terça-feira, 29 de dezembro de 2020

KÓJÓDÁ

Por Asa Orisa

Publicado em 29/12/2020



O antigo Calendário iorubá


O Calendário iorubá Tradicional tem 13 meses em 1 ciclo anual, 28 dias em 1 mês e 4 dias em 1 Semana.


Antigamente, os iorubás contavam o tempo observando a lua para poder controlar a produção de alimentos, plantando, colhendo e observando certas aves, insetos para ajudá-los a determinar a mudança sazonal, que estão ligados a festivais anuais para divinidades específicas, a fim de alcançar seu próprio equilíbrio como resultado do equilíbrio da natureza.


Para entender a ideia pré-colonial anterior de um sistema civil de um ano, é pertinente chegar ao período aborígene iorubá e ao mito da criação do mundo, sendo a base do calendário primordial, que é o primeiro pilar da estrutura social iorubá.


Baseia-se no número fixo (4), que conceito está relacionado com as crenças tradicionais sobre o Universo ser redondo e sua criação começou com 4 cantos.


Esta é a semente primordial que define a estrutura social iorubá.

Marca os valores das 4 divindades mais importantes da cosmologia iorubá e do ciclo de mercado.


No início, não havia dias de semana e Elédùmarè decidiu dar a Semana de 4 dias  aos ÒRÌSÀ .


Dia 1 - Òsè Ògún = Ògún, Òrìsà-Oko, Òsóósí, Erinlè


Dia 2 - Òsè Sàngó /Jàkúta = Sàngó , Oya, Iyemoja, Obalúayé, Obà, Èsù


Dia 3 -Òsè Obàtálá = Obàtálá, Egúngún, Egbè, Òkè


Dia 4- Òsè Ayó (alegria) = é dedicado a todos os outros Òrìsà = Òsun, Òrúnmìlà, Orò, etc.


ASA ORISA ALAAFIN OYO

domingo, 27 de dezembro de 2020

ỌYA GBÁLÈ

Ọya Gbálẹ̀, vamos entender um pouco mais sobre Ela?


Antes de adentrar no assunto Ọya, vou expor algumas palavras em iorubá para vocês entenderem.
- Baálé é o líder (homem) de uma casa ou família.
- Baálẹ̀ é o líder (homem) de uma comunidade, de uma aldeia.
- Gbá é o verbo varrer, limpar em iorubá.
- Gbálé significa varrer/limpar a casa (ilé).
- Gbálẹ̀ significa varrer/limpar o chão (ilẹ̀).
- Gbalẹ̀/Gbilẹ̀ significa espalhar, estender ao redor.
- Ìgbálẹ̀ significa vassoura em iorubá.
- Ìgbàlẹ̀ é denominação dada ao local onde ficam e se cultuam os Egúngún (Ancestrais veneráveis).
Prestem a atenção na diferença da escrita, e consequentemente no tom e significado das palavras.
Quando falamos Ọya Gbálẹ̀, estamos falando "Ọya varre o chão", em referência ao vento (um dos atributos e poderes de Ọya) que limpa, que varre o chão e a atmosfera.
Embora Ọya possui ligações fortes com Egúngún (Ancestrais veneráveis), com o Egúngún Ológbojò por exemplo, que chega a sair com Ọya no festival anual de Ọya em Ọ̀yọ́. Esta ligação não chega a ser como é falada e ensinada no Brasil, que Ọya veste branco, que deu a luz a nove Egúngún, que Ọya Gbálẹ̀ mora no cemitério. Gentem, os iorubás tradicionais não possuem cemitérios, eles enterram seus mortos em suas casas ou quintais.
Entre os iorubás não existe esta coisa de nove Ọya, Ọya é uma só.
Pode ser que Ọya seja cultuada e até "assentada" em algum Ìgbàlẹ̀ (local de culto a Egúngún), pode ser, ainda não tive o prazer de adentrar em um Ìgbàlẹ̀ iorubá. Mas isso não faz dela se vestir de branco e ser cultuada de forma diferente.
Ọya é Ọya, uma só.
Onírá é Ọya, uma só.
Então, não caiam nesta loucura que vemos na Internet, de 500 Ọya, uma faz assim, a outra faz assado, como já dizia meu querido e adorado padre Quevedo, ISSO NO ECXISTE!!!




ỌYA Á GBÈ WA ÒÒÒ.
✒️
Hérick Lechinski
📸
Fotos do Festival Anual de Ọya em Ọ̀yọ́, em 2019. Fonte -

INICIAÇÃO DA IYA ESUBIY

 Iniciação de Orisa Esu - Nigeria

A mulher iniciada ganhou o nome de Ìyá *Èṣúbíy* 


📸 @edadudutv 






Fonte - Ig: instagram.com/yemoja_arike

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

O CARGO DO CANDOMBLÉ: OGAN OU OGÃ

Ẹ kú ọ̀sán, ènìyà féran láti kọ́ èdè Yorùbá!



Lóní, a yíò kọ́ ìtúmọ̀ náà ọ̀rọ̀ ọ̀gá. Fetísílẹ̀, jọ̀wọ́!

No Candomblé, temos a figura do "Ogan" ou "Ogã". Esta figura tem a sua instituição baseada em uma necessidade social há época em que a religião era perseguida. Os primeiros se quer eram "feitos", apenas apontados, vindo a sentar na cadeira para que socialmente fossem reconhecidos.

Os primeiros "ogãs" eram pessoas com forte influência política e policial, geralmente altos cargos dentro da segurança pública. Bem, esta parte histórica é longa e incito-os à pesquisa.

Mas "ogã", agora falando de idioma Yorùbá, é uma palavra distorcida, uma corruptela de ọ̀gá. Essa significa: chefe, líder, alguém importante. Realmente o eram, vide a forma como os antigos vestiam-se quando havia um festejo ou toque!

Pela semântica da palavra, fechamos o raciocínio simples que até mesmo o zelador ou zeladora são ọ̀gá, são líderes. A sua ìyálórìṣà é uma ọ̀gábìnrin, uma líder; o seu bàbálórìṣà é um ọ̀gákúnrin; uma ìyánífá é uma ọ̀gábìnrin, assim como um bàbáláwo é um ọ̀gákúnrin. Todos esses são líderes dentro de sua comunidade religiosa e possuem seus àwọn ọ̀gá também.

Note como pegaram uma palavra indicando importância, liderança e a atribuiriam àqueles que estavam ali defendo o terreiro de ataques da polícia, vide como era a época!

O tempo passou, criam-se fundamentos e mais fundamentos, ìtàn, regras, dogmas e ritos onde a figura do ọ̀gá passou a ser então cultuada, sem mais a antiga função necessária.

"Ogã" é pai! Cuidado com essa afirmação. Um "ogã" ser chamado de bàbá não é por ser pai, isso indica um desconhecimento da ampla semântica da palavra bàbá. Ela também significa mestre, aquele que possui grande conhecimento em algo.

Por fim, cuidado ao corroborar com lendas doidas que tetam justificar a palavra escrita de forma errada "ogan". "Ogan" não é o senhor do gan (O + gan = senhor do gan)! Cuidado!

Atenção: Tudo a cerca deste cargo é criado aqui no Brasil e de acordo com as necessidades aqui impostas. Nada vem fundamentado em odù ou lendas! As atuais atribuições refletem as necessidades atuais dos terreiros: cantar, cortar, alguns àwọn orò e etc.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

PRECEITOS E TRADIÇÕES: BATUQUE X CANDOMBLÉ.

Por Erick Wolff de Oxalá
Atualizado e revisado em 16/12/2020

Com todo o respeito com a fé e a liberdade de cada um, que a constituição garante. Este artigo tem como finalidade pontuar algumas tradições e costumes da diáspora.



O Batuque do Rio Grande do Sul, é um culto a orixá e segue os seus fundamentos, entre eles;

1 - Não guardamos a sexta feira de Branco e nem precisamos.

2 - Não usamos odu e nem precisamos.

3 - Não raspamos e nem precisamos raspar.

4 - Nossos orixá se portam como na matriz, com olhos abertos, falam e possuem liberdade total para comandar os rituais.

5 - Paramentamos o orixá e chegamos a vestir, mas não temos o candomblé como referencia.

6 - A iniciação de orixá no Batuque e no Candomblé possuem seus rituais e ambas são cultos praticados na diáspora e possuem seus fundamentos reconhecidos.

7 - O iniciado do Batuque do RS, não é um Iyawo.




Referencias: 

Oba não usa e nem precisa de odu - 
Orisa Oba usa apenas oraculo de obi, nao precisa de odu. - YouTube 

Iyawo - ILÊ AXÉ NAGÔ KÓBI: ÌYÁWÓ – A ORIGEM DA PALAVRA E SEU REAL SIGNIFICADO. (iledeobokum.blogspot.com) 





TIKTOK ERICK WOLFF