Caros amigos
Segue um pequeno dialogo sobre conceito e a realidade da Umbanda.
Ao receber um aviso via Orkut sobre um cancelamento de uma festa de nego-veio com o titulo "PRETO-VELHO", eu amistosamente alertei que seria de bom tom homenagear a linha dos "Nego-veio" com uma pequena atualização, usando o "Nego" (apelido agradável) ao invés de “Preto”, afinal preto é cor e não pode ser considerado uma raça.
O retorno foi pior que a própria mensagem, irei preservar nome do templo e o autor, pois suas palavras falam por si e pela posição religiosa, cultural e social.
Título:
Título:
FESTA DE PRETOVELHO
Data: 22/05/10 18:00
Sem intenção de ofender com a melhor da boa vontade de ajudar e esclarecer tópicos aos quais eu acredito que possam melhorar, enviei esta mensagem. Até que polida e de bom humor.
Será que os Nego-veio não irão qualquer dia procurar um advogado para processar quem chama nego de preto?Eu acho que é tão depreciativo chamar a linha dos nego e nega de preto, preto é cor não é raça!
Para a minha surpresa a resposta foi das mais amargas possíveis, uma pena afinal nós religiosos e estudiosos esperamos que todos possam entender a evolução e os caminhos da educação.
TEMPLO DE UMBANDA O XXXX XXXXXX- Prezados, até iss querem mudar?
A denominação de preto velho é determinado a cor realmente dos antigos escravos. E que cor eles eram?
Pare de kavilação....
A onde querem chegar dessa forma? Pois os que procuram aqui a nossa casa, chegam cheios de impafia, por que, aprende m a nova era da umbanda, o que incrivilmente ridiculo.
Prezados, isso não pe depreciativo, e sim que o que diz deprecia a religiosidade do ser humano.
Com certeza mais uma vez fica clara a situação que nos deparamos com a hostilidade e a falta de dialogo espiritual. Em resposta enviei;
Até isso o que? Se você fosse negro com certeza estaria gritando aos quatro cantos que preto é cor não é raça, qual a diferença para uma entidade ser respeitada?
Eu acho que como sacerdote deveria procurar se atualizar, dizendo que sua evolução esta á frente, porem não vejo nada que possa atestar cultura e ou ordem iniciatica e sim o ranço de uma cultura arcaica e démodé, por isso como sacerdote deveria ter uma postura adequada, a qual eu tenho-me prestado e com toda educação que foi alertada dos avanços da civilização, em momento algum fui grosseiro como está sendo e acho que poderia dar exemplos, da mesma forma que eu tenho feito.
Por isso desejo meus sinceros votos de paz profunda e acesse meu blog pois estou postando nossa conversa, quero que todos vejam a face oculta da Umbanda, camuflada em rancor e desavença contradizendo a caridade pregada e o amor.
Desejo boa sorte.
Erick wolff8
Esta postagem dá direito de resposta ao autor sendo que em momento algum foi citado, porem existe dialogo e espaço para que podos possam se esclarecer.
Erick Wolff8
Caro Erick,
ResponderExcluirSinceramente acho o termo Preto-Velho muito mais adequado que nego-velho, ou véio, que seja. E digo porque: "Nego" é sim um simpático apelido,até uma forma carinhosa de chamar, porém procede de negro, e este termo "Negro" que hoje julgam politicamente corrente, é algo que me incomoda. Veja bem, quem inventou esta terminilogia "NEGRO" foram os escravagistas, dividindo a humanidade em duas raças e iniciando o processo de escravidão, que levou milhares de pessoas a morte e ao sofrimento. Pessoas que eram pretas, e não brancas. Me parece um absurdo usarmos ainda hoje um terminologia que foi IMPOSTA por aqueles que escravizaram, humilharam e mataram nossos irmão africanos. Apesar de eu fazer parte do Conselho da Comunidade "NEGRA" e sempre participar das Conferencias da Igualdade Racial, não me é sensato a termilologia "NEGRA", e por um único motivo, divide em duas "RAÇAS" a humanidade. Não acho que meu irmão é de outra raça só pela cor de sua pele. Para mim, tanto eu como ele somos da raça humana, e só. E além do que, penso que algumas coisas são fatos, e não preconceito, por ex: Sou preto, você é branco, ele é amarelo. Sou gordo e você é magro. Sou alto, o outro baixo. São fatos, não preconceito. Também não concordo com rótulos, mas isso é uma outra história. Abraços!
Caro Ricardo,
ResponderExcluirEu não concordo e ao mesmo tempo quero fazer um pequeno comentário, eu não concordo com a política atual que quer promover um separatismo favorecendo uma comunidade, pois o que classifica que esta comunidade é superior a qualquer uma favorecendo contas para a classe, ao mesmo tempo que não consigo ver a diferença entre3 as raças eu também não consigo ver uma raça branca ou preta, volto a falar que preto ou branco são cores não consigo considerar uma raça.
O problema está nas pessoas de cada lado querer promover a superioridade da sua raça, nunca chegaremos a lugar algum dividindo, e sim através da soma alcançaremos uma harmonia entre as culturas...
Entre os meus amigos aqui em São Paulo e Minas Gerais, há muito que venho percebendo sem doutrinação das entidades que a própria linha dos Nego-veio tem usado o termo nego e não preto, entre eles podemos muitas vezes as entidades usarem a forma nego-veio para classificar sua linha e posição dentro da Umbanda, não consigo entender a relutância d as pessoas em aceitar um termo e entender não desclassifica e muito menos rompe com a tradição, da mesma forma que eu estou acabei de assumir uma correção dos meus valores gramaticais perante a minha cultura não vejo vergonha alguma considerar novos termos usados dentro da minha religião (http://iledeobokum.blogspot.com/2010/05/o-despertar-de-oosaala.html), cabe aos estudiosos e formadores de opinião reciclar valores constantemente e preparar os jovens e seguidores da religião, mesmo que tenha que se retratar de conceitos e ou valores, não ferindo a própria dignidade.
Certo ou errado mudaram tanta coisa da Umbanda africanizaram a mesma com; “tambores, pemba, ojá, adja, folhas, charutos, bebidas, roupas coloridas. quartinhas, guias e igba” – todos oriundos da cultura africana, porem nunca deram importância para pequenos erros gramáticas e termos usados, continuo achando que é uma desclassificação de valores continuar a chamar os nego veio de preto, não sei se notaram, mas o autos do e-mail chamou os escravos d e pretos, se eu não sou braço porque o branco é cor e não raça, então não considero os escravos pretos, são seres humanos e não objetos postos a venda.
Erick Wolff8
Prezados boa noite!
ResponderExcluirVenho até aqui, para tentar amenizar a visão que se criou em cima desse assunto, sou da casa de Omicaralobí da nação negro nago ibá, do axé das três meninas de Recife, a primeira casa fundada no brasil, após isso vinheram cantoá e todos os demais. Minha cor é braca, sou o sacerdate da casa, em toda a minha vida nunca vi tanta coisinhas para mudarem o que se chama de tradição, fui criado dentro dela,e aprendi com meu pai, avós tios e tias de santo que tradição não se muda,mais à ela se da continuidade, por que apresenta que raizes pertencemos. Agora querem mudar, "um psudo" com um comentário de se colocar advogado, acho verdadeiramente importuno. Minha familia de santo inteira é da cor preta, da raça negra, não tenho nenhum problema em falar isso. Mais negro de origem Real, somos do povo do Egito. Mais repito deixem-mos de kavilação, por que como meus parentes dizem " TRADIÇÃO NO SEM MUDA, SE CUTUA".
Como esse blog, se trata de um nome de origem NAGÔ, até então não conhecia esse, por que pelo que tive a oportunidade de ler, não contem nada de nagô, primeiro o nagô não se mostra se vive, e eu vivo dele.
Que Olodomarê abençõe a todos.
Axé odé!
Caro amigo,
ResponderExcluirRealmente temos um grande dilema como pauta, antigamente o negro apanhava porque queria se expressar hoje ele apanha por que não quer se expressar, os mais antigos não querem mudar, pois preferem sucumbir nas teias formatadas pelo tempo a poder evoluir.
Cultura, digamos que a cultura não se compra muitos menos é possível encontrar Rungbé (uma palavra djedje) em qualquer lugar, da mesma forma que ketu é Nàgó, Nàgó não é ketú, e dentro do Nàgó encontramos várias vertentes, e na ínfima insignificância d e um ser jamais poderá julgar uma nação, eu acho que seria necessário mais que uma tentativa de desmerecer uma nação.... E não foi desta vez.
Enfim outro assunto que gostaria de toca aproveitando o espaço aberto é que o povo Nàgó costumar falar Yorùbá, por isso segue algumas palavras para ajudar a entender o que o senhor cultua;
Olófin – legislador
Olódúmarè – O onipotente, o todo poderoso – ọlọ – senhor, ọdù – destino, maré supremo.
Ọlọrun – deus supremo
Eu acredito que tenham vários dicionários, Yorùbá na net para ajudá-lo a praticar o culto quem sabe reciclar e evoluir na linguagem
Àdimó Omo.
Deculpe mais duas coisinhas;
ResponderExcluir"TRADIÇÃO NO SEM MUDA, SE CUTUA".
Concordo que Tradição não se muda se cultua, porem existe limite para a apologia a desinteligência.
Segundo o povo do Mãe Menininha do Gantois não vira em caboclo ou nego-veio.
O assunto é bem controvérso. Por mais que se trata de uma cultura milenar o candomblé a umbanda não é tão milenar assim, diga-se de passagem que ela tem apenas e tão somente 100 anos.
ResponderExcluirSendo duas religiões distintas devem ser tratadas de forma individual, por isso neste tema o blé que se mantenha no seu lugar.
Quanto a expressão "preto velho" esta errada sim, preto é cor pelas leis vigentes neste país é preconcito chamar alguém de preto ou mesmo de branco (raça não é branca é caucasiana).
Por isso, querendo ou não querendo, tendo aruanda suas próprias regras, tem que ser respeitada a regra vigente no Brasil.
O que eu acho mais engraçado é que aqui ninguém acha precoceituoso ser chamado de "preto" agora tenho certeza absoluta que se fosse em uma desinteligência nossa isso seria interpretado como precoceituoso sim.
Lembrando que quando a expressão começou a ser utilizada chamar alguém de preto não era preconceito, pois vivia-se em uma sociedade pós-abolição que retinha em seu seio resquicíos de séculos de escravidão.
Mas hoje a socidade vê isso como preconcietuoso sim, deignar a palavra "preto" como designação de alguém.
Por que se não houvesse referida evolução, até a nossa Monarquia decretar "o fim" da escravidão, negro não tinha alma, por isso podia ser escravizado.
Então, imagino que os afro-descendentes não querem voltar ao estatus "a quo" de não ter alma, nem mesmo serem chamados de "pretos".....
Por isso não entendo, será que então posso comçar a chamar as pessoas de "o seu pretinho", ou mesmo Sr. Preto.
Desculpa acho que não!
Do mesmo jeito que chamar alguém de banco ou amarelo é preconceituoso.
Asè
Levando em consideração que os negros não deveriam ser felizes naquela época, muito menos deviam gostar de serem chamados de pretinhos, a sociedade Cristã atual ainda quer manter os negro da Aruanda como uma sub-raça escravizada, sinto muito, mas não concordo com isso e vou lutar para que haja respeito e dignidade entre os nego-véio e as nega-véia...
ResponderExcluirMeio contraditório querer forçar a linha dos nego-veio a serem chamados de preto, sendo que são as almas benditas por ironia eram considerados sem alma.
Vou lutar pela luz para as entidades da Umbanda.
Por o negro não ter alma que eu tanto estranho, olhar nos templos de umbanda e do blé e ver imagens de santos católicos.
ResponderExcluirMas vamos dar alguns dados para pensarmos a respeito:
"A Dum Diversas é uma bula papal publicada em 18 de junho de 1452 pelo Papa Nicolau V.
Através desta Bula, dirigida ao rei Afonso V de Portugal, o pontífice afirma:
"(...) nós lhe concedemos, por estes presentes documentos, com nossa Autoridade Apostólica, plena e livre permissão de invadir, buscar, capturar e subjugar os sarracenos e pagãos e quaisquer outros incrédulos e inimigos de Cristo, onde quer que estejam, como também seus reinos, ducados, condados, principados e outras propriedades (...) e reduzir suas pessoas à perpétua escravidão, e apropriar e converter em seu uso e proveito e de seus sucessores, os reis de Portugal, em perpétuo, os supramencionados reinos, ducados, condados, principados e outras propriedades, possessões e bens semelhantes (...)."
Só devemos pensar um pouco a respeito, e claro pensar no "Sr. Preto e Pretinho".
Assim, poderemos perceber que tal expressão é de um tempo remoto onde o negro não tinha alma, por isso poderia ser escravizado.
E de certa forma esta escravizando os nego-véio na atual religião, infelizmente ainda vemos acontecer com frequencia...
ResponderExcluirPrezado, rmão vc está certo, vivi buscando dicionário na net, para falar na "lingua"!. Incrivel1
ResponderExcluirMais qual é o nome do irmão dentro do culto do Negro Nagô?
Prazer,Odéofáomim!
Respondendo à sua pergunta caro irmão, e aproveitando para sugerir trocar o seu dicionário, eu acho que nunca é tarde para começar a falar certo, desde “Mais” para o “Mas” até do nome do seu Deus para as demais palavras usadas no dia-a-dia, como deve saber que a família do Cantois e mais algumas famílias que não são de ketu, porem, pertencem ao segmento da nação Nàgó, aliás ... Frisando novamente que Ketú é Nàgó, porem Nàgó não é Ketu, eu acredito que seja fácil entender que existem várias vertentes dentro do Nàgó ao qual não é mencionado o nome Yorùbá ao qual você recebe quando é feito, por isso somos chamados pelo nome acompanhado do nome do òrìṣà, vide exemplo – Mãe Estela de Oxossi, Mãe menininha do Cantois, Valdomiro de Xango, entre outros que já deve ter ouvido falar, Nós da vertente Nàgó não divulgamos o Orúkọ e nem mesmo o Orúkọ-Ẹ̀fẹ. Por isso pode me chamar de Erick de Òòṣàálá.
ResponderExcluirGrato pela atenção.
Meu Caro,
ResponderExcluirVocê se equivocou quando citou de forma depreciativa o termo, a outra face da Umbanda.
Historocamente falando, o termo Preto Velho, é ancestral. Por tanto, creio que você remou contra maré e afundou quando depreciou a Umbanda.
Muita Luz, PAz e Prosperidade pra você meu Nobre.
Daniel Conceição
Filho de Umbanda
Daniel, bom dia.
ResponderExcluirNão vejo desta forma, conforme acima dito, o termo realmente é ancestral, mas pensando que a vida evolui, por que não evoluir.
Como disse a terminologia, vem de uma era que fazia parte da sociedade se referir ao negro desta forma, mas nossa sociedade hoje é outra por que ficar estagnado no tempo, por que não evoluir???
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirCaro Daniel
ResponderExcluirRealmente não deve ter lido ou não entendeu nada do que leu, pois a outra face da Umbanda que eu me refiro à ignorância do sacerdote que deprecia uma entidade chamando de preto, sendo que naquela época o negro era considerado sem alma, logo não seria uma raça e sim animais sub-humanos classificada de preto, não vejo motivo de menosprezar ainda na atual civilização uma linha ao qual deve ser respeitada, você não deve ter notado que eu friso que o nego-veio não é preto-veio, pois são coisas distintas e muito clara para a nossa cultura, sendo que o povo escravo, como você chama de ancestrais não são mais animais sub-humanos, e sim ancestrais então porque ainda queres mantê-los como animais sem alma?
Não vejo nada demais em corrigir erros culturais aos quais os nossos mais velhos cometeram, nós possuímos inteligencia e acho que cabe aos atuais membros da religião corrigir, ou teremos que cantar errado para o resto da vida só para mostrara humildade? Desculpe, mas ninguém aqui fez juiz da humildade, fez?
Eu tento, até mesmo depois dos desaforos que recebi, defendendo uma linha ao qual vocês ainda querem tratá-los como Zumbis.
Àdimó
Erick Wolff8
Erick, um assunto muito interessante...
ResponderExcluirAinda ontem, este era o dialogo que tinhamos em relação a este assunto, na aula de Arqueologia.
Segundo meu Prof. Claudio Carle "negro" foi um nome atribuido ao africano, para se identificar um individuo como "negro de alma" ou "sem alma" e a definição de cor e raça também é algo pouco aceito na antropologia, acreditando eu também que "nego" seja uma corruptela do termo "negro". Não sei se "preto-velho" ou "nego-velho" ou "negro-velho" mas ainda sou a favor de tratar essa linha como "africanos", embora os nago tenham culto proprio para tratar de seus antepassados, até ondo me consta estas entidades seriam especificamente escravos de senzala não deixando de pertencer a esta mesma etnia.
Caro euricon, seria muito fácil se os africanos restringisse a uma única linha, porem, não sei se teve oportunidade de estudar melhor a Umbanda e seus rituais, mas deve saber que a linha das crianças, possuem crianças negras, a linha dos bahianos e até mesmo os Exú e Pomba giras, sendo assim a generalização perderia a identidade da entidade. Desta forma se puder perguntar ao seu professor se ele concorda que os negros na Umbanda estão presente em todas a s linahs não somente na linhas dos nego-veios, sendo assim, ele poderia auxiliar neste problema?
ResponderExcluirMe metendo mais um pouco e corroborando com o que o Erick disse, eu carrego 3 entidades minhas que são negras, minha criança, minha nega-veia e minha PB.....
ResponderExcluirÉ tenho que concordar com você Beto, afinal nós temos estudiosos e professores que estudam a diversidade religiosa baseada nos relatos e não na vivencia, eu acredito que até poderia usar a palavra linha dos africanos para generalizar, todos porem não teria como fazê-lo com a linha dos nego-veio que por sinal esta expressa numa forma carinhosa, usada até mesmo pelas entidades, sem teor depreciativo ou pejorativo...
ResponderExcluirSe não existisse uma variedade de entidades que se abastecem nas demais linhas da Umbanda eu acredito que não teria problema usar este termo, mas caso haja uma determinada gira em que o médium possa incorporar todas as entidades da linhagem negra que ele possua de uma vez eu acho que poderia ser chamada linha dos africanos, mas para isso ele e os demais precisariam dividir a matéria com varias entidades...