terça-feira, 4 de julho de 2023

RESGATE HISTÓRICO: APOLINÁRIA MATIAS BATISTA

Para registro e resgate da história do Batuque do Rio Grande do Sul, coletamos esta postagem que mesmo sem detalhes da fonte, possui dados que futuramente poderão ser conferidos.

Nesta postagem informa que mãe Apolinária seria da NAÇÃO NAGÔ-OYÓ, pertencia a Ebi (família) Mãe Erminda de Oxum.




Publicado por Afrosul Afrosul está com Afrosul Afrosul em Afrosul.

Postado em 29/06/2023 acessado em 04/07/2023

"𝐂𝐮𝐫𝐢𝐨𝐬𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞𝐬 𝐞 𝐀𝐩𝐫𝐞𝐧𝐝𝐢𝐳𝐚𝐝𝐨𝐬
𝐑𝐞𝐬𝐠𝐚𝐭𝐞 𝐇𝐢𝐬𝐭ó𝐫𝐢𝐜𝐨
Apolinária Matias Batista
Mãe Apolinária, Mãe Picorrucha, Mãe Corrucha ou simplesmente “Mãezinha”, como seus filhos de santo chamavam, nasceu em 10 de março de 1910 em Tubarão/SC, estudou na Bahia, e apesar de ter nascido no estado vizinho, passou a maior parte de sua existência no R.G do Sul, mais precisamente em Porto Alegre onde casou-se e teve 4 filhos carnais, 3 mulheres e 1 homem, além destes, mantinha sob sua guarda 40 crianças. Possuía uma casa de religião Afro-Brasileira de Umbanda e "Batuque" NAÇÃO NAGÔ-OYÓ, na rua Antônio Palmeira, 68, no bairro. Mont’Serrat.
Pertencia a Bacia de Mãe Erminda de Oxum também de Santa Catarina.
Filha de Iansã com Ogum, as festas de Mãe Apolinária eram realizadas em 4 de dezembro, dia de Santa Bárbara, Iansã para os Negros e 23 de abril São Jorge, Ogum.
Sua casa denominada “Sociedade Caboclos Amigos” era concorridíssima e de fama internacional.
Extremamente humanitária, Mãe Apolinária acolhia muitas pessoas, a quem prestava apoio material e espiritual. Uma vez por semana dava passes e aos domingos de manhã em sua casa soavam os ataques, eram os Orixás africanos que se manifestavam, trazendo os axés de conforto e cura a seus fiéis.
Em 5 de junho de 1956 morreu em Porto Alegre, com apenas 46 anos, sua Iansã a levou para o Reino de Olorum.
Seu prestígio era tão grande que seu enterro reuniu milhares de pessoas, que a pé levaram seu caixão do bairro Mont'Serrat até o cemitério na Azenha, batedores da Polícia montados em motocicletas lideravam o cortejo, por ocasião de sua morte.
Mãe Apolinária construio uma imensa casa de culto africano chamada de CASTELO no bairro Jardim Ipu. Sua importância e influência foi tão grande que no Bairro existe uma rua com seu nome a Av. Mãe Apolinária Matias Batista Alto Petrópolis, Porto Alegre - RS

Fonte: Nossa Raíz"







Fonte - https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=pfbid025G6uv4SxbmcRpUWio1fJsH4f1P5vRwUq3778GngFWLej78LWexWrDFyTYeP6TCurl&id=100007502800063

Revisado e aumentado na mesma data deste artigo.

O pesquisador Vinicius Pereira de Oliveira, informa a fonte primária deste artigo.

Publicado em 23/08/2022.

"Na noite de 23 de abril de 1955 Mãe Apolinária de Oyá (Apolinária Baptista) realizou sua festa anual em homenagem ao Pai Ogum, orixá regente de seu grande amigo Pai Florentino Pereira da Silva, da Nação Oyó (filho de santo de Pai Antoninho da Oxum). Em maio do mesmo ano o folclorista Carlos Galvão Krebs publicou, na renomada Revista do Globo, uma reportagem intitulada "Ogum baixou no terreiro de Mãe Apolinária", retratando o referido Batuque do Pai Ogum.
Trata-se de uma das primeiras reportagens a respeito do Batuque de Nação com tom positivo e perspectiva etnográfica publicada em jornais de circulação diária no Rio Grande do Sul. Antes disso Dante de Laytano, Roger Bastide e Melville J. Herkovitz (estudiosos que pesquisaram o Batuque e a Umbanda em Porto Alegre na década de 1940) já haviam publicado artigos editados em revistas acadêmicas e especializadas. E o próprio Krebs já havia retratado, nos jornais da cidade, o funeral de Mãe Andreza de Oxum, quando do seu sentido falecimento no ano de 1951.
Para além da bela narrativa apresentada em seu texto, Krebs nos brindou com fotografias de alta qualidade e que expressam a intimidade que possuía com a casa de Mãe Apolinária (fotografias de Léo Guerreiro, seu colega de registros). A retratação de aspectos sigilosos da dinâmica de um ebó chamam a atenção, já que se trata de uma questão dada a polêmica até os dias de hoje.
Em 05/12/1952 Krebs registra em seu diário de campo como se deu o primeiro contato com a casa de Mãe Apolinária:
"Hoje a noite fui até lá, para conhecê-la e tomar contato com a casa, pretendendo ir à sua festa. Fui de lotação, pela Independência. Desci na esquina da rua Maryland e, de informação e, informação, fui subindo a lomba enorme, por entre lama e água, que tinha chovido antes e longo trecho da rua está sem calçamento. Afinal, no topo do morro, estava a casa. É mista, de alvenaria e madeira: alvenaria ao rés do chão e madeira no andar superior. Está toda pintada de novo, de branco a alvenaria, de amarelo as paredes de madeira, com todas as aberturas pintadas de bonito vermelho. Encimando o pequeno portão de entrada estão vários gnomos coloridos".
Compartilho aqui um pouco desses belos e raros registros. 
Se for reproduzir este conteúdo, favor citar a fonte/autoria."

 

Imagem comprobatória:

Um comentário:

  1. Os registros em casa de Mãe Apolinária revelam que a evitação de filmar rituais de serão e ocupação de orixás foi inventada no final do século passado, portanto não é "fundamento".

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