Alguns dias atrás eu postei no WWW.olorun.com.br as comidas de Egúgún, entre os itens da lista eu frisei o “carneiro”, é sabido que o povo de Ketu não corta carneiro, muito menos o povo Djedje que não derruba carneiro por causa se Gbessem, justamente porque esta divindade é o “espírito da vida”, como o carneiro é ofertado para Egúngún, ele se torna uma contraversão para o povo Djedje que jamais cortará carneiro nos seus rituais.
Por outro lado algumas vertentes do povo Nàgó costumam derrubar carneiro nos seus rituais, tanto quanto o povo do Batuque do Rio Grande do Sul que oferecem este animal para Xangô, devo observar que mesmo existindo subdivisões familiares encontradas na estrutura do Batuque, este encontra uma raiz plantada numa nação que estende para várias ramificações de uma única nação, existindo costumes e rituais semelhantes que recebem algumas influencias conforme as famílias que estabeleceram aqui no inicio da estruturação da religião no país.
Tais família do Rio Grande do Sul se dividiram em; Jeje, Oyó, Ijexa e Kabina.
As diferenças entre uma e outra são tênues, que não chegam a classificar nações dividindo o Batuque, pois o que caracteriza um povo e conseguintemente uma nação são fatores como; língua, costumes, divindades e liturgia diferentes. Assim como vemos dentro do Nàgó as nações de Xambá e Egba, que logo se diferenciam pelos seus rituais e costumes. O que não ocorre nas subdivisões familiares que encontramos na estrutura do Batuque Afrosul, que cultuam as mesmas divindades, usa os mesmos Orins e as mesmas rezas.
Se o Jeje do Batuque fosse o Djedje, as divindades Vodoun influenciariam mais claramente e muito mais forte que o que vemos no culto, e os orixás deixariam a sua posição para receber o panteão Vodoun. Logo deixariam de matar o carneiro e passariam a cultuar o Gbessem, que por sinal é o símbolo do reinado Djedje.
Porem uma inversão muito grande acontece na família do povo Kabina, que possui um ritual vinculado a Egúngún, com liturgia particular e centralizada no culto a Xangô como o rei da nação. Há algum tempo atrás, eu cheguei a produzir uma matéria justamente falando da similaridade do rei desta nação com o culto à Egúngún desvinculando qualquer equivoco com o povo da Cabinda de Angolana, nem preciso dizer que seria necessário mais do o hormônio para provar que esta seria a Cabinda, mas observando cada ritual e costumes, foi possível perceber que deveria correr para o lado oposto de alguns autores que coligaram o Kabina com a Cabinda da Angola. E claro que a ligação entre os Egúngún e os nkissi foram os fatores primordiais que me incentivaram a seguir, afinal Egúngún e Nkissi não se misturam muito bem, principalmente Nzaze... Logo, foi confirmado mais um ponto entre a distância do povo Angoleiro e o Batuque RS.
Leia as comidas de Egúngún no http://www.olorun.com.br/ (faça login, procure nação Nàgó)