quinta-feira, 3 de outubro de 2024

TOMBAMENTO DO TEMPLO AFRICANO DE OXUM BRILHAM

Na data 19 de setembro de 2024, foi declarado que o Templo Africano de Oxum Brilham, sob a direção do sacerdote Bàbá Pedro de Oxum Brilham, se torna integrante do Patrimônio Histórico e Cultural do Município do Rio Grande.

Uma vitória para o Batuque e seus seguidores.


Fonte Meire Francisca.

O CULTO DOS EGUNS NO CANDOMBLÉ

Este artigo foi publicado no site do Aulo Barret, publicado em março de 1986, acessado em 03/10/2024.

O tema é sobre o culto de Egun no Candomblé.


"O Culto dos Eguns no Candomblé

Sociedades


Os mortos do sexo feminino recebem o nome de Ìyámi Agbá (minha mãe anciã), mas não são cultuados individualmente. Sua energia como ancestral é aglutinada de forma coletiva e representada por Ìyámi Oxorongá chamada também de Ìyá Nlá, a grande mãe. Esta imensa massa energética que representa o poder da ancestralidade coletiva feminina é cultuada pelas “Sociedades Gëlèdé“, compostas exclusivamente por mulheres, e somente elas detêm e manipulam este perigoso poder. O medo da ira de Ìyámi nas comunidades é tão grande que, nos festivais anuais na Nigéria em louvor ao poder feminino ancestral, os homens se vestem de mulher e usam máscaras com características femininas, dançam para acalmar a ira e manter, entre outras coisas, a harmonia entre o poder masculino e o feminino (veja o mito sobre Ìyámi).


Além da Sociedade Gëlèdé, existe também na Nigéria a Sociedade Oro. Este é o nome dado ao culto coletivo dos mortos masculinos quando não individualizados. Oro é uma divindade tal qual Ìyámi Oxorongá, sendo considerado o representante geral dos antepassados masculinos e cultuado somente por homens. Tanto Ìyámi quanto Oro são manifestações de culto aos mortos. São invisíveis e representam a coletividade, mas o poder de Ìyámi é maior e, portanto, mais controlado, inclusive, pela Sociedade Oro.


Outra forma, e mais importante, é culto aos ancestrais masculinos é elaborada pelas “Sociedades Egungun“. Estas têm como finalidade elaborar ritos a homens que foram figuras destacadas em suas sociedades ou comunidades quando vivos, para que eles continuem presentes entre seus descendentes de forma privilegiada, mantendo na morte a sua individualidade. Esses mortos surgem de forma visível mas camuflada, a verdadeira resposta religiosa da vida pós-morte, denominada Egun ou Egungun. Somente os mortos do sexo masculino fazem aparições, pois só os homens possuem ou mantêm a individualidade; às mulheres é negado este privilégio, assim como o de participar diretamente do culto. (veja os mitos de Oyá).


Esses Eguns são cultuados de forma adequada e específica por sua sociedade, em locais e templos com sacerdotes diferentes dos do culto dos Orixás. Embora todos os sistemas de sociedade que conhecemos sejam diferentes, o conjunto forma uma só religião: a iorubana.


No Brasil existem duas dessas sociedades de Egungun , cujo tronco comum remonta ao tempo da escravatura : Ilê Agboulá, a mais antiga, em Ponta de Areia, e uma mais recente e ramificação da primeira, o Ilê Oyá, ambas em Itaparica, Bahia (veja o anexo: Histórico).


Egúngún


O Egun é a morte que volta à terra em forma espiritual e visível aos olhos dos vivos. Ele “nasce” através de ritos que sua comunidade elabora e pelas mãos dos ojé (sacerdotes) munidos de um instrumento invocatório, um bastão chamado ixan, que, quando tocado na terra por três vezes e acompanhado de palavras e gestos rituais, faz com que a “morte se torne vida”, e o Egungun ancestral individualizado está de novo “vivo”.


A aparição dos Eguns é cercada de total mistério, diferente do culto aos Orixás, em que o transe acontece durante as cerimônias públicas, perante olhares profanos, fiéis e iniciados. O Egungun simplesmente surge no salão, causando impacto visual e usando a surpresa como rito. Apresenta-se com uma forma corporal humana totalmente recoberta por uma roupa de tiras multicoloridas, que caem da parte superior da cabeça formando uma grande massa de panos, da qual não se vê nenhum vestígio do que é ou de quem está sob a roupa. Fala com uma voz gutural inumana, rouca, ou às vezes aguda, metálica e estridente — característica de Egun, chamada de séégí ou sé, e que está relacionada com a voz do macaco marrom, chamado ijimerê na Nigéria (veja os mitos de Oyá).



– Bàbá Egun, sob vigilância do Ojé, aconselha um fiel prostrado à sua frente. –

As tradições religiosas dizem que sob a roupa está somente a energia do ancestral; outras correntes já afirmam estar sob os panos algum mariwo (iniciado no culto de Egun) sob transe mediúnico. Mas, contradizendo a lei do culto, os mariwo não podem cair em transe, de qualquer tipo que seja. Pelo sim ou pelo não, Egun está entre os vivos, e não se pode negar sua presença, energética ou mediúnica, pois as roupas ali estão e isto é Egun.


A roupa do Egun — chamada de eku na Nigéria ou opá na Bahia , ou o Egungun propriamente dito, é altamente sacra ou sacrossanta e, por dogma, nenhum humano pode tocá-la. Todos os mariwo usam o ixan para controlar a “morte”, ali representada pelos Eguns. Eles e a assistência não devem tocar-se, pois, como é dito nas falas populares dessas comunidades, a pessoa que for tocada por Egun se tornará um assombrado”, e o perigo a rondará. Ela então deverá passar por vários ritos de purificação para afastar os perigos de doença ou, talvez, a própria morte.


Ora, o Egun é a materialização da morte sob as tiras de pano, e o contato, ainda que um simples esbarrão nessas tiras, é prejudicial. E mesmo os mais qualificados sacerdotes — como os Ojé atokun, que invocam, guiam e zelam por um ou mais Eguns — desempenham todas essas atribuições substituindo as mãos pelo ixan.


Os Egun-Agbá (ancião), também chamados de Babá-Egun (pai), são Eguns que já tiveram os seus ritos completos e permitem, por isso, que suas roupas sejam mais completas e suas vozes sejam liberadas para que eles possam conversar com os vivos. Os Apaaraká são Eguns ,ainda mudos e suas roupas são as mais simples: não têm tiras e parecem um quadro de pano com duas telas, uma na frente e outra atrás. Esses Eguns ainda estão em processo de elaboração para alcançar o status de Babá; são traquinos e imprevisíveis, assustam e causam terror ao povo.


O eku dos Babá são divididos em três partes: o abalá, que é uma armação quadrada ou redonda, como se fosse um chapéu que cobre totalmente a extremidade superior do Babá, e da qual caem várias tiras de pano coloridas, formando uma espécie de largas franjas ao seu redor; o kafô, uma túnica de mangas que acabam em luvas, e pernas que acabam igualmente em sapatos, do qual ,também caem muitas tiras de pano da altura do tórax ; e o banté, que é uma larga tira de pano especial presa ao kafô e individualmente decorada e que identifica o Babá.


O banté, que foi previamente preparado e impregnado de axé (força, poder, energia transmissível e acumulável), é usado pelo Babá quando está falando e abençoando os fiéis. Ele o sacode na direção da pessoa e esta faz gestos com as mãos que simulam o ato de pegar algo, no caso o axé, e incorporá-lo. Ao contrário do toque na roupa, este ato é altamente benéfico. Na Nigéria, os Agbá-Egun portam o mesmo tipo de roupa, mas com alguns apetrechos adicionais: uns usam sobre o alabá máscaras esculpidas em madeira chamadas de erê egungun ; outros, entre os alabá e o kafó, usam peles de animais; alguns Babá carregam na mão o opá iku e, às vezes, o ixan. Nestes casos, a ira dos Babás é representada por esses instrumentos litúrgicos.


Existem várias qualificações de Egun, como Babá e Apaaraká, conforme seus ritos, e entre os Agbá, conforme suas roupas, paramentos e maneira de se comportarem. As classificações, em verdade, são extensas.


O Rito


Nas festas de Egungun, em Itaparica, o salão público não tem janelas, e, logo após os fiéis entrarem, a porta principal é fechada e somente aberta no final da cerimônia, quando o dia já está clareando. Os Eguns entram no salão através de uma porta secundária e exclusiva, único local de união com o mundo externo.


Os ancestrais são invocados e eles rondam os espaços físicos do terreiro. Vários amuixan (iniciados que portam o ixan) funcionam como guardas espalhados pelo terreiro e nos seus limites, para evitar que alguns Babáou os perigosos Apaaraká que escapem aos olhos atentos dos Ojé saiam do espaço delimitado e invadam as redondezas não protegidas.


Os Eguns são invocados numa outra construção sacra, perto mas separada do grande salão, chamada de ilê awo (casa do segredo), na Bahia, e igbo igbalé (bosque da floresta), na Nigéria. O ilê awo é dividido em uma ante-sala, onde somente os Ojé podem entrar, e o lêsànyin ou balé, onde só os Ojé agbá entram (veja o anexo: Oiê masculinos).


Balé é o local onde estão os idi-egungun, os assentamentos – estes são elementos litúrgicos que, associados, individualizam e identificam o Egun ali cultuado -, e o ojubô–babá, que é um buraco feito diretamente na terra, rodeado por vários ixan, os quais, de pé, delimitam o local.


Nos ojubô são colocadas oferendas de alimentos e sacrifícios de animais para o Egun a ser cultuado ou invocado. No ilê awo também está o assentamento da divindade Oyá na qualidade de Igbalé, ou seja, Oyá Igbalé – a única divindade feminina venerada e cultuada, simultaneamente, pelos adeptos e pelos próprios Eguns (veja mitos de Oyá e Egun).


No balé os Ojé atokun vão invocar o Egun escolhido diretamente no seu assentamento, e é neste local que o awo (segredo) – o poder e o axé de Egun — nasce através do conjunto Ojé–ixan / idi-ojubô. A roupa é preenchida e Egun se torna visível aos olhos humanos.

– Ojé e Amuixan, atentos, acompanham Bàbá Egun na sua caminhada. –

Após saírem do ilê awo, os Eguns são conduzidos pelos amuixan até a porta secundária do salão, entrando no local onde os fiéis os esperam, causando espanto e admiração, pois eles ali chegaram levados pelas vozes dos Ojé, pelo som dos amuixan, branindo os ixan pelo chão e aos gritos de saudação e repiques dos tambores dos alabê (tocadores e cantadores de Egun). O clima é realmente perfeito.


O Salão e a Festa 


O espaço físico do salão é dividido entre sacro e profano. O sacro é a parte onde estão os tambores e seus alabês e várias cadeiras especiais previamente preparadas e escolhidas, nas quais os Eguns, após dançarem e cantarem, descansam por alguns momentos na companhia de outros, sentados ou andando, mas sempre unidos, o maior tempo possível, com sua comunidade. Este é o objetivo principal do culto: unir os vivos com os mortos.


Nesta parte sacra, mulheres não podem entrar nem tocar nas cadeiras, pois o culto é totalmente restrito aos homens. Mas existem raras e privilegiadas mulheres que são exceção, como se fossem a própria Oyá; elas são geralmente iniciadas no culto dos Orixás e possuem simultaneamente oiê (posto e cargo hierárquico) no culto de Egun — estas posições de grande relevância causam inveja à comunidade feminina de fiéis. São estas mulheres que zelam pelo culto, fora dos mistérios, confeccionando as roupas, mantendo a ordem no salão, respondendo a todos os cânticos ou puxando alguns especiais, que somente elas têm o direito de cantar para os Babá. Antes de iniciar os rituais para Egun, elas fazem uma roda para dançar e cantar em louvor aos Orixás; após esta saudação elas permanecem sentadas junto com as outras mulheres. Elas funcionam como elo de ligação entre os atokun e os Eguns ao transmitir suas mensagens aos fiéis. Elas conhecem todos os Babá, seu jeito e suas manias, e sabem como agradá-los (veja o anexo: Oiê femininos).


Este espaço sagrado é o mundo do Egun nos momentos de encontro com seus descendentes. A assistência está separada deste mundo pelos ixan que os amuixan colocam estrategicamente no chão, fazendo assim uma divisão simbólica e ritual dos espaços, separando a “morte” da “vida”. É através do ixan que se evita o contato com o Egun: ele respeita totalmente o preceito, é o instrumento que o invoca e o controla. As vezes, os mariwo são obrigados a segurar o Egun com o ixan no seu peito, tal é a volúpia e a tendência natural de ele tentar ir ao encontro dos vivos, sendo preciso, vez ou outra, o próprio atokun ter de intervir rápida e rispidamente, pois é o Ojé que por ele zela e o invoca, pelo qual ele tem grande respeito.


O espaço profano é dividido em dois lados: à esquerda ficam mulheres e crianças e à direita, os homens. Após Babá entrar no salão, ele começa a cantar seus cânticos preferidos, porque cada Egun em vida pertencia a um determinado Orixá. Como diz a religião, toda pessoa tem seu próprio Orixá e esta característica é mantida pelo Egun. Por exemplo: se alguém em vida pertencia a Xangô, quando morto e vindo como Egun, ele terá em suas vestes as características de Xangô, puxando pelas cores vermelha e branca. Portará um oxê (machado de lâmina dupla), que é sua insígnia; pedirá aos alabês que toquem o alujá, que também é o ritmo preferido de Xangô, e dançará ao som dos tambores e das palmas entusiastas e excitantemente marcadas pelos oiê femininos, que também responderão aos cânticos e exigirão a mesma animação das outras pessoas ali presentes.


Babá também dançará e cantará suas próprias músicas, após ter louvado a todos e ser bastante reverenciado. Ele conversará com os fiéis, falará em um possível iorubá arcaico e seu atokun funcionara como tradutor. Babá-Egun começará perguntando pelos seus fiéis mais freqüentes, principalmente pelos oiê femininos; depois, pelos outros e finalmente será apresentado às pessoas que ali chegaram pela primeira vez. Babá estará orientando, abençoando e punindo, se necessário, fazendo o papel de um verdadeiro pai, presente entre seus descendentes para aconselhá-los e protegê-los, mantendo assim a moral e a disciplina comum às suas comunidades, funcionando como verdadeiro mediador dos costumes e das tradições religiosas e laicas.


Finalizando a conversa com os fiéis e já tendo visto seus filhos, Babá-Egun parte, a festa termina e a porta principal é aberta: o dia já amanheceu. Babá partiu, mas continuará protegendo e abençoando os que foram vê-lo.


Esta é uma breve descrição de Egungun, de uma festa e de sua sociedade, não detalhada, mas o suficiente para um primeiro e simples contato com este importante lado da religião. E também para se compreender a morte e a vida através das ancestralidade cultuadas nessas comunidades de Itaparica, como um reflexo da sobrevivência direta, cultural e religiosa dos iorubanos da Nigéria.


Aulo Barretti Filho

Março/1986"


Fonte https://aulobarretti.wordpress.com/a-revista/o-culto-dos-eguns-no-candomble/



 


PESQUISA DE CAMPO VIRTUAL: A MÃE EVA DO OSSANHE

Ensaio, publicado na comunidade Nação Kambina do RS, em 26/09/2024, acessado em 03/10/2024.
Abrimos esta publicação com intuito de pesquisa de campo virtual de mãe Eva de Ossanhe, para estudo da sequência da imperial desta família. 

A seguir: 


ERICK WOLFF
"Pesquisa de campo, para estudo e memórias do Batuque, segmento Kambina (atualmente conhecida por Cabinda) fundada por pai Waldemar.
Por gentileza, alguém sabe informar "a" sequência da Imperial da família da mãe Eva de Ossanhe (falecida) de Caxias do Sul?"

 

COMENTÁRIOS

 

"Henry Mello

Se entendi bem a pergunta a sequência é: Bará, Ogum, Iansã, Xangô, Odé, Otin, Obá, Ossanha, Xapanã, Oxum, Iemanjá e Oxalá.


Sadi de Bará

Sou neto da finada mãe Eva... Então para mim foi passado pelo meu finado pds que p nós vinha pai ossanha antes de mãe obá. E assim eu sigo ... Só fiz diferente em breve passagem após falecimento de meu pds quando fez 5 anos busquei outra bacia de raiz de finado pai cleon onde era diferente . Aliás várias coisas e fundamentos diferentes . Na época não tinha condições ainda de governo optei me ligar a outra pessoa . Mas hoje tento resgatar tudo de meu finado pai.


Sadi de Bará

Uma coisa para se saber bem os fatos tem dois caminhos .. falando em relação a finada vó Eva .

Primeiro buscar saber com pessoas vivas hoje e que foram filhos dela QUAL FOI O TRAJETO QUE MAE EVA VIVEU NA RELIGIAO exemplo.. ela quando filha de pai ONOFRE DE YEMANJA grande pds qual era sua bacia e fundamentos quais influências ele carregava e depois quando foi para mão de finado pai Hélio de xangô e tudo mais.. para se entender teve algumas influências que não vou citar aqui as quais umas ele absorveu e outras de outra bacia ele manteve ...

Segunda maneira é buscar saber com pai 

Antonio Cesar que era filho carnal de pai ONOFRE e está bem vivo e lúcido para relatar tudo pois ele vivenciou toda essa história e seus desdobramentos dessas pessoas mais antigas .

Só para contribuir !


Sadi de Bará

[Erick Wolff] mas aí que está .. oque falei acima tinha algumas coisas que eles mantinham de herança de pai ONOFRE pois ela passou a ser Cabinda após a ida de pai ONOFRE p a mão de pai Hélio.. mas parece que ele não se adotou bem e não permaneceu mas mãe Eva deu continuidade até mesmo as coisas era feitas mais ao lado de Cabinda quando pai Hélio os visitava etc kkkkk


Erick Wolff

[Ronaldo De Aganjú] mas, se ele foi filho da mae Eva, e ambos eram Kambina, por que ele teria o feito o fio conforme a sequencia Oyo igbomina , se ele era filho antigo dela e não teve outro sacerdote ou sacerdotisa.


Sadi de Bará

[Italo Sidnei Gomes de Oliveira] contribuindo tio Italo eu conservo aqui como pai jusa me passou mãe obá antes de pai ossanha e ele me explicou a questão da influência na época do oyo .. e assim mantenho


Erick Wolff

[Odilon Maciel]

bom dia meu querido, o irmão conheceu o Silvio de XAPANA e a imperial dele seguia uma sequência diferente, mas usava Ogun verde e vermelho e azulão como a sua e para Oyá o marrom, saberia qual seria o motivo destas cores?


Odilon Maciel

Não sei mesmo , nos sempre usamos nesta sequência e cores, azulão para o Ogun, e verde vermelho Avagan. Iansa na verdade é o grená ( cor de telha) que se assemelha ao marrom , na falta usamos o marrom por ser parecido e marrom e vermelho para Diram ou timboa..... mas como diz meu irmão Tite ( italo) só ele mesmo pra responder , mas o irmão tbm conheceu o Silvio em São Paulo, não?


Erick Wolff

[Odilon Maciel] sim conheci em SP, a muitos anos.

Retornando ao tema, muito interessante a informação da cor telha para Oyá, saberia informar se esta tradição vem pai Hélio ou pai Onofre?


Odilon Maciel

Quando me aprontei com a mãe Eva a 29 anos atrás e ela já estava nas mãos do pai Hélio de Viamao, meus irmãos mais velhos saberão lhe dizer, mas acredito que o pai Onofre que era Cabinda tbm usava a mesma sequencia, mas vc conheceu o Silvio tem coisas que ele mesmo fazia por sua conta e risco, pois no entendimento dele era assim. Mas como ele não está aqui para explicar ... fica assim


Erick Wolff

[Odilon Maciel] obrigado mais uma vez pela gentileza de responder, quanto as cores dos orixás, se ambos eram Kambina, sendo que o pai Hélio vinha da família do pai Tati, interessante saber, qual família o pai Onofre pertencia?


Odilon Maciel

Meu irmão querido , não sei te responder mas meus irmãos mais velhos que participaram desta época podem te esclarecer, porém em meu humilde conhecimento, Pai Hélio, era filho do pai Adão do Bara, que por sua vez era filho do pai Romário do pai Oxala, que por sua vez era filho de Madalena da Oxum e por sua vez era de Waldemar me corrija se eu estiver errado pois pra mim esta do pai Tati é novidade


Fernanda Pandolfo

[Odilon Maciel] Boa tarde meu irmão ,estou aqui para assinar em baixo de suas sábias palavras , mãe Eva era filha de pai Onofre de Iemanjá ,migrando para a bacia de pai hélio de xangô de Viamão que por sua vez filho de pai Adão do Barã que por sua vez neto de pai Romário,de encontro com a imperial de pai Silvio de xapanã ,temos em conta que ele fazia coisas aleatórias aos fundamentos a ele passado ,sendo que muitos costumes do tempo de pai Onofre , mãe Eva continuou a preservar assim como pai Onofre que também foi para bacia de pai hélio ,sou filha de mãe Eva feita por ela a mais de 40 anos ,também filha e neta de pai hélio a quem sentou meu lodé e desconheço dele ser filho de pai Tati ,espero poder ter reforçado suas palavras meu irmão querido.


Erick Wolff

[Odilon Maciel] estes dias eu mapeei a família do pai Hélio, segundo registros ele seria filho do pai Tati de Bará.

Sobre ser da família do pai Romário, podemos confirmar com a família mãe Nara Almeida ou mãe 

Mary Faleiro que podem nos ajudar


Erick Wolff

**** ATENÇÃO

O intuito desta pesquisa é contar as memórias e história do Batuque, não desejamos normatizar nem julgar certos ou errados, porém, registrar os costumes e tradições do Batuque, com a finalidade do Batuque ser respeitado por outros segmentos e para os nossos descendentes terem a oportunidade de recontar a nossa história para seus descendentes


Erick Wolff

[Sadi de Bará] grato nobre amigo, temos que contar a história para que outros segmentos respeitem o Batuque.


Odilon Maciel

Babá [Erick Wolff] sei de todo seu esforço admirável em resgatar e documentar os fatos, a não ser que não estejamos falando da mesma pessoa, sua pesquisa deve estar equivocada.

O Pai Hélio de Xango , nascido em Caxias pai da mãe Eva deu suas primeiras obrigações com a mãe Dionísia de Odé e depois foi para Miguelina do Xangô e com o falecimento dela foi para a mão do pai Adão do Bará! Pesquisa ai


Erick Wolff

[Odilon Macielon] querido, como disse, são pesquisas, segundo informações, inclusive neste vídeo os descendentes falam que ele iniciou na mãe Dioniza do Ode depois foi para a mãe Miquelina Xangô e após pai Adão do Bara.

No entanto, outra fonte informou que ele teria se iniciado ou passado pela família do pai Tati do Bara, como o meu trabalho é coletar informações não julgo apenas registro.

Vídeo https://www.youtube.com/watch?v=Q5HBinIzRys 


Erick Wolff

Sadi de Bará grato pela contribuição, por gentileza, não ficou claro, em qual momento seria esta influência de Oyo e por que?


Odilon Maciel 



 Erick Wolff

Por gentileza, ainda não ficou claro se pai Onofre era Kambina ou Oyo, e neste caso, por que Ogun e Oya mudam de cor?

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto que diz "Odilon Maciel Quando me aprontei com a mãe a 29 anos atrás e ela já estava nas mãos do pai Hélio de Viamao, meus irmãos mais velhos saberão lhe dizer, mas acredito que pai Onofre que era Cabinda tbm usava a mesma sequencia, mas VC conheceu o Silvio tem coisas que ele mesmo fazia por sua conta e risco, pois no entendimento dele era assim. Mas como ele não está aqui para explicar... fica assim"


Erick Wolff

[Thiago Oliveira] grato pela informação, por gentileza, a cor na família de mãe Miguela, seria de Ogun é azulão ou verde e vermelha e para Oyá marrom?


Erick Wolff

DURANTE A PESQUISA SURGIU UMA DÚVIDA

Segundo a família, mãe Eva teve foi filha de pai Onofre, que pelo que informam tbm seria Kambina, depois foi para a mão do pai Helio que também é Kambina... E mostraram que mãe Eva dava marrom para Oya, e também Azulão para Ogun, estas cores seria comum na Kambina?


Diego da Rosa

[Erick Wolff] sua benção! Aqui usamos Marrom e vermelho para Timboá, branco e vermelho para demais oyás! Azulão, verde e vermelho para Adiolá, demais Oguns usamos verde e vermelho


Erick Wolff

Bençãos trocadas [Diego da Rosa], interessante a sua informação, vocês são descendentes do pai Henrique da Oxum, né?


Diego da Rosa

[Erick Wolff] isso! pai Nado tbm usa essas cores! Não me recordo se a dirã ele usa vermelho e marrom tbm 


Erick Wolff

Por gentileza baba [Diego da Rosa], qual a família do pai Nado?


Diego da Rosa

[Erick Wolff] Pai Silvio da Oxum, pai Silvio filho da Vó Quina de Iemanjá, Vó Quina filha do pai Romário! 


OBSERVAÇÕES

Conforme observamos que:
Há famílias da Kambina, que adotam a cor marrom com vermelho para Atimbowa.
Há famílias da Kambina, que adotam a cor marrom, inclusive para as Oya que ficam dentro do quarto de orixá.
Há famílias da Kambina que adotam a cor vermelho e branco para as Oyas que cultuam, incluindo a Oya Atimbowa.
 
REFLEXÕES

Existe uma divergência na cor usada para Oya Atimbowa, numa mesma família religiosa, por isso, buscamos referência em Oyo, na Nigéria, com o intuito de chegarmos a pontos comuns entre a Matriz ioruba e a diáspora Afro-brasileira.

Importante destacar que o Oyo do Batuque não representa Oyo, na Nigéria, porem, podemos encontrar elementos da matriz Oyo, nos segmento Jeje, Ijesa, Oyo e Kambina do Batuque.

Possivelmente a mudança da cor de Oya Atimbowa, possa ter influência do livro do Paulo Tadeu, que não fica claro por que ele cita apenas a cor vermelho e branco para a Atimbowa, sendo que na própria família do pai Waldemar existem descendentes que usam marrom com vermelho, enquanto outros usam vermelho com branco.

Considerações 

Não foi possível determinar com a qual original de Oya Atimbowa.
O marrom é a cor predominante que vemos as elegun de Oya usarem em Oyo, na Nigéria.








Imagem comprobatória:











 

TIKTOK ERICK WOLFF