Por Erick Wolff de Oxalá
Sacerdote de orixá desde 1989, na tradição do Batuque do Rio Grande do Sul
26/04/2021
Respeitando o direito de cada um e a liberdade de culto, este ensaio tem por finalidade esclarecer alguns conceitos sobre o Arissun e o Egun, e rituais de origem Ioruba, na tradição do Ilê Axé Nagô Kóbi, tradição Batuque do Rio Grande do Sul.
A palavra Ibokú é uma introdução recente que expressa adequadamente o que praticamos. Não há registro de que os mais velhos a utilizavam, usualmente utiliza-se a palavra Balé. Nesta imagem poderemos ver a tradução:
O templo possui um local reservado para o culto aos ancestrais, onde se fazem sacrifícios e oferendas para os mortos.
No Ibóku ficam os assentamentos de Egun, onde veneramos a memória dos nossos ancestrais.
Filhos e netos são descendentes, não são ancestrais, por isso, não se abre Ibóku com filhos nem netos.
No Ibóku ou no Balé não se cultua orixá, pois orixá não é, nem vira Egun.
Não há culto de Egungun ou Baba Egun, no Batuque do Rio Grande do Sul. Não é possível dizer que um Babalorixá quando morre virará Baba Egun, simplesmente baseando-se no cargo dele.
Homens e mulheres são cultuados no Ibóku do Batuque do Rio Grande do Sul.
Os iniciados terão seus rituais fúnebres garantidos, que poderão variar conforme a sua graduação. Todo e qualquer iniciado no Batuque, tem o direito de um ritual fúnebre, no entanto, nem todos terão um arissun completo, pois dependerá da sua graduação e iniciação.
Antes de rituais de Bori, iniciações ou eventos religiosos, são feitas oferendas ou sacrifícios no Ibóku, conforme a orientação do orixá da casa através do jogo de búzios.
Considerações finais:
O Ibóku é diferente de balé.
Não se cultuam Egungun, nem Baba Egun.
O cargo do Babalorixá não o torna um Baba Egun.
Orixá não vira Egun.
Homens e mulheres são cultuados no Ibóku.
Ilê Axé Nagô Kóbi
ILÊ AXÉ NAGÔ
KÓBI | Fundado em 1989 (wordpress.com)