CEPMM - Centro de Estudo e Prática por um Mundo Melhor
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Minas Gerais
2016
Sabemos que foi o Caboclo das Sete Encruzilhas o espírito responsável pela organização da Umbanda, orientando logo na primeira reunião como seria esta nova religião, como seriam os trabalhos espirituais, o horário de início e termino, os estudos, etc.
Somente em 1913 (passados cinco anos do inicio da religião) é que Zélio de Moraes começou a trabalhar com a entidade conhecida como Orixá Mallet. É importante deixar registrado que até esta data (conforme gravação de áudio do próprio Zélio de Moraes) o nome da nova religião era ALABANDA.
Portanto até esta data não se falava em “SETE LINHAS DA UMBANDA”, também não existia na umbanda crianças, exus, pomba-gira, ciganos, baianos e outras linhas conhecidas atualmente. (o grifo é nosso)
Somente em 1925 (passados dezessete anos do início da umbanda) é que o senhor Leal de Souza em entrevista a um jornal do Paraná, chamado “Mundo Espírita” apresenta pela primeira vez uma codificação das Sete Linhas da Umbanda.
Leal de Souza era escritor, jornalista e redator chefe do jornal “A Noite” do Rio de Janeiro; foi um participante ativo e dedicado, durante 10 anos, da Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade e amigo de Zélio de Moraes. Afastou-se da Tenda Nossa Senhora da Piedade, sob as ordens do Caboclo das Sete Encruzilhadas, para fundar a Tenda Nossa Senhora da Conceição.
Em 1932 é convidado para escrever uma série de artigos sobre Espiritismo e Umbanda e novamente apresenta as Sete Linhas da Umbanda.
Em 1933 publica o primeiro livro a falar sobre a umbanda: “O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas da Umbanda”.
Segundo Leal de Souza, que vivia a Umbanda em sua origem, as Sete Linhas da Umbanda eram:
OXALÁ;
OGUM;
OXOSSI;
XANGÔ;
IANSÃ;
IEMANJÁ;
AS ALMAS.
Em 1941 (passados 33 anos da fundação da Umbanda) foi realizado no Rio de Janeiro o Primeiro Congresso Brasileira de Umbanda e neste congresso é ratificado as Sete Linhas da Umbanda.
As linhas são chamadas de “Pontos da Linha branca de Umbanda” ou graus de iniciação e são:
Os Sete Pontos ou Graus de iniciação confirmados no Primeiro Congresso Brasileira de Umbanda (1941) são as Sete Linhas da Umbanda apresentadas por Leal de Souza em 1925.
É neste primeiro congresso de umbanda que a Tenda Mirim apresenta um trabalho sugerindo que o nome da religião seria Aumbandã.
Em 1942 Lourenço Braga publica sua tese chamada “Umbanda e Quimbanda”, na qual apresenta o primeiro esquema formulado e pensado das Sete Linhas da Umbanda com sete legiões para cada linha, também marca seu pioneirismo na apresentação da LINHA DO ORIENTE e das sete linhas da Quimbanda:
Linha de Santo ou de Oxalá – dirigida por Jesus Cristo;
Linha de Iemanjá – dirigida por Virgem Maria;
Linha do Oriente – dirigida por São João Batista;
Linha de Oxossi – dirigida por São Sebastião;
Linha de Xangô – dirigida por São Jerônimo;
Linha de Ogum – dirigida por São Jorge;
Linha Africana ou de São Cipriano – dirigida por São Cipriano.
ORIXALÁ;
OGUM;
OXOSSI;
XANGÔ;
YORIMÁ (IOFÁ, OBALUAÊ);
YORI (IBEJI – ERÊS – CRIANÇAS);
IEMANJÁ.
Em 1955 Lourenço Braga publica o livro “UMBANDA E QUIMBANDA – VOLUME 2”, onde apresenta a seguinte distribuição, atribuindo a cada linha um Arcanjo como responsável e relaciona com os planetas:
Linha de Oxalá ou das almas – Jesus – Jupiter;
Linha de Yemanjá ou das águas –Gabriel – Vênus;
Linha do Oriente ou da sabedoria – Rafael – Urano;
Linha de Oxossi ou dos vegetais – Zadiel – Mercurio;
Linha de Xangô ou dos minerais –Oriel – Saturno;
Linha de Ogum ou das demandas – Samael – Marte;
Linha dos Mistérios ou encantamentos – Anael – Saturno.
Em 1956 W.W.Mata e Silva apresenta no livro “Umbanda de Todos Nós” as Sete linhas da Umbanda:
ORIXALÁ;
IEMANJÁ;
YORI (CRIANÇAS );
XANGÔ;
OGUM;
OXOSSI;
YORIMÁ (LINHA DAS ALMAS, PRETOS VELHOS).
Notamos que foi a partir da década de cinquenta que os estudiosos retiram das sete linhas a vibração de Iansã e substituem pela Yori (Crianças).
Em 1964 no livro “Okê Caboclo – Mensagens do Caboclo Mirim”, de Benjamim Figueiredo fundador da Tenda Mirim, os Orixás se dividem em menores e maiores, sendo estes últimos os regentes das sete linhas:
OXALÁ – INTELIGÊNCIA;
IEMANJÁ – AMOR;
XANGÔ CAÔ – CIÊNCIA;
OXOSSI – LÓGICA;
XANGÔ AGODÔ – JUSTIÇA;
OGUM – AÇÃO;
IOFÁ – FILOSOFIA.
Em 2003, Rubens Saraceni, apresenta uma nova organização no livro “Sete Linhas da Umbanda – A Religião dos Mistérios”:
OXALÁ – essência cristalina – FÉ;
OXUM – essência mineral – AMOR;
OXOSSI – essência vegetal – CONHECIMENTO;
XANGÔ – essência ígnea – JUSTIÇA;
OGUM – essência aérea – LEI;
OBALUAIÊ – essência telúrica – EVOLUÇÃO;
IEMANJÁ – essência aquática – GERAÇÃO/VIDA
Em 2009 no livro “Manual Doutrinário, Ritualístico e Comportamental Umbandista”, Rubens Saraceni, traz a seguinte ordenação:
OXALÁ;
OGUM;
OXOSSI;
XANGÔ;
OXUM;
OBÁ;
IANSÃ;
OXUMARÉ;
OBALUAÊ;
OMULU;
NANÃ;
OIÁ TEMPO;
EGUNITÁ;
EXU;
POMBA-GIRA.
Em 2010, Janaina Azevedo Corral, no livro “As Sete Linhas da Umbanda”, traz a seguinte apresentação:
Linha de OXALÁ;
Linha das ÁGUAS;
Linha dos ANCESTRAIS (YORI E YORIMÁ);
Linha de OGUM;
Linha de OXOSSI;
Linha de XANGÔ;
Linha do ORIENTE
Além das codificações citadas acima, existem outras. Estas codificações tentam explicar ou justificar como e porque, os espíritos se manifestam com determinadas características, porque possuem preferência por determinadas cores, nomes, regiões da natureza (praia, montanhas, matas, cemitérios etc.) e demais afinidades. Todos estes escritores e pesquisadores umbandistas, inspirados por seus mentores, observaram, estudaram e de acordo com suas observações agruparam as entidades espirituais em linhas, que foram em determinadas épocas separadas em falanges, legiões etc.
Ao mesmo tempo em que a umbanda permite que as lideranças espirituais criem ritos, conforme a orientação de seus guias e o compromisso cármico evolutivo mantido com eles, é alvo de constantes conflitos, em razão das divergências apresentadas entre a infinidade de terreiros existentes, quando se compara esses fundamentos.
Na visão espiritual do CEPMM, cada centro de umbanda tem o seu objetivo espiritual a ser alcançado, seja a doutrina humana, autoconhecimento, doutrina evangélica ou base moral nos preceitos de Jesus. Nossos objetivos são pautados na compreensão das energias dos Orixás com seus devidos arquétipos psicológicos e no conhecimento teórico e prático na manifestação dos guias em comunhão com os médiuns. Acreditamos que é preciso por em prática todo o ensinamento advindo da supremacia divina.
Desta maneira, vale ressaltar as Sete Linhas adotadas pelo CEPMM dadas às necessidades espirituais e compromissos assumidos pela nossa casa:
1. Nanã
2. Abaluaê
3. Ogum
4. Xangô/Iansã
5. Oxóssi
6. Oxalá
7. Iemanjá
BIBLIOGRAFIA: