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terça-feira, 22 de agosto de 2023

PROFESSOR DENIS FALA SOBRE ORIXÁ ANDRÓGINO NO BATUQUE.

Este ensaio tem por finalidade registrar informações sobre a história do Batuque coletadas pelo prof. Denis de Odé.

Devido a importância das informações, coletamos este vídeo postado em 01/12/2021, pelo professor na época pertencia ao segmento religioso Kanbina (Cabinda). 

Os estudos e pesquisas do professor Denis tem como base os manuscritos do professor Krebs, que podem ser importantes referencias para estudos e pesquisas para os Povos de Terreiro.


Temas abordados:

  • Bara Agelu, um orixá andrógeno no Batuque do RS;

  • Culto diferente do bara Agelu entre Nações;

  • Animais ofertados para o Bara Agelu;

  • Mudanças nas ritualísticas e nos cultos do Batuque.



  • Vejamos o vídeo a seguir:


Existe Orixá Andrógino no Batuque?



Canal História & Batuque (professor Denis de Odé)
"O tema do vídeo de hoje é sobre se há a existência de um orixá andrógino no batuque."

  • Segundo o professor Denis Bara Agelu seria uma divindade andrógena:
Professor Denis, min 1:22
[...] Orixá andrógino do Batuque do Rio Grande do Sul [...] certos questionamentos ahhh, existe um orixá andrógino no Batuque do Rio Grande do Sul, né como no candomblé, seria Logun Edé, no caso, se eu falei alguma coisa errada o pessoal do candomblé possa me corrigir, pergunto para vocês. Existe orixá andrógino no Batuque? [...] Olha só de acordo com os apontamentos a gente tem estudado muito a obra do professor Krebs, nosso mestre que a gente fala, né, ahhhh, certa vez ele faz uma entrevista, ele estudava muito com Nina Rodrigues... então ele faz um contraponto, existe um orixá andrógino no Batuque do Rio Grande do Sul? Pergunta ele para a finada Mãe Andreza, e a mãe Andreza, olha que eu saiba só tem um, e qual seria? E o Bará Gelu, o bara Gelu ele é Andrógino, ele tem tantos elementos masculinos quantos femininos, uma dualidade dele... [...] 

 

  • Segundo este relato o Bara não comia quatro pés. 

Professor Denis, min 2:32
[...] ai começa explicar... certas pessoas vao na casa de alguém e diz ahh não se corta galo, cabrita pequininha, para o bara Gelu, corta só pombo, realmente se pegar todos os registros, dali ate as décadas de quarenta era só pombos que cortava para o Agelu, ahhh hoje eu corto galo... não quer dizer que esta errado ou que esta certo... a gente tá trazendo o que aparecia... era corte para o Bara Gelu, era pombo, não se cortava galo [...]

 

  • Não são todas as Nações que Bara é masculino.

Professor Denis, min 3:00
[...] Em algumas nações a informação dele é como orixá feminino, e aí, explica lá atras, esta questão da entrevista do Klebs com Andreza... que ela diz que o Gelu que eles chamam era, tinha o elemento masculino e feminino. [...]
 
Professor Denis, min 3:20 
[...] Entao conforme apareceu nos relatos ali nas entrevistas, o orixá andrógino do Batuque seria Bara Gelu.

  • As mudanças começaram nos anos 70.

Professor Denis, min 4:12
[...] houve uma mudança, o batuque a partir dos anos 70, ele tem uma mudança bem forte até, bem forte... a gente estudando a gente vendo bem que 70, eles deram uma boa mudança na ritualística, no culto [....] 

Professor Denis, min 4:40
[...] muitos elementos foram agregados [...]


  • A invenção da orin do bara Agelu 

Professor Denis, min 4:46
[...] Voltando ainda na questão do Bara Gelu, a própria reza, orin cantiga... Bara Gelu Gebó, foi inventada nos anos 80, isso não existia, até os anos 70, começo dos anos 70 não existia, essa reza, esse axé, a isso foi inventado... não vou dizer o nome dele, por não tenho certeza se foi ele, mas foi nessa geração de ser pos ai 70 que ta voltando aos 80, então eles fizeram esta composição, da reza do Bara Gelu, tai isso ta escrito ta anotado, não é uma coisa que a gente tá jogando no vento, ta jogando na rede, ta estas informações estão registradas ali [...] 


Considerações 


Não possuímos registros se o professor Krebs foi iniciado no Batuque, se teve ou não acesso aos rituais internos mais secretos. 

Assim, seus dados carecem de "múltipla atestação" e precisam ser tomados com cautela, pois não sabemos qual a profundidade de suas informações sobre os conceitos ritualísticos e fundamentos do Batuque. 

Se Krebs não foi iniciado, talvez suas informações possam ser superficiais. O acesso às fontes é cientificamente necessário para aprofundamento e aceitação de uma boa pesquisa acadêmica neutra e isenta.

O Professor Denis, sem detalhar, informa que em 1970 ocorreu uma grande mudança no Batuque, e que fez grande diferença.

Informa ainda que existem variações do culto do Bara Agelu em algumas Nações, entretanto, ele não aponta quais seriam.

  • Comentários coletados no canal da postagem: 

@luanaavila3274
Muito bom, estou amando as publicações da página.  Como dizem, conhecimento não ocupa espaço, obrigada por nos presentear com seu conhecimento e suas pesquisas. 🙏🏽

História & Batuque
Muito obrigado , fico feliz em dividir  . Na verdade o canal é de vcs abraço .

@santincwb
Parabéns! Exato! Eu sou nagô, o que hoje chamam de Oyó em Porto Alegre. Tem relatos da finada Mãe Moça sobre esse aspecto dual de Ijelu também. Como disse o Prof. Dênis, não há certo e nem errado, porém, há muitas coisas do desconhecimento da grande maioria. Ijelu era só de pombo antigamente, havia situações que comia frango, mas nunca sem pombo. Recebia axé seco (torrada) e axé cozido (Dependia da situação). Um Bará de mel, em algumas situações um pouco de epô. Ligado ao preto e branco e não ao vermelho... E por aí vai... Com maneira de tratar e se fazer que não se vê hoje em dia... Outro Batuque...

@cristianhoesel3792
Em algumas conversas com antigos, essas questões de agelu ser praia etc, tem haver com Oluayê ou jagum (xapana) por esses motivos habita o quarto de santo, com isso foi transmutado a um bara e todas suas ritualísticas ferramentas etc.
Adorei o vídeo top, debater eleva o saber, ninguém é dono da verdade. Parabéns

@imandre98
Semelhante a Adjolá que foi passado a ser tratado e cultuado como um Ogum.

@Segundo.Sol_Luiz.Claudio
Por favor professor Denis, para colaborar com as pesquisas cientificas e outros estudiosos. O senhor pode por favor, informar onde podemos encontrar este registro do Krebs, neste tema? 
O que o faz ser aceito é a observação das normas e regras cientificas.

@HistoriaeBatuque
No Antigo IGTF , tem alguns documentos .

@Segundo.Sol_Luiz.Claudio
@HistoriaeBatuque  pode trazer o link por favor?!

@rodrigoaruvaje4520
Muito bom vídeo,amigo.
No batuque poucas casas cultuam Dan,e as que fazem é acostado na quartinha.  Não fazem cabeça(Orí).

@HistoriaeBatuque
Correção : Prof Krebs utilizava-se das obras do Nina Rodrigues, não foram contemporâneos .

@joaofranco6421
(06:11) Registrado por quem ? Os textos africanos não falam dessa particularidade do Bara do mercado da aldeia de Ijèlú. Os antigos sabiam muito, mas não sabiam tudo; e o que não sabiam eles inventavam. Tal como é feito até hoje.

@gleniocosta9276
Falou uma coisa bem certa a reza foi inveda não existe Bara ajelu ajebo óia nireu parabéns irmão Grande trabalho suas pesquisas

@gleniocosta9276
Sou de nação ygexa filho pai Tita  de xangô e tamboreiro

@claudiodri5146
Baba . usted sabe decirme , si hay posibilidad . de que bara anjelu tenga relacion con pambu nzila ( nkisi) ?

@HistoriaeBatuque
Pode haver influência sim.

@claudiodri5146
@HistoriaeBatuque   fue una duda que siempre sono en mi. Gracias por su respuesta baba.


Imagens comprobatórias:






Link para acesso do canal https://www.youtube.com/@HistoriaeBatuque 

Link para acesso ao vídeo no canal 
https://www.youtube.com/watch?v=0rVTM_XoQXA&t

TIKTOK ERICK WOLFF