quinta-feira, 8 de julho de 2010

A Deusa Yorùbá da Beleza e do Ouro

A Deusa Yorùbá das águas doces, que reina sobre o povo Ilesa, se enfeita de ouro para brilhar como o sol, tão bela e vaidosa que retirou sua máscara de puro ouro apenas para cobrir sua pele com os lançamentos das novas maquiagens.

Ìyá ó yèyé ó Ọ̀ṣun a n´bọ ó.
Kí yèyé sọ, ki yèyé sọ mi,
L’Ọ̀run mojú l’ọ̀nòn
Ó ayaba ki gbé l’odò, omi tojú
Olùtojú.

Mãe, ó mamãe Oxum, nós a cultuamos e admiramos.
Cumprimentamos-vos, mamãe , fale, cumprimentamos-vos, mamãe.
Fale comigo
Do céu olhe-me nos caminhos
Ó rainha que mora no rio, que toma conta
E é guardiã das águas.
(fonte - Ẹlẹ́gùn de Altair T'Ògún)

Veja o editorial completo acesse - Sosni

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Fotografia - Erick Wolff∞
Beleza - Erick Wolff∞
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quinta-feira, 1 de julho de 2010

A pureza do espírito

Angelina Jolie falou sobre as tendências masculinas que sua filha de 4 anos, Shiloh, em entrevista à “Vanity Fair”. Que deverá ser publicada em agosto, antes mesmo de sair à entrevista, a sociedade puritana já ataca a atriz, dizendo que não passa de uma jogada de marketing pessoal, exposição de menor ou oportunista.

Entre tantos tópicos no Orkut eu resolvi produzir um material informativo ou pelo menos conceitual. Eu acho que é preciso fazer algo, que precisamos discutir muito e levantar pontos aos quais as pessoas não deram a devida atenção, ou simplesmente jogaram para de baixo do tapete, como se fosse sujeira...

O universo religioso se divide entre vários caminhos, neles podemos encontrar os que acreditam nos espíritos e suas polaridades macho e fêmea. Destes segue a cultura Yorùbá com os ancestrais masculinos cultuados com o nome Egúngún (ancestrais masculinos), e as mulheres cultuadas recebem o nome de Ìyámi Agbá (minha mãe anciã), partindo deste ponto devo considerar que existe um sexo polarizando cada um dos ancestrais.
Segundo o conceito espírita, estes acreditam que os espíritos possuem as duas polaridades e não se dividem entre macho e femea, mas se contradizem, porque os seus mentores (a maioria do sexo masculino) apresentam-se como homens ou mulheres e não carregam ambos os sexos, escolhendo apenas um sexo para trabalhar nas sessões espirituais. Por tanto eu chego e ter muita dúvida sobre a opinião e concepção que cerca estes seguidores do espiritismo.


Indo na contra mão temos uma grande gama de religiões que acreditam que o contato com espíritos está ligado a demônios ou são pactos proibidos, destas vemos muitas críticas que assolam os espiritualistas e massacram seus dogmas e preceitos. Porem estudando este assunto durante anos eu consegui perceber que temos muitos poucos estudiosos sérios destas vertentes, que são imparciais para julgar este assunto ou apresentam materiais que possamos estudar e entender como pensam. Na maioria são fechados a documentos ou livros bíblicos que não embasam conceitos, mas criam mais dúvidas e conflitos.


Saindo das religiões para buscar fontes mais apropriadas sobre o tema eu tive oportunidade de deparar com experimentos da “AMORC”, muito respeitada e conhecida pelo mundo e apresenta um bom estudo sobre o tema e sem deixar influenciar-se por conceitos e ou dogmas religiosos. Eu acredito que foi o melhor material que encontrei.
Por mais estranho que pareça, para entender o que é um espírito sem uma visão própria segundo o conceito religioso da sua fé, é preciso considerar que as religiões do segmento espiritualista ainda estão galgando a evolução deste tema. Já a AMORC possui arquivos datados A.C. mais antigos que os próprios documentos que deram origem aos livros Bíblicos, quem sabe mais anosos que muitas culturas atuais sobre o tema. Conteúdo vindo de diversas culturas atuando como uma biblioteca universal que adita diversos conceitos que nos ajudam a trabalhar e a estudar.

Partindo da premissa que a base do estudo revigora o conceito de Deus, despido de uma religião como base de sua existência, a escola de mistérios “Rosa Cruz”, fornece um bom material para o tema. O ser humano consome a sua mente com dúvidas desde os primórdios, são perguntas como; “De onde viemos e para onde iremos”, agora imagina que para muitos estas perguntas jamais foram respondida, imagine quando surge uma terceira polaridade sexual no plano terreno?
O tema sobre sexualidade é muito polêmico e controverso, simplesmente porque ele abre as portas que as religiões querem fechar, para os padrões da sociedade. Devendo apenas existir o homem e a mulher, sendo que qualquer outro indivíduo que não se encaixe dentro destes padrões pré-estipulados será taxado como bizarro ou doente.

Falam-se muito nos “Direitos Humanos”, na “Dignidade Humana” e na “Igualdade dos Indivíduos”, mas não passa de teoria não empregada, pois o terceiro sexo existe e a cada dia se estende e amplia os seus braços, abrindo para todos os caminhos. A legislação reza que os direitos são para todos, mas negam o casamento entre membros do mesmo sexo, negando a união estável, alguns até dizem que o casamento é apenas para “Casais héteros”, explicando que o casamento é uma união sagrada apenas para o homem e a mulher... Negando o mesmo para os casais homossexuais... Com uma comparação medíocre forjando o casamento como sendo um ato para procriação, mas será somente isso mesmo?



Para os “Rosa Cruzes” existe uma unidade criadora que gera tudo que possamos imaginar, o "Macro e Micro Cosmos", segundo eles não existem almas novas, todas são muito antigas e estão em constante transição entre o mudo dos vivos e o espiritual, a chamada reencarnação, esta deve seguir um ciclo de alguns anos (média de 150 anos), entre uma e outra, como uma pequena engrenagem perfeita que mantém um movimento contínuo.

As considerações da evolução devem existir para que o ser humano possa aprender e quebrar os vínculos com os erros e os defeitos humanos, buscando a perfeição, mesmo esta sendo “Utópica”. Este processo é muito simples, os espíritos partem de uma única massa espiritual, a mesma que deu origem á todos os demais espíritos e ao próprio universo. O procedimento tem inicio assim que é determinada uma família ou a própria família para reencarnar, este espírito deixa o mundo espiritual e se torna um indivíduo vivo deixando de fazer parte deste plasma universal e iniciando uma nova vida.

Ao passar pela transição do mundo espiritual para o dos seres vivos, ele deixa para trás suas experiências e todo o seu conhecimento, começando do zero, isso se dá pelo choque da alocação do espírito no seu novo corpo, dois pontos importantes devem ser considerados;

1 – O espírito entrará no corpo terreno tão logo o bebê der o primeiro suspiro, assim o tal chamado sopro de Deus, dá a oportunidade para o espírito penetrar no corpo insuflado através das narinas do recém-nascido.
2 – O espírito seguirá o seu destino no corpo terreno, com livre arbítrio e deverá abraçar os conceitos e experiências da nova família a qual pertence.

Tudo que este indivíduo aprender durante a sua permanência na terra encarnado não se perderá com a morte deste corpo, será adicionado à consciência universal, onde comungam os demais espíritos. Acredito que muitos já devem ter ouvido falar sobre a consciência Arkástica que agrega o conhecimento universal comungando com todos e ao mesmo tempo sendo um todo.

Estes espíritos se misturam, mas não deixam de ser quem são, existe a consciência individual fazendo parte deste todo. E hoje eu vejo alguns cientistas fazendo experimentos com crianças para tentar entender o cérebro das mesmas muito antes da formação da personalidade, claro que contando que um indivíduo já nasce com os traços da sua personalidade estruturada, com o passar dos anos ela vai criando liberdade para expressar-se. Muito semelhante a este processo a “Rosa Cruz”, possui um procedimento durante os seus estudos que induz o estudante a observar as crianças e prestar atenção no que elas fazem na inocência, passando mensagens claras do que se tornarão quando crescer. Este processo pode levar alguns anos para que termine. Então é mais fácil o estudante tente rever toda a sua infância, com o máximo de detalhes, para que possa mais tarde confrontar com a atual profissão ou status social. Eu sou o que sou, pois carrego no meu DNA espiritual a eternidade do espírito, chamado de “Personalidade alma”.

Este procedimento nos leva a pensar que possuímos uma “Personalidade Alma”, que não se perde com a reencarnação, e podemos trazer os seus traços reencarnação após a reencarnação. Como uma peça de teatro que se muda o ator (corpo), no entanto o personagem é o mesmo, quantos atores interpretaram Romeu de William Shakespeare, sem perder o personagem, podendo mudar o teatro, a roupa, mas será sempre o Romeu.

Porem o que eu tenho percebido é que os estudiosos temem o assunto "homossexualismo", tanto quanto os sacerdotes, não entendo muito bem se chega a ser um mero tabu ou se realmente é algum traço de homofobia adormecida na consciência coletiva da sociedade.

Agora se existem apenas as polaridades "macho e fêmea", tenho muitas considerações a fazer, que geralmente incomoda muito a população religiosa.

1 – Desde que a mulher pediu independência e provou que possuía alma (negada pela igreja católica medieval), ela adquiriu a dignidade e passou a ser reconhecida como um indivíduo. Este com deveres e posição até mesmo nas religiões, poderemos encontrar vários nomes de grandes sacerdotisas na cultura afrobrasileira, porem muito limitadas na cultura Yorùbá.
A mulher deixou de ser uma maquina reprodutora para exercer um papel na sociedade”.
2 – O homem nasceu livre e sem credo, foi adquirir um credo por livre espontânea vontade ou lhe foi imposto por sua família, porem se o espírito escolheu nascer numa família que segue uma religião, ou ele veio para criar uma revolução ou para dar continuidade a aquele clã. Da mesma forma devo considerar que um indivíduo possui liberdade de ser quem ele realmente é.
Sem ser imposto pela sociedade, desde que siga as regras mínimas de não matar e não roubar”.
3 – Inibir os traços da personalidade de uma criança é entrar em atrito com o livre arbítrio da mesma, desta forma o indivíduo está cometendo o maior erro espiritual da sua vida, e entrando no caminho daquele que gerou.
Mudar o destino de uma pessoa impondo que ela seja o que ela não tem condições de ser, os grandes erros começam a ser criados”.

Se o mundo não está preparado para receber estes indivíduos e os mesmo não conseguem se adaptar ao planeta, realmente existe algo errado que deveria ser analisado e corrigido. Porem no caso destes indivíduos continuarem a existir e a sociedade não consegue se adaptar, então o erro pode está na sociedade e não com o curso natural do universo. Infelizmente na atual civilização contemporânea ainda encontramos pena de morte para “GAYS”. Não muito distante da nossa cultura, na própria terra onde surgiu a sociedade religiosa dos senhores do destino, meio contraditórios, mas é a mais dura verdade.

Os estudos revelam que o homossexualismo não é mais considerado uma opção sexual, muito menos doença, considera-se que ele pode ser desenvolvido ainda no útero. Os estudos levam a avaliar que o homossexualismo tem origem no Gene e não se desenvolve com o tempo e muito menos é contraído, então se for assim, devemos considerar que o homem pode nascer homossexual ou hétero.
Já na cultura Yorùbá – Nós vamos à casa de Àjàlá escolher a nossa Orí (cabeça – destino)-. Para que possam entender melhor este conceito é preciso entender o que é uma Orí, foi em 1980, um nigeriano chamado Doctor Eluyemi Omotoso, veio para o Congresso mundial de Òrìṣà, em Salvador, e leu um pequeno documento que dizia que Olódúmarè criava o homem sem Orí, e que depois de criado ele ia até a casa de Àjàlá pegar a sua Orí. A partir daí a cultura afro-brasileira nunca mais foi à mesma, - iniciou uma nova era de mulas-sem-cabeça -, [segundo o Luiz Marins, escritor]. Esta Orí abstrata que Omotoso se referia era Orí (destino), sem qualquer ligação com a cabeça (crânio) das pessoas.

Então se um indivíduo vem para a Àiyé (terra) com uma Orí carregando a ligação com os seus ancestrais, um destino pré determinado e o homossexualismo penetrado na sua vida, tudo isso foi sancionado por Olódúmarè, como Ọ̀rúnmìlà por testemunha, sendo assim, está muito claro que Olódúmarè não tem nada contra, são os homens que não querem os homossexuais presente. Pois é notório para qualquer um que se fosse um mero erro, já teria sido consertado ou eliminado nestes milhares de anos em que o homem está passando pelas reencarnações, e se Olódúmarè não aceitasse ou fizesse objeção ele com certeza já teria suprimido.

Outra hipótese é a qual o homem nasce com um destino, porem não é o sistema de Ifá que manipula os Odù para a criação dos Orí (destino) que o Àrà-Ọ̀run (corpo espiritual) vai pegar antes de nascer, pois quem realmente modela esta Orí é Àjàlá.

Sendo que Àjàlá faz é pegar um Ìpín do Ìpòrí de vários elementos e formar um Odù. Ifá-Ọ̀rúnmìlà é testemunha disso e sabe orientar o melhor caminho para lidar com estas energias que agem no Àrà-Àiyé. E para movimentar ou alterar estas energias usa o poder de Èṣù.
Um dos Ìpòrí que Àjàlá usa para fazer uma Orí (destino – Odù), é o Ìpòrí-Egun (ancestralidade), e é isto que determina nascermos nesta ou naquela família, sob certas condições sociais, no anonimato ou na realeza. Neste momento que entra a questão da orientação sexual.
Este destino não deveria mudar, mas chega a ser questionável, considerando que o conceito Yorùbá respeita o estatuto família, e tudo gira em torno desta, então não deveriam matar crianças ou abandonar a sorte aquelas crianças que ao jogar o Ìkọsẹ̀dáyé (técnica de consultar o Oráculo-I para saber o destino do recém nascido), o mesmo não anuncia bons presságios para os pais. Se Ifá muda tudo, o que acontece com aquelas crianças que são mortas quando nascem com um Odù ruim? Não seria o momento de mudar o destino destas crianças fazendo com que ele trouxesse bons prenúncios, se Ifá pode muda o destino não seria o momento de praticar?
Pelo que entendi, os homossexuais são banidos porque não constituem família, porque não geram prole, considerando que extermina a linhagem dos ancestrais, mas alguém já olhou para fora quantas crianças estão sofrendo sem lar e sem comida?
Não seria o exato momento de Ifá mudar o destino de uma criança abandonada sendo adotada e criada por um “Casal Homo”? Este seria o poder de mudar um destino ruim para uma possível vida prospera e digna, mesmo porque todos nós sabemos que a união não se dá apenas na terra, os nubentes entrelaçam famílias no Ọ̀run e no Àiyé, desta forma gerando novas famílias. Então não vejo porque deixar morrer tantas crianças se existe a possibilidade de um novo lar para estas crianças abandonadas e uma chance de estabelecer sucessão dar continuidade à família. Uma boa saída para dar continuidade a linhagem daquele individuo gerando um herdeiro e ao mesmo tempo salvando uma vida do destino cruel.

Seja uma questão espiritual tendo origem nas mãos de Àjàlá, ou se for um problema físico ele teve origem nas mãos de Obàtálá. De qualquer forma um dos dois deixou passar o homossexualismo e este pode ser administrado, não existindo a culpa do pecado cristão, que eu acredito que sugestionam muito os conceitos enraizados na cultura Yorùbá, por isso existe tanto conflito entre o bem e o mal... Deixando de lado os pré-conceitos, poderemos mudar apenas o destino existencial, aquele que vivemos aqui e agora, aqui mesmo na terra e durante a nossa permanência na mesma.
E para que possam entender melhor o que eu quero explicar;
1 - Devemos considerar que se o destino da homossexualidade foi adquirido na casa de Àjàlá,e sancionado por Olódúmarè, ele deveria ser aceito por todos e não repudiado. Sendo que o próprio criador deixou passar.
2 – Se não foi, e este foi escolha do Àrà-Àiyé (corpo terreno), então o Orí (destino - Odù) de Àjàlá, não vem com o nascimento. Por consequência é preciso repensar o que existe ou não existe de verdade, para que possamos chegar ao ponto inicial. Qual o real motivo de ser banido o homossexualismo da cultura Yorùbá?
E perguntar o por quê ele é repudiado?
Amorc – Antiga e Mística Ordem Rosa Cruz – Ano Rosa Cruz 3.363 - www.amorc.org.br

Por Erick Wolff8

segunda-feira, 24 de maio de 2010

13 de maio de volta ao passado

A Princesa Isabel, assinou a Lei Áurea em 13 de maio de 1888, desde então muita história foi escrita e várias estórias foram contadas pelos filhos da abolição. Entre tristes contos até as mais lindas lendas exaltando a bravura dos grandes guerreiros, que foram vendidos massacrados e estuprados pela cultura ocidental, temos um rico acervo de contos e folclores, porem nem todos são belos.

Infelizmente a realidade do passado ainda se conflita com a vida contemporânea, não tenho duvidas do sofrimento e do terror que os homens negros passaram, jamais compreenderei o medo e a agonia que passaram... Triste realidade que os antigos aplicaram aos seres humanos. Mas não devemos viver do passado, pois a vida segue e não podemos votar o relógio e liquidar nossas dívidas, por isso, nos resta tentar fazer o melhor daqui para frente.

Bom, foi lembrando-se de uma cantiga de terreiro que comecei a pensar sobre alguns termos que ainda são usados e discutidos nas comunidades e templos de Umbanda. Veja o que eu digo;


  • Vovó não quer casca de coco no terreiro, Porque faz lembrar os tempos do cativeiro.

Eu acredito que esta cantiga, muito comum nos terreiros de Umbanda traz uma tênue mensagem do sofrimento e da tentativa de esquecer os terrores inimagináveis que estes bravos guerreiros passaram. Então por que ainda existe uma resistência em retirar do tronco os negos que foram escravos?


  • Olha o xire olha o fogo e o chão.

  • Olha o xire olha o fogo e o chão.

  • La, la, la ô olha o nego de cor

  • La, la, la ô olha o nego chora de dor

  • E cada lágrima conta uma história,

  • Uma historia que nego passou.

  • Olha o xire olha o fogo e o chão.

  • Olha o xire olha o fogo e o chão.

Os lamentos cantados nos templos tentam nos fornecer uma energia positiva que nos leva a pensar na perseverança daqueles que padeceram sonhando com a sua terra e como eram livres e dignos de uma vida saudável.

Entre tantas cantigas que ouvimos nas sessões, sempre elegem o nego como uma entidade humilde e muito forte, uma linha que traduz conhecimento e muita necessidade de nos ensinar a sermos mais atenciosos com a evolução, com o sofrimento e com a busca de novos caminhos, sendo que nada é fácil, nem todos caminhos são floridos como gostaríamos que fosse... Sugerindo que pensemos nos passos que andamos e nas conseguencias dos nossos atos...

O atual religioso que segue a cultura brasileira ainda confunde conceitos como sugerir que a Umbanda é ameríndia, sendo que não encontramos nada dos povos Maias, Astecas, Xeroques, ente outros no culto, desta forma podemos apenas contar com os índios brasileiros e assim mesmo temos que tomar muito cuidado ao afirmar isso, pois os missionários estrangularam a cultura indígena na tentativa de dar alma aos pobres homens... Da mesma forma que fizeram com os negros.

Então se a religião Umbanda é uma miscigenação de vários povos, com certeza não é tão abrangente como dizem, uma inspiração popular que cresce com tanta facilidade que não conseguimos ao certo definir onde começou, mas é um fato claro para qualquer estudioso ou membro da própria religião que goste de estudar terá dificuldade de chegar à metade dos temas que costumam referenciar. Infelizmente acontece com uma frequência audaz e sega, metade das referencias são hipóteses sem embasamento, desde que a própria religião não exige estudo ou intelecto. Mas é claro que para ser médium não há necessidade de retirar diploma, pois eu também chego a ser contra, não acreditando em médiuns preparados por diplomas, numa religião que é viva e tão complexa.

Aproveitando para relembrar um pequeno incidente com uma escola que editou no seu quadro curricular a matéria Biologia do Espírito. Fiquei muito curioso e empolgado com esta matéria que por sinal era inédita, eu imagino que seria como conseguir unir um cabo 1.2 milhões de Volts á uma poça d’água sem ver uma única faísca.

Observem o que o Aurélio fala:


  • Biologia geral. 1. Estudo dos seres vivos como um todo, sem particularização animal ou vegetal; estudos das leis gerais da vida; estudo das características gerais dos seres vivos.

Nesta tese não existe espaço para Deus, ou a sua existência, então como conseguiram unir a Biologia do espírito? Eu não sei e nem a escola soube me dizer, (risos) o reitor não atende os meus telefonemas até hoje.

Enfim, até quando vão continuar a manter no tronco os nego-veio, a cultura e a própria Umbanda, com dogmas estagnados e arcaicos?

Esta pergunta me assusta muito, sim, chega a me causar um desconforto, pois é o fator dominante na sociedade religiosa e cultural que envolve esta religião. E está se africanizando mais rápido que o próprio candomblé. De uma forma desordenada, misturando nações e trazendo costumes que não são próprios da própria liturgia, como ekejis, ogãs, adaga, yabace e etc... Estes cargos são efetivos do candomblé que necessitam dos iniciados para cada função dentro de um templo. Não cabem na umbanda tais cargos, porque não existe o mecanismo que rege as culturas e templos do candomblé...

Por isso espero que os nego-veio recebam sua carta de alforria e possam ser chamados de Nego (carinhosamente) e não de preto, afinal preto é cor nunca foi raça.

Por Erick Wolff8

domingo, 16 de maio de 2010

Muita atenção com a pele negra

O Brasil é a segunda terra dos Africanos, suas divindades e tradições, e com eles vieram a mistura das raças e sua necessidades que nem sempre são atendidas corretamente pelas empresas cosmetológicas.

Com a febre da cultura sul-africana durante a Copa do Mundo 2010, vale lembrar que além dos quitutes influenciados por este povo, não devemos esquecer-nos das exigências dos tratamentos para a pele negra. Quebrando o conceito de que esta derme exige menos proteção e é mais forte por permanecer imune a diversos fatores.

Na realidade tanto a pele clara quanto a pele negra sofre com o aparecimento de rugas de expressão, manchas e com passar do tempo também perde o viço, envelhecimento também aparece na pele negra. Por outro lado, a derme da pele negra possui melanina mais funcionante, o que naturalmente a deixa mais protegida, também é rica em fibroblastos ativos - células que produzem colágeno - que a deixa mais distante da flacidez. Porem isso não quer dizer que não precise atenção na proteção e nos tratamentos anti-idade.

Segundo a cirurgiã plástica Edith Kawano Horibe, o cuidado é para todos, não podemos esquecer que a ação do tempo pode acentuar marcas indesejáveis no rosto, que trará transtornos para qualquer pele.



segunda-feira, 10 de maio de 2010

85 ANOS DE MÃE ESTELA DE OXOSSI

Considerações sobre o ritual Afro-Gaúcho e o conceito do Bọrí

Observando a riqueza dos rituais Afro-Gaúchos, no Batuque e suas vertentes, eu percebi que muitas das comidas ofertadas para as divindades cultuadas por este povo sempre são acompanhadas de guloseimas e algumas vezes frutas. Sabemos que a fruta é um elemento muito comum em várias nações, já os docinhos como quindim, cocada, brigadeiros, pudim, sagu e etc... Estes são muito comuns nos rituais pertinentes ao culto ao Orí. [a imagem ao lado ilustra uma Orí]



Pesquisando intensamente os fundamentos dos Batuqueiros eu entendi que, o que ocorreu foi uma aglutinação de conceitos, onde a Orí e o Òrìṣà estão partilhando do mesmo ritual, mesmo contendo os itens necessários para a fundamentalização na hora de dar a comida a Orí, este povo deixou para trás em algum lugar do passado as rezas e saudações para a Orí.



Os elementos estão presentes para o conceito e noção de pessoa segundo o ritual da Orí, como o Igbá-Orí, búzios, moeda, uma mecha de cabelo do iniciado, mel, dendê, banha de Orí, entre outros elementos que fazem parte do Bọrí, mas tudo isso sem as tradicionais rezas de saudação declarando a Orí como o primeiro Òrìṣà a ser cultuado. 
[a imagem ao lado ilustra um dos formato do Igbá-Orí  usado no culto]  



Foi aí que comecei a perceber que numa mesa de Bọrí sempre continham os docinhos e guloseimas que fariam parte de toda a obrigação, porem, uma comida de uma determinada divindade poderia ser ofertada sem os docinhos, contudo não existem registros de docinhos arriados sem as comidas. Não é possível afirmar com certeza que os docinhos foram distribuídos para cada Òrìṣà na intenção de agradar a Orí daquela pessoa através da divindade ao qual foi iniciado. Mas é muito claro e conciso que os rituais foram assimilados para aglutinar os fundamentos do Bọrí e da feitura.



Eu cheguei a ver durante os rituais do Bọrí e ou iniciação para o Òrìṣà na cultura Afro-Gaúcha, o sacerdote dar o Bọrí ao mesmo tempo em que iniciava o Ẹlẹ́gùn a determinado Òrìṣà, muito diferente de outras nações que separam os rituais, com o conceito para fortalecer a Orí antes do Ìyáwó fazer seu santo.



Para esclarecer o meu pensamento, observem que algumas famílias do Batuque dão o Bọrí e a feitura ao mesmo tempo sem separar as aves do Bọrí com as aves do Òrìṣà, muitas vezes na mesma bacia descansam o Bọrí e o Òrìṣà. Enquanto algumas nações aboliram o Igba-Orí, o Batuque manteve o recipiente, mas sem o conceito e noção de pessoa, diferente das outras nações que exaltam a Orí em seus rituais e buscam o conceito e na noção de pessoa.



O Bọrí de Òrìṣà é considerado como uma feitura ou um Bọrí para o Òrìṣà e não para o Ẹlẹ́gùn nesta cultura? Este mesmo Bọrí é feito com a mesma reza dedicada ao Òrìṣà iniciado, eu posso considerar que exista uma ligação com a Orí e o Òrìṣà, porem o Bọrí não deveria ser executado com a reza do Òrìṣà daquele iniciado e sim com a reza da Orí.



Eu acredito que o Bọrí deva ser separado da iniciação para o Òrìṣà, pois são energias diferentes apesar do fundamento equivalente. E a grande dificuldade do Batuque contemporâneo é resgatar as rezas e saudações antigas desta cultura que ficaram para trás. Quem sabe daqui alguns anos após a febre da africanização possam ver o resgate do conceito, rezas, saudações e fundamentos do culto ao Orí na riquíssima Cultura Afro-Gaúcha.
[Ilé-Orí,-Yorùbá,-Nigeri]

Por Erick Wolff8

O despertar de Òòṣàálá.

Conversando com um grande amigo sobre o Yorùbá e seus problemas com a escrita, muito bem colocado pelo Luiz L. Marins que explica o que ocorre com a Língua mais polemica e difundida no Brasil;

  • “Como a língua originalmente era ágrafa, a forma para diferenciar os significados do que falavam era subindo ou descendo o tom da voz, alternando a nasalização entre aberto e fechado, aglutinando palavras para formar nomes. Foi isto, misturado com outros dialetos que veio para o Brasil.”
Eu fiz algumas aulas de introdução ao Yorùbá, e posso atestar que até mesmo os Nigerianos possuem dificuldade na grafia. Chego a suspeitar que nem mesmo eles entendem como funciona a mania de colocar acentos em cima das letrinhas, virando a famosa sopinha de letrinhas e suas confusões para quem não entende muito bem o Yorùbá ou o Português.

Eu gostaria de sugerir para que todos fizessem um pequeno exercício, ou uma lição de casa, pegue um ou dois CDs de cantigas para os toques religiosos e ou cerimônias e ouça, será muito interessante perceber que cada Alagbe ou Ogã canta diferente  a  mesma  cantiga, alguns cantando num dialeto perdido ao qual somente eles entendem...

Se existe tanta diferença entre um Alagbé cantado e outro, então imagina como foram adulteradas as cantigas que ouvimos durante estas decadas durante os toques de òrìṣà. Tudo isso para explicar que as tentativas de traduzir cantigas será sempre um engano para quem faz e para quem as recebe. Claro que podemos ter a essência do que cantamos numa pequena ressonância do arcaico e limitado Yorùbá que temos acesso. Sem esquecer-se do fator das misturinhas das palavras das várias etnias e tribos, por isso nem uma cantiga tirada durante os toques de hoje são puras e podem ser traduzidas ao pé da letra. Mal são escritas, segundo o Luis L. Marins que afirma; - Jamais, jamais, jamais, teremos "traduções corretas de orin, atetes, aduras" de qualquer segmento religioso de matriz africana. Cada um fará sua interpretação de acordo com seus estudos, mas nunca poderá afirmar que é uma tradução -.



Um exemplo muito simples, outro dia eu entrei num blog que por sinal fazia uma crítica construtiva porem infundada sobre o meu trabalho e mais alguns estudiosos e li o seguinte;




Esta foi a primeira vez que ouvi falarem sobre a tradução da palavra ẹbọra = Gay, bicha, homossexual. Tentei achar em algum dicionário e realmente não encontrei nada, nem mesmo com os amigos que possuem grande afinidade com o Yorùbá, por isso que temos que tomar muito cuidado com as palavras. Com certeza o ẹbọra foi uma delas, confundindo do autor do Blog ao qual eu colei este material.
"preservarei o endereço do blog".




E finalmente quero demonstrar aqui um momento muito importante de reconhecimento e evolução, onde eu já escrevi de várias formas o nome do meu òrìṣà, reconheço que segundo as fontes usadas sempre me foi apresentado de várias formas; òṣala, Oṣaalá, Oriṣalá, etc... Certo ou errado são traduzidas nos principais dicionários Yorùbá x Português. Hoje conversando com o escritor Luiz, ele comentou o seguinte; “Eu demorei um bom tempo para entender como se escreve OXALA em iorubá, e confesso, sem nenhuma crítica, que cometi durante um bom tempo o mesmo erro que a maioria comete até hoje. A tendência natural é substituirmos o X pelo S e colocarmos um tom agudo na ultima letra A, seguindo a regra da língua portuguesa, certo? Errado, Òòṣàálá é a maneira correta de escrever, sendo Òòṣà a sua forma abreviada”.

 
Por isso que convido aos amigos que estão acompanhando meus posts e me ajudem a caçar os Òòṣàálá que tiverem errados no meu blog e textos espalhados pela net, conto com a ajuda de todos e agradeço muito.
Por Erick Wolff8

domingo, 9 de maio de 2010

A outra face da Umbanda.

Caros amigos
Segue um pequeno dialogo sobre conceito e a realidade da Umbanda.
Ao receber um aviso via Orkut sobre um cancelamento de uma festa de nego-veio com o titulo "PRETO-VELHO", eu amistosamente alertei que seria de bom tom homenagear a linha dos "Nego-veio" com uma pequena atualização, usando o "Nego" (apelido agradável) ao invés de “Preto”, afinal preto é cor e não pode ser considerado uma raça.
O retorno foi pior que a própria mensagem, irei preservar nome do templo e o autor, pois suas palavras falam por si e pela posição religiosa, cultural e social.

Título:

  • FESTA DE PRETOVELHO

  • Data: 22/05/10 18:00
Sem intenção de ofender com a melhor da boa vontade de ajudar e esclarecer tópicos aos quais eu acredito que possam melhorar, enviei esta mensagem. Até que polida e de bom humor.

  • Será que os Nego-veio não irão qualquer dia procurar um advogado para processar quem chama nego de preto?
    Eu acho que é tão depreciativo chamar a linha dos nego e nega de preto, preto é cor não é raça!
Para a minha surpresa a resposta foi das mais amargas possíveis, uma pena afinal nós religiosos e estudiosos esperamos que todos possam entender a evolução e os caminhos da educação.

  • TEMPLO DE UMBANDA O XXXX XXXXXX
  • Prezados, até iss querem mudar?
    A denominação de preto velho é determinado a cor realmente dos antigos escravos. E que cor eles eram?
    Pare de kavilação....
    A onde querem chegar dessa forma? Pois os que procuram aqui a nossa casa, chegam cheios de impafia, por que, aprende m a nova era da umbanda, o que incrivilmente ridiculo.
    Prezados, isso não pe depreciativo, e sim que o que diz deprecia a religiosidade do ser humano.
Com certeza mais uma vez fica clara a situação que nos deparamos com a hostilidade e a falta de dialogo espiritual. Em resposta enviei;

  • Até isso o que? Se você fosse negro com certeza estaria gritando aos quatro cantos que preto é cor não é raça, qual a diferença para uma entidade ser respeitada?
    Eu acho que como sacerdote deveria procurar se atualizar, dizendo que sua evolução esta á frente, porem não vejo nada que possa atestar cultura e ou ordem iniciatica e sim o ranço de uma cultura arcaica e démodé, por isso como sacerdote deveria ter uma postura adequada, a qual eu tenho-me prestado e com toda educação que foi alertada dos avanços da civilização, em momento algum fui grosseiro como está sendo e acho que poderia dar exemplos, da mesma forma que eu tenho feito.
    Por isso desejo meus sinceros votos de paz profunda e acesse meu blog pois estou postando nossa conversa, quero que todos vejam a face oculta da Umbanda, camuflada em rancor e desavença contradizendo a caridade pregada e o amor.
    Desejo boa sorte.
    Erick wolff8
Esta postagem dá direito de resposta ao autor sendo que em momento algum foi citado, porem existe dialogo e  espaço para que podos possam se esclarecer.

Erick Wolff8

sábado, 8 de maio de 2010

O dever do sacerdote em forma o bom caráter dos seus filhos

Qualquer um sabe que o sacerdote seja ele da Umbanda ou Nação, tem responsabilidades com seus filhos de santo, claro que nem sempre existe o respeito.










A dignidade do ser humano prejulga que todos deveram ser tratados da melhor forma, contudo, quando vemos um filho de santo que não se afina com a ditadura espiritual e ou estão cansados de serem mal tratados, e querem seguir sua vida, logo vem o feitiço ou as baixaria comum de alguns sacerdotes.



Eu penso que todos são uma família desta forma o filho de santo deve ser tratado com respeito com recíproca educação e dedicação. Na falta da consideração, logo vem o caos que infelizmente é comum entre as casas de religião, considero que tenha que dar respeito para ter respeito, sem ele não é possível o convívio comunitário.



Porem o pior vem quando o zelador resolve demandar ou tocar feitiço para os filhos com raiva deles, não havendo o julgamento de um verdadeiro sacerdote. Eu não consigo entender como uma mão que deu àṣe para um Orí, possa usar a mesma para tocar feitiço, um item que muitos sacerdotes preferem serem temidos pela comunidade sacerdotal pelo dom de prejudicar ou queimar as pessoas, ao invés de ser reconhecido pela mão de boas forças e prosperidade.

O que não deve ser desconsiderado é que ao prejudicar um filho você não está apenas prejudicando aquele ser humano que um dia você iniciou, mas todos os seus ancestrais e divindades que um dia ele iniciou criando o vinculo entre o Ọ̀run e Àiyé.

Pesarosamente reconheço acontecimentos e relatos de maldade confeccionada por pessoas que deveriam repensar suas atitudes e conceitos, o mundo seria muito mais feliz e lindo se as pessoas procurassem valores ao invés da soberbia, o bom caráter é o dom que ninguém pode comprar e muitos menos trocar, seria tão bom se todos se dedicassem a lapidar o caráter da sua família espiritual, para que os futuros sacerdotes ao receber seu Oye, soubessem como lidar com as pessoas.



Afinal terreiro não é senzala de Ìyáwó e muito menos os filhos de santo não são empregados dos pais de santos, mas isso não quer dizer que os filhos de santos não tenham que se isentar das tarefas, com um pouco de discernimento toda a comunidade entra em harmonia com a organização e administração do sacerdote.



O bom sacerdote se preocupa em formar pessoas de bom caráter.

 
 


 

Erick Wolff8

sexta-feira, 7 de maio de 2010

O EQUÍVOCO DO ORÚKỌ-Ẹ̀FẸ

Por Erick Wolff de Oxalá
Revisado e aumentado em 10/11/2021
Revisado e aumentado em 01/11/2023


A composição do nome Yorùbá é confeccionada para substituir o nome do Ìyáwó que foi iniciado e deve receber um novo nome, porem a nossa cultura ainda não está formalizado para distinguir e assimilar este conceito.

Alguns sacerdotes e iniciados do Candomblé Ketu ficaram conhecidos por seu Orúkọ (nome em Yorùbá), muito comum também entre a comunidade Bantu que batiza o Muzenza dando-lhe uma nova vida e um novo nome que deve ser usado dentro e fora dos templos. Completo este parágrafo com um pequeno texto do Tata Matâmoride;

  • "Porem no culto Bantu além da dijina (nome do Ìyáwó), existe o nome do santo, este não revelado nunca e conhecido somente pelo sacerdote e pelo muzenza que quando em grave doença se troca para que se afaste a morte dele.

O que tem me intrigado é qual o conceito e utilização do uso de palavras em Yorùbá incorporadas ao nome do iniciado agregando um novo Orúkọ-Ẹ̀fẹ (sobrenome), desta forma formando um nome composto com o legitimo nome de batismo. Alguns estão até batizando seus filhos com sobrenomes dos Òrìṣà, mas com qual finalidade?


Ou pior, alguns estão usando títulos e ou cargos de sacerdotes da cultura Yorùbá ou nomes de iniciados de Ifá sem ao menos pertencer a sua cultura...


Distante do ritual de tirar o nome na praça (sala do templo) após a raspagem do Ìyáwó, este costume não fundamentaliza ritual algum e nem resgata raízes, simplesmente ele joga ao vento qualquer tentativa de resgate cultural e preceitos.

Infelizmente a realidade pende sempre para o negativo, perdendo assim suas raízes e fundamentando novos costumes duvidosos entre algumas culturas tradicionais.

Fonte pesquisada: ORÚKO, Nomes dados aos filhos de Santo na Terra Yoruba, Ademola Adesoji.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

O homem se torna escravo do seu ori, quando ele não encontra o seu caminho.

Uma cabeça boa trás prosperidade, porem uma cabeça ruim trás decepção, então porque tantas cabeças na religião são incompreensíveis?

Se o Bori é para a Orí, então porque o Bori não corrige os enganos da mente?

Por que existe mente brilhante e mente preguiçosa, se todas foram feitas das particulas do Orun?

São perguntas básicas que envolvem a cultura afrobrasileira, porem tão difíceis de serem respondidas, existem homens que lutam pela vida e outros que são a verdadeira apologia à burrice, infelizmente muitos os seguem, alguns erros são até registrados nos livros, e fica mais famoso que a bíblia, o que faz o engano se tornar a verdade?

O perigo para os homens não é o diabo inventado pela religião para impedir do homem alcançar deus, mas acadêmicos que desviam uma montanha para provar suas teses.



Um cego não vê o que os olhos vêm, mas sente quando a boca mente, por isso não adianta enganar  o seu orí enquanto a sua alma puder ver tudo!


Sofrer não é a base da vida, nascemos para viver e não para sofrer, então porque alguns preferem sofrer a viver?


Àdimó
Erick Wolff8

sexta-feira, 23 de abril de 2010

O Mẹ́rìndilogun na Umbanda

O Mẹ́rìndilogun é um sistema de oráculo para manter contato com as divindades africanas, mas será que pertence exclusivamente ao povo do candomblé, distante de qualquer separatismo é necessário ponderar algumas considerações para entender qual a necessidade do candomblé e o jogo de Búzios.

Diferente da Umbanda que suas entidades estão presentes no passe e passam suas mensagens pelos “cavalos” de entidade, que são denominados médiuns, diferente do candomblé que as divindades cultuadas algumas vezes não se manifestam e quando o fazem não dão passe, então como chegar ao entendimento sem um oráculo?

O culto da Umbanda que se estabeleceu com grande força no Brasil e difundiu pelo Mundo, não segue os rituais e preceitos que as culturas afro usam na sua liturgia, apesar da semelhança cultural, cada uma é totalmente diferente da outra, sendo que as divindades que se encontram na Umbanda em momento algum chegam a ser cultuadas nos rituais do blé, pois são energias com polaridade diferente, que não chegam a comungar com os rituais do candomblé, dito pelos próprios Umbandistas que frisam sempre que podem, que suas divindades não necessitam de sacrifícios animais e muito menos exigem rituais que no candomblé é tão comum.

Mesmo sabendo que a cultura da Umbanda está se africanizando, em alguns casos perdendo até mesmo a sua própria identidade, pois chega a perder as características da própria Umbanda e em momento algum será um candomblé, faz com que surja um hibrido com plataforma oblíqua, que visualmente chega a ser interessante apenas para quem não pertence ao culto afro, porem com deficiência cultural, afinal, para quem não foi iniciado é muito difícil copiar os gestos e danças tão comuns no culto às divindades africanas.

Tais fatores podem ser considerados pequenos para impedir que o Mẹ́rìndilogun seja usado no ritual da Umbanda, porem se não houver uma liturgia e uma ligação direta com as divindades em questão não tem fundamento e muito menos haverá um comprometimento com as divindades e o manipulador da energia, por isso o jogo de Búzios na Umbanda não é considerado pelos estudiosos e sacerdotes do candomblé. Ou melhor, falando claramente não existe fundamento para tal no ritual da Umbanda.

Não deixando de esclarecer que o Mẹ́rìndilogun é um sistema que leva anos para entender e a criar vinculo com o sacerdote, por isso, não cabe a uma entidade de Umbanda jogar búzio, por que ela mesmo tem que ter capacidade de falar sem um oráculo, afinal para a entidade não existe matéria que a impeça de desvendar o enlaces dos mundos paralelos e do mundo espiritual.
O pior refrão vai para aqueles estudiosos e escritores dos romances Umbandistas que sem escrúpulo algum querem apenas corrupiar a mente humana a favor dos seus interesses pessoais, infelizmente alguns sacerdotes preferem caminhos sombrios à procurar o caminho aberto, claro e limpo da mediunidade pura e caridosa.

Por esta e mais algumas que desconsidero qualquer ritual que envolva o Mẹ́rìndilogun na Umbanda como oráculo, afinal a Umbanda possui suas entidade e deve a eles o devido respeito, por seus sacerdotes... E faço o convite a qualquer sacerdote da Umbanda que tem seus Mẹ́rìndilogun devidamente assentado e confie nele, a jogar para mim.



Erick wolff8

quinta-feira, 1 de abril de 2010

A era de Aquárius e o povo Nàgó

Os estudiosos ou chamados iluminatis, proclamaram a transição da era de Peixes para a era de aquários, no início de 1985, para completar o ápice desta evolução levou media de 10 anos ou mais, acredito que por volta de 2001 que começaram a reinar as energias desta nova era. Mas qual a ligação astrológica com o ritual Nàgó, quase nada, ao mesmo tempo tudo, para entender a ligação será preciso fazer uma pequena retrospectiva para chegar à atualidade.

Nem uma transição acontece passiva, para que ela tenha o seu resultado é necessária uma tremenda revolução energética, os estudiosos afirmam que estamos apenas no inicio da revolução. Para que esta tenha completado o seu ciclo será preciso mais ou menos uns 600 anos á frente, ou seja, esta transição terminará por volta do ano de 2.500 da era Cristã.

Ilé-ọba Óbokún Àṣẹ Nàgó Baseados no Zodíaco Intelectual, Zodíaco Natural e Precessão dos Equinócios os cálculos são feitos há séculos, datando algumas eras passadas e representadas por símbolos. E é justamente sobre a importância dos símbolos e signos que este livro irá trabalhar. Com a chegada da era Cristã representada pelo signo de Peixes – a mãe repressora – foram 2.000 anos de luta para industrialização e tecnologia, esquecendo os signos e símbolos ou camuflando os mesmos substituindo pela ciência. Tal ciência que corroeu a história, religião e a própria fé. O homem se distanciou de Deus em nome da ciência e teve que fermentar a fé cega e inquestionável – Acredite no Deus e jamais e questione - assim se passaram séculos marcados pela fé cristã que sufocou todas as religiões e credos que não falavam o Latim ou sua ortodoxia.

Ao observar as características de cada era, depararemos com a atual, tão clara e detalhada que dará o start para novos caminhos, a liberdade de expressão e a pureza espiritual que o signo de Aquarius trará para o planeta. Ele vem com novas mensagens e símbolos que traduzem paz expansão, o que faremos com esta liberdade?

Deveremos nos policiar para que não percamos o rumo do nosso destino, para que saibamos traçar nossos caminhos corretamente. A liberdade para um pequeno pássaro que nasceu numa gaiola às vezes pode ser muito cara, podendo pagar com a vida ou com a sorte, sem a experiência e vivencia que o mundo lá fora exige.

Com tecnologia e instrumentos científicos a cada dia se superando, máquinas recriando a existência de deus. Um microchip contendo o DNA do próprio Ọlọ́run. A luz já faz parte do nosso quintal, desejamos visitar constelações distantes.

Informação, ciência, tecnologia, fé, resgate cultural, reviver, nascer, descobrir o caminho de volta da morte e estudar. São os signos que regem a nossa atual era.

O fato de nomear Eras regendo o mundo se faz através, das 12 constelações ou grupos de estrelas, como são vistas no céu e fixas. Através destas constelações viaja o Sol, ano após ano. Devido ao eixo da Terra se inclina para o Sol e produz um movimento fazendo com que a cada um deles direcione uma constelação. Sucessivamente ela vai cruzando uma por uma, lentamente e imperceptível, ou quase diminuto. Na verdade, este movimento retrógrado é tão lento, que o Sol demora quase 70 anos para cruzar um grau, ou seja, 2.100 anos para passar por um signo, ou 26.000 anos aproximadamente para passar, em movimento retrógrado, pelos doze signos. Este último período é chamado um Grande Ano Sideral.

Por dois mil anos o planeta sofreu com a repreensão intelectual, religiosa e supersticiosa. Contrabalanceando este desequilíbrio notaremos a tentativa do resgate dos valores e conceitos ensinados pelo cristo que mais tarde sairia do seu destino e formaria uma nova religião. Nesta era a abstinência dos prazeres e a supervalorização da pureza foi estandarte de grandes guerras e tragédias como o holocausto, inquisição entre outras catástrofes da humanidade.


Algumas características das eras que o planeta vivenciou;

Era de Touro prosperou entre 4.001 a.C ao 2.000 a.C.


A beleza, estética e a sociedade se formaram, exercendo influencia sobre a dinastia Egípcia, representados pelos magníficos templos e túmulos dos seus faraós. Nesta época teve-se inicio ao estudo da alquimia e metafísica. Regido pela elegância e o poder religioso em equilíbrio com a evolução.

Era de Áries 2.001 a.C ao ano zero


Áries ou carneiro, este animal foi símbolo de uma época e adorada por várias tribos guerreiras e nômades de Israel, marcados pelo sangue e constantes atritos. Nesta fase do planeta foi marcada por grandes guerras muita santas que banharam a terra com sangue dos inocentes.



Por Erick Woff∞

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