segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A Umbanda no conceito da Secretaria Municipal de Cultura de Niterói

Niteroiense, você já teve acesso ao livreto Niterói: Usina Cultural 2010? Você, que é adepto da religião de matriz africana, em especial a umbanda, leia o texto a seguir:

"LENDAS URBANAS: Primórdios da Umbanda - Niterói também está presente nas origens da Umbanda. Em 1908 na Federação Espírita em Niterói um jovem de 17 anos - Zélio Fernandino de Moraes, foi convidado a participar da mesa espírita. Ao serem iniciados os trabalhos, manifestaram-se em Zélio espírito que diziam ser de índio e escravo. O dirigente da mesa pediu que se retirassem, por acreditar que não passava de espíritos atrasados "sem doutrina". As entidades deram seus nomes como Caboclo das 7 Encruzilhada e Pai Antônio. No dia seguinte, as entidades começaram a atender na residência de Zélio todos àqueles que necessitavam e, posteriormente, fundaram a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade."

No mínimo, os autores responsável por este texto, insano, mal produzido pela Secretaria de Cultura de Niterói, deveriam se retratar urgentemente. Considerar a Umbanda, uma religião genuinamente brasileira, nascida em Niterói, expandida por todo país e fora dele, com milhares de seguidores, como LENDA URBANA, é em mais um espaço do poder público, falar da cultura afro-brasileira, mostrando total desconhecimento da própria história de Niterói. É tratar a religião de forma preconceituosa e discriminatória.

- LENDA URBANA: são histórias que envolvem elementos ou situações banais do cotidiano, mas que por seu caráter inusitado, ou em muitos casos absurdo, provavelmente não aconteceram.

- LENDA URBANA: É lidar com casos tão disparatados quanto os que envolvem roubos misteriosos de órgãos humanos para transplante; contaminação por fornos de micro-ondas e telefones celulares cancerígenos; caso da Loira do Banheiro, correntes pedindo ajuda para salvar crianças com leucemia; ou mensagens demoníacas escondidas em gravações musicais.”

Este é o poder público que representa a população de Niterói.
Ogan Jorge Zulu

2 comentários:

  1. Bom, tratando disso de forma mais séria, eu postei um solicitação de informação no sítio da secretaria de cultura.
    O livreto não tem versão on-line, pelo menos não achei, de modo que não tive como avaliar o contexto.
    Isso faz pensar em muitas coisas, principalmente uma ação dos meliantes evangélicos, gente desclassificada, espalhada por toda a sociedade.
    A nossa história é muito mal documentada, minha opinião, claro, e o caso da Umbanda ou de qualquer outra manifestação religiosa ou cultural discriminada pior ainda.
    Existem de fato muitos burracos nisso e na minha visão algumas ilações.
    Existe um texto que tive acesso que o autor questiona especficamente essa história citada, ele gera algumas dúvidas, mas, que esta longe de ser definitiva e absoluta. Existem ainda pessoas que reagem a criação da Umbanda misturando ela com as manifestações anteriores, da macumba, ou outro nome qualquer que se de, que já existia no Rio.
    A história citada é aceita como verídica por muitos outros, apesar de variações serem possíveis de existir entre o fato real e as versões.
    Zelito existiu de verdade e viveu muitos anos. A Umbanda foi criada e existe até hoje.
    Assim qual o sentido de se chamar essa história de lenda urbana?

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