quarta-feira, 13 de setembro de 2023

EXISTE EBÓS, TRABALHOS, LIMPEZAS E OBRIGAÇÕES COLETIVAS?

Este artigo tem por finalidade registrar a memória, história e cultura do Batuque do RS.

O Babalorixá Emanuel d'Oxalá, tem produzido diversos temas do segmento religioso Batuque do RS, entre eles, o tema sobre coletividade nos rituais do Batuque forneceram muitos pensamentos a serem preservados para gerações futuras.



"Será que realmente não existe trabalho coletivos, ebós coletivos??? Muitas casas fazem limpeza de final de ano coletiva, não fazem axes separados para cada pessoa que vai se limpar..... Pare e pense antes de copiar textos, nem tudo que tá escrito tem lógica. Muitas vezes dentro de nossa vida cotidiana, fazemos boas ações, a fim de fazer com que a comunidade melhore, nossa familia melhore, nossos amigos melhorem. Talvez sua mente não seja capaz de entender o que nossa religião é capaz de realizar. Talvez sua família não faça e lhe ensinou a pensar sem olhar para os lados, sem se questionar. Quantas vezes você já viu seu mais velho levando uma família para se limpar ou realizar uma oferenda a um orixá, mas pedindo por toda a família. Deixo aqui a pergunta para quem quiser responder, existe ou não ebós(trabalhos) coletivos?
Autoria: Babalorixá Emanuel de Oxalá
Em: 13/09/2023"


Ana Rafaela Ribeiro

Bom dia meu irmão, exatamente existe sim, tem muitas casas que fazem limpezas, axes tudo coletivo, tem casas tbm que não dividi a cabeça mais dividi o corpo, assim vai!!


Ricardo Pinheiro

Sou do tempo antigo que se fazia . Não fazem porque não vantajoso pra eles


Renato Godoy

Claro que funciona. A questão é que vai funcionar de maneiras diferentes para cada indivíduo. Faz uma abertura de caminho coletivamente, por exemplo, mas um dos consulentes que está participando deste axé tem outros problemas espirituais, então, primei… Ver mais


Léo Kayode

Existem vários tipos de trabalhos q podem ser coletivos, outros não, tipo amarração amorosa.


Sandra Regina Alano Bessa

Existe sim.....já fiz e faço.

Abraço guri 😁


Erick Wolff

Boa tarde Babalorixá Emanuel d'Oxalá, saudações, respeitosamente, desde 1982, temos registrado uma diversidade em rituais e costumes do Batuque RS, onde postaremos:

Há famílias que passam uma limpeza única ou limpeza com vários orixás nos clientes, filhos e convidados.

Há famílias que preferem fazer uma limpeza individual, onde preparam vários axés de um orixá ou mais orixás, e passam um axe por pessoa.

Ambas formas são praticadas no Batuque, embora o termo ebo coletivo seja recente, provavelmente seja de influência de outras religiões.


Ina Xavier

Agô, sua benção meu irmão e aos demais que irão passar por esta postagem. Tenho página religiosa e faço ebós coletivos desde 2018, porque a religião que creio, baseia- se no coletivo. Meu Orixá data de 1900 e bolinhas e desde lá se ouvia os Babas e Yas falando, " hoje tem corte, " faz tua cartinha....escreve teu nome 7 vezes e coloca no axé..." e por ai foi. Creio que existem axés ou ebós que através de nossos oráculos, no meu caso, Jogo de Búzios e cartas, necessitam ser individuais, porém outros podem sim ser coletivos. Acredito que tudo sempre dará certo a curta ou longa distância, para todo religioso que cultua fé e verdade.


Fabiano Lima

Existir existe a pergunta deveria ser funciona? e se funciona qual o fundamento.Se tiver fundamento continua se não tiver para. mas não somos "kardecismo" Orixá nenhum desceu ensinar nada ou escrever livros ou dar palestra nos que criamos nossos ritos,baseados em que? em fundamentos. se na africa ja existia trabalhos coletivos deveríamos fazer sim pela ancestralidade se não existia e somos uma religião afrobrasileira temos que pensar porque aqui foi criado o fundamento.


Babalorixá Emanuel d'Oxalá

Fabiano Lima No meu entendimento, claro que sim , o fundamento é que a religião é coletiva, senão fosse, cada um culturais só seu próprio orixá, própria entidade e não teria outras na prateleira ou na tronqueira.


Fabiano Lima

Babalorixá Emanuel d'Oxalá então existe porque aqui sim é coletiva já foi criada assim,la na africa é outra estrutura. como voce disse o fundamento é coletivo, é um contrato coletivo com nossa comunidade. Logico que não podemos obrigar outra comunidade seguir nem eles obrigar a gente.quando leio ou assisto palestra de quem foi iniciado na africa é tudo individual nas que vi,mas deve ter muitas que nem aceitam ocidentais e devem ser coletivo também. no fim apesar de funcionar todas as religiões saem do meio da nossas orelhas da caixa craniana nos criamos nosso ritos.


Renato Godoy

Fabiano Lima mas aqui quase tudo que se faz l, não se fazia - ou se faz - em África. Nenhuma religião de matriz africana, no Brasil, é pura. Todas foram inventadas, ou melhor, adaptadas. Algumas , inclusive, readaptadas. Quem diz que pratica religião raíz, como se pratica em África, está mentindo. Basta estudar um poucos de antropologia e de história para saber disso.


Babalorixá Emanuel d'Oxalá

Fabiano Lima Respeito sua opinião, mas procure vídeos sobre oferendas ao Orixá Oxum, Iemanjá, Xangô, em África, verás a quantidade de pessoas no coletivo participando das oferendas, levando seus pedidos, pedindo proteção, se isso não é ser uma religião coletiva, pegamos tudo que aprendemos e jogamos fora. Com certeza, existe Ebós (rituais) que são individuais para o fim de solucionar a vida de uma pessoa, mas cada caso é um caso. Minha religião, sai dos ensinamentos do meu mais velho, nada é inventado da nossa cabeça, por isso existem os oráculos, para sabermos o que é possível ser realizado, com o aval do plano espiritual.


Fabiano Lima

Renato Godoy se fossemos seguir nada com milho usariamos,milho é do novo mundo america,não teria navalha,e tudo mais que usamos,até a guiné é nossa daqui da America.


Fabiano Lima

Babalorixá Emanuel d'Oxalá quando pegamos antigos gente da raiz como pai Agenor iniciado na africa ainda criança e aqui que jogava os buzios para escolher outros lideres como mãe menininha que saiu do jogo dele,vemos coisas absurdas nos textos tem oferenda que vai os animais as plantas ai la no meio um pinico usado ve se pode isso? ai ele mesmo falava que não sabe aprendeu assim. e eu acredito nele,ele era contra matança,mas neste livro que ele quis passar tudo que sabia maioria dos ebos tem sangue ele não tirou nada ensinou como sabia, nem tudo é do orixa ou do jogo tem interferência humana e tem demais.


Renato Godoy

Fabiano Lima sabe qual é o maior problema, Fabiano? É o ser humano tentar interferir na vontade dos Orixás. Se na casa de "Pedro" está sendo feito diferente do que julgam ser o correto, e os Orixás estão permitindo, quem é tu o qualquer outra pessoal para julgar? Hoje em dia é um bando de hipócrita que vivem fazendo coisa errada apontando o dedo para os outros. É um ego mais inflado que o outro.

Se há um terreiro onde as pessoas procuram, onde há um dirigente espiritual que auxilia as pessoas com seu axé e essas pessoas retornam, e o Orixá permite que este trabalho continue sendo feito, não há um ser humano nesta terra em condição de falar que está errado. Tem que olhar para o próprio rabo, cuidar de suas quartinhas, procurar saber se seus filhos de santo estão bem, se não precisam de algo, saber se a própria vida está boa, se há prosperidade em sua vida, antes de querer julgar o certo e o errado.


Fabiano Lima

sim os rituais vem mudando de casa a casa não temos uma cartilha quer ver zelador ficar doido é eu pegar ele criticando e colocando alface em oferenda. so percebe que alface não tem logica quando falamos, mas dai para ele é fundamento de Oxumare mesmo o alface sendo uma planta europeia,ai fico queto esta rodando assim deixa. se for ficar olhando fazendo polemica desiste.


Person Oxala

A meu ver um ebó coletivo seria visto como loteria o Orixá escolhe alguns dentre todos para serem respondidos.


Erick Wolff

Babalorixá Emanuel d'Oxalá uma oferenda poderá ser diferente para uma limpeza, e quando vemos o coletivo, como o culto de família na matriz, apesar de fazerem oferendas e rituais coletivos, cada um tem o seu ebo (oferenda) e ritual, não há iniciações coletivas, nem divisão de eje ou limpezas.

Cada individuo de uma família mesmo que haja um culto coletivo de uma divindade, que no caso deles, o orixá geralmente esta no seu DNA, pois são descendentes de uma determinada divindade, eles acabam praticando um culto coletivo, porem, cada um tem seu igba, seu ebo e seus rituais.


Erick Wolff

Person Oxala interessante a sua fala, por gentileza, poderia nos esclarecer mais sobre o seu ponto de vista?


Person Oxala

Erick Wolff Quando se apronta um ebó para qualquer fim, quando se é para alguém específico a intensão já é pré determinada, as entoações de rezas , a montagem do ebó , o pedido ao berá o ebó será feito em nome deste, mas quando é coletivo esta essência se perde, por serem diversos os que pretendem receber a graça do Orixá e por mais que o sacerdote seja bom não lembrará de todos na apresentação ao Orixá, pode dizer que haaaa Pai mas tem os papeis com nomes , mas a perca do conjunto já existiu...então restará ao Orixá escolher um ou outro, isto sem falar no MERECIMENTO de cada um que fará parte do ebó coletivo e que os Babás e Yás não falam para seus clientes.


Erick Wolff

@RenatoGodoy interessante a sua fala, a qual assinalei, pois ela informa quem rege ou deve reger uma casa:

Pode ser uma imagem de texto que diz "S Πεοραοτ - αO Renato Godoy Fabiano Lima sabe qua é o maior problema, Fabiano? É ser humano tentar interferir na vontade dos Orixás. Se na casa de Pedro está sendo feito diferente do que julgam ser 0 correto, eos Orixás estão permitindo, quem é tu ο qualquer outra pessoal para julgar? Hoje em dia um bando de hipócrita que vivem"


Erick Wolff

Boa tarde Ina Xavier, interessante a sua fala, por gentileza, respeitando a sua fé e tradição, poderia nos informar se na sua casa fazem apenas o ebo coletivo, ou se fazem também os rituais fúnebres no coletivo?

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto


Erick Wolff

E outra questão para registro e memória do Batuque, por gentileza senhora Ina Xavier a senhora foi feita no orixá em 1900?


Erick Wolff

Grato pela sua atenção Person Oxala, entendi o seu pensamento, e para registro e memória do batuque, poderia somente acrescentar, se este pensamento também se aplicaria no eje coletivo? Onde varias pessoas partilham do mesmo eje?


Person Oxala

Erick Wolff meu irmão ai penso diferente pois mesmo sendo um eje coletivo , cada um será tocado por seu orixá, terá sua própria oferenda para seu Orixá assim sendo um caso diferente e corriqueiro em nosso sagrado, já "ebós" coletivos é uma inovação que não veio de nossos ancestros.


Erick Wolff

Caro amigo Person Oxala, grato pela gentileza, consideremos que ao praticar o eje coletivo, gera uma ligação, neste coletivo, nao individualizamos, desta forma, não haveriam qualidades, seriam todos um só.

No entanto, no caso de morte, como se desligariam este coletivo?


Person Oxala

Erick Wolff ai meu irmão temos tradições próprias para tal desligamento, que mesmo sendo unitário será preciso da ação de um coletivo, dadas as proporções de cada desligado, se é um iniciado, ekeji, pronto, Babá ou Yá, cada um respeitará um preceito de desligamento , mas como disse o desligamento é unitário com a ajuda de um coletivo.


Erick Wolff

Boa tarde Baba Erismar Iansã fique a vontade, basta marcar, porem por se tratar de uma postagem publica, e por se tratar do meu trabalho, ser de interesse publico, de registrar a memória, história e cultura do Batuque e , as informações coletadas, são devidamente publicada, no blog, sem interesse de fundamento, apenas cultural, nao vejo por falar em particular um tema filosófico, respeitosamente e sem ofensas de nenhuma das partes.

Gentilmente o convido a participar.

https://iledeobokum.blogspot.com/


Erick Wolff

Grato pela riqueza das informações, Person Oxala, qual seria o seu segmento religioso, e na sua casa possuem o cargo do Candomblé de Ekeji?


Person Oxala

Erick Wolff sou do rio grande do sul, aqui o Kandomblé ainda é pouco difundido com poucos templos, mas em meu cargo de Conselheiro Estadual do povo de terreiro RS pude viajar bastante pelo RS e Brasil e conhecer diversas vertentes de nosso Sagrado, aqui sou Babalorixá de nação Jeje .


Erick Wolff

Grato pela reposta amigo Person Oxala, apenas para registro e memória do Batuque, por gentileza, na sua família existe o cargo de Ekeji?

Caso haja, como este cargo é transmitido, e em caso de existir este cargo, qual seria a sua família religiosa?


Person Oxala

Erick Wolff não temos este cargo de Ekeji, então não poderei comentar sobre, nossas casas ao fim de nossa jornada são passados para um filho carnal que seja cultuador do sagrado ou de um filho de santo mais velho.


Erick Wolff

Person Oxala Grato amigo.

Contribuiu muito para a os estudos da historia e cultura do Batuque.

Quanto ao cargo de Ekeji criado pelo Candomblé, ele também não existe na Matriz Ioruba.


Person Oxala

Estudei pouco sobre o Candomblé me fixei mais na nação de Orixá que é forte no RS, com suas diversas diginas, então pouco será minha serventia na fala sobre o Candomblé meu irmão.


Erick Wolff

Contribuindo com o tema:

OGAN , EKEDI E O ATO DE RASPAR: BABA ZARCEL FALA SOBRE OS COSTUMES DA RTY

Luiz L. Marins

https://iledeobokum.blogspot.com/2017/11/ogan-ekedi-e-o-ato-de-raspar-baba.html


Considerações 

Há famílias que passam uma limpeza única ou limpeza com vários orixás nos clientes, filhos e convidados.

Há famílias que preferem fazer uma limpeza individual, onde preparam vários axés de um orixá ou mais orixás, e passam um axe por pessoa.

Há famílias que fazem o eje coletivo, neste caso sentam dois ou mais orixás num único eje.

Há famílias que não fazem o eje coletivo pois entendem individualizam o orixá com eje separado. E acrescentam que se partilhassem o eje, caso ocorresse a morte de um deles algum dia, pela ligação do eje durante o arissun poderiam prejudicar os demais.

É possível que termo “ebó coletivo” seja recente, provavelmente seja de influência de outras religiões.


Link https://www.facebook.com/emanuel.doxala/posts/pfbid08hEVhwaPjRom5LdZZLc4GGvoaYJq39eCAzfzb7veDBTMC4HWWYv11JSiufkfKKZel 












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