Qualquer um sabe que o sacerdote seja ele da Umbanda ou Nação, tem responsabilidades com seus filhos de santo, claro que nem sempre existe o respeito.
A dignidade do ser humano prejulga que todos deveram ser tratados da melhor forma, contudo, quando vemos um filho de santo que não se afina com a ditadura espiritual e ou estão cansados de serem mal tratados, e querem seguir sua vida, logo vem o feitiço ou as baixaria comum de alguns sacerdotes.
Eu penso que todos são uma família desta forma o filho de santo deve ser tratado com respeito com recíproca educação e dedicação. Na falta da consideração, logo vem o caos que infelizmente é comum entre as casas de religião, considero que tenha que dar respeito para ter respeito, sem ele não é possível o convívio comunitário.
Porem o pior vem quando o zelador resolve demandar ou tocar feitiço para os filhos com raiva deles, não havendo o julgamento de um verdadeiro sacerdote. Eu não consigo entender como uma mão que deu àṣe para um Orí, possa usar a mesma para tocar feitiço, um item que muitos sacerdotes preferem serem temidos pela comunidade sacerdotal pelo dom de prejudicar ou queimar as pessoas, ao invés de ser reconhecido pela mão de boas forças e prosperidade.
O que não deve ser desconsiderado é que ao prejudicar um filho você não está apenas prejudicando aquele ser humano que um dia você iniciou, mas todos os seus ancestrais e divindades que um dia ele iniciou criando o vinculo entre o Ọ̀run e Àiyé.
Pesarosamente reconheço acontecimentos e relatos de maldade confeccionada por pessoas que deveriam repensar suas atitudes e conceitos, o mundo seria muito mais feliz e lindo se as pessoas procurassem valores ao invés da soberbia, o bom caráter é o dom que ninguém pode comprar e muitos menos trocar, seria tão bom se todos se dedicassem a lapidar o caráter da sua família espiritual, para que os futuros sacerdotes ao receber seu Oye, soubessem como lidar com as pessoas.
Afinal terreiro não é senzala de Ìyáwó e muito menos os filhos de santo não são empregados dos pais de santos, mas isso não quer dizer que os filhos de santos não tenham que se isentar das tarefas, com um pouco de discernimento toda a comunidade entra em harmonia com a organização e administração do sacerdote.
O bom sacerdote se preocupa em formar pessoas de bom caráter.
Erick Wolff8
Enviado pelo amigo Luiz L. Marins;
ResponderExcluir"Conseguir o respeito pelo medo, é fácil. O difícil é consegui-lo pelas nossos atos".
Penso como você, pois também não consigo entender como a mão que um dia deu o axé, em outro quer matar; a boca que um dia abençoou, em outro quer praguejar, e o coração que um dia amou, passe a odiar.
Em terras iorubá, egungun é benção, é proteção, é conselho, é remédio, é o nosso ancestral sempre do nosso lado.
Caro Luiz,
ResponderExcluirDuas considerações a fazer;
“Bom filho será bom pai ou mãe”, eu penso que quando alguém chega numa casa santa ele já está contaminado, com vícios e problemas considerando algum tempo para se adaptar. Existe uma fase de transição e readaptação social, conformes as leis daquele templo, mesmo que pequeno ele possui regimento interno que ajuda o templo a funcionar.
Sendo assim não considero que o erro seja somente do zelador, mas de ambas as partes, o problema está presente na sociedade e suas regras, que adaptadas para a cultura cristã preconceituosa, não dando espaço para a cultura afro. Mesmo com defeitos e crimes contra a integridade humana o conceito religioso africano deve ser levado em consideração. Filtrado e reformulado para o convívio da sociedade, existindo uma relação de vassalagem que interpreta o estado social da religião afrobrasileira, sendo assim o filho deve estar ciente do sistema religioso e sua estrutura social.
Outro item muito importante ao qual citou e infelizmente hoje é a vergonha da cultura afro, quando vemos as casas religiosas usando seus antepassados como hot valier, pode acreditar que para alguns sacerdotes os antepassados não são mais considerados nossos sábios e mais velhos, e sim cães de guarda dos templos que os usam para feitiços e brigas entre famílias religiosas que por muitas vezes suas guerras começam com a troca de filhos de santo e ou alguma picuinha ridícula que mais tarde viram verdadeira disputa de poder de quem destrói mais a casa do outro “Quem pode mais chora menos”. Transformando o Igbalè num status de poder e terrorismo entre os sacerdotes. Dura realidade que assola a fé e a cultura afrobrasileira.