quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Os mitos Brasileiros que sufocam as divindades Africanas

Na edição n° 4 da Magazine On Line Olorun, o artigo Xangô e a Chuva,  pág 15 à 23, chama a atenção sobre um assunto que cria o mau entendimento entre os poderes e atuações das divindades africanas no Brasil.

Este material foi trabalhado para mostrar aos sacerdotes não costumam despachar nada para Oyá, Xangô, Bará e ou qualquer outra divindade, quando o tempo está ruim, pois consideram que estas divindades jamais aceitariam, mas por que? Será que uma leve garoa poderia ofender qualquer uma destas divindades?

Porém os sacerdotes continuam a jogar seus búzios, bater suas sinetas e passar ebó, com sol chuva ou furacão sem seus templos, por isso que chego a pensar o que é que impede de uma divindade receber um ebó em pleno dia e ou quando o chão está molhado? Afinal se o sol ou a chuva podem mais do que as divindades então existe muita coisa para se pensar sobre os elementos da natureza e os poderes das divindades.
Mas segundo Matâmoride, sacerdote da Nação Angola, afirma que Oyá pertence ao elemento água, dona do rio Niger, que depois de brigar com seu esposo Xangô, ela foi transformada em vapor quando ele jogou fachos de fogo em cima dela, por isso Oyá é a dona da chuva e não fogo, então será que ela se ofenderia ao receber uma oferenda debaixo de chuva?

O mesmo com Bará, que carrega fechos de chuva do céu de Olorun para a terra... Será que ele não aceitaria nem um ebó num chão molhado? Será que um Bará teria tanto medo da água assim que fugiria ao ver um chão molhado? Mas e aí como fica o Bará Ijelu?

O mesmo conceito equivocado de que Xangô temeria a morte e Egun, mas como poderia ser verdade se o culto a Egun teve inicio em Oyó, no reino de Xangô... São tantos mitos que foram criados que precisa cair, há necessidade de rever muitos dos rituais e fundamentos para que a cultura afro-brasileira possa se harmonizar com a cultura africana.

Revista Olorun
http://olorun.com.br/site1/magazines.html?view=magazine_more&id=22&b=1

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A Umbanda no conceito da Secretaria Municipal de Cultura de Niterói

Niteroiense, você já teve acesso ao livreto Niterói: Usina Cultural 2010? Você, que é adepto da religião de matriz africana, em especial a umbanda, leia o texto a seguir:

"LENDAS URBANAS: Primórdios da Umbanda - Niterói também está presente nas origens da Umbanda. Em 1908 na Federação Espírita em Niterói um jovem de 17 anos - Zélio Fernandino de Moraes, foi convidado a participar da mesa espírita. Ao serem iniciados os trabalhos, manifestaram-se em Zélio espírito que diziam ser de índio e escravo. O dirigente da mesa pediu que se retirassem, por acreditar que não passava de espíritos atrasados "sem doutrina". As entidades deram seus nomes como Caboclo das 7 Encruzilhada e Pai Antônio. No dia seguinte, as entidades começaram a atender na residência de Zélio todos àqueles que necessitavam e, posteriormente, fundaram a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade."

No mínimo, os autores responsável por este texto, insano, mal produzido pela Secretaria de Cultura de Niterói, deveriam se retratar urgentemente. Considerar a Umbanda, uma religião genuinamente brasileira, nascida em Niterói, expandida por todo país e fora dele, com milhares de seguidores, como LENDA URBANA, é em mais um espaço do poder público, falar da cultura afro-brasileira, mostrando total desconhecimento da própria história de Niterói. É tratar a religião de forma preconceituosa e discriminatória.

- LENDA URBANA: são histórias que envolvem elementos ou situações banais do cotidiano, mas que por seu caráter inusitado, ou em muitos casos absurdo, provavelmente não aconteceram.

- LENDA URBANA: É lidar com casos tão disparatados quanto os que envolvem roubos misteriosos de órgãos humanos para transplante; contaminação por fornos de micro-ondas e telefones celulares cancerígenos; caso da Loira do Banheiro, correntes pedindo ajuda para salvar crianças com leucemia; ou mensagens demoníacas escondidas em gravações musicais.”

Este é o poder público que representa a população de Niterói.
Ogan Jorge Zulu

quarta-feira, 27 de julho de 2011

A influência africana nas religiões Afro-brasileiras

Bàbá Erick Wolff8
27/07/2011

A evolução dos costumes da cultura Afro-brasileira está passando por uma mutação, ao observar a influência dos africanos no Brasil, na atual sociedade religiosa, começando uma humanização dos Òrìsà nos rituais afro-brasileiros, com menos adereços e mais liberdade saindo daquele santo engessado para uma nova realidade cultural, basta ver este vídeo.

Até então a moda era vestir o santo, ou melhor, caracterizavam as divindades seguindo influencia da corte Européia, fazendo com que o Candomblé criasse um verdadeiro ritual de sala, com duas ou três saídas de roupa, uma mais luxuosa que a outra, o que de certa forma chega a ser meio contraditório, se observarmos a forma dos africanos se vestirem não tem nada haver com a realeza da corte do século XIX.

Este costume criado ao redor das divindades é uma tradição brasileira, que existe desde a fundação das primeiras casas de Candomblé, o Òrìsà vestido com muitas saias, junto com apetrechos e laços muito bem paramentados no Candomblé... A comunidade do Candomblecista deu o melhor de si para as suas divindades, jamais ninguém poderá contestar esta verdade.

No entanto seguindo por outro caminho a Nação Batuque Afrosul, não desenvolveu o costume das saídas dos santos na sala, criou um estilo diferente para os seus rituais, mantendo o mais próximo da África, onde os mesmos se apresentavam de forma menos rodeada de apetrechos, saias sem rodas, laços e ou paramentos, deixando assim as divindades mais livres para dançar e menos engessados no comportamento, muito semelhante ao vídeo que vemos acima.

Sendo que no Batuque Afrosul é possível vestir os Òrìsà em duas ocasiões, estas cercadas do momento em que o Òrìsà dará o seu Orúko (nome religioso), logo após passar por provas* ou quando ou Elégùn leva seus Òrìsà para casa, abrindo um novo terreiro.

Duas culturas com a base religiosa semelhante rodeada de costumes diferentes, que se destacaram no Brasil durante algumas décadas, separados por tradições que causaram grande distanciamento das duas vertentes, afinal o convencional até então deveria ser a forma tradicional Candomblecista, no entanto, atualmente a inversão do comportamento através da vinda dos africanos para o Brasil, abriu novas formas de se portar, chamando a atenção para as culturas Afrosul, que suas divindades já se portam como as divindades que vemos através dos africanos.

João Carlos do Òòsàálá **
Infelizmente o Batuque possui um “Tabu” de não fotografar as divindades e muito menos dizer aos Elégùn iniciados nesta religião que seus Òrìsà manifestam-se, criando uma dificuldade para registrar e reproduzir tais divindades para estudo e trabalho, o registro é possível apenas para aqueles que já faleceram, pois o Tabu de não comentar que as divindades manifestam, permanece desde o inicio da estruturação do Batuque.

*    Prova – é uma passagem de um ritual do batuque Afrosul, que reúne vários elementos para dar ao Òrìsà, muitos deles são comidas arriadas que ficam durante alguns dias, tornando-se quase impossível de um ser humano ingerir, esta divindade deverá comer tudo que for apresentado e mais alguns  elementos que fazem parte  deste  ritual. Depois de comer tudo, deverá ir à frente do Tambor para dançar, uma prova que por sua vez se torna mais difícil ainda.

**      Raro momento registrado, João Carlos foi um Babalorixá do Batuque Afrosul, nesta nação é proibido fotografar e ou contar ao iniciado sobre o transe, sendo assim, muito difícil encontrar  registros como este, notem que nesta foto o Òòsàálá, ainda contém uma certa influencia Européia, que com os anos foi  sumindo, ficando apenas algumas  ferramentas e paramentos, a parte inferior da roupa é uma espécie de bombaixa confeccionada com muitos metros de  tecido, criando um volume semelhante a uma saia rodada.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Batuke no Batuke

de Amoy Ribas, é tema do show do dia 24 de julho no Museu da Casa Brasileira

Músicas do álbum de estreia do percussionista compõem o repertório do show do domingo, com entrada gratuita
Após tocar por um longo período com grandes nomes da música brasileira e internacional, Amoy Ribas lança seu primeiro trabalho autoral, o álbum ‘Batuke no Batike’, com onze composições e arranjos próprios. A mistura e diversidade dos instrumentos, aliada à interpretação jazzística dos solos e improvisos, resultou em uma sonoridade vibrante. Canções desse CD solo formam o repertório do show que o músico apresenta no Museu da Casa Brasileira, instituição da Secretaria de Estado da Cultura, no dia 24 de julho, às 11h. A apresentação integra a série Momentos Especiais, organizada pela produtora cultural Carmelita Moraes, dentro da programação da Música no Museu. O projeto está em sua 11ª edição e acontece tradicionalmente aos domingos, com entrada gratuita.

A síntese do novo álbum é a autêntica música brasileira, com pitadas de jazz e fortes raízes mineiras, cariocas, candangas e nordestinas, com influência de ritmos do mundo inteiro. A mistura de técnicas e estilos distintos é marca registrada do músico, que busca extrair todas as possibilidades sonoras dos instrumentos. ‘O cd ‘Batuke no Batike’ aparece na cena musical com altas doses de frescor’, afirma Guinga, famoso compositor de MPB do Rio de Janeiro. Amoy Ribas transcende o conceito da percussão como simples acompanhamento procurando novos sons no universo percussivo, o que torna sua música vibrante e propositiva, integrando-a com igual relevância aos outros instrumentos.

A proposta da música de Amoy é sempre a livre interpretação, e ele segue o mesmo princípio no seu CD de estreia com a formação de um quarteto: sopros, baixo, violão e uma grande variedade de instrumentos de percussão. O músico se apropriou do uso do pandeiro em enorme variedade de sons como congas, zabumba, tabla, derbak, entre outros. Na marimba de vidro – instrumento da família dos barrafones que produz um som cristalino e penetrante - buscou inspiração para compor as baladas: Divagações, Néctar Abençoado e Catedral de Brasília. Nas músicas Boa Viagem, Velho Chico, Fubá com Queijo e Niemeyer nota-se elevada elaboração harmônica e melódica.

Para este lançamento o compositor convidou grandes músicos da cena paulista: Rogério Botter Maio, no baixo acústico, Hercules Gomes, ao piano, e João Paulo Barbosa, no saxofone e flauta.
Sobre Amoy Ribas

O percussionista, marimbista e compositor Amoy Ribas nasceu em Brasília, morou na Índia, Alemanha, Recife, no norte de Minas e no Rio de Janeiro, sempre atento à música desses lugares pelos quais passou. Sua percussão despertou o interesse em grandes nomes da música como Richard Galliano, Hermeto Pascoal, Gilson Peranzzetta, Marco Pereira, Guinga, Jacques Morellenbaum, Hamilton de Holanda, Nailor Proveta, Billy Blanco, Beth Carvalho, Leila Pinheiro, Joyce e Paulinho Moska, entre outros, com os quais o artista fez shows no Brasil e no exterior.

Repertório:
1. Velho Chico
2. Tamboril
3. Fubá com Queijo
4. Nectar Abençoado
5. Catedral de Brasília
6. Dá no Couro
7. Batuke no Batike
8. Boa Viagem
9. Niemeyer
10. Barra do Guaicuí
11. Divagações
Todas as músicas são de autoria de Amoy Ribas
Músicos:
Amoy Ribas – bateria, percussão e marimba
João Paulo Barbosa – saxofones e flauta
Hercules Gomes – piano
Rogerio Botter Maio – baixo acústico
Sobre o Projeto Música no Museu

Um dos projetos mais longevos do calendário do Museu da Casa Brasileira, o Música no Museu traz, há 11 anos, apresentações de qualidade com entrada gratuita num dos locais mais charmosos da cidade: o jardim da instituição. Nesse período, curadores de renome assinaram a programação. Entre eles os maestros Julio Medaglia e João Carlos Martins, assim como os pesquisadores e músicos Benjamin Taubkin, Antônio Nóbrega e Magda Pucci. Mais de 120 mil pessoas conferiram, nas 11 edições do projeto, as apresentações de nomes importantes da música brasileira, como Zimbo Trio, Mawaca, Orchestra Bachiana, Mutrib, entre tantos outros grupos, coletivos, projetos solo e camerísticos da música popular e erudita.
Na temporada de 2011, o projeto, com a coordenação de Carmelita Rodrigues de Moraes, tem como objetivo divulgar a diversidade da música nacional e internacional por meio de diversos estilos: instrumental, erudita, popular, medieval, renascentista, entre outros, e, ao mesmo tempo, oferecer ao público momentos agradáveis e especiais.

Serviço: Música no Museu – Amoy Ribas e quarteto
Apresentação: Dia 24 de julho, domingo, às 11h
Local: Museu da Casa Brasileira
Endereço: Av. Faria Lima, 2705 - Jardim Paulistano Tel. 3032-3727
Ingresso: Grátis
Acesso a portadores de deficiência física.
Visitas orientadas: 3032-2564 agendamento@mcb.org.br
Site: www.mcb.org.br
twitter.com/mcb_org
Oficina de Percussão
Amoy Ribas apresentará instrumentos percussivos, mostrando diferentes técnicas, sons e ritmos. Os participantes poderão explorar estas técnicas e conhecer a importância destes objetos dentro da nossa cultura.
Data: 24 de Julho, às 15h
Local: Museu da Casa Brasileira
Endereço: Av. Faria Lima, 2705 - Jardim Paulistano Tel. 3032-3727
Ingresso: Grátis
Inscrições: (11) 3032-2499

Estacionamento: de terça a sábado até 30 min. grátis, até 2 horas R$ 10,00, demais horas R$ 2,00. Domingo: preço único de R$ 15,00.
Bicicletário com 20 vagas
Apoio: CCR, Cerâmica Atlas e Fritz Dobbert

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Orixás do Orun ao Ayê

Bábá Erick
22 /07/2011



Acabei de ler o livro, Orixás do Orun ao Ayê, da
editora Marco Zero, considero um livro perigoso para a familia tradicional afro-brasileira, com muitos erros de informação, deixando uma margem de duvida, será que quem leu o livro na editora para aprovar, entende do assunto?
O livro visualmente está lindo, parabéns para  a editora pelo belo trabalho e pela qualidade da obra, apesar da entonação sensual, é possível imaginar que foi mais jogo de marketing do que falta de conhecimento.

Porem são muitos itens que contradizem a cultura Yorùbá, não consegui entender de onde retiraram tantos absurdos e o que pensavam as fontes referenciadas para oferecer tais conceitos para o livro? Claro que o autor deve conhecer muito pouco sobre a cultura Yorùbá, entre tantos absurdos registrados por escritores, este livro deve ser um dos piores, sabemos que o único a fornecer o sopro da vida é Ọlọ́run, sem ele não seriamos nada, além de terra e água, segundo os Ìtàn da cultura Yorùbá. Veja os pontos mais críticos desta obra;
  1. E proporcionou ao novo ser o dom de dar a vida a qualquer coisa.(Pg. 12)


Isso nunca ocorreu, não sei de onde retiraram isso!!!!

  1. Feliz com que havia criado e por não estar mais sozinho, Olorun decide criar os orixás.
    a todos Oxalá dava a vida com seu sopro.(pg. 13)

  1. Moldados pelo Deus supremo Olorun e trazidos à vida pelo primeiro orixá, oxalá.(pg. 14)

Outro conceito errado, não é verdade que ocorreu isso!

 
  1. Quem poderia imaginar? Terra firme sobre a água.
    Eu fiz isso.
    Eu criei a terra!
    (pg. 36)


Odùdùwà não criou o Ayê, ele simplesmente manipulou os elementos.
  1. Nanã diz – è terra molhada do fundo do rio, mas pode chamar de  barro.
    Oxalá diz – Mas por que você desenterrou essa porcaria, Nanã?
    (pg. 46)


É um absurdo esta frase.

  1. Olorun diz à Oxalá – Dê a vida também aos defeituosos.(pg. 54)

Jamais Oxalá deu a vida  a ser algum, todos passamos por
Ọlọ́run para receber o sopro da vida.

São tantos  erros gravíssimos que encontrei no livro, todos citados acima, levando em conta a responsabilidade e seriedade do mesmo, eu fico preocupado com o que foi publicado...

Mas o mais importante, mesmo, é que jamais foi dado o poder a Obàtálá de dar a vida a ser algum, sendo que este conceito é erradíssimo, pois cabe apenas  a Olódúmarè, reconhecido por toda  a cultura Yorùbá, como o senhor do universo, que jamais concedeu o poder de dar vida  a ser algum nem do Òrun ou do Àiyé, pois o sopro da vida vem direto de Ọlọ́run. E nem uma divindade tem o poder  de animar um ser  vivo ou qualquer divindade, quanto mais criar divindades.

Segundo o comentário do escritor Luiz L. Marins, estudiosos da cultura Yorùbá.

“O conceito está todo errado...
O ayê é a vida no mundo físico, não o mundo físico propriamente dito.
O mundo físico, sem vida, não é ayê, é apenas ilé.
Por isso é que eu afirmo que mesmo no mito de Oduduwa, ele nunca criou o ayê, ele apenas trouxe o ilè.”

Outro fator importante é que na pagina cinco (5), o autor mistura culturas como Bantu, Congo e Angola generalizando com as Yorùbá e Djedje, isso não existe, afinal no Brasil são culturas distintas, no máximo uma Angola que chega a cultua Orixás (Yorùbá), mas  isso está sendo corrigido entre os sacerdotes que estão definindo corretamente o que cultuam em suas casas.

As fontes do escritor foram muito controversas e este livro possui erros gravíssimos, que deveriam ser reconstruídos, antecipando que os brasileiros irão aprender errados os assuntos que foram maus colocados nesta obra.

Note – Òrìsànlá ou Obàtálá foi o primeiro ser criado, assim conta os Ìtàn Yorùbá, sendo que Ọlọ́run, apesar  de o chamarem de Olódúmarè ou Olodumarê, desconheço chamarem de Olodunmaré (sendo que a letra é não seria correto na língua Yorùbá), e Olodun deve ser um grupo de afoxé, que não teria  origem nesta divindade...

Orixás do Orun ao Ayê
Autor: Alex Mir, Caio Majdo, Omar Viñole
Editora: Marco Zero
N. de páginas:978-85-213-1675-6
ISBN:78

terça-feira, 19 de julho de 2011

A voz dos Òrìsà Afrosul

Erick Wolff8
19/07/2011


Hoje eu adquiri um CD, enviado por Silver dono da Web Rádio Atabaques, responsável pela distribuição e divulgação da obra do Mestre Borel, acredito que seja um dos Alagbè de maior destaque na cultura Afrosul, hoje eu percebi o por que... Afinal ele se preocupou de aproximar ao máximo a entonação das letras e palavras do Yorùbá, num Nação Afro-brasileira onde o dialeto usado é um Yorùbá arcaico e deformado, dado pelos anos e adulteração natural da falta do domínio da língua pelos brasileiros.

Devo frisar que, ao ouvi-lo foi fácil entender quando ele deseja expressar uma palavra ou outra, já que o Yorùbá possui várias entonações de uma mesma palavra, onde gera significados diferentes e muda totalmente o conceito da palavra, claro que depois de mais de cem anos de uma cultura fundada no Brasil sem a ajuda linguística dos Africanos, muito se perdeu fazendo com que muitos Orin (cantigas) perdessem seu sentido e ou significado, restando muito pouco do original e tornando-se impossível traduzir, uma perda cultura sem igual infelizmente.

Pena que não posso postar trechos do CD, mas posso afirmar que foi um dos melhores que já ouvi entre os
Alagbè do Sul, e entendo hoje o porque o Itaú Cultural gravou a sua voz eternizando o seu trabalho para o Brasil, infelizmente demorou tanto para chegar às minhas mãos, pois seria muito interessante poder conhece-lo.

No entanto fica aqui a minha homenagem ao
Alagbè Mestre Borel e a sua voz.  
Web Rádio Atabaques – www.radioatabaques.com.br (qualquer interessado poderá encontrar o CD Sirè de Oyò e Ijesá - Atabaque's Records - para comprar neste site).

Mestre Borel, morreu no dia 04 de julho de 2011, em Porto Alegre, aos 85 anos, Ele foi um destacado
Alagbè OmoSàngó iniciado na Nação Batuque Afrosul.

TIKTOK ERICK WOLFF

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