Publicação da página Batuque do Rio Grande do Sul, no Facebook, postada em 01/10/2024, coletada em 06/10/2024.
Nesta página o autor abre o debate homenageando pai Waldemar e sugerindo que considera que ele seria o Rei da Kambina por ser o percursor deste segmento. Vejamos:
"Batuque do Rio Grande do Sul
01/10/2024
Babalorixá Valdemar de Xangô Agodô.
Considerado o Rei da nação Cabinda por ser percursor do culto aqui no RS.
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Filho de Kun lulu, nome esse que caracteriza como filho de Xangô. Diante das informações sabemos que foi trazido como escravo do porto de Cabinda.
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Referente ao orixá do Gululu, o autor não informa a origem desta informação, também não cita a fonte que da possível origem do Gululu.
Sobre o debate, coletamos algumas falas para registro, seguem:
"Victor T'Oxalá
Perguntas e afirmações muito necessárias! Vemos o quanto temos conteúdo, conhecimento e propriedade. O que realmente nos falta e ouvir e absorver o que nos cabe em quanto pertencentes destes cultos de Batuque, como o de Cabinda.
André D'Ogum Avagã
Uma questão que nunca vi ninguém tocar no assunto,é o porque do culto a egungun não ter vindo pro nosso batuque.
Erick Wolff
Por favor Batuque Do Rio Grande do Sul, poderiam fornecer a fonte desta informação:
[...] Diante das informações sabemos que foi trazido como escravo do porto de Cabinda.[...]
Victor T'Oxalá
Erick Wolff Falokun Fatunmbi (oriki Book Orunmila)
Erick Wolff
Continuação
Hendrix Silveira
No livro "Quem é Xangô Kamuká" de Paulo Tadeu Barbosa Ferreira, é dito que ele nasceu em 24 de agosto de 1883, no Brasil. Não consegui encontrar sua data de falecimento. Mas sei que essa foto que ilustra o post foi tirada do próprio jazigo dele.
Leandro Dos Santos
sobre a questão do culto de EGÚNGÚN , eu estive presente no ylê abula, na ilha de Itaparica Salvador BA e consegui entrar assim como consegui uma pessoa para me levar e mostrar o local para fins de pesquisa. E em minha viagem, concluí que temos uma grande diferença sim, mas muitas semelhanças..o que fica a questão aos senhores, tirarem suas conclusões e sem descaracterizar aquilo que acreditam como pesquisador e o que fazem como religiosos.
Fato é que neste culto em especial, segundo informações do Ojé é reverenciado o ancestral da África trazido por escravos libertos e os demais ancestrais da família foram compondo a família.
Ok a afirmação é que é o Bábà ancestral Abulá, porém existe manifestação e neste momento o Bábà é vestido e usa as ferramentas do orixá no caso deste usa o Oxè (Machado de Xangô).
A partir desta viagem e pesquisa como religioso, sigo ensinando o mesmo que me foi passado com mais certeza ainda daquilo que aprendi com meu babalorixa. Em nosso culto a xangô Kamuca são reverenciados os orixás dos nossos antepassados.
Esses orixás são únicos ligados a uma particula do ori do falecido que se separa após a missa.
Mesmo assim, neste quebra cabeça faltam peças pois quem viveu nesta época, já partiu e toda pesquisa será de certa forma um adicional ao que acreditamos.
Aí ficam as considerações finais que cada um acredita o que cada um tem e cultua sua casa? de fato o é ancestral ou seria o ancestral com uma partícula do orixá.
Reforço o que meu babalorixá Antônio Carlos que esplicava "Filho a pessoa se vai... quem fica é o orixá esse que tem poder e esse orixás é só daquele filho"
Xangô Kamuca não é Egum e em seu culto, são reverenciados, também outros orixás, ou seja, Balé de egum eo culto de Xangô Kamuca é diferente assim como o culto de egungum é outro culto
Fonte *Professor: Atalidio (Ojé) residente e morador da ilha de Itaparica Salvador BA
Leandro Dos Santos
Mais um detalhe, neste local ao contrário do que muitos pensam, também tem assentamento de orixás , na entrada tem um Exú (divindade o que alguns chamam de Bará) e assentamento de Oyá. Na foto uma espécie de casa de santo Odè
O que chamamos de Oyá Dirà ou TIMBOWÁ.
Erick Wolff
Contribuindo com o tema, o terreiro que o baba Leandro Dos Santos cita:
O Patrono do terreiro Agboula é Xango ... mas o eegun Agboula não é o Xango que virou eegun.... o eegun continua sendo o MORTO, não o ORIXÁ.
Mary Faleiro
Não veio escravizado, desembarcou no Porto do Rio de Janeiro e se estabeleceu no Rio Grande do Sul, ventre livre. Assim aprendi com o neto de santo dele, pai Romario de Oxalá Onifan.
João Carlos Fonseca
[Mary Faleiro] Foi o mesmo que meu avô, pai Romário de oxalá me falou.
Placer Sala
Alguém aqui vivo conheceu o próprio Waldemar vivo para poder contar a história correta ?
Se não tem não adianta fica em debate, simples!
Clovis de Souza
Placer Sala mano, existem registros, atestados de óbito, anotações deixadas pelas pessoas e pelos próximos que comprovam fatos e dados, assim é o estudo de história. Igual Waldemar nem Gululu não vieram de Angola, a Iyá Emília de Oyá não era princesa de nada, era filha de escravizados vindos de Pernambuco. Quando se estuda, pesquisa e investiga, historietas e devaneios são desmentidos e contra fatos, argumentos são nada. Axé meu velho, que Orixá nos abençoe e a luz do conhecimento nos ilumine!
Marcelo Souza
Clovis de Souza Gululu é mito criado, quanto a Princesa realmente era filha de escravizados, que tinha este titulo por herança. Isto também esta nos registros históricos. A oralidade cria muitos mitos e personagens fantásticos.
Clovis de Souza
Marcelo Souza sim meu velho. Mojuba. O "Gululu" seria Antônio filho de Xapanã, segundo as pesquisas do pai Denis PG
Clovis de Souza
[Placer Sala] https://acrobat.adobe.com/id/urn:aaid:sc:VA6C2:f2631462-a16b-46b8-9630-9bca71e97b5d?fbclid=IwY2xjawFv3FJleHRuA2FlbQIxMAABHeTZkwvWfeU_Ble2c9HSJp7qk-c84xibJrTy6efv-NKGm82MN-Fgfvpe6Q_aem_nQvAdX3SiJOe750NUmewVQ
Luiz Fernando Barbosa
Clovis de Souza no minimo sensacional, esse Artigo eu enquanto Batuqueiro Discente de um curso de licenciatura, fiquei apaixonado pela leitura ..axe
Clovis de Souza
Placer Sala sugiro a leitura da obra do pai Denis PG de Odé, historiador especializado na formação do fenômeno batuqueiro em conjunto com o Jovani Scherer e o Vinicius Pereira de Oliveira, ambos Historiadoes com mestrado!
João Carlos Fonseca
Placer Sala Bom dia! Meu avô,pai Romário de oxalá onifã o conheceu,era neto do mesmo e não teria porque me mentir, portanto,eu acredito no meu avô.
Lilly Abreu
Existe um contexto histórico não citado, Rio Grande do Sul é longe, afastado dos “principais portos”, assim como aqui foi o último Estado a parar de ter escravos, foi o último a se organizar no sistema escravagista. De primeiro, os negros iam pros portos principais, quando chegavam aqui já eram parte do PIB do país, os desqueridos daqui iam buscar escravos, e diferente dos demais estados, escolhiam os seus dentro das suas necessidades e não “famílias inteiras” vindas da mesma parte de África! Atentem que estou falando do começo… antes de virem escravos diretos pra cá, dessa forma se aglomeravam sem falar a mesma língua, sem ser da mesma religião, e com matriz africana diferente… daí se cria a diáspora! Porque não tem isso ou aquilo, esse ou aquele outro?!!
Simples, criaram o que tiveram condições, quem chegou depois, se conhecesse Ewá, por exemplo, já se adequou aos que os anteriores estavam fazendo… nisso muito se perdeu, mas se ganhou nossos pilares do batuque!
Espero ter sido clara!!!
Erick Wolff
[Batuque Do Rio Grande do Sul] saudações, sobre o "Gululu", existem divergências sobre o nome, e até a origem dele, seguem algumas:
Professor Hendrix afirma que “Gululu, um nome claramente de origem bantu.", entretanto, não ficou claro como ele chegou a esta conclusão. (p. 50)
Ari Oro
[...] Segundo consta, este culto foi trazido para o Rio Grande do Sul por um africano conhecido por Gululu [...] (p. 145)
Vinicius informa que:
[...]há uma referência ao Gululu, né, do Xapanã (divindade ioruba), preto, morreu com 102 anos a mais de 40 anos [...] (p. 156)
Sarin de Sàngó, informa que:
[...] O Gululu seria de Batuque vindo de Pernambuco. O nome Gululu era dado para filhos de Ogum (divindade ioruba), no entanto, o feitor de pai Antoninho seria de Oxalá (divindade ioruba) [...] (p. 156 a 160)
Segundo os pesquisadores Denis e Vincius, informa que:
Pai Waldemar do Xango (divindade ioruba) da Kambina e pai Antoninho da Oxum (divindade ioruba) do Oyo, foram feitos pelo Gululu.
Fonte WOLFF, Erick, A KAMBINA NAGÔ E O KAMUKA NA NIGÉRIA, 2024, Porto Aelgre https://loja.uiclap.com/titulo/ua49154/
Glenio Costa
Kabinda Porto angola não é Nigéria mas faz culto para orixa xango e citado como rei desta não oyo e origem de xango quem explica isto terá caído uma nação inventada por Valdemar que foi começo de tudo mas eu só sei dizer que tem muito fundamento e mistério é magia
Marcelo Souza
Glenio Costa o Porto de Kabinda era o entreposto Comercial aonde todos os cativos de todas as Nações ficavam cativos até serem transportados para as Américas. 80% de todos os africanos cativos passaram por lá.
Rodrigo Carvalho
Pelo o que se tem de estudo e pesquisa feito por algumas universidades aqui do RS, ele nunca foi escravizado. Provavelmente nasceu num período onde ja regiam as leis do sexagenário e ventre livre (esta pela qual com certeza o livrou do trabalho escravo), fora a lei internacional de proibição ao tráfico humano que a Inglaterra impôs principalmente a Portugal ainda no século XVIII e o fato dele ter nascido pouco antes da Lei Áurea.
Alexsandro Dolzan Vaz
Rodrigo Carvalho nasceu no Rio Grande do Sul como consta os registros
Alexsandro Dolzan Vaz
Rodrigo Carvalho não, tenho o registro de casamento dos pais dele (em Rio Grande) o batistério dele (em Rio Grande) nem seus Pais eram Africanos, seu avô sim, era Africano Liberto já no seculo 19
Erick Wolff
Continuação, explica que o Egun (morto) carrega insígnias, pode cantar e dançar para o orixá ao qual em VIDA, cultuava. A seguir:
"O espaço profano é dividido em dois lados: à esquerda ficam mulheres e crianças e à direita, os homens. Após Babá entrar no salão, ele começa a cantar seus cânticos preferidos, porque cada Egun em vida pertencia a um determinado Orixá. Como diz a religião, toda pessoa tem seu próprio Orixá e esta característica é mantida pelo Egun. Por exemplo: se alguém em vida pertencia a Xangô, quando morto e vindo como Egun, ele terá em suas vestes as características de Xangô, puxando pelas cores vermelha e branca. Portará um oxê (machado de lâmina dupla), que é sua insígnia; pedirá aos alabês que toquem o alujá, que também é o ritmo preferido de Xangô, e dançará ao som dos tambores e das palmas entusiastas e excitantemente marcadas pelos oiê femininos, que também responderão aos cânticos e exigirão a mesma animação das outras pessoas ali presentes."
Fonte Aulo Barreti: https://aulobarretti.wordpress.com/a-revista/o-culto-dos-eguns-no-candomble/
Erick Wolff
Caro irmão Victor T'Oxalá, com todo o respeito, mas Babalawo algum possui legitimidade para falar sobre o culto de Sango, somente o sacerdote de Sango que pode falar sobre o próprio.
Erick Wolff
André D'Ogum Avagã saudações amigo, sobre a sua questão sobre o culto de Egungun:
O CULTO AOS MORTOS NO BATUQUE NÃO É (E NÃO PRECISA SER) UM CULTO DE EGÚNGÚN.
https://luizlmarins.wordpress.com/wp-content/uploads/2020/04/o-culto-aos-mortos-no-batuque-nao-e-um-culto-de-egungun.pdf
João Carlos Fonseca
Pai VALDEMAR ERA FILHO DE XANGO BARU OLOFINA E NAO DE XANGO GODO.XANGO AGODO E XANGO DE UMBANDA,[CABOCCLO],XANGO GODO E ORIXA."
Link https://www.facebook.com/BATUQUEDORIOGRANDEDOSUL/posts/pfbid02RJuKYwpAUgcJuX53mn6fgQKBaJVFPvLu4utEHdhjpDAFfFsVuX45HSbMKwRk9wwfl
Imagens comprobatórias: