Coletamos este vídeo no canal Casal da Macumba, da mídia social TikTok.
O grupo reconstruí esta apresentação para explicar segundo a interpretação, conceitos e adaptação próprios, porque Sàngó dança Aluja (toque de guerra).
RESUMO: Pai Oxalá estava prestes a fazer uma viagem, porém, por precaução, optou em consultar o Ifá para saber se correria tudo bem
Ele teve um aconselhamento de levar três mudas de roupa, pois surgiriam alguns imprevistos no meio do caminho
também precisou ouvir que independente do que ocorresse na viagem, era importante que ele não questionasse ou reclamasse. E assim foi feito.
Depois de algumas situações, Pai Oxalá se depara com um cavalo branco que supostamente estava perdido.
Alguns soldados o encontram e o confundem com o ladrão do cavalo do Rei Xangô. Por isso, ele é aprisionado durante anos.
Conforme foi passando, o reino de Oyó foi perdendo a fartura, o solo não era mais fértil e a pobreza estava tomando conta.
Xangô preocupado, pede orientação à ifá e descobre que era devido ter um preso inocente em seu reino.
Xangô sempre precisaria dançar o alujá enquanto Oxalá assiste.
Interessante e bonito, no entanto, em qual momento que o aluja um toque de guerra entra no contexto ?
Oxalá, por ter ficado preso por anos inocentemente, castiga Xangô por isso lhe dando a tarefa de ter que dançar ó alujá
"Ṣàngó é condenado por Oṣalá comer como os escravos
Airá, aquele que se veste de branco, foi um dia às terras do velho Oṣalá para levá-lo à festa que faziam em sua cidade. Oṣalá era velho e lento, Por isso Airá o levava nas costas. Quando se aproximavam do destino, vira a grande pedreira de Ṣàngó, bem perto de seu grande palácio. Ṣàngó levou Oṣalufã ao cume, para dali mostrar ao velho amigo todo o seu império e poderio. E foi lá de cima que Ṣàngó avistou uma belíssima mulher mexendo sua panela. Era Oyá! Era o amalá do rei que ela preparava!
Ṣàngó não resistiu à tamanha tentação. Oyá e amalá! Era demais para a sua gulodice, depois de tanto tempo pela estrada. Ṣàngó perdeu a cabeça e disparou caminho abaixo, largando Oṣalufã em meio às pedras, rolando na poeira, caindo pelas valas. Oṣalufã se enfureceu com tamanho desrespeito e mandou muitos castigos, que atingiram diretamente o povo de Ṣàngó.
Ṣàngó, muito arrependido, mandou todo o povo trazer água fresca e panos limpos. Ordenou que banhassem e vestissem Oṣalá. Oṣalufã aceitou todas as desculpas e apreciou o banquete de caracóis e inhames, que por dias o povo lhe ofereceu. Mas Oṣalá impôs um castigo eterno a Ṣàngó. Ele que tanto gosta de fartar-se de boa comida.
Nunca mais pode Ṣàngó comer em prato de louça ou porcelana. Nunca mais pode Ṣàngó comer em alguidar de cerâmica. Ṣàngó só pode comer em gamela de pau, como comem os bichos da casa e o gado e como comem os escravos."
“Bom dia, não. O opon surgiu para sango e antigamente as pessoas comiam em recipientes de madeiras juntas. Talvez daí tenha surgido a gamela para dar comida a sango” (informação pessoal, 04/05/2023)
"Bem eu nunca ouvi e não duvido da história, pois não sei tudo, a única coisa que sei é k é comum aqui as famílias comerem juntas do mesmo pote, então antigamente tanto era em pote de barro ou madeira"
[...] Xangô - na dança do alujá, violenta e rápida, os braços movem-se como se arremessassem objetos para baixo enquanto o corpo salta sobre a perna direita, ficando a outra erguida para trás. Para uns é o orixá dançando com machados, sua arma. Em outra coreografia levanta e baixa alternadamente as mãos espalmadas para cima: "é a dança do Aganju, dono da balança e da justiça" informa Airton [...] (O Batuque do Rio Grande do Sul, p.231)