domingo, 23 de julho de 2017

O POVOADO DE KÀNBÍ

Erick Wolff
Pesquisador independente e autodidata

RESUMO
Sem pretensão alguma, desejamos neste texto apresentar a localização do povoado de Kànbí, para que possa iluminar a mente dos Afro-descentes do Sul do país, com intenção de criar novos caminhos para estudos e pesquisas.

PALAVRAS CHAVES: Kànbí, Òsùn, Nigéria


O povoado de Kànbí está situado no estado de Òsùn, Nigéria. Kànbí localiza-se numa altitude de 222 metros acima do nível do mar, as coordenadas de Kànbí são 7°28'0" N e 4°12'0" E em DMS (Graus Minutos Segundos) ou 7,46667 e 4,2 (em graus decimais). Sua posição UTM é FJ32 e sua Operação Conjunta referência Gráfica é NB31-03.  Calcula-se uma população de 77.015. 

CIDADE ÀBÍNA

Erick Wolff
Pesquisador independente e autodidata


RESUMO
Neste texto desejamos apresentar mais uma cidade vinculada ao povo Yorùbá, neste material apresentaremos a cidade Àbína e um mapa do palácio de Òyó, neste material chegamos novamente próximo ao ritual da Kànbína do òrìsàismo Afro-sul, e seus rituais Yorùbá.
PALAVRAS CHAVES: Àbína, Kànbína, Káà, Aganju


A cidade Abina está localizada em Òyó, na Nigéria e suas coordenadas geográficas são latitude: 8,0167°N e longitude: 4,3333°E. Amoeda local de Abina é Naira (NGN). 

Não é possível afirmar com extrema certeza que este ou aquele é o caminho certo e único, no entanto, podemos observar o nosso culto, nossa comunidade e nossos rituais, que nos levam à cultura Yorùbá e seus costumes, já tivemos acesso há inúmeros artigos que nos revelaram muitos conceitos e informações, abrindo a nossa mente e olhos, tudo isso para que possamos apreciar as nuances que nos levam a imaginar possíveis vínculos da Kànbína Afrosul com a Àbína e o nome dos Káà (quartos) do palácio de Òyó.

" [...] O portão principal do palácio dá acesso ao mais largo dos pátios conhecido como Aganjú. Usado principalmente para assembleias com todo o povo da cidade, o Aganjú espalha-se aproximadamente sobre 3.5 acres. Nele há os templos de três Òrìsà: Sàngó, Òrìsàfunfun e a divindade para todas as coisas [...] "
 (página 48)

Observamos que na primeira edição da revista Olòrun, ao publicarmos os Irúnmolè (Divindades cultuadas entre as nações de matriz Africana) que são cultuados no òrìsàismo Afro-sul, notamos que todos pertencem e são cultuados nos fundamentos Yorùbá.

Os mesmos traços são notados no àse do Ekomi (Um ritual que é  feito em dias que há toque no templo, muito semelhante ao ritual do Ìpàdé do Candomblé), um ritual que agrega o epo-pupa (Azeite de Dendê) e a farinha de mandioca, que Bara tanto adora e ajuda a afastar os Ajogun (são os seres maléfico que agem contra os seres humanos).

Na segunda edição tivemos contato com o Aláààfin de Òyó e os rituais fúnebres. Na terceira e quarta edição desenvolvemos a noção de pessoa e os rituais para Orí, nos informando e conceituando sobre nossos rituais Yorùbá.

E foi na quinta edição que tivemos acesso A Entronação do Aláààfin e sua conservação, que apresentou os rituais do rei dos reis Yorùbá e a semelhança com o ritual da Kànbína Afrosul. Entre tantas edições seguinte sempre houve um lastro que fixasse a Kànbína aos rituais Yorùbá, o que nos deixa uma laguna aberta ao tentar buscar elementos que possam ilustrar vínculos com o povo Banto, sendo que o povo Banto não cultua Òrìsà, Orí, IBorí, Òkúta, Igba-òrìsà entre tantos outros elementos que fazem parte da cultura Yorùbá

Por isso, é possível somar Káà + Ábìna = Kábína, lógico que são apenas sugestões, pois não podemos chegar afirmar com toda certeza e intenção de ditar que este é o caminho. 



Conclusão
Ábìna é uma cidade de Òyó, descobrimos que os quartos e salas do palácio de Òyó eram conhecidos por Káà, o que gera uma leve possibilidade de criar o nome de uma das vertentes do Òrìsàismo Afrosul, a Kánbìna baseia-se nos rituais, divindades e conceitos Yorùbá, e, foi por isso que nossos estudos sempre nos levaram acreditar que esta raiz pertence a ancestralidade Yorùbá, tal qual as divindades cultuadas e seus rituais.


Bibliografia
OJO, Afolabi. Yoruba Palaces,  A Study of Afins of Yorubaland. London, University of London Press, 1966.

Link Mapa
https://www.google.com.br/maps/place/Abina,+Nigéria/@8.0124838,4.3216832,14.13z/data=!4m5!3m4!1s0x103776a3b35f2f49:0x29aea9007d1faaed!8m2!3d8.016667!4d4.333333

sexta-feira, 21 de julho de 2017

ADOÇÃO E DESCENDÊNCIA

POR ERICK WOLFF DE OXALÁ


Revisado e aumentado em 25/08/2022 às 15:20

Note do Editor:
Hoje 25/08/2022, às 15hrs, recebemos a notícia da finalização do processo de adoção, ou seja, hoje o nosso filho Pietro é oficialmente parte da nossa família.

Após alguns anos de espera, com muito axé, orientação e ajuda das divindades, chegamos ao final de um processo sofrido e árduo, ao qual foi totalmente compensado com o ser mais lindo e maravilhoso do mundo, não desejamos que o Pietro seja perfeito, pois o aceitaremos como ele é e o ajudaremos a ser uma pessoa melhor e feliz. 

Esperamos poder ajuda-lo e ama-lo com todo o amor do mundo e que ele é um presente da divindade da pureza, que Oxum gerou esta riqueza. 

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21/07/2017

Este artigo tem por finalidade esclarecer um tema ao qual as pessoas ainda consideram tabu: a adoção de um individuo poderá ou não fazer parte da nossa descendência.

Pela iniciação o indivíduo passa a fazer parte de uma família religiosa; da mesma forma que a esposa ou o esposo, através do matrimonio, passam a fazer parte de uma determinada família biológica. Consideramos assim que descendentes religiosos ou biológicos não são apenas aqueles sanguíneos.

Para os afro religiosos no Brasil ainda é um tema não comentado, onde a noção de pessoa está ligada ao conceito familiar consanguíneo, mesmo considerando a existência da família religiosa através das iniciações.

A descendência é um ponto de discussão: como família consanguínea, possui deveres e direitos a serem preservados; como família espiritual garante a sucessão dos templos e centros religiosos.

Por isso, é muito importante para a humanidade deixar descendentes vivos, ter filhos e expandir a sua família, para que possam levar o seu nome e até mesmo as suas tradições vivas e ativas.

A “matéria de origem” transmitida pelos pais estende o DNA familiar passando de pais aos filhos; assim como foram feitos pelos avós aos nossos pais biológicos, assim também poderíamos olhar para o espiritual, pois através das iniciações são passados os rituais o DNA espiritual, e passamos a fazer parte de determinadas famílias religiosas assim que somos iniciados.

Assim, entendemos que no segmento religioso, através da iniciação é possível um indivíduo ao entrar em uma família religiosa, receberá este DNA espiritual, repassando-o depois, ativado pela nossa ancestralidade familiar, através do bori, oferenda à cabeça e à ancestralidade, um ritual que nos ajuda a equilibrar a nossa família, os descendentes religiosos, biológicos, e tudo que representa o seu orí, ou seja, tudo que representa a sua individualidade no plano espiritual enquanto estiver vivo no plano físico.

Se fecharmos os olhos e tentarmos imaginar tudo que compõe a nossa pessoa no mundo espiritual, veremos que foram os fatores ancestrais que formaram a base individualizada da nossa pessoa, uma parte da massa ancestral que originou nossa existência.

Sabemos que o destino imutável de nascer de um determinado pai e mãe, garante a nossa ancestralidade. Porém o destino coletivo daquela família, e até mesmo do próprio indivíduo podem levá-lo a um novo caminho, na possibilidade de, através da adoção, formar uma nova família.

Para nós ocidentais, o casamento não é apenas uma instituição para gerar filhos. Claro que os filhos são consequência deste matrimonio, pois, a realidade atual de maior diversidade na formação da família, atualmente temos famílias indivíduos do mesmo sexo, e até mesmo, os que passaram pela adequação de gênero. 

Família também é formada por mães ou pais solteiros, ou em mães ou pais transgêneros, porque família tem também como base de sua formação, a perpetuação do nosso DNA espiritualcarregando a nossa ancestralidadesendo de um ou vários indivíduos, podendo assim mudar o destino de uma ou mais pessoas através da adoçãoproporcionado a qualquer individuo receber qualquer pessoa na sua ancestralidade e torna-lo um descendente:


Família contemporânea: é caracterizada pela inversão dos papéis do homem e da mulher na estrutura familiar passando a ser a mulher a chefe de família. Abrange a família monoparental, constituída por mãe solteira ou divorciada. (www.significados.com.br/familia/ )


Assim a nossa ancestralidade e descendência se mantém viva e ativa, e desta forma, através do nosso presente podemos mudar o futuro, com erros ou acertos; por isso, em todas as atitudes e escolhas devemos dar oportunidades para descendentes ajudarem pessoas, uma oportunidade ao caminho da boa sorte.

  • "Dar a chance de mudar o mau destino e uma criança, é uma dádiva legada aos seres humanos" [Roberto  Tamelini JR, de Oxum]

A adoção não se baseia apenas em adotar uma descendência, mas principalmente em dar oportunidade a alguém, e desta forma, mudar o destino de uma pessoa, antes incerto, agora para melhor, criando vínculos familiares onde não existiam. Neste aspecto, religiosamente, citaremos um mito do religioso dos iorubás:

  • [...] vivia em terras de Queto um caçador chamado Odulecê.
  • Era o líder de todos os caçadores.
  • Ele tomou por sua filha uma menina nascida em Irá, que por seus modos espertos e ligeiros era conhecida por Oiá [...]
  • [...], mas um dia a morte levou Odulecê, deixando Oiá muito triste.
  • A jovem pensou em fazer uma forma de homenagear o seu pai adotivo [...]
  • [ Mãe Stella de Oxossi em: “Meu Tempo é Agora”, 1993, p. 91, apud, Reginaldo Prandi, Mitologia dos Orixás, p. 310] 

Esta lenda narra que Oiá foi adotada por um guerreiro, que na sua morte, ela a filha adotiva pode render homenagem e criou o rito funerário, chamado de Arissun ou Axêxe, conforme a tradição religiosa. O importante deste mito é relatar o poder da ancestralidade não está apenas ligada aos descendentes sanguíneos, e que um filho adotivo pode honrar pais mãe apôs a sua morte. Assim mantendo-o vivo nesta memória atraves dos rituais, cultuando assim a memoria do seu pai, no caso: Odulecê.

Assim como no filme “Lion, uma jornada para casa”, onde Nicole Kidman (Personagem: Sue), interpreta a mãe de Dev Pate (Personagem: Saroo), e numa cena linda, ele se desculpa por não ser o filho que ela não pode ter, e ela o interrompe e diz que ela sempre pode engravidar, mas escolheu dar uma vida melhor a dois seres humanos, lindos e perfeitos: Saroo e seu irmão problemáticos Mantosh, personagem de Divian Ladwa.

FONTE CONSULTADA SOBRE ADOÇÃO

Dr. Roberto Tamelini Junior, Advogado, Roberto de Oxum, em 12/06/2009, religião Batuque do RS, tradição Kambina, por Gui de Xapanã. 


BIBLIOGRAFIA PESQUISADA

VERGER, Pierre. “Noção de Pessoa e Linhagem Familiar Yoruba”, em: Notes sur le Culte des Orixá et Vodun, Mémoire de IFAN. Dacar, n. 51, 1957. Disponível em: https://luizlmarins.files.wordpress.com/2016/08/nocao-de-pessoa-e-linhagem-famililar-entre-os-iorubas-verger.pdf  Acessado em 26/06/2017.

FILME


LION - UMA JORNADA PARA CASA, Direção: Garth Davis, EUA, AustráliaReino Unido, 2017.

sexta-feira, 14 de julho de 2017

TURISMO EM TERRA YORUBÁ

Por Erick Wolff de Oxalá
14/07/2014


Foi promovido na internet um video convidando os brasileiros à visitarem Oyo, Nigéria, neste video informavam que o Oba de Oyo iria fornecer um certificado para os turistas, em respostas o Asa Orisa fez uma nota pública informando;

  • Em nome de Sua Majestade Imperial, Oba (Dr.) Adeyemi III, O Alaafin de Oyo, por este meio, gostaríamos de expressar nosso agradecimento aos cidadãos brasileiros pela promoção da terra yoruba como destino turístico.
  • Embora o vídeo publicado promova nossa terra e nossa cultura como segue o link, é notar que Sua Majestade Imperial, Oba (Dr.) Adeyemi III, O Alaafin de Oyo, não emite nenhum CERTIFICADO PARA TURISTAS.
  • https://www.facebook.com/iya.doxossi
  • O Alaafin de Oyo recebe e dá as boas-vindas a todos os seus filhos e filhas para visitar a Terra Yoruba.
  • Todos nós agradecemos e calorosamente os recebemos a todo em nosso belo país.

quinta-feira, 13 de julho de 2017

CRIME DE ULTRAJE A CULTO RELIGIOSO E PRECONCEITO RELIGIOSO

Por Baba Erick Wolff de Oxalá
13/07/2017



Muito bom perceber que os advogados começaram a aplicar a lei adequadamente, chegava a ser cansativo ver as comunidades afro-religiosas perderem os processos, sabendo que só alegavam racismo para chamar atenção da sociedade.

Sabemos que intolerância, ou crimes contra uma religião não caracteriza racismo, um gancho que alguns advogados insistiam tanto em grifar em suas ações, que sempre acabavam em nada, justamente quando mais precisávamos de alertas e atenção para os crimes que eram frequentes.

Infelizmente nestes anos, pouca coisa mudou, pelo contrario, os crimes contra as religiões afro-brasileira cresceram e a impunidade aumentou, esperança que mude a situação e nos respeitem mais.

No ultimo final de semana a senhora Rosi Menezes, adentrou o templo religioso da sacerdotisa Francine Christina França Simões, que alem de desferir ofensas e incomodar os presentes, alem tentar agredir fisicamente a sacerdotisa, sob berros de que ali era o lugar de demônios. 

Isso nos faz pensar na realidade a qual nos encontramos, onde a população envolvida por um fundamentalismo religiosos perdeu a referencia e o respeito pelas religiões de matrizes Africana, e ou, o motivo ao qual leva estas pessoas a pensarem que um templo de Umbanda, Batuque ou Candomblé sejam habitações ou locais de culto adoração ao demônio?

O que importa é que a nossa sociedade precisa se adequar à realidade do novo século, e existe a necessidade de praticar mais tolerância e boa convivência entre as religiões. 


Fonte da materia - http://correionago.ning.com/m/blogpost?id=4512587%3ABlogPost%3A400604

sábado, 8 de julho de 2017

NÃO SE JOGA BÚZIOS NO OPÓN IFÁ

Luiz L. Marins
www.luizlmarins.com.br
08/07/2017


Temos visto na internet alguns sacerdotes e sacerdotisas das religiões afro-brasileiras jogando búzios no opón Ifá, objeto sagrado do culto de Orunmila.

O Estado é laico e o culto é livre, sabemos. Entretanto, como tradições são tradições, é importante informar aos mais novos, pois aos mais velhos que já praticam de nada adiantará falar, que segundo os próprios sacerdotes de Orúnmila nas terras iorubas, é tabu jogar búzios no opón Ifá.

Mostraremos a seguir imagens capturadas no Facebook mostrando a fala de dois sacerdotes de Orúnmila iniciados na Nigéria, já bastante conhecidos na internet, o Baba Nathan, e o Baba Maike, onde clarificam o assunto:

Baba Maike confirma que é tabu jogar búzios em cima do opón:


Novamente baba Maike confirma o tabu e explica porque:


Aqui, baba Nathan confirma que não se usa opón Ifa para jogar búzios, e baba Maike fala que o correto é jogar búzios sobre um pano branco.


Também o depoimento do omó-Ifá Awo Adelonan nos confirma o mesmo tabu:

Este é um opón ifá



Assim, esperamos que os mais novos guardem esta informação, e se no futuro, usando seu direito constitucional de liberdade de culto, quiserem quebrar um tabu de Orúnmila, por sua conta e risco, não poderão alegar desconhecimento.


Ire o!

TIKTOK ERICK WOLFF