terça-feira, 30 de abril de 2024

CENTRO RELIGIOSO ALDEIA PAI FLECHA DOURADA

Este ensaio tem o intuito de registrar a Umbanda do CENTRO RELIGIOSO ALDEIA PAI FLECHA DOURADA, que não destaca o sincretismo em seu altar.
Acessado em 30/04/2024










Rua Ministro Junqueira Ayres, 54, São Paulo, SP, Brazil

(11) 98875-4644

aldeiapaiflechadourada@outlook.com

aldeiapaiflechadourada.com.br

sexta-feira, 26 de abril de 2024

OBATALA CRIA O MUNDO (Dhadar Faseyi)

No perfil - CASA DO ISANI OBATALA E YEMÒÓ, no Facebok, que possui como foto do perfil a imagem de Dhadar Faseyi, filho biológico do Obalesun do Templo de Obatala em Ile-Ife, foi publicado um extrato do mito ioruba da criação no qual afirma-se que Obatala é o criador da Terra, sem fazer nenhuma referencia à Oduduwa.

Apenas para lembrar, em 2018 Suzana Dias coletou um mito diretamente do Obalesun " A Narração de Uma Idéia" traduzido pelo próprio Dhadar, no qual é informado que Oduduwa criou a terra no lugar de seu irmão Obatala, que dormia. Recentemente foi lançado pela Unicamp  livro "Obatala criador de criaturas" que traz o mesmo mito.

Isto nos faz pressupor que talvez possa existir um mito público externo que vise atender às necessidades políticas do bom relacionamento com o Ooni Ife para, através dos mitos manter a posse da terra e o governo político  x um mito interno com funções apenas teológicas narrado somente aos iniciados. 

Segue a imagem do post publicado no Facebook:

 

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Texto, transcrição e adaptação: Luiz L. Marins


 

 

segunda-feira, 22 de abril de 2024

PRÍNCIPE DOS BATUQUES (JORNAL DO BATUQUEIRO)

Esta postagem foi coletada da página do Facebook, Jornal do Batuqueiro, administrado por Alexsandro Dolzan Vaz, postado em 19/04/2024, acessado em 22/04/2024.
O intuito deste registro é preservar a memória e a história do Batuque do Rio Grande do Sul.  



"PRÍNCIPE DOS BATUQUES
Jornal do Batuqueiro
19/04/2024

No começo do século passado no Rio Grande do Sul, existiam Reis, Rainhas, Príncipes e Princesas. Esses títulos no Batuque Gaúcho eram como se fosse um grau de elevação pelo conhecimento acumulado e seu destaque na sua comunidade. Rei Nagô, Princesa Emília, Príncipe Chico, Príncipe Custódio, Princesa Joaquina e outros Sacerdotes.
Entraram para a história do Batuque Gaúcho e sempre serão exaltados, acima ilustrando, a imagem do Príncipe Custódio, O Príncipe dos Batuques."

Seguem os comentários:


"Hendrix Silveira

Não gente. Esses "títulos" nunca existiram no Batuque. De onde tiraram isso? O príncipe Custódio e a princesa Emília tinham esses títulos porque eram filhos de Reis africanos. Não tem nada a ver com o Batuque. Dos outros nunca ouvi falar, então não sei dizer.


Marcio Carpes

Sera que era realmente batuque que o principe praticava ou era a tradicional religiao ancestral do Benin???

 

Marcio Carpes

E os orixas cultuados aqui no sul sao de origem youruba!salvo alguns como legba Zina

 

Jovani Scherer

[Marcio Carpes] boa essa pergunta!

 

Hendrix Silveira

[Marcio Carpes] O príncipe não praticava Batuque, logicamente, mas é possível que sua presença tenha influenciado na estruturação do Batuque. A onipresença da tradição Jeje no Batuque como um todo é uma evidência. 

 

Alexsandro Dolzan Vaz

[Hendrix Silveira] É que os estudos revelam, uma coisa não anula a outra Hendrix Silveira. Estou falando apenas no Batuque. Rei Nagô não era filho de Rei, esse título foi dado pelos seus irmãos de culto aqui na grande Porto alegre.

 

Hendrix Silveira

[Alexsandro Dolzan] Vaz nunca ouvi falar de rei Nagô ou príncipe Chico, então não posso falar nada sobre eles, mas existem vários estudos sobre o príncipe Custódio (á favor ou contra a dientidade construída sobre ele) e acho que ainda faltam estudos sobre a princesa Emília para além da tradição oral, mas esses títulos nunca tiveram no Batuque. Acho que o Custódio foi chamado assim numa manchete de jornal, mas não entre os batuqueiros. Lembro que a um tempo atrás tinham reis do Candomblé e tal, mas eram só uma propaganda.

 

Alexsandro Dolzan Vaz

[Hendrix Silveira] João Marins que era neto do Pai Thomaz (Rei Nagô) já falava no Príncipe Custódio, Príncipe Chico e outros. O mesmo João Marins é citado na oralidade,inclusive em livros (o que foi pra o Rio de Janeiro e teve muito sucesso por lá). Bom observar que Pai Thomaz faleceu em 1907 na grande Porto Alegre.

 

Hendrix Silveira

[Alexsandro Dolzan] Vaz humm... interessante.

 

Luis Carlos Mattozo

Um linda História que merece ser estudada e difundida no Estado "Príncipe Custódio a Mão Negra que diriguiu o Estado por detras das Cortinas ".


Alexsandro Dolzan Vaz

[Luis Carlos Mattozo] verdade, história que não se apaga

 

Helena Porto

Agô aos mais velhos e aos mais novos! O povo do Candomblé na Bahia, deveria ler estes relatos da história do Batuque aqui do Sul, já que eles dizem que o nosso Batuque não passa de invenção e marmotagem. É pura falta de informação, mas a informação tá aí, ao alcance de todos, basta ter interesse em aprender.

 

Alexsandro Dolzan Vaz

[Helena Porto] pura verdade a novos estudos que revelam que em Novo Hamburgo já existiam cultos em 1850, Pai Thomaz (Rei Nagô) era dessa família.

 

Ana E Deivid

Conforme contam alguns historiadores, antes de firmar residência em Porto Alegre, ele residiu por muitos anos em Bagé, hoje existe aqui um bairro chamado Passo do Príncipe em sua homenagem, foi onde ele morou, onde haviam muitos atos religiosos, atendimentos a população e inclusive assentamentos aos quais até hoje são uma incógnita os locais realizados por não haver registros de onde foram firmados, aqui inclusive ele atendeu pessoas da alta sociedade e políticos de Porto Alegre, foi quando surgiu o convite para ele se mudar para a capital para facilitar o acesso às pessoas desse meio. Não sei pq em quase todas as pesquisas esquecem de mencionar o fato dele ter sido um célebre morador daqui da nossa cidade, em nosso Museu aqui haviam algumas informações sobre essa época. Cabe a nós compartilharmos um pouco de cada coisa que sabemos para contribuírmos com a história do nosso batuque, mesmo não podendo afirmar que é a verdade absoluta, esses relatos precisam ser contados. Então só para reafirmar que a cidade de Bagé tbm foi rota do Príncipe Custódio, onde ele deixou um legado muito bonito, nossa cidade tem uma forte raiz batuqueira que se perpetua pelos muitos terreiros existentes aqui. Nossa raiz Jejê sobrevive na Rainha da Fronteira, com muito orgulho, pertenço a essa raiz. Parabéns a página pelo trabalho ancestral.

 

Cristiano Ferreira

Importante ressaltar que Príncipe Custódio era príncipe de Judá ( Africa) veio para o Brasil "exilado" mas com seu título monarca.

 

Jornal do Batuqueiro

Cristiano Ferreira é o que os Historiadores, pesquisadores e etc tentam até hoje encontrar algo que ligue ele a este título, o Reino que ele foi ligado, infelizmente é atemporal a sua chegada no Brasil, Príncipe Custódio chegou a Porto Alegre ainda novo como alguns documentos recentes provaram.

Mas os estudos não param, esperamos encontrar mais informações, não só dele, mas de todos ...

 

Paulo Romeu

[Jornal do Batuqueiro] Esses historiadores não chegaram num estudo profundo, mas hoje em dia já é bem documentado. E à maioria não encontrou porque não quis, muitos por preconceito. Tem que consultar gritos africanos. É uma longa história como fala nosso Griot Mestre Paraqueda. Se precisarem podemos compartilhar estudos mais aprofundados.

 

Rodrigo Carvalho

[Cristiano Ferreira] capaz irmão! Não precisa se desculpar pois não é errado não saber até porque todos nós aqui ao certo não sabemos se ele foi ou não membro da realeza daometana. Certo é que ele foi exilado de la e mandado pra cá com auxílio da Inglaterra e por aqui ele passou por Pernambuco, Rio e nosso estado. Se aproveitou do termo príncipe (pra não sofrer preconceito) e se deu bem entre a elite de Porto Alegre. Essa questão do exílio dele até tem haver com a própria função do Bará do Mercado Público pois acreditasse que esse assentamento na verdade seria uma segurança (calçamento na porta do Mercado e não necessariamente no centro) pra ele próprio não ser extraditado de volta pra sua terra. No entanto alguns relatos ja pesquisados informam inclusive que não é só um Bará, mas sim 7 Barás assentados pela capital e todos com o mesmo intuito: Segurança do príncipe no RS pra não ser deportado ao Benin.

 

Rodrigo Carvalho

[Cristiano Ferreira] Ajudá, Reino do Daomé (atual Benin). "Judá" era na Etiópia. Pelo o que ja se pesquisou sobre ele, não tinha nenhum título monárquico em África, porém era apelidado de príncipe por ser iniciado ao Vodun Sapatá no culto Fon, provavelmente o Afá - Culto tradicional Fongbe (que o povo rival de Oyó/Nagô onde hoje é o país vizinho Nigéria, os chamavam de "Jêje"). Isso era comum na comunidade dele pois muitos associam Sapatá como o próprio Rei da terra, sendo assim seus filhos eram "príncipes" nas aldeias e grandes curandeiros de doenças

 

Cristiano Ferreira

Irmãos o que tenho sobre este assunto foram passados por minha bisavô religiosa, Titina de Oya, desculpem afirmar título monárquico, realmente o que temos é muito frágil .

 

Jornal do Batuqueiro

[Cristiano Ferreira] perfeito, essa informação teria se propagado depois de sua morte, talvez por algum repórter que queria fazer uma reportagem mais chamativa, não sabemos. Mãe Titina da Oyá da Azenha, foi sua contemporânea, inclusive teria sido sua filha de Santo, Mãe Titina acumulava muito conhecimento.

 

Mary Faleiro

[Cristiano Ferreira] exato, e nunca fez cabeças.

 

Buarque Rodrigo

[Mary Faleiro] não vejo sua alegação?

 

Mary Faleiro

Príncipe Custódio nunca fez cabeças, portanto não deixou ninguém como seu herdeiro religioso.

 

Jornal do Batuqueiro

Diziam... Assim como outros relatos que sim..... Oralidade, não sabemos, inclusive teria muito mais gente feita por ele, As irmãs gêmeas de Ibejis do Campos da Redenção, Mãe Titina da Oyá e por aí vai. A muitos estudos do Jejê em andamento.

 

Raquel Trassante

[Jornal do Batuqueiro] Titina de Oyá afirmava ter sido feita pelo príncipe(conforme relato dos que vieram antes de nós).

 

Fernandinha Cordova

[Jornal do Batuqueiro] jejê nao tem orisa e sim vodun!

 

Emilio de Xangô

[Mary Faleiro] Quem foi o pai ou mãe vde santo de mãe chininha de xangô de Ibejis ?

Mãe de santo de pai João do Exu vi

Sua benção mãe

 

Felipe Barticeli

Onsualele okize erupê o nome dele verdadeiro ele fugiu por causa da invasão britânica se não me engano já faz mais de 24 anos que vi o primeiro documentário e tem parentes dele carnal que vive em poa..teve passagem pelo RJ..Bahia..Rio grande pelotas e por último em poa..

 

Fernandinha Cordova[Felipe Barticeli] a digina dele nao corresponde aos yorubas, me parece angola

 

Javier Markotich

Recomiendo adquirir este libro es una obra de arte respecto del principe custodio



Fernandinha Cordova

So um adento que precisamos estudar, se veio do atual benin precisamos rever qual culto praticava, pois o benin é dos povos daomes ! Orisa é reino yoruba! Povo yoruba só chegaram aqui em meados de 1.800, antes era o povos bantos ( angola e daomey)

Povo do jeje mahi e seus cultos iniciaticos nada tem a ver com orisa e sim vodun!!!! Agora onde mescla e porque nao se raspa, catula e adoxa pra ter possessão ai no sul? Misteriooooooo

 

Rudmar Martins

[Fernandinha Cordova] onde no candomblé é obrigatório a raspagem??

Só vou alegar a seguinte situação, com base nos fundamentos:

Para fazer santo e ter ocupação no candomblé, é preciso jogar nos búzios, então se nos búzios não marca raspagem de cabeça, está não deveria ocorrer!

Mas se os candonblista, tornaram regra as raspagem, isso é doutrina e não fundamento.

No Sul não fazem raspagem de cabeça para ter ocupação, pois as pessoas que recebem o santo (ocupação), não tevem saber que se ocupam, por isso não se faz filmagens, nem fotos destes momentos, enquanto a pessoa que recebe santo estiver ainda viva entre nós.

Isso ocorre no sul, por mistérios da religião. Batuque do Sul é diferente de Candomblé, inclusive quanto ao culto e número de orixás do panteão africano.

Será que foi entendido, ou seu candomblé é exclusivo na matriz africana?

 

Andrew Monteiro

Quais fontes comprovam que ele não aprontou ninguém? Há relatos? De quem? Para quem?

Mania do batuqueiro achar que sua "opinião" é única e a verdadeira.

 

Jornal do Batuqueiro

[Andrew Monteiro] perfeito, assim como diziam que Pai Waldemar só teria aprontado um filho e a pouco tempo apareceu que não.

 

Andrew Monteiro

[Jornal do Batuqueiro], exatamente.

Afirmar algo sem fontes é irresponsabilidade.

 

Anderson Oliveiran

Gostaria que fosse explorada a história e origem do Príncipe Chico que no final dos anos de 1800 até década de 1920 foi muito solicitado para orientar alguns Babás e Yas da época."

 

Link: PRÍNCIPE DOS BATUQUES 

Imagens comprobatórias:








Veja mais aqui:

NO REFLUXO DOS RETORNADOS: CUSTÓDIO JOAQUIM DE ALMEIDA, O PRÍNCIPE AFRICANO DE PORTO ALEGRE.
Por Jovani de Souza Scherer e Rodrigo de Azevedo Weimer
https://revistaolorun.files.wordpress.com/2021/05/revista-olorun-85.pdf

EDO HISTÓRICO PATRIMÔNIO CULTURAL TRADICIONAL
Por HISTÓRIA: OBA OVONRAMWEN NOGBAISI
https://iledeobokum.blogspot.com/2020/03/edo-historico-patrimonio-cultural.html 

MÃE EMILIA DA OYÁ LADJÁ (Princesa do Batuque)
https://iledeobokum.blogspot.com/2022/12/mae-emilia-da-oya-ladja.html

sábado, 13 de abril de 2024

HISTÓRIA DAS SETE LINHAS DA UMBANDA

CEPMM - Centro de Estudo e Prática por um Mundo Melhor

Rua dos Cristais, 555

Jd. Holanda, Uberlãndia

Minas Gerais

2016


Transcrição e adaptação: Luiz L. Marin


Abril de 2024


Sabemos que foi o Caboclo das Sete Encruzilhas o espírito responsável pela organização da Umbanda, orientando logo na primeira reunião como seria esta nova religião, como seriam os trabalhos espirituais, o horário de início e termino, os estudos, etc.

Somente em 1913 (passados cinco anos do inicio da religião) é que Zélio de Moraes começou a trabalhar com a entidade conhecida como Orixá Mallet. É importante deixar registrado que até esta data (conforme gravação de áudio do próprio Zélio de Moraes) o nome da nova religião era ALABANDA. 

Segundo Zélio de Moraes nome original da religião foi Alabanda, onde Alá é uma palavra árabe que significa “Deus” e banda significando “do lado de”. Logo, Alabanda significa ao lado de Deus. Esse nome foi dado pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, como uma homenagem ao Orixá Mallet, que era malaio e muçulmano. (Alá é a forma como os muçulmanos chamam Deus). 

Portanto até esta data não se falava em “SETE LINHAS DA UMBANDA”, também não existia na umbanda crianças, exus, pomba-gira, ciganos, baianos e outras linhas conhecidas atualmente. (o grifo é nosso)

Somente em 1925 (passados dezessete anos do início da umbanda) é que o senhor Leal de Souza em entrevista a um jornal do Paraná, chamado “Mundo Espírita” apresenta pela primeira vez uma codificação das Sete Linhas da Umbanda. 


Leal de Souza era escritor, jornalista e redator chefe do jornal “A Noite” do Rio de Janeiro; foi um participante ativo e dedicado, durante 10 anos, da Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade e amigo de Zélio de Moraes. Afastou-se da Tenda Nossa Senhora da Piedade, sob as ordens do Caboclo das Sete Encruzilhadas, para fundar a Tenda Nossa Senhora da Conceição. 


Em 1932 é convidado para escrever uma série de artigos sobre Espiritismo e Umbanda e novamente apresenta as Sete Linhas da Umbanda. 


Em 1933 publica o primeiro livro a falar sobre a umbanda: “O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas da Umbanda”.

 

Segundo Leal de Souza, que vivia a Umbanda em sua origem, as Sete Linhas da Umbanda eram:

 

  1. OXALÁ;

  2. OGUM;

  3. OXOSSI;

  4. XANGÔ;

  5. IANSÃ;

  6. IEMANJÁ;

  7. AS ALMAS.

 

Em 1941 (passados 33 anos da fundação da Umbanda) foi  realizado no Rio de Janeiro o Primeiro Congresso Brasileira de Umbanda e neste congresso é ratificado as Sete Linhas da Umbanda.

As linhas são chamadas de “Pontos da Linha branca de Umbanda” ou graus de iniciação e são:

 

1º grau de iniciação – ALMAS;
2º grau de iniciação – XANGÔ;
3º grau de iniciação – OGUM;
4º grau de iniciação – IANSÃ;
5º grau de iniciação – OXOSSI;
6º grau de iniciação – IEMANJÁ;
7º grau de iniciação – OXALÁ.

 

Os Sete Pontos ou Graus de iniciação confirmados no Primeiro Congresso Brasileira de Umbanda (1941) são as Sete Linhas da Umbanda apresentadas por Leal de Souza em 1925.


É neste primeiro congresso de umbanda que a Tenda Mirim apresenta um trabalho sugerindo que o nome da religião seria Aumbandã.

 

Em 1942 Lourenço Braga publica sua tese chamada “Umbanda e Quimbanda”, na qual apresenta o primeiro esquema formulado e pensado das Sete Linhas da Umbanda com sete legiões para cada linha, também marca seu pioneirismo na apresentação da LINHA DO ORIENTE e das sete linhas da Quimbanda:

 

  1. Linha de Santo ou de Oxalá – dirigida por Jesus Cristo;

  2. Linha de Iemanjá – dirigida por Virgem Maria;

  3. Linha do Oriente – dirigida por São João Batista;

  4. Linha de Oxossi – dirigida por São Sebastião;

  5. Linha de Xangô – dirigida por São Jerônimo;

  6. Linha de Ogum – dirigida por São Jorge;

  7. Linha Africana ou de São Cipriano – dirigida por São Cipriano.

 

Em 1952 (após 44 anos do inicio da religião) o Primado de Umbanda, ente federativo que tem como seu Primaz o Senhor Benjamim Figueiredo, responsável pela Tenda Mirim apresenta sua doutrina e os Sete Seres Espirituais responsáveis pela luz espiritual emanada de Deus, o primeiro elo entre Deus e as outras hierarquias espirituais.
Em nosso sistema solar, os chamados Orixás Maiores regem as Sete Linhas da Umbanda:

 

  1. ORIXALÁ;

  2. OGUM;

  3. OXOSSI;

  4. XANGÔ;

  5. YORIMÁ (IOFÁ, OBALUAÊ);

  6. YORI (IBEJI – ERÊS – CRIANÇAS);

  7. IEMANJÁ.

 

Em 1955 Lourenço Braga publica o livro “UMBANDA E QUIMBANDA – VOLUME 2”, onde apresenta a seguinte distribuição, atribuindo a cada linha um Arcanjo como responsável e relaciona com os planetas:

 

  1. Linha de Oxalá ou das almas – Jesus – Jupiter;

  2. Linha de Yemanjá ou das águas –Gabriel – Vênus;

  3. Linha do Oriente ou da sabedoria – Rafael – Urano;

  4. Linha de Oxossi ou dos vegetais – Zadiel – Mercurio;

  5. Linha de Xangô ou dos minerais –Oriel – Saturno;

  6. Linha de Ogum ou das demandas – Samael – Marte;

  7. Linha dos Mistérios ou encantamentos – Anael – Saturno.

 

Em 1956 W.W.Mata e Silva apresenta no livro “Umbanda de Todos Nós” as Sete linhas da Umbanda:

 

  1. ORIXALÁ;

  2. IEMANJÁ;

  3. YORI (CRIANÇAS );

  4. XANGÔ;

  5. OGUM;

  6. OXOSSI;

  7. YORIMÁ (LINHA DAS ALMAS, PRETOS VELHOS).

 

Notamos que foi a partir da década de cinquenta que os estudiosos retiram das sete linhas a vibração de Iansã e substituem pela Yori (Crianças).


Em 1964 no livro “Okê Caboclo – Mensagens do Caboclo Mirim”, de Benjamim Figueiredo fundador da Tenda Mirim, os Orixás se dividem em menores e maiores, sendo estes últimos os regentes das sete linhas:

 

  1. OXALÁ – INTELIGÊNCIA;

  2. IEMANJÁ – AMOR;

  3. XANGÔ CAÔ – CIÊNCIA;

  4. OXOSSI – LÓGICA;

  5. XANGÔ AGODÔ – JUSTIÇA;

  6. OGUM – AÇÃO;

  7. IOFÁ – FILOSOFIA.

 

Em 2003, Rubens Saraceni, apresenta uma nova organização no livro “Sete Linhas da Umbanda – A Religião dos Mistérios”:

 

  1. OXALÁ – essência cristalina – FÉ;

  2. OXUM – essência mineral – AMOR;

  3. OXOSSI – essência vegetal – CONHECIMENTO;

  4. XANGÔ – essência ígnea – JUSTIÇA;

  5. OGUM – essência aérea – LEI;

  6. OBALUAIÊ – essência telúrica – EVOLUÇÃO;

  7. IEMANJÁ – essência aquática – GERAÇÃO/VIDA

 

Em 2009 no livro “Manual Doutrinário, Ritualístico e Comportamental Umbandista”, Rubens Saraceni, traz a seguinte ordenação:

 

  1. OXALÁ;

  2. OGUM;

  3. OXOSSI;

  4. XANGÔ;

  5. OXUM;

  6. OBÁ;

  7. IANSÃ;

  8. OXUMARÉ;

  9. OBALUAÊ;

  10. OMULU;

  11. NANÃ;

  12. OIÁ TEMPO;

  13. EGUNITÁ;

  14. EXU;

  15. POMBA-GIRA.

 

Em 2010, Janaina Azevedo Corral, no livro “As Sete Linhas da Umbanda”, traz a seguinte apresentação:

 

  1. Linha de OXALÁ;

  2. Linha das ÁGUAS;

  3. Linha dos ANCESTRAIS (YORI E YORIMÁ);

  4. Linha de OGUM;

  5. Linha de OXOSSI;

  6. Linha de XANGÔ;

  7. Linha do ORIENTE

 

Além das codificações citadas acima, existem outras. Estas codificações tentam explicar ou justificar como e porque, os espíritos se manifestam com determinadas características, porque possuem preferência por determinadas cores, nomes, regiões da natureza (praia, montanhas, matas, cemitérios etc.) e demais afinidades. Todos estes escritores e pesquisadores umbandistas, inspirados por seus mentores, observaram, estudaram e de acordo com suas observações agruparam as entidades espirituais em linhas, que foram em determinadas épocas separadas em falanges, legiões etc. 

Ao mesmo tempo em que a umbanda permite que as lideranças espirituais criem ritos, conforme a orientação de seus guias e o compromisso cármico evolutivo mantido com eles, é alvo de constantes conflitos, em razão das divergências apresentadas entre a infinidade de terreiros existentes, quando se compara esses fundamentos.


A umbanda não terá uma codificação; ao contrário, é como uma grande escola em que seu regimento pedagógico deve ser elaborado pelos próprios alunos, o que pode parecer uma desorganização aos olhos apressados dos aprendizes que aguardam o mestre para fazer a lição, não sabendo que a instrução é exatamente esta: aprender por si, a se tolerarem nos erros e se unirem nos acertos. Portanto, o movimento de umbanda tende naturalmente, com o tempo, a uma acomodação ritualística e, conseqüentemente, a uma salutar uniformização que a torna ética e caritativa.

Na visão espiritual do CEPMM, cada centro de umbanda tem o seu objetivo espiritual a ser alcançado, seja a doutrina humana, autoconhecimento, doutrina evangélica ou base moral nos preceitos de Jesus. Nossos objetivos são pautados na compreensão das energias dos Orixás com seus devidos arquétipos psicológicos e no conhecimento teórico e prático na manifestação dos guias em comunhão com os médiuns. Acreditamos que é preciso por em prática todo o ensinamento advindo da supremacia divina.

Desta maneira, vale ressaltar as Sete Linhas adotadas pelo CEPMM dadas às necessidades espirituais e compromissos assumidos pela nossa casa:

 

 1. Nanã

 2. Abaluaê

 3. Ogum

 4. Xangô/Iansã

 5. Oxóssi

 6. Oxalá

 7. Iemanjá

 

A ordem apresentada pelos orixás que compõem as 7 linhas da casa se relaciona com o dia da semana de cada um deles.
 

BIBLIOGRAFIA:


1) Umbanda Os Sete Reinos Sagrados – Manoel Lopes – Ícone Editora

2) Umbanda Um Século de História – Diamantino Fernandes Trindade – Ícone Editora

3) História da Umbanda – Alexandre Cumino – Madras Editora

4) Umbanda de Todos Nós – W. W. Matta e Silva

5) Curso Essencial de Umbanda – Ademir Barbosa Junior – Universo dos Livros

6) Curso EAD do Núcleo Mata Verde

7) As Sete Linhas de Umbanda


FONTE: Centro de Estudo e Prática por um Mundo Melhor


Prova documental:



TIKTOK ERICK WOLFF

https://www.tiktok.com/@erickwolff8?is_from_webapp=1&sender_device=pc