dois Orixás gêmeos passaram a ser filhos de Oxum, ganhando os nomes de “Taiwo” (o primeiro que chegou no mundo) e “Kehinde” (o último que chegou no mundo).
Este mito do Orixá duplo Ibejis expressa a fé e a boa esperança no futuro, pois seu futuro era incerto, mas Oxum os salvou.
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Outro mito conta como os Ibejis enganaram a morte:
(…) A vida dos Ibejis era apenas brincar e tocar uns pequenos tambores mágicos.
Nesta mesma época, Iku (a Morte) colocou armadilhas em todos os caminhos para comer os seres humanos.
Vendo que muitos seres humanos morriam prematuramente nas armadilhas de Iku (a morte), normalmente antes de completarem sete anos, os irmãos gêmeos começaram a tocar seus tambores para Iku, que se pôs a dançar inebriantemente, esquecendo de caçar a humanidade com suas armadilhas.
Iku (a morte) não percebeu que os Ibejis se revezavam no toque do tambor, impedindo que continuasse sua caça.
Iku (a morte) ficou muito cansada, pois não conseguia parar de dançar com o som dos tambores.
Assim, Iku fez um acordo com Ibejis, onde os gêmeos deveriam parar de tocar os tambores e Icu (a Morte) retiraria suas armadilhas.
Assim os homens pararam de morrer prematuramente nas armadilhas de Iku e os Ibejis ganharam a fama de serem Orixás muito poderosos da vida da humanidade, principalmente das crianças até sete anos de idade.
Este mito do orixá duplo Ibejis expressa que os homens, enquanto brincam e dançam, são felizes e aumentam seu tempo de vida na terra, evitam as armadilhas da morte. E que a tristeza é um grande fator para a morte prematura.
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Outro mito sobre Ibejis conta que:
(…) os gêmeos queriam vir ao mundo, porém tinham medo de vir e serem infelizes.
Assim “Taiwo” foi o primeiro que veio ao mundo, com intuito de dizer ao seu irmão se este mundo era bom ou ruim para nascer.
Porém após nascer, Taiwo não conseguia mais se comunicar com seu irmão que ainda estava no mundo espiritual, não podendo lhe contar que este mundo era muito bom para nascer e viver.
Assim, Doum (Idowu em Iorubá) veio ao mundo e ao nascer, logo morreu prematuramente, retornando para o mundo espiritual, para poder contar sobre este mundo ao outro irmão gêmeo. Outra versão diz que Doun viveu sete anos antes de retornar ao mundo e spiritual, personificando por isto as crianças de até 7 anos de idade.
Assim, sabendo que este mundo era bom, “Kehinde” foi o último dos irmãos que chegou no mundo, nascendo como irmão gêmeos de Taiwo.
Neste mito, temos conhecimento de que os Ibejis não são apenas gêmeos, mas trigêmeos, e que Doum (Idowu) corresponde aquele que não veio ou aquele que viveu até sete anos.
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No Brasil, os Ibejis foram sincretizados com os santos gêmeos católicos Cosme e Damião. Assim, temos o mito católico de Cosme e Damião, que conta:
(…) ainda jovens, os irmãos gêmeos Cosme de Damião decidiram estudar medicina e foram para a Síria. Após formados, passaram a exercer atendimento à população carente.
Os irmãos usavam a fé, unida aos conhecimentos científicos, como poder de cura. Como forma de caridade e amor, eles realizavam tratamentos gratuitos para as pessoas que não podiam pagar e para as crianças doentes, davam balas para a amenizar o sofrimento.
A fama de Cosme e Damião despertou a ira do imperador Diocleciano, que deu ordens imediatas para que os dois médicos cristãos fossem presos, acusados de feitiçaria e de usarem meios diabólicos em suas curas.
Os irmãos foram torturados e mortos.
Hoje, santificados, Cosme e Damião são lembrados, através dos doces que costumavam distribuir como exemplos de solidariedade e cuidado.
Este mito do orixá duplo Ibejis expressa que a cura espiritual não está nas igrejas ou templos, mas no amor e na caridade existente no interior de cada ser humano.


Fonte https://www.facebook.com/photo?fbid=696931692330341&set=a.108397044517145








REFLEXÃO RÁPIDA SOBRE TRADIÇÃO ORAL

Vansina, diz que:



[...] Assim, cada trabalho deverá explicar como as tradições foram coletadas, e fornecer uma breve lista de fontes, e informantes, que possibilitará ao leitor formar uma opinião sobre a qualidade da coleta, e compreender por que o autor escolheu uma determinada fonte, em vez de outra. Pela mesma razão, cada fonte oral deve ser citada separadamente no trabalho. O trabalho que diz: “...a tradição conta que...” [ou “...pesquisa de campo em...”], faz uma generalização perigosa [...] (o colchete é nosso).


https://iledeobokum.blogspot.com/2021/10/reflexao-rapida-sobre-tradicao-oral.html 

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